Aquela noite Tori dormiu assim... Agarrada aquele desenho como se ele próprio fosse Zayn. Isso amenizava sua dor. Confortava seu coração.
Se ele foi capaz de fazer isso para mim, então ele realmente me ama... Ele só está confuso e amedrontado...
Logo estava se lembrando da canção de Zayn.
"My corazón busca sin parar,
Una estrella en lo alto deste mar..."
A estrela sou eu... Ele estava me procurando... Procurando alguém para entregar seu coração... Amar...
"Si pudieras alumbrarme un camino hacia ti,
Es posible que te pueda encontrar..."
Um caminho até mim... Iluminar um caminho até mim... Já sei... Ele queria uma demonstração... Queria saber se eu também estava afim para ele chegar em mim...
Pensando melhor, agora tudo fazia sentido na cabeça de Tori. A serenata que Zayn fez para ela, era na verdade um desabafo de tudo que estava preso em sua garganta, sufocando seu peito.
"Cada mañana pienso en tu voz,
Y el momento en que te veo llegar,
Si esta vida se enamora de nuestra pasión,
algún día nos podrá juntar..."
Ele pensa em minha voz todos os dias...
FLASHBACK ON
A cada nota que Tori cantava (Lá, le, li, ló, lu), o professor arregalava mais os olhos, ficando rapidamente nervoso.
FLASHBACK OFF
E quando eu chego perto dele ele fica atrapalhado... Se nós dois estivéssemos apaixonados, tudo daria certo e nós ficaríamos juntos...
"Tan solo dime donde yo estaré
Entre mis brazos yo te cuidare
Como unir almas inseparables
Y soñar un beso sin final..."
Ele é romântico... Queria cuidar de mim... e... e... e também sonha com meu beijo... Do mesmo jeito que eu sonho com o dele...
Tori rolava desinquieta na cama, refletindo sobre cada palavra da canção. Se lembrando de como Zayn a olhava nos olhos para cantar.
"Dime si ahí algo que yo pueda hacer
Para esconderte dentro de mi ser
Yo se que sucederá
Tu mitad y mi mitad, muy pronto ya se encontrara
No por casualidade..."
Ele também acredita que nada disso foi por acaso... Que é parte do nosso destino...
Tori cantou e recantou essa música várias vezes, até ficar exausta o suficiente para cair no sono. O papel com seu desenho escorregou de sua mão e caiu no chão, ao lado da cama.
Ela estava em um lugar lindamente vazio. Não havia chão, ela pisava sobre um mar de fumaça branca. Nuvens. Vestia um vestido branco e estava descalça, sentindo que pisava em um chão forrado de algodão. Estava no céu. Alias, olhando para o alto, via apenas uma infinitude azul, sem nenhuma mancha branca.
- Ei... - chamou uma voz vinda de suas costas.
Tori se virou e avistou Zayn ali, no mesmo lugar que ela. O anjo mais lindo que ela já vira na vida. Ele também usava vestes brancas e estava descalço.
- Dança comigo... - disse Zayn estendendo a mão para ela.
Estavam felizes. Calmos. Em paz.
Tori segurou sua mão e ele a puxou com leveza, com a mão que segurava a da garota, ele estendeu no ar, e com a outra segurou sua cintura. Com a mão livre, Tori segurou suas costas, passando o braço pelas suas costelas. Zayn girava Tori de vez enquando, conduzindo sua parceira em uma dança lenta. Os dois deslizavam pelas nuvens como se flutuassem.
Não tinham asas ou auréolas, mas definitivamente eram anjos. Em um paraíso vazio e só deles.
Dançaram por horas, havia uma melodia de fundo. Era o som de violão, e fazia Tori sentir vontade de cantar:
"És conexion entre tu y yo,
Em cada verso desta canción..."
Ficaram ali, se encarando nos olhos enquanto deslizavam para lá e para cá. Sorrindo uma para o outro. Não trocaram uma única palavra. Apenas dançaram. Um outro som se infiltrou entre eles, abafando a bela melodia. Eles não param de dançar, apenas trocaram expressões confusas. A nuvens aos pés de Tori se desmancharam e ela caiu dos céus. Sentia que estava saltando de paraquedas, até acordar de um salto assustada.
O despertador apitava sem parar. Aquele foi o momento mais próximo que Tori chegou de destruir o aparelho. Acordara de seu melhor sonho para sua pior realidade.
Antes de mais nada, ela procurou o desenho e o encontrou embaixo da cama.
Aquele sonho deu um novo ânimo à Tori. Trouxe paz e sossego. Rapidamente ela foi se arrumar para a escola.
Hoje ele estará mais calmo... Vai ter pensado no assunto e vai voltar atrás...
Tori chegou no colégio ansiosa e ficou esperando o professor na porta, sentindo que precisava falar com ele.
Zayn nunca este pior.
Seus cabelos estavam despenteados, embaixo dos olhos haviam escuras olheiras e até sua roupa estava amarrotada. Estava com um sapato comum (não era o lustroso sapato preto de couro), um camisete verde xadrez sobre uma camisa branca e uma jeans desbotada. Isso não mudou a decisão de Tori, ela queria conversar com ele.
- Por favor entre senhorita Vega... - disse ele indiferente quando passou por ela para dentro da classe, sem dar chance dela se quer comprimenta-lo.
Tori fez força para não se aborrecer.
- Ele não está bem... Hoje ele não está bem... - pensou ela indo se sentar.
- Bom dia alunos... - saudou Zayn com a voz desanimada.
- Bom dia... - responderam com o mesmo desânimo.
- Hoje a aula vai ser bem fácil... - começou remexendo a bolsa - Eu preciso preencher algumas formulários, então enquanto isso quero que vocês escrevam uma redação descrevendo qual a sua ambição de vida. Profissionalmente. - continuou retirando alguns papéis de dentro da bolsa - Me entreguem até o final da aula! - concluiu.
- Professor? - chamou Stacy - Não deveríamos nos preparar para o festival?
- Sikowitz cuidará disso! - respondeu ele sem olhar para a aluna.
Depois disso ninguém mais fez perguntas ou conversou com Zayn. Estavam tão acostumados com o professor simpático e atrapalhado que aquele mau humor dele estava insuportável. Principalmente para Tori. Zayn ignorou a garota durante toda a aula. Não deu um olhar se quer para ela.
Tori demorou em sua redação, queria caprichar em cada palavra para impressionar seu professor. Quando enfim terminou, fez questão de levar pessoalmente.
- Acabei... - exclamou sorridente.
- Pode deixar junto com os outros! - respondeu sem levantar a cabeça. Assinava vários papéis.
Tori não insistiu na conversa, decidiu que iria esperar até que ele procurasse por ela.
Aquela foi a pior aula de música que ela já teve. Sentando-se, invisível diante do comportamento de Zayn.
A aula acabou e ela perdeu todas as esperanças. Não haveria outra aula com ele até segunda feira. Passaria um final de semana inteiro brigada com Zayn.
Naquele dia eles conversaram tão pouco (na verdade quase nada) que isso justificou Tori não ter sonhado com ele. Sonhou que estava viajando pelo Brasil.
No sábado, ficou lendo e relendo o cartão com o número de Zayn, morrendo de vontade de ligar, mas sem coragem para isso. Ao cair da noite, sonhou que estava em uma festa a fantasia. No domingo contava as horas ansiosa para virar o dia. Sonhou que estava na praia com sua família.
Na segunda foi com certa alegria para a escola, contando os minutos ansiosa pela hora do intervalo. Aliás, antes de tocar o sino, Tori viu Zayn sair da cozinha da cantina e ir para a porta que dava acesso a secretaria. Hoje estava muito mais arrumado. Aquilo animou o coração de Tori, minutos depois ela recolhia seus cacos mais uma vez.
Não foi Zayn que entrou pela porta para dar a aula de música. Foi Sikowitz.
- Bom dia galera... - disse animado.
- Bom dia... - responderam empolgados.
Tori perdeu o foco da aula, sua cabeça estava em Zayn.
- Tori? - chamou o professor.
- Sim... - disse ela distraída.
- Eu perguntei se você fez alguma coisa para o professor Malik? - repetiu Sikowitz. Todos encaravam a garota. Cat estava tão pasma quanto ela.
- Não... - gritou ela assutada.
- Calma é só uma brincadeira... - riu-se o professor.
- Brincadeira? - repetiu ainda atormentada.
- É. Na quinta feira o professor Malik me procurou desesperado dizendo que não poderia mais dar aulas na Hollywood Art's, mas não explicou o porque. Pensei que você tivesse quebrado a perna dele também... - todos tiram.
- Não... Não... - Tori estava branca - Aliás me desculpa, foi um acidente!
- Tudo bem.
- Então ele foi embora? - perguntou Cat olhando discretamente para a amiga.
- Sim - disse Sikowitz. O coração de Tori chorou. Principalmente porque ela sabia que o motivo que ele foi embora foi para se afastar dela. Estava tão desesperado em sumir da vida dela, que foi pedir pessoalmente ao professor - Eu disse que só poderia retornar segunda, ele não queria vir nem na sexta... Mas não tinha jeito... - explicou Sikowitz.
- Por isso que ele estava tão mau humorado... - comentou Harry.
Mais uma vez Tori se perdeu da conversa, absorta em seus pensamentos, e assim permaneceu até o fim da aula. Não chorou (por algum milagre divino), mas continuava despedaçada.
Vinte minutos antes de bater o sino, liberando os alunos da aula da professora Chelly, o diretor veio pessoalmente chamar Tori na sala.
Hoje não era um bom dia para isso. Em outro, até estaria preocupada com a convocação inesperada, mas hoje não.
- Tori Vega - começou o diretor já em sua sala - Tenho ótimas notícias para você! - disse animado.
- Notícias? - repetiu ainda muito distraída em seus pensamentos.
- Sim, ótimas! - repetiu ele - Devo lhe dar os parabéns, você foi a escolhida para abrir o show do quinto dia do festival em Paris.
Tori não sorriu, apenas arregalou os olhos incrédula.
- Eu?
- Sim.
O diretor esplicou tudo para Tori. As condições, os benefícios e o esquema. 15 minutos depois, ciente de tudo, Tori foi liberada.
Estava muito feliz por dentro, mas só estaria em paz quando se acertasse com Zayn e a oportunidade veio a galope. Na saída da diretoria, ela encontrou o professor saindo pela secretaria.
- Zayn... - chamou alegre. Era uma ótima oportunidade para conversar com ele, enfim tinha um bom assunto.
- Bom dia... - saudou ele se virando para sair.
- Eu fui a escolhida para cantar em Paris! - exclamou tentando puxar o professor para uma conversa. No mínimo ficaria orgulhoso.
- Parabéns, você merece! - disse ele sem ânimo, pronto para se virar mais uma vez.
- Você vai até lá me assistir? - perguntou ansiosa sem dar atenção ao pouco caso de Zayn.
- Eu não faço mais parte da equipe de professores desta escola! - disse ele educadamente.
- O diretor disse que eu posso levar cinco pessoas de fora, se quiser vo... - dizia ela.
- Não dá - interrompeu ele - Eu vu estar muito ocupado! - afirmou o menos grosseiro que pode.
- Zayn não faz isso comigo... - suspirou Tori indo até ele a beira das lágrimas, ele recuou antes que ela o tocasse.
- Finja que nunca aconteceu nada! - lembrou ele sério.
- E oque eu vou fazer com esse amor que eu sinto dentro de mim? - perguntou ela chorando.
- Sua meta não é ser uma cantora de sucesso? - começou ele, Tori se lembrou do texto que fizera na última aula com Zayn - Escreve uma música! - exclamou se virando de uma vez.
- Pois é uma pena que você não vá... - retorquiu entre soluços - Pois será essa música que eu vou cantar! - completou.
Ela teve certeza aue Zayn ia correr até ela e abraçar o mais forte que podia, mas ele continuou parado em seu lugar, de costas para ela. Ficou imóvel por um instante, provavelmente pensando, e então, saiu pela porta, deixando Tori sozinha.
Aquela foi a última coisa que ele disse pra mim... Escreva uma música...
Tori passou o dia sentada em sua mesinha de escritório, o lápis na mão diante de um papel, mas sem nenhuma palavra. Apenas gotas de lágrimas enxarcando a folha. Ela não sabia oque dizer.
A noite, ficou relembrando a discussão com o professor:
- Escreva uma música! - isso ecoou em sua cabeça até ela adormecer exausta.
Tori estava em um corredor longo e deserto. As paredes não eram visiveis, mas ela sabia que estavam ali. Não conseguia ver oque estava no final, a neblina atrapalhava.
- Onde estou? - se perguntou Tori confusa.
Nunca havia estado ali. Em um corredor infinito e com uma fumaça densa. Ela andou lentamente pelo corredor, apreensiva do que encontraria a seguir.
Como se fosse um buraco para outra dimensão, apareceram círculos nas paredes do corredor. Cada um contendo uma cena diferente, mas todas se tratando das mesmas pessoas: Tori Vega e Zayn Malik; mas aí é que estava o problema... Tori não se lembrava de nada daquilo.
As fotos daquele belo rapaz despertava algo muito forte dentro de si, mas ela não o conhecia. Na verdade não conhecia a si mesma. Não se lembrava de nenhum daqueles momentos. Na melhor das hipóteses, aquela era uma sósia muito idêntica à ela. Na pior... ela perdeu a memória e não se lembrava de nada. Nem dor, nem amor. Absolutamente nada.
Tori continuou andando. Em um círculo viu ela chorando encostada em uma parede e Zayn chegar perto dela. No círculo oposto, ela estava correndo atormentada e trombou no mesmo rapaz. Na do lado, estavam em um quarto muito decorado; Tori estava deitada na cama e ele na porta com uma rosa e bombons. Na seguinte, os dois estavam no carro, rindo alegres. Na outra estavam em um hospital, Tori estava com um seblante muito doente. Ela a viu com aquele homem em um jardim, na sala de aula, abaixados ao lado de um carro preto, tocando violão cantando uma canção, um desenho dela mesma, ele sendo preso e por fim ele segurando seu braço com firmeza.
Mais para frente seguiam-se mais incalculáveis imagens, mas Tori não conseguiu ver. Houve um forte estampido, o som rouco de um relâmpago ao longe. Finas gotas de chuva começaram a pingar e escorrer pelas paredes, levando as imagens como se fossem tinta fresca. Tori olhou para o alto mas não viu teto, somente a neblina que ocultava supostas nuvems tempestuosas.
Ela começou a correr desesperada pelo corredor, procurando algum lugar seco e seguro. A sua volta, as paredes estavam borradas com a água da chuva, que levaram as cenas que Tori observava com tanta atenção mas sem nenhuma lembrança.
Nada daquilo era real para ela, tudo era tão estranho, confuso. Eram como historias que ela não conhecia. Os relâmpagos estavam ficando mais fortes.
Ainda havia restos de imagens borradas nas paredes, que iam se desmanchando com a água da chuva. Tori não reconhecia nenhum daqueles momentos, mas em todos imagens existia um inquestionável amor.amor de verdade. Sentia seu estômago revirar. Não de enjôo. Era como se borboletas se agitassem ali dentro.
A garoa começou a ficar mais fina e fraca, até cessar. Tori ainda corria, enxarcada, com frio, confusa, até avistar uma silhueta ocultada por uma luz ofuscante no final do corredor.
O vulto negro veio andando em sua direção. Se aproximando lentamente com passos firmes, enquanto ela ficou imóvel. Coisa de dez passos depois, ele já havia saído do campo de alcance da luz brilhante e Tori reconheceu. Era o rapaz qu e estava com ela em todas as imagens. Não fazia ideia de seu nome.
Ele não parou, continuou vindo até Tori. Ela sentiu uma chama tão conhecida acender em seu peito, onde deveri ser o coração. Sem explicação, ela começou ir ao seu encontro. À cada passo,a chama ardia com mais intensidade, até ficar uma dor insuportável, sentia o peito em brasa, não podia dar mais um único passo ou ela se incendiaria inteira. Zayn também parou com uma das mãos no peito, como se sentisse a mesma queimação. Ele hesitou e deu mais um passo, no mesmo instante caiu no chão com um dos joelhos dobrados, desesperada Tori tentou correr até ele para ajudar, mas deu um passo é seu coração queimou, não poderiam chegar mais perto.
- Eu te amo... - gritou ele com a voz fraca.
Isso foi o suficiente. Foi a chave para abrir o céu de sonhos da garota.
- Zayn... - gritou Tori.
A voz do seu amado a fez recordar de tudo, e seus sonhos e lembranças se materializavam mais uma vez no ar, mas agora ela reconhecia cada um deles, se lembrava de tudo.
A luz no final do corredor explodiu, mergulhando tudo em um clarão branco. Tori cobriu os olhos ardentes e quando abriu os olhos, ele não estava mais lá. A luz engoliu Zayn e partira com ele. Até mesmo as lembranças, a névoa, os relâmpagos, a chama em seu peito, tudo...
Tori estava em um mundo vasto e vazio. Correu desesperada, mas fazia a menor ideia de onde estava indo, afinal não encontrava um ponto de destino.
- Zayn... Zayn... - gritava loucamente.
- Tori...
- Zayn...
- Tori acorda...
- Za, Zayn...
- ACORDA TORI... - sua mãe a balançava na cama, com a luz do quarto acesa.
Tori acordou sonolenta, suada, ofegante.
- Oque houve? - perguntou esfregando os olhos.
- Você estava gritando... - disse a mãe preocupada.
- Foi um pesadelo! - apressou-se a dizer Tori.
Não iria perguntar oque estava gritando pois sabia a resposta. O sonho ainda estava freco em sua cabeça.
Ainda eram 1:57 da manhã, desde então, Tori ficou acordada. Sem sono. Ao menos desta vez não estava queimando de febre e já sabia oque iria fazer. Colocaria todos esses sentimentos um um papel e escreveria uma música, correu para sua cadeira e começou a escrever inspirada, seu sonho se refazia em sua mente.
Tori não esperou nem pelo amanhecer, pegou o cartão de Zayn, o telefone e discou, às 4:52.
- Alô... - disse uma voz sonolenta depois de alguns segundos chamando.
- Zayn... - disse Tori agitada - Zayn eu consegui, eu escrevi, escrevi uma música, eu fiz ela pensando em você... - continuou sem reparar - Eu vou cantar no festival e preciso de você lá...
- Tori, ainda são quatro da manhã...
- Eu sei mas...
- Você não entendeu? Isso precisa ser feito. Nós devemos nos afastar! Não pense que está sendo fácil para mim, mas eu sei das minhas responsabilidades... - disse Zayn, sua voz ainda era fraquinha de sono, mas estava rígida.
- Por favor...
- Peço que não volte a me ligar...
- Zayn por favor não desligue...
O telefone se calou. Ele havia desligado. Tori obedeceu e não tornou a ligar. Ficou sofrendo em silêncio. Sozinha. Repassando a canção. Desde então não teve mais noticias de Zayn, e evitou falar dele com Cat o maximo que pode.
Quando finalmente teve um momento de insanidade, a dor da saudade apertava seu coração, ela tentou ligar para o professor, mas o número não existia mais. Ela sofria, mas não podia perder uma oportunidade dessas. Pois como ele mesmo disse:
Sua meta era ser uma cantora de sucesso.
SEMANAS DEPOIS
Paris estava linda nessa época do ano. O tom rosa se espalhava por toda a capital da França. Belas árvores que Tori não soube dizer do que, estavam floridas. Desabrochando flores cor-de-rosa na estação da primavera.
Elas me fazem lembrar aquele jardim do meu sonho...
Tori chegou com seus amigos e parentes dois dias antes do evento. Todos se acomodaram em um dos melhores hotéis de toda a região, tudo fornecido pelos patrocinadores do festival.
Em uma reunião de última hora para acertar os últimos detalhes, Tori foi pega de surpresa pela produção.
- Quê? - gritou surpresa.
- O cantor que estava marcado para abrir o show de estreia disse que só poderá tocar no quinto dia e que deseja trocar de lugar com você! - repetiu uma das funcionárias.
- Você está brincando... - exclamou ainda sem acreditar.
- Infelizmente não! - afirmou séria.
- M-mas quem abre o show de estréia é sempre celebridades e cantores mundialmente famosos...
- E essa é uma ótima oportunidade para você. Tori, você foi recomendada por pessoas de bastante critério.
- E eu que já achava muito abrir o show do quinto dia... - suspirou.
- Então ficamos assim... - começou a produtora - só vamos fazer uma nova publicidade para informar a mudança e regular seu cachê...
- Cachê? - repetiu Tori surpresa.
- Sim!
- Pensei que ficava com dez por cento e o reconhecimento, o restante era doado para a escola...
- E é... - confirmou - Mas agora que abrirá o show de estréia, seu cache vai ser cinco vezes maior!
A boca de Tori caiu.
Desde então ela não perdeu tempo, ensaiava sem parar, estavam em cima do dia. Por várias vezes,sua mãe e Cat perguntaram se ela tinha certeza que queria cantar aquela música, já que sempre chorava no meio da canção; Mas ela estava determinada, tinha certeza que tinha que ser aquela.
Depois desse show ficaria mundialmente reconhecida. Ela abriria o show de estréia. Por uma coincidência do destino.
O DIA DO SHOW
Tori estava nervosa. Teve que retocar a maquiagem várias vezes sempre que chorava de nervosismo ou suava frio. Sempre passava por sua cabeça em desistir, mas não dava mais tempo. Estava ansiosa, apreensiva em se apresentar para no mínimo meio milhão de pessoas.
Ela trajava um longo vestido rosa, da mesma cor das flores das árvores em Paris. Seus cabelos estavam cacheados em um belo penteado. Sobre um brilhante salto alto prata.
- E com vocês, vinda diretamente de Hollywood somente para abrir o show de estréia do festival da primavera em Paris... Tori Vega... - anunciou a voz do apresentador altamente amplificada no microfone.
Tori quase ficou surda. O som de milhares de pessoas aplaudindo irromperam por trás das cortinas e ecoou por todo o lugar. Não porque eram fãs de Tori. Na verdade nem a conheciam, nunca ouviram falar neste nome, mas estavam asiosos pelo show.
Vamos lá... Está na hora...
Tori respirou fundo. Inspirou, respirou... Inspirou, respirou...
O som de fundo começou. A base da canção. Lembrava sons de pingos d'agua ecoando pelo vazio.
Tori se concentrou em imaginar Zayn antes de passar pelas cortinas vermelhas e entrar no palco recebendo os aplausos de seus pais, seus amigos, sua escola e de toda Paris. Só conseguiria cantar aquela música pensanso nele. Era inevitável não pensar. Aquela música foi composta para ele.
"Estou aqui
Sem nada mais
Não sei porque
Me sinto assim
Parece que
Essa vida não é real..."
Toda sua historia com Zayn passava pela sua cabeca, revivendo todos seus momentos reais e seus sonhos.
"Relâmpagos, memórias
Um fogo que, nos separou
Querem que eu
Possa encontra minha verdade..."
Essa música era a descrição do sonho que tivera naquele dia. O sonho que passava pela cabeça de Tori.
"Mas há tanto amor ao meu redor
E borboletas se agitam em meu ineterior
Sonhos similares
Sonhos pelos ares
É a chave que abre o céu..."
Tori parou antes do refrão, respirou fundo mais uma vez, e fechou os olhos, acreditando que estava cantado somente para Zayn.
"Quero recordar que a vida é um sonho
Que se torna realidade
Se não deixar de tentar,
Pois ainda há muito oque enfrentar..."
Apertou a mão livre contra o peito.
"Quero recordar que a vida é um sonho
E meu coração sempre guardará um lugar
Caso você queira voltar
Ao despertar...
Quando acordar..."
Ela estava chorando, junto com milhares de pessoas comovidas pela canção.
"Imagei, felicidade
Caminhos que, iriamos seguir
Mas ao andar
Nos separamos mais e mais
Uma canção, memórias
Histórias que, não conheci
Que sonham em mim
Encontrando minha verdade..."
Não conseguia abrir os olhos. Era como se realmente estivesse cantando para Zayn. Para ele e mais ninguém.
"Mas há tanto amor ao meu redor
E borboletas se movem em meu interior
Sonhos similares
Sonhos pelos ares
É a chave do céu"
Segurou o microfone com mais firmeza.
"Quero recordar que a vida é um sonho
Que se torna realidade
Se não deixar de tentar
Pois ainda há muito oque andar...
Quero recordar que a vida é um sonho
E meu coração sempre guardará um lugar
Caso você queira voltar,
Ao despertar..."
Tori cantava com tanta emoção e sentimento, que comovia à todos.
" Sempre haverá um amanhecer
Para que onde estiver
Possa voar até onde estou
Esperando encontrar
O que lhe falta, a minha liberdade
Oh, oh, oh, oh
Quero recordar que a vida é um sonho
E meu coração sempre guardará um lugar
Caso você queira voltar
Ao despertar... " - sua voz foi morrendo, restando apenas o som de pingos d'agua.
Ela abriu os olhos molhados e percorreu pela multidão. Por um instante pensou ter avistado Zayn, olhando fixamente para ela, com os olhos igualmente molhados. Mas logo se perdeu na multidão que aplaudiam freneticamente. Tori tentou localizá-lo, mas por fim, não era ele, foi coisa da sua cabeça. Era como aquele sonho que ela cantava em Paris e Zayn sumira na multidão.
Ainda sob o estrondo de aplausos, ela deixou o palco agradecendo e mandando beijos para os fãs.
Todos seus amigos e familiares a abraçaram e ela correu para o camarim, enquanto o restante aproveitava o show.
Tori se trancou no confortável e silencioso camarim. Haviam flores espalhadas por todo o chão.
Rosas: vermelhas, brancas, amarelas.
Violetas, orquídeas, jasmins, copos de leite e até mesmo girassóis.
Antes que pudesse ler os cartões, alguém bateu na porta e ela abriu. Era a produtora do evento que foi saudar a garota.
- Você foi um arraso! - disse ela abraçando Tori.
- Obrigada... - disse alegre.
- Com certeza estará aqui no ano que vem!
- Sério? - ela assentiu com a cabeça - Seria demais! - disse animada.
- Você foi a primeira a abrir um show de estréia logo de cara - disse a mulher - em geral os escolhidos sempre abrem à pertir do terceiro dia.
- Bom se não fosse pelo incidente com o outro cantor... - exclamou.
- É... Mas ele estava muito seguro quando te indicou, sabia oque estava fazendo. Zayn confiou no seu talento!
- Zayn? - exclamou surpresa - Zayn Malik?
- Sim - respondeu com naturalidade.
- Ele ia abrir o show de estréia? - perguntou incrédula.
- Sim, já é o terceiro ano seguido que ele participa do festival! - explicou a produtora.
- Três anos... - suspirou Tori.
- Sim, mas ele começou como você. Foi escolhido para abrir o show do quinto dia. No ano passado foi escolhido para abrir o terceiro dia e este ano era o escolhido para o show de estréia. Contudo ele cedeu seu lugar para você...
Isso é muita coincidência... Coincidência demais...
- Vou te confessar... - continuou a produtora - No começo nós estávamos apreensivos com essa decisão, mas Zayn garantiu que você faria tanto sucesso quanto ele - disse ela rindo.
Tori não conseguiu responder. Não estava acreditando em tudo isso. A porta se abriu e o professor Sikowitz entrou.
- Sikowitz... - exclamou a mulher - Quanto tempo...
- Olá Juju - comprimentou ele abraçando a produtora.
- Oque achou? - perguntou Tori.
- Você foi um fenômeno! - disse o professor Sikowitz.
- Alias, muito obrigado professor Sikowitz, se não fosse por você eu não estaria aqui! - disse Tori agradecida.
- E você acha mesmo que eu te indicaria depois de você quase ter quebrado minha perna? - exclamou ele.
- Ãn? - riu-se ela pensando ser uma piada.
- Não fui eu Tori! - alegou.
- Mas você é o professor de música...
- Mas eu estava de licença e consecutivamente afastado do cargo!
- Mas então...
- Foi o professor Malik que te indicou para o festival! - esclareceu Sikowitz.
- Zayn? - disse incrédula.
- Sim! - afirmou ele.
- Eu não acredito...
- Foi sim. Ele que indicou a escola Hollywood Art's para participar do concurso. Quando entramos em contato pedindo sua presença, ele recomendou a escola onde estava lecionando - explicou Juju.
- Mas porque eu? - perguntou Tori.
- Eu não sei... Ele disse que se encantou com sua voz... Que você seria a melhor escolha! - disse ela.
- Ele convenceu a mim e ao diretor com aquela sua redação... - continuou Sikowitz.
Mas porque... Ele não estava querendo se afastar?
Sem perceber, Tori começou a chorar mais uma vez.
- Nós vamos te deixar sozinha um pouco... - disse Juju percebendo o estado da garota - Vamos Sikowitz!
Os dois se retiraram e Tori ficou só em seu camarim temporário. Ficou refletindo, tentando entender as escolhas e atitudes de Zayn, mas por mais que pensasse, não entendia. Não havia explicação.
A porta se abriu mais uma vez. A camareira entrou trazendo um belo arranjo de flores nos braços.
- Pra você! - disse ela entregando as flores para Tori e se retirando da sala.
As flores eram cor de rosa. As mesmas flores do sonho em que ela estava num jardim. Ela pegou o pequeno bilhete vermelho e leu.
"Você está linda. A musica é linda. Me encontre em frente à torre assim que ler...
Zayn Malik"
Tori não acreditou, mas também não perdeu tempo. Rapidamente colocou um vestido branco mais comum e saiu desembestada. Pegou um táxi e 37 longos minutos depois estava de frente para uma das maravilhas do mundo. A atração principal de Paris. A torre Eiffel.
Haviam várias pessoas ali. Mas somente uma era a pessoa que Tori procurava. Vestindo uma camisa social branca e uma jeans da mesma cor, Zayn estava sentado em um dos bancos embaixo da árvores Florida.
- Você veio... - suspirou ele sorrindo enquanto se levantava.
- E você está aqui... - exclamou ela lívida.
Ele andou em sua direção e ela foi ao seu encontro, quatro passos largos e apressados depois, os dois estavam abraçados. Acabando com toda a dor da saudade.
- Você foi incrível! - disse Zayn olhando ela nos olhos.
Aquilo foi bom de se ouvir, mas o abraço estava tão bom.
- Tudo graças a você... - exclamou ela sustentando seu olhar.
- Oque?
- Eu já sei... Você me escolheu... Você trocou de lugar comigo só para eu ter uma oportunidade melhor... Você deveria abrir esse show!
- Ei, ei... - interrompeu ele fazendo-a parar - Claro que não, você abriu este show porque tinha que ser assim!
- Não minta para mim Zayn... Não mai... - pediu ela.
- Eles não deviam ter te contado... - suspirou.
- Porque? - perguntou ela sem entender.
- Porque eu queria que você tivesse uma oportunidade melhor... - explicou ele.
- Pensei que não quisesse mais saber de mim.
- Tentei... - suspirou ele - mas não consegui.
- Você me fez sofrer tanto... - exclamou Tori.
- E você não sabe o quanto foi difícil e dolorido para mim te tratar daquel maneira... - disse ele segurando suas mãos - mas você tem que entender que foi preciso.
- E se eu não viesse? - perguntou ela - Quando mandou aquele bilhete eu pensei em não vir - mentiu Tori - e deveria!
- Eu ficaria esperando... Não importa quanto tempo!
Tori riu.
- Aquela foi a música mais linda que eu já ouvi - disse Zayn sorridente depois de um tempo de silêncio.
- Você assistiu o show? - perguntou Tori.
- Estava na quinta fila!
Então era ele... Foi ele que eu vi...
- Estoy aquí,
Sin nada más;
No sé porque,
Lo siento así... - cantarolou Zayn se afastando e estedendo a mão para Tori.
Ela não entendeu e ficou intrigada em como ele decorara a canção.
- Dança comigo... - pediu Zayn sorrindo.
Tori segurou sua mão.
- Parece que,
Esta vida no es real... - cantarolou puxando ela para mais perto.
Com uma mão segura na de Zayn pairada no ar, Tori passou a mão pelas suas costas e ele segurou sua cintura.
- Relámpagos, memorias... - começou Tori dando o primeiro passo da dança - Un fuego que,
me separo
Quieren que yo
Pueda encontrar mi verdad... - cantarolou.
Zayn sorriu, encarando-a nos olhos.
- Pero hay tanto amor alrededor
Y mariposas en mi pelo
Sueños en el aire
Sueños en el aire
Y la llave que abre el cielo... - cantou Zayn girando Tori no ar.
Os dois dançavam como no sonho de semanas atrás de Tori. Deslizando embaixo do brilho das estrelas sobre a iluminada Paris. Todos ao redor olhavam curiosos para os dois, que não se importavam.
- Quiero recordar que la vida es un sueño
Y se hace realidad
Si no dejo de intentar
Aún queda mucho por andar..." - foi a vez de Tori, cada um cantando uma estrofe.
Eles diminuíram o ritmo da dança conforme Zayn diminuiu o tom da voz, indicando o fim da canção.
- Quiero recordar que la vida es un sueño
Y en mi corazón siempre guardare un lugar
Por si te llego a encontrar
Al despertar
Al despertar... - ele parou com a canção e a dança, seu rosto ainda muito próximo do de Tori, observando seus olhos.
Houve um momento de constrangedor e pensativo silêncio.
- Olha Tori... Eu queria dizer que... - dizia ele enrolado com as palavras - é difícil... - estava nervoso.
Sempre tão atrapalhado...
- Já entendi... - disse Tori rindo - você não é muito bom com palavras...
- Não... - suspirou Zayn balançando a cabeça negativamente.
- Isso não é muito comum de um professor... - disse Tori.
- Mas eu sou professor de música! - lembrou Zayn
- Verdade... - suspirou Tori.
- Eu prefiro me expressar cantando... - exclamou Zayn com sua fofa timidez - coloco minhas palavras em um papel...
- Então talvez seja melhor com ações... - sugeriu Tori cruzando os braços pelo pescoço dele, pronta para beija-lo.
- Isso é um jogo muito perigoso... - ofegou Zayn, se esforçando para não ceder aos instintos do corpo.
- E eu estou disposta a arriscar tudo por isso! - afirmou Tori trêmula, precisava daquilo - Por favor... - suplicou.
- Eu não posso... Desculpe... - lamentou-se Zayn soltando Tori e recuando para trás, ficando de costas para a garota.
Tori tentou segurar firme, mas era doloroso demais, suas lágrimas escaparam de seus olhos e rolaram pelo rosto. As mãos de Zayn tremiam, ele fazia força para ficar ali, parado, imóvel. Lutando para não correr até Tori e agarra-la da maneira que desejava, mas era muito difícil.
Tori tentou conter as lágrimas e se virou, ficando de costas para Zayn. Enxugou os olhos e cobriu o rosto, mas escapou um alto barulho de soluço abafado. Zayn não resistiu, não suportava presenciar o sofrimento de Tori. Disparou quase que correndo até a garota e abraçou-a por trás, encostando suas costas em seu peito. Os dois ficaram em silêncio por um instante, somente aproveitando o momento.
- Está vendo como é complicado... Você está sofrendo da mesma maneira que sofreu com o Allex... - disse Zayn abraçando Tori ainda mais forte.
- É... Mas eu sofri com o Allex porque eu o perdi... Já com você eu sofro porque eu não te tenho! - disse a garota entre soluços chorosos.
- Se eu te beijar... - começou Zayn com a voz fraca - seria errado, seria acusado de pedofilia! - disse ele sentindo o peso de casa palavra.
Tori se soltou de seus braços e se virou para encará-lo nos olhos. Era difícil se concentrar naqueles olhos vermelhos, escorrendo lágrimas.
- E se eu te beijar? - perguntou Tori.
- Então eu não faria nada... - suspirou Zayn - Eu não conseguiria resistir à isso! - exclamou.
Tori não falou mais nada, mais uma vez passou os braços pelo pescoço do professor e se ergueu nas pontas dos pés, fazendo seus labios se encontrarem com os dela.
Aquilo foi a faísca que acendeu a explosão.
Zayn agarrou a cintura de Tori e beijou a garota com vontade. Era tão bom quanto Tori se lembrava no sonho.
Aproveitavam o beijo tão desejado, entregados um ao outro com toda vontade. O beijo do professor acendeu a chama dentro de Tori mais uma vez, mas não era uma chama que queimava seu peito, só era calorenta e prazerosa.
Ele passou seus dedos pelos longos cabelos de Tori, desmanchando seu belo penteado e ela fez o mesmo, despenteando os cabelos arrepiados de Zayn, enquanto o beijava loucamente.
Agora já não havia volta nem escolha. Eles se amavam e ficariam juntos.
Iriam namorar escondido. Não importava que ela fosse uma aluna de menor e ele um professor mais velho. Os dois se amavam e nenhum deles iria abrir mão desse amor. Eles ficariam juntos. Isso era fato.
Os dois ficaram conversando por horas ali no banco que Zayn estava...
Mais pareceram minutos!
... O celular de Tori tocava sem parar, seus pais e todos os outros deviam estar se perguntando onde ela estava.
Mais tarde, os dois pegaram um táxi e voltaram para o show que ainda estava acontecendo.
Tori disse para todos que estava passeando pela cidade com um grupo de amigos, mas é claro que para Cat ela contou tudo. A amiga abraçou Tori animada, sentindo a felicidade da amiga. Mais tarde, ela ajudou a distrair todos para que Zayn e ela pudessem se encontrar a sós.
- Aê professor hein... - exclamou ela sarcástica antes de sair do camarim.
Zayn riu achando engraçado.
- Você... - começou.
- Sim - interrompeu Tori - Ela é minha melhor amiga! - exclamou como quem não teve escolha.
- Tudo bem... Eu sei que ela não vai falar nada! - disse ele indo beijar Tori.
Ela finalmente havia realizado todos seus sonhos. Ela tinha ele.
- Venha... - disse Zayn puxando sua mão.
- Onde? - perguntou.
- Para meu camarim, vamos ensaiar a música...
- Que música? - perguntou batendo a porta.
- A nossa, a que vamos cantar no meu show! - exclamou ele puxando Tori pelo corredor vazio.
- Eu não posso cantar com você, eles não vão deixar... - contrariou Tori.
- Acho que você já percebeu minha influência aqui, não? - retorquiu Zayn sorridente.
- Mas se nós dois cantar essa música juntos, você não acha que...
- Eu prometo que eu vou fazer muita, muita, muita força para não te beijar lá na frente de todos! - jurou Zayn.
- Eu também... - exclamou Tori sorrindo.
Os dois ficaram no camarim de Zayn, ensaiando a música que ele cantou para Tori durante a aula de música. Ela enfim conheceu seu final.
Eles ficaram ali em Paris por mais alguns dias, esperando pelo fim do festival. Todas as manhãs se encontravam discretamente no hotel que estavam hospedados. Embora uma vez foram pegos pela faxineira se beijando dentro de uma pequena salinha de produtos de limpeza. A noite eles se encontravam no festival, se misturando a aglomeração de pessoas para não serem reconhecidos.
Enfim chegou o dia da apresentação de Zayn.
- E mais uma vez, pelo terceiro ano seguido, com vocês... Zayn Malik...
- Boa noite Paris... - saudou Zayn no microfone, adentrando no palco - É um prazer estar aqui mais uma vez com vocês, agradeço à todos, a produção e quero dizer que já me sinto em casa...
Ele tinha muito jeito para aquilo. Já era acostumado a estar em cima de um palco. Pelo que Tori ficou sabendo, hoje ele só não se tornara um cantor mundialmente famoso, porque escolheu seguir a carreira de professor.
- Mas antes de começar, gostaria de chamar ao palco, quem eu carinhosamente tenho muito orgulho de dizer que foi minha aluna e todos vocês já conhecem... Tori Vega.
- Boa noite - Tori subiu no palco.
Para muitos aquilo foi uma surpresa. Somente Cat, a produção e os pais de Tori sabiam da participação especial da garota.
"Mi corazón busca sin parar
Una estrella en lo alto deste mar" - Zayn.
"Si pudieras alumbrarme un camino hacia ti
Es posible que te pueda encontrar..." - Tori.
"Cada mañana pienso en tu voz
Y el momento en que te veo llegar" - Zayn.
"Si esta vida se enamora
De nuestra pasión, algún día nos podrá juntar..." - Tori.
"Tan solo dime donde yo estaré
Entre mis brazos yo te cuidare
Como unir almas inseparables
Y soñar un beso sin final
Dime si ahí algo que yo pueda hacer
Para esconderte dentro de mi ser
Yo se que sucederá
Tu mitad y mi mitad, muy pronto ya se encontrara
No por casualidade..." - os dois em uníssono.
"Si siento frió en mi soledad
En mi pecho te busco lugar..." - Zayn.
"Si confió en que mis pasos conducen a ti
Tu calor un día me va abrazar..." - Tori.
"Y con tu nombre grabado en mi,
En la arena escribo sobre este amor..." - Zayn.
"Y si el mar se lleva cada palabra de hoy
Gritare mas fuerte que este sol..." - Tori.
"Tan solo dime donde yo estaré
Entre mis brazos yo te cuidare
Como mil almas inseparables
Y soñar un beso sin final
Dime si ahí algo que yo pueda hacer
Para esconderte dentro de mi ser
Yo se que sucederá
Tu mitad y mi mitad, muy pronto ya se encontraran
No por casualidad
Ahí estaré
Sieempre a tu lado
Ahí estaré..." - os dois.
Eles somente se deram as mãos. O amor estava em seus olhos, mas a vista de todos era somente afeto e admiração. E é assim que tinha que ser. Ninguém precisava saber de nada. Só eles. A explosão de aplausos foi ainda maior do que quando Tori se apresentou sozinha. Se não fossem aluna e professor, todos poderiam dizer que era um casal.
Mais tarde, Zayn apresentou um amigo seu à Cat.
- Este é Liam Payne... - disse ele indicando o rapaz.
Tori não precisou perguntar, percebeu no mesmo instante que Cat já estava afim dele.
- Prazer... - disse Liam comprimentando Cat com um beijo na bochecha.
- Ele também é professor... - continuou Zayn - Dá aulas em outra escola da Califórnia! - completou.
Eles deixaram Liam e Cat conversarem sozinhos para se conhecerem melhor.
Depois disso, Tori e Zayn só se preocuparam em aproveitar os três dias que lhes restavam em Paris. Beijos e abraços secretos, escondidos dos olhares conhecidos e curiosos.
Naquela mesma noite, Cat chegou animada e contou para Tori que pegou o professor de matemática.
No dia seguinte os quatro saíram em um encontro de casais.
Para Cat e Liam foi muito mais fácil. Ele não era professor dela, e ela não era aluna dele; e ambos tinham amigos que comprovaram que o amor entre professor e aluna era possível.
Tori já não se preocupava mais com os sonhos que tinha sempre que ficava com o professor. Ela já estava vivendo todos eles em sua mais perfeita realidade.
Demorou... Foi difícil... Mas valeu a pena!
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