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História Apaixonada Por Um Criminoso - Noivado


Escrita por: DriAeon e Zaaddy

Notas do Autor


Oi amores olha eu aqui com mais um capítulo, espero que gostem! Boa Leitura!!!

Capítulo 7 - Noivado


Fanfic / Fanfiction Apaixonada Por Um Criminoso - Noivado

POVS: Ada
Pensando em todos os acontecimentos, era só isso que me passava pela cabeça neste momento, enquanto meus olhos fixaram na porta por onde ele saiu, o que terá acontecido com a irmã dele? Por que toda vez que falava ou perguntavam sobre ela, o Kennedy se comportava assim com indiferença de maneira fria e grosseira. A única pessoa que eu tinha certeza que sabia de alguma coisa era Rose, mas ela não estava aqui, teria que esperar até amanhã para tentar arrancar alguma coisa sobre isso, o que será muito difícil, já que ela é tão leal a ele e certamente vai tentar fugir do assunto. Eu respirei fundo mais uma vez sentindo uma dor intensa percorrer todo o abdômen, eu levei a mão na barriga me abaixando involuntariamente.

-Merda! Eu preciso pegar aquele analgésico. Murmurei comigo mesmo encaminhando até a cama ainda com o corpo inclinado para baixo me apoiado nos móveis para não cair.

Talvez se eu dormisse um pouco ajudaria aliviar a dor. Fiquei me virando na cama tentando encontrar uma posição confortável e que me causasse menos incomodo, depois de muito me mexer sentindo uma dor que parecia rasgar meu interior conseguir me acomodar, fechando os olhos para tentar tirar um cochilo. O sono não demorou muito a chegar estava cansada tinha passado praticamente á noite em claro, sem contar com a situação desgastante que aconteceu entre mim e o Kennedy agora a pouco. Ouvi um barulho ao longe parecia uma porta se abrindo, seguido de passos que se aproximavam com cautela, não dei muita atenção a isso voltando a me entregar ao sono, estava tão bom, essa era a primeira vez que conseguia dormir de verdade desde de que cheguei aqui, talvez a exaustão destes dias tenham contribuído, mas isso realmente não me importava tudo o que eu queria era mergulhar de cabeça na inconsciência e esquecer de todos os problemas que me cercavam. Despertei-me por completo quando senti o colchão ao meu lado se afundar e uma mão tocar meu cabelo acariciando suavemente, nem precisei abri os olhos para saber quem era, seu perfume inebriante tomou conta de tudo ao meu redor. Esse seu jeito estava me deixando confusa e totalmente desnorteada, em alguns momentos ele agia como um criminoso frio e cruel e em outros mudava da água para o vinho se tornando o oposto do que eu pensava que conhecia, sendo um homem gentil, cuidadoso, carinhoso, abalando toda minha estrutura em relação a quem ele realmente era. Meus olhos se abriram no automático ao sentir seus lábios tocarem minha testa, eu estreitei os olhos o encarando vendo-o se afastar devagar percebendo que eu estava acordada. Como ele poderia se comportar assim com alguém que ele deveria odiar? Afinal de contas somos inimigos, não somos?

-Desculpa! Não queria te acordar. O Kennedy se levantou passando a mão na nuca constrangido.

Ele não parecia mais zangado seu rosto tinha uma expressão serena, e seus olhos azuis me olhavam com vergonha pelo ocorrido.

-O que você quer aqui? Foi a única coisa que consegui dizer naquele instante.

-Claire me ligou agora a pouco... Meus olhos se arregalarão, ela deve ter falado para ele sobre os exames médicos que eu devia fazer, eu não queria que ele soube disso, não confiava neles para ficarem me espetado e injetando coisa que vai se saber se são mesmo medicação? Já tinha saído daquele hospital e não pretendo mais voltar para aquele lugar. O Kennedy esperou por uma resposta que não veio continuando logo em seguida.

-Ela vai se casar! Levantei a sobrancelha perdida com sua afirmação. E dai que ela vai se casar? Isso não tem nada a ver comigo, não pude evitar o suspiro de alivio em ouvir aquilo, ela não tinha tido nada sobre mim.

-Bom para ela! Tentei ser o menos grosseira possível, mais não adiantou muito, pela maneira que o Kennedy me olhava ele percebeu que eu estava me lixando pra isso.

-Ela e o namorado, vão dar um jantar na casa do irmão dela, para oficializar o noivado e me pediu para te convidar. Ele só podia estar brincando comigo.

-Eu!? Minha pergunta saiu de imediato tamanho era minha surpresa. Nós não eramos amigas, mal nos conhecíamos e para finalizar eu não confiava nem um pouco nela. Por que diabos, essa Doutora me queria em seu jantar de noivado?

-Sim! Eu adoraria que fosse comigo. Ele sorriu torto olhando nos meus olhos, me fazendo esquecer só por um segundo como era respirar.

-Eu não vou! Minha resposta foi curta e grossa, eu o encarava enquanto via seu sorriso morrer lentamente em seus lábios.

-Por que não? Vai ser bom pra você sair e conhecer pessoas novas, e além do mais, eu queria que você conhecesse minha família. O Kennedy ficou louco de vez! Eu escutei direto ou ele disse mesmo queria me apresentar para á quadrilha? Que carinhosamente é chamado de "família" por ele.

-Eu só quero sair daqui pra ir para minha casa, não me interessa conhecer ninguém. Minha resposta o deixou com raiva ele andava de um lado para o outro passando a mão no cabelo.

-Lá vem você de novo com essa história? Achei que tinha deixado tudo bem claro em relação a isso quando nos falamos outro dia.

-Não tem nada claro aqui! A única coisa que eu sei, é que não pertenço a esse lugar e que cedo ou tarde eu sairei daqui. Sua raiva mudou para fúria em um piscar de olhos.

-Cala a boca! O Kennedy gritou com ódio socando o guarda-roupa.

-Por que você insiste em me manter aqui? Eu gritei de volta ficando de frente para ele.

-Você quer mesmo saber? Ele disse ofegante se aproximando mais me fazendo engolir em seco.

-Quero! Minha voz saiu falha entregando minha insegurança.

-Porque por mais que você me despreze, por mais que me enoje, eu simplesmente não consigo mais ficar sem você.

Um silêncio se formou no quarto, suas mãos estavam fechadas em punho, seu peito subia e descia rapidamente, enquanto eu sentia sua respiração desregulada atingir meu rosto por conta da proximidade.

-Eu deveria te fazer mau, eu deveria te odiar, mais eu não posso... Eu não consigo. Ele praticamente sussurrou relaxando os ombros suspirando pesado, enquanto se afastava saindo do quarto cabisbaixo.

Eu estava travada de ante de sua confirmação, minha boca abria e fechava, mais às palavras não saiam, era como se estivessem presas na garganta. Como assim ele me queria por perto? Isso não faz sentido. O quarto pareceu abafado, respirei fundo mais o ar não chegou aos meus pulmões, a dor até então esquecida por mim se fez presente fazendo questões de me lembrar que ela estava ali tão intensa quando antes. Eu precisava daquele remédio, sai do quarto cambaleando, me escorando nas paredes chegando até o quarto do Kennedy, abrindo a porta sem cerimônia, estava desesperada e não pensava em outra coisa a não ser acabar com essa sensação horrível de sufocamento. Avistei o medicamento no mesmo lugar que tinha deixado antes, andei rápido em direção a comoda segurando o pequeno frasco como se fosse minha salvação, abri rapidamente o vidro tirando de lá um comprimido pequeno de cor branca o jogando na boca engolindo em seco, apoiando no móvel fechando os olhos esperando a medicação fazer efeito. Se passaram alguns segundos ou talvez minutos até que o comprimido fizesse efeito, me permitindo respirar normalmente, enquanto a dor sumia por completo.

-O que está fazendo aqui? A voz de quem eu menos queria encontrar se pronunciou atrás com irritação.

Eu continuava de costas escondendo o frasco por debaixo da blusa, não queria que ele soube que eu estava passando mal, o Kennedy provavelmente ligaria para a amiga médica e ela iria insistir para que eu faça os tais exames, além de me deixar de repouso e ficar alguns dias de cama, não estava nos meus planos isso só prolongaria meus dias aqui, adiando minha nova tentativa de fuga.

-Eu mandei você ficar longe das minhas coisas! O que você está procurando desta vez? Ele tinha um tom de voz rígido.

-Você não manda em mim, e eu não estava mexendo em nada! Eu me virei encarando seu olhar de indiferença.

-Por que está aqui? Eu fiquei em silêncio o deixando mais desconfiado, ele ainda estava bastante irritado.

-Eu... Pensa Ada, pensa! Que desculpa eu daria por estar ali no seu quarto?

-Você!? O Kennedy cruzou os braços levantando uma sobrancelha.

-Eu quero... Não, eu queria... Merda! Isso não foi um bom começo para uma desculpa.

-O que!? Meu nervosismo estava o deixando confuso.

-Vim falar com você! Consegui falar por fim sem gaguejar.

-Sobre? Ele parecia bastante curioso, eu diria que estava até um pouco empolgado.

-É que, eu pensei bem... E quem sabe... Esse seu olhar de ansiedade não estava me ajudando em nada, só atrapalhava ainda mais meu raciocínio.

-Fala de uma vez! Me diz o que você quer Ada? Meu coração falhou uma batida, ao ouvir sua voz grossa pronunciar meu nome de um jeito calmo e carinhoso.

-Eu quero ir no jantar com você! Puta que pariu, eu não disse essa besteira.

-Por que mudou de ideia, assim do nada? Ele continuava desconfiado com seu olhar de questionamento sobre mim.

Ele não podia, dizer que estava tudo bem e parar de me fazer perguntas.

-Acho que você está certo! Vai ser bom pra mim, ter contato com outras pessoas. Definitivamente eu não estava no meu estado normal, talvez seja os efeitos colaterais da medicação. Primeiro eu aceitei ir em um jantar cheio de bandidos que querem me ver morta, e pra completar a merda, acabei de dar razão a ele.

-O que está planejando agora? Sua dúvida não me surpreendeu, afinal na primeira vez que sai com ele, eu tentei fugir era obvio que ele não confiaria em mim.

-Quer saber esquece! Comei a caminhar esperando que ele não me impedisse, assim eu usaria a desculpa de estar ofendida por sua desconfiança e não iria nesse noivado.

-Espera! Sua mão segurou meu braço de leve, quando passei por ele.

-Eu não deveria ter vindo aqui! Puxei meu braço em reprovação continuando com minha farsa, esperando conseguir escapar desde rolo.

-Isso não é nenhuma desculpa para você tentar fugir de novo? Por que se for, eu já vou logo avisando que você não vai conseguir nada com isso.

-Eu não estou pensando em fugir, é melhor deixar isso pra lá e esquecer o que eu disse. Essa foi a primeira vez que eu falei a verdade, eu não tentaria fugir neste jantar, claro que eu vou tentar ir embora outra vez, mais seria algo planejado e não assim de uma hora para a outra como foi dá primeira vez.

-Você sabe que eu quero que esteja comigo está noite... Ele soltou uma suspiro pesado e continuou.

-Eu vou acreditar em você, só lhe peço que não desperdice a chance que eu estou te dando, eu não admito ser traído, não perdoou isso de ninguém, nem mesmo de você. Seu rosto estava sério porém sua voz continuava calma.

Não tinha mais com fugir se eu continuasse insistindo ele poderia desconfiar ainda mais e acabar descobrindo tudo, era definitivo estava indo para a toca dos lobos e eu mesma tinha provocado isso, acabei de cavar minha própria cova.

-Qual sua cor favorita? Sua voz me trouxe de volta a realidade me despertando dos meus devaneios.

-O que!? Eu já tinha escutado sua pergunta só queria ter certeza que não tinha ouvido errado.

-Eu perguntei que cor te agrada mais? Azul, roxo, verde, preto. Sei lá, me diz você? Ele percebeu minha confusão em relação a sua pergunta e tentou se explicar melhor.

-Por que você quer saber isso? Ele voltou a se aproximar de mim com um sorriso no rosto.

-Eu te quero deslumbrante! Confia em mim pelo menos dessa vez. Suas palavras não me convenceram, mais ainda sim eu respondi afinal de contas o que de ruim poderia acontecer.

-Vermelho! Seu sorriso se alargou mais enquanto nossos olhares se encontravam.

-Perfeito! O Kennedy praticamente sussurrou sem quebrar o contato visual, parecia que ele queria me enxergar muito além do que seus olhos conseguiam ver.

Estava tão perdida no azul do seu olhar que só percebi que ele estava perto de mais, quando senti seus dedos entrelaçarem com os meus, enquanto sua mão livre deslizava suavemente até minha cintura me puxando contra seu corpo.

-Eu também gosto de vermelho! É uma cor quente. Muitas mulheres acham esta cor vulgar e realmente algumas se tornam ao usá-la de maneira chamativa, mais de forma errada. Isso não se encaixa há você, tenho certeza que você ficaria muito sexy usado uma cor tão viva e intensa. Seu hálito quente atingia minha pele arrepiando cada pelo do meu corpo, em cada palavra que era sussurrada por ele, próximo ao meu ouvido.

-Não tenho roupa de cor vermelha, não aqui! Usei minha mão que estava em seu ombro o afastando, me surpreendendo com o tom trêmulo da minha voz.

-Não se preocupe com isso! Antes de me soltar o Kennedy me pegou de surpresa com um beijo na bochecha, não me dando nem tempo de protestar.

-Vamos! Ele chamou por mim segurando a porta.

Nós paramos no corredor um de frente para o outro.

-Tenho que resolver umas coisas te vejo a noite! Ele se foi enquanto meu olhar o seguia até sua imagem sumir do meu campo de visão.

Depois de guardar o remédio, resolvi dar uma olhada na casa, já que não tinha nada pra fazer para passar o tempo. Como eu queria que Rose estivesse aqui para jogarmos conversa fora. Sai do quarto, começando a andar até o final do corredor onde tinha uma porta que sempre me chamou a atenção das poucas vezes que a vi.

-Trancada! Eu forçava a maçaneta inutilmente tentando abri-la.

Desisti de tentar destranca-la e me inclinei, espiando pela fechadura, curiosidade era um dos meus maiores defeitos. Não deu pra ver muito pelo pequeno buraco, mas pelas cores das paredes em rosa claro e pelos lençóis floridos dava para perceber que era um quarto de mulher, de uma jovem para ser mais exata.

-A moça da foto! Esse era o quarto da irmã misteriosa do Kennedy, contive a imensa vontade de arrombar a porta voltando para o meu quarto.

Conforme às horas iam passando meu nervosismo só aumentava, faltava pouco para o jantar e eu desejava com todas as minhas forças que a terra me engolisse ou um raio caísse sobre minha cabeça. O Kennedy desapareceu o resto do dia, não que eu estivesse sentindo falta dele ou coisa do tipo, mas às vezes a solidão é atormentadora, já eram quase oito horas e eu ainda não tinha nem ideia do que vestir, só por que às pessoas de lá me odeiam não quer dizer que tenho que ir vestida como uma esfarrapada. Esse pensamento me fez sorrir de leve, tantas coisas para me preocupar está noite, com uma casa cheia de criminosos perigosos que estão prontos para arrancar minha cabeça e ao invés disso, eu estou aqui quase me descabelando por não ter o que vestir isso seria cômico se não fosse trágico, a roupa era o de menos, nem se eu usar a peça mais cara e elegante eles deixariam de me desprezar. Respirei fundo indo tomar um banho gelado, quem sabe assim eu relaxava um pouco, após alguns minutos de baixo do chuveiro apenas sentindo a água gelada tocar minha pele, causando uns arrepios de início até que o corpo se adapta-se com a temperatura fria. Fechei o chuveiro, me enxugando e vestido logo em seguida uma blusinha de manga longa e uma calça jeans surrada, destranquei a porta do banheiro, saindo com a toalha entre os cabelos curtos os secando, eu continuei passando a toalha por entre os fios que estavam quase secos quando meus olhos fixaram na porta do quarto que estava entre aberta, fiquei confusa já que não estava assim quando fui tomar banho, tenho certeza que estava totalmente fechada, me aproximei a passos lentos fechando a porta, virei para a cama encarando assustada o embrulho de cor branca com um laço dourado e uma sacola ao lado que estavam sobre o colchão.

Parecia um presente, fui me aproximando com receio olhando para os lados do quarto pra ver se tinha alguém, assim que cheguei bem próximo reparei que tinha um envelope entre o laço e o embrulho, segurei o envelope com as mãos trêmulas pegando o cartão amarelo que estava escrito a punho com uma única frase.

"Minha Dama de Vermelho".

Um sorriso brincou em meus lábios, enquanto eu desamarrava o laço com rapidez como uma criança na manhã de natal que acabou de receber seu presente, minhas mãos rasgavam o papel desesperada para ver o que tinha por debaixo do embrulho tão elegante. Meu sorriso se alargou, ao ver o belo vestido vermelho nenhum pouco discreto que eu tinha em mãos com um decote em V de uma alça fina que contornava o pescoço deixando as costas totalmente desnudas. Agora eu entendi o por que dele querer saber minha cor preferida, o Kennedy tinha tudo planejado desde do início, repousei o lindo vestido de seda sobre a cama abrindo a sacola que estava ao meu lado, tinham um par de sapatos de salto alto de cor preta, abertos em cima e de bico fino, quem o escolheu tem bom gosto não poderia ser o Kennedy, era visível o cuidado e o toquei feminino para que tudo combinasse de maneira simples e elegante, parei de babar nos lindos sapatos, tirando da sacola duas caixas que estavam uma sobre a outra. Uma era maior de cor preta e a outra era aveludada de tamanho médio, tratei rapidamente de abrir a primeira caixa já não aguentando mais de curiosidade.

-Caramba! Ele pensou em tudo mesmo. Eu não posso acreditar que o Kennedy tinha comprado um estojo de maquiagem, um vestido e um par de sapatos ainda vai, até por que eu não tinha nada para usar, mais um estojo de maquiagem já era demais, era só um jantar e eu nem sequer era bem-vinda nele. Minha curiosidade só aumentou encarando a última surpresa da noite, o que seria desta vez? Segurei com cuidado a caixinha azulada abrindo de vagar, meus olhos se arregalaram, minhas mãos começaram a tremer e minha boca se abriu em um perfeito "O" tamanho era meu espanto, eu estava desacreditada no magnífico colar de brilhantes que se encontrava diante dos meus olhos. Uma pontada de raiva percorreu por minhas veias, eu me sentia estranha com um misto de decepção e tristeza, ofendida era a palavra certa o que ele estava pensando com tudo isso? Se ele acha que vai me comprar com seu dinheiro sujo está enganado. Uma parte de mim queria gritar todas essas palavras e jogar todas as aquelas coisas sobre ele, o chamando de todos os palavrões existentes e inexistentes também, porém o quanto egoístas eu seria se não reparasse em todo o cuidado que ele teve para que tudo sai-se ao meu agrado. O Kennedy poderia ter comprado qualquer vestido sem se importar com a cor ou o que eu iria achar, se combinaria com os sapatos ou não, ou simplesmente não comprar nada. Por algum motivo ele queria me agradar e de uma certa forma conseguiu, não pelos presentes caros, mais sim pela maneira que vem me tratando desde que nos conhecemos, ele sempre foi gentil tentando ser amigável fazendo de tudo para que eu me sinta bem, mesmo eu o tratando tão mal. Meu comportamento era mais do que compreensível devido às fortes diferenças que nos separam, formando entre nós um abismo, eu me mantinha distante da beirada, mais o Kennedy se aproximava cada vez mais sem medo de cair. Meus pensamentos voavam soltos como pássaros em uma tarde quente de verão, eu queria prende-los em uma gaiola, assim não ficaria tão atormentada com tudo isso, era muito que pensar e nada a se fazer. Com esse último pensamento respirei fundo fechando a caixinha da joia, jogando sobre a cama decidida, peguei o vestido indo em direção ao banheiro saindo de lá já vestida. O tecido suave deslizou pelo meu corpo se encaixando como uma luva, se ajustando perfeitamente destacando as curvas que sempre mantiveram discretas por mim.

Depois de calçar os sapatos, fiz uma maquiagem leve, apenas com um corretivo disfarçando as marcas de expressões e as olheiras por conta das noites mal dormidas, usei uma sombra suave completando com o rímel, finalizando na boca com um gloss rosa quase da cor dos lábios. Não queria chamar mais atenção pra mim do que esse vestido e minha presença já vão causar, dei uma arrumada rápida no cabelo me olhando por completo no espelho. Não estava tão ruim, se eu colocasse um sorriso no rosto quase não notariam a angústia que transparecia em meu olhar. Respirei fundo mais uma vez indo em direção a saída, assim que me aproximei da escada eu encontrei com o Kennedy que se preparava para subir, com certeza estava indo me chamar, mas assim que me viu ele parou de imediato me recebendo com um sorriso, não era um sorriso como os outros que ele já deu antes, era algo diferente, ele me sorria abertamente sem receio, era um sorriso grande de orelha a orelha que parecia que rasgaria sua boca, era aquele tipo de sorriso que só de olhar também nos dá vontade de sorrir. Eu desviei meus olhos para baixo começando a descer a escada, parando no último degrau segurando sua mão que estava estendida diante de mim.

-Você está belíssima! O Kennedy levantou seu braço que segurava minha mão me girando levemente antes de me puxar pela cintura colando nossos corpos, me permitindo sentir o cheiro refrescante de banho recém tomado que exalava de sua pele, se misturando com o aroma intoxicante de seu perfume, que estava se tornando tão familiar para mim. Seu olhar se sustentava sobre o meu, seus olhos brilhavam tão intensamente que pareciam iluminar meu interior.

-Você também está diferente! Mais uma vez minha voz entregou meu nervosismos. Ele estava com uma camisa branca com três botões abertos, a camisa era coberta por um blazer casual de cor preta, uma calça jeans escura e sapatos social lustrosos.

-Devo considerar isso como um elogio? Um sorriso brincalhão dançava em seus lábios.

-Talvez! Eu desviei meu olhar do seu sorrindo com timidez tenho que admitir ele estava lindo.

Olhando para nós assim, parecia que estávamos reproduzindo uma cena de um filme clichê onde no final tudo terminava com um feliz para sempre, não pude evitar um sorriso bobo ao perceber o quanto isso foi estranho e idiota.

-Não gostou do colar? Ele se afastou me encarando com desapontamento.

-Como não iria gostar, ele é incrível! Nunca na minha vida tinha chegado nem perto de uma jóia como aquela.

-Então, por que não está usando? Ele estava confuso, obviamente nenhuma mulher recusaria um colar cravejado de rubis, mais para mim usá-lo seria como estar carregando uma tonelada no pescoço.

-Não me sentiria bem em usá-lo! Já estava sendo tão difícil estar aqui com ele, tendo que sustentar essa mentira. Isso não deveria estar me incomodando assim, mas depois de tudo que ele fez essa noite, eu me sinta péssima por fazê-lo acreditar que eu queria estar ao seu lado neste jantar, quando na verdade tudo que eu fiz foi apenas pensar em mim.

-Queria muito que estivesse com ele, eu o escolhi especialmente para você! O Kennedy me suplicava com o olhar na esperança que eu mudasse de ideia.

-Por favor, não insista! Eu alterei um pouco a voz, não ficaria com nada do que ele havia comprado, assim que esse jantar acabar, eu farei questão de devolver tudo, está noite mesmo.

-Tudo bem! Não vamos estragar nossa noite discutindo por bobagens. Ele ofereceu o braço esperando que eu o segura-se.

Nossa noite! Nossa noite... Essas palavras martelavam dolorosamente em minha mante, ele estava levando isso muito a sério, tenho medo como tudo isso pode terminar.

-Chegamos! Sua voz me despertou para a realidade, a casa do irmão da Doutora não ficava tão longe, passamos alguns minutos caminhando em silêncio sentindo a brisa gostosa da noite acariciar nossos rostos, sendo guiados pela luz da lua.

Entramos pelo portão caminhando alguns passos por entre a grama verde, já orvalhada que tinha alguns brinquedos espalhados pelo gramado. Ficamos de frente para uma porta branca, meus olhos curiosos percorrem toda a varanda, era um espaço pequeno tinha dois vasos de flores próximo a entrada, um banco de madeira iguais aqueles de praça, e diante da porta um tapete vinho saudavam as visitas com uma frase de boas-vindas. A porta se abriu, uma mulher de cabelos escuros e olhos azuis nos recebeu com um sorriso, eu quis sair correndo assim que escutei os sons de vozes e risos que vinham de dentro da casa, nervosismo era pouco para descrever o que eu estava sentindo naquele momento.

-Até que enfim! Achei que não vinha mais. A morena puxou o Kennedy para um abraço que sorriu a apertando em seus braços.

-Não é pra tanto nem demoramos tanto assim! Ele respondeu se afastando dela.

-Leon você amassou todo meu vestido! Ela passou a mão no tecido preto tentando o endireitar.

-Para de frescura! Ele sorriu ainda mais ao ouvi-la reclamar com raiva.

-Frescura? Escuta aqui se... A morena se calou de imediato me encarando fixamente, como se só agora notasse minha presença.

-É ela? A mulher olhou para o Kennedy com dúvida.

-Sim! Jill esta é Ada, Ada esta é a Jill, a dona da casa. Ela me sorriu simpática parecendo nervosa.

-Oi! Seja bem-vinda! Jill se inclinou me surpreendendo com um abraço rápido.

-Obrigada! Eu agradeci com um meio sorriso, seu gesto e suas palavras me pareceram tão verdadeiros.

-Vai nos convidar para entrar ou pretende nos deixar aqui fora? Ela revirou os olhos, encostando na porta esticando um braço para dentro.

Era estranho ver o Kennedy assim, ele parecia tão a vontade com se realmente estivesse em família.

-Tio Leon! Assim que cruzamos a porta, uma garotinha veio correndo ao nosso encontro se jogando nos braços do Kennedy.

-Como vai princesa? Ele a pegou nos braços beijando suas bochechas.

-Tio você tá cheloso! A pequena espalmou as mãozinhas no rosto dele que sorria com amor para a criança em seus braços.

-Obrigado gatinha! Você também está cheirosa e muito linda com esse vestido. Ela abriu um sorriso gigante ao ouvir suas palavras.

-Foi a mamãe que coloco essa ropa e arrumo meu cabelo igual o da Elsa. Ela fala orgulhosa enquanto passava uma mão na trança enfeitada com lacinhos azuis da cor do seu vestido.

-Ficou muito bonito! Ele voltou a beijá-la com carinho colocando-a no chão.

-Onde está o Charles, princesa? Jill se aproximou lhe fazendo um cafune.

-Ele tava ali! Ela apontou o dedinho para frente.

-É melhor eu procurar por ele, quando meu filho some assim, é por que está aprontando algo. Ela nos sorriu se afastando.

-Aliás Jill, parabéns pelo bebê, Chris está muito feliz com a chegada do segundo filho. Ele piscou para ela que sorriu radiante.

-Obrigada! Ela voltou a caminhar em direção a escada.

-Amor, essa aqui é a Ada! O Kennedy me olhou sorrindo enquanto a garotinha me olhava curiosa.

-Ela é sua namolada tio? Eu engoli em seco sentindo meu rosto queimar por algum motivo me senti ansiosa para saber como ele irá se referir a mim.

-Vai lá! dar um oi pra ela. Ele não respondeu sua pergunta, estava esperando por qualquer outra coisa como uma conhecida, uma amiga, esperava tudo menos o silêncio.

-Oi moça! Ela disse com timidez abaixando a cabecinha.

-Oi linda! Qual é o seu nome? Eu me abaixei um pouco acariciando seu rosto.

-Lucy! Ela respondeu rapidamente voltando pra perto do Kennedy.

-Você tem um nome muito bonito! Eu sorri para ela que escondia seu rosto entre as pernas do Kennedy.

-Obrigada! Lucy respondeu baixo voltando a correr só que dessa vez para os braços de uma jovem loira que se aproximava.

-Como vai Leon? Ela sorriu pra ele se virando para mim.

-Bem e você Sherry? O Kennedy se aproximou de mim me segurando pelos ombros.

-Estou ótima! Você é a Ada, não é? Jill me disse que estavam aqui. Ela sorria enquanto acariciava as costas de Lucy.

-Sim sou eu! Ela parecia ser bem jovem tinha um sorriso simpático e amistoso.

-Muito prazer! Você é mais bonita do que dizem por ai. Me surpreendeu que as pessoas falassem sobre mim de um modo diferente do que eu pensava.

-O prazer é meu! Eu mesma estava surpresa com essa simpatia toda, mas não via motivos para ser grosseira com essas pessoas que estão me tratando com tanta cortesia e gentileza.

-Eu sabia que o vestido ficaria muito bem em você! Ela agora me analisava de cima abaixo com os olhos azuis atentos a todos os detalhes.

-Eu pedi pra ela e Jill me ajudarem a escolher uma roupa pra você! Antes que eu pudesse espessar minha incompreensão em relação a sua frase, o Kennedy se adiantou explicando sua afirmação.

-Realmente o vestido é muito lindo! Eu comecei a me sentir um pouco mais relaxada, estava sendo totalmente diferente do que eu achei que seria, algumas pessoas me olhavam estranho com indiferença e comentavam coisas entre si, mais não dei muita atenção pra isso, gente assim existe em todos os lugares.

-Afinal de contas onde estão os noivos? O Kennedy se inclinou olhando Por toda a sala os procurando com o olhar.

-Estão por ai, perdidos pela casa. Sherry colocou Lucy no chão se abaixando para arrumar as fitinhas em seu cabelo.

-Vamos procurar por eles! O Kennedy passou por ela segurando minha mão me puxando sem esperar uma resposta da minha parte.

O pânico tomou conta de todo o meu ser me atingido como um soco no estômago, assim que entramos por completo na sala, todas as atenções das pessoas estavam voltadas para nós. Algumas cumprimentavam o Kennedy me ignorando completamente, enquanto outras nem se aproximavam me olhando com total repulsa, ele parecia estar se irritado com a atitude delas, mais isso não me abalou nenhum pouco, já esperava por isso, eu seria uma tola se achasse que iriam me tratar bem á noite toda, as amigas dele tinham sido um caso a parte. Tentei soltar sua mão que apertou a minha com mais força me impedindo de se afastar, ele voltou a caminhar por entre a sala cheia de gente, as pessoas se calavam quando passamos por elas outras abaixavam o olhar encarando nossas mãos unidas como se estivéssemos cometendo um crime, mais não se atreviam a dizer nada apesar de tudo elas tinham medo e o respeitavam como o líder. Depois de cumprimentarmos a Doutora e o noivo enfermeiro, Jill chamou o Kennedy para a ajuda-la com algo pesado na cozinha, ele a seguiu me deixando sozinha com todos aqueles olhares sobre mim, eu estava mais afastada das pessoas, sentada em um sofá no canto da sala, encarando o chão enquanto mexia as mãos impaciente para que o Kennedy voltasse, com ele ao meu lado eu me sentia mais confiante, só agora percebi o quanto preciso dele está noite.

-O que uma mulher tão bonita faz aqui sozinha? Quase pulei no sofá ouvindo a voz grave próxima ao meu ouvido.

-Desculpe, eu não quis te assustar! O homem deu a volta no sofá com um sorriso galanteador nos lábios, ficando de frente pra mim.

-O meu nome é Thomas, e o seu bela dama? Era só que me faltava um conquistador barato querendo dar uma de galã pra cima de mim.

-Ada! Mesmo com meu tom de voz ríspido, ele fingiu não se importar me sorrindo mais abertamente se sentando ao meu lado.

-Você é parente da noiva? Por que da minha família não é, eu nunca teria esquecido um rosto tão lindo assim. Já vi que não vou me livrar dele tão cedo.

-Não! Ele coçou a nunca bagunçando os cabelos pretos desconcertado com minha falta de interesse.

-Eu só quero conversar, não precisa ser tão fria comigo. Seus olhos verdes brilhavam com um misto de tristeza.

-Eu sinto muito! Ele era um chato, mas não merecia ser tratado com tanta grosseira assim.

-Tudo bem bela dama, eu não guardo rancor. É só você me dar um sorriso e estará perdoada. Eu sorri de lado balançando a cabeça em negação.

-Você é sempre assim? Ele levantou uma sobrancelha se aproximando mais, nos apertando no pequeno sofá.

-Você tem um sorriso lindo! Ele ignorou minha pergunta me fazendo engolir em seco, eu inclinei para trás, quando vi o que ele estava prestes a fazer, sua mão direita estava apoiada no sofá lhe dando impulso para se curvar sobre mim, enquanto a mão esquerda repousava no meu joelho, eu o empurrei pra trás, levantando rapidamente estava tão atordoada que me choque de frente com um corpo forte que estava parado de ante de nós. Meus olhos se desviaram para o seu rosto se deparando com um Kennedy vermelho de raiva.

-Posso saber que porra é essa aqui? Ele perguntou entre dentes, encarando o homem no sofá com ódio.

-Nada! Apressei em dizer com medo da sua reação, o Kennedy estava prestes a voar em cima do tal Thomas e esgana-lo.

-Eu não perguntei pra você, eu perguntei pra ele. Meu rosto se contorceu em uma careta não compreendendo sua grosseira gratuita.

-Me responde infeliz, o que você pensa que ia fazer com a minha mulher? O homem se levantou do sofá assustado.

-Você não me disse que era casada! Ele se virou para mim como se a culpa fosse minha.

-Não somos casados! Soltei um suspiro longo já começando a me cansar de tudo isso.

-Então, quem é ele? O Kennedy deu um passo a frente bufando, fazendo o cara dar dois passos para trás.

-Eu só o homem que vai cortar suas mãos, se tocar mais uma vez no que é meu! Ele me abraçou pela cintura me apertando com força, como se dissesse "Ela é só minha".

-Desculpa ai cara! Eu não sabia que ela estava com você. O covarde se tremeu todo com medo da ameaça dele, acho que ele morreria se soubesse quem na verdade era o Kennedy.

-Vaza daqui, antes que eu soque sua cara! O idiota praticamente saiu correndo desaparecendo por entre as pessoas, que como já era de se esperar olhavam tudo com atenção.

-Qual é o seu problema? Tirei sua mão com força de mim me afastando.

-Meu problema? Eu tenho vários. O modo nojento que aquele cretino te olhava é um deles, eu deveria ir atrás dele e arrancar os olhos daquele cara pra que nunca mais, ele volte a olhar o que já tem dono.

-Para de se referir a mim dessa maneira, eu não sou sua mulher e você sabe muito bem disso. Seu olhar possessivo começou a me incomodar bastante.

-Não me importa o que você pensa, eu não vou admitir que nenhum outro homem se aproxime de você outra vez, eu juro que se isso se repetir, eu vou esquecer o respeito que tenho pela família do Chris e matarei o desgraçado aqui mesmo com minhas próprias mãos. A forma que ele apertava as mãos estreitando os olhos em sinal claro de fúria deixa evidente que ele não estava para brincadeira.

-Mais o que realmente está me consumindo por dentro, me queimando como brasas foi o jeito que você sorria pra ele. Agora seu tom de voz estava mais como um desabafo do que uma queixa.

-Jeito?! Que jeito? O Kennedy queria ser dono até do meu sorriso.

Eu mal sorri pro cara se isso aconteceu foi uma vez, ele estava exagerando me acusando injustamente de sorrir para alguém que não troquei nem uma dúzia de palavras, e além do mais, eu não devo explicações a ele, não somos um casal, sua atitude não tinha nenhum fundamento.

-De um jeito que nunca sorriu pra mim. Era incrível como ele tinha o dom de me deixar sem fala, mais uma vez eu estava ali diante dele com as mãos suadas sem conseguir formular uma frase certa.

Ficamos nos encarando, seu olhar penetrante sempre querendo enxergar minha alma, seus olhos faiscavam sobre mim decepção e luxúria se misturavam no intenso azul de suas íris profundas. Era tão fácil me perder no seu olhar, seus olhos eram como imãs que me atraiam de um modo sorrateiro como uma serpente atraindo sua presa. O Kennedy se virou saindo pisando firme, já estava me acostumando com essa sua atitude sempre que discutíamos, voltei a me sentar no sofá levando a mão a cabeça, esses olhares estão me deixando louca parecia que eu era a má da história, e eles me julgavam me condenando por todos os meus crimes.

-Olá! Uma voz infantil soou ao lado.

-Olá! Sorri sem humor para o menino de lindo olhos azuis e cabelos negros, que estava acompanhado da pequena Lucy.

-É verdade que é a namorada do meu tio Leon? Ele abriu um lindo sorriso ao pronunciar o nome do "tio Leon."

-Não, nós não somos namorados! O garotinho fez um bico enorme se virando para a amiguinha que também estava surpresa com minhas palavras.

-Lucy eu vou conta pra tia Sherry que você tá mentindo pra mim! Ele cruzou os bracinhos emburrado.

-Num é mentila! Lucy já estava com os olhinhos brilhando querendo chorar.

-Ei! Você não precisam brigar por isso. Eles estavam tão fofos que tive que segurar a vontade de apertar suas bochechas.

-É feio mentir! O garotinho sussurrou triste.

-Você eu já conheço, mas você eu ainda não sei quem é? Eu acaricie a bochecha rechonchuda de Lucy sendo persentida com um sorriso.

-So o Charles tia! Um sorriso sincero contornou meus lábios ao ouvi-lo me chamar de tia.

-Muito prazer Charles! Eu sou a Ada. Estiquei minha mão para ele que segurou sorrindo.

-Gotei do seu nome! Ele mexia as mãozinhas envergonhado.

-Obrigada! O seu também é muito bonito. Minha mão tocou seus cabelos lisos acariciando suavemente.

-Tia quer brinclar com eu e o Charles? Lucy estava empolgada por uma resposta.

-Me senti mais leve conversando com eles, a inocência e a pureza em seus olhinhos me fazia pensar o quanto nós adultos somos miseráveis por não conseguir conservar as essências de uma criança, muitos de nós somos corrompidos antes do esperado, assim como outros carregam sua criança viva dentro de si.

-Vamo! Eu tenho um montão de brinquedo! Charles me puxou pela mão me fazendo ficar de pé.

Eu estava de costas, de frente para as crianças que seguravam minhas mãos, quando senti alguém apertar meu braço com força, praticamente me jogando pra trás por pouco não cai de bunda no chão.

-Papai! Charles está assustado com a atitude do homem que me olhava com raiva.

-Charles vai com a sua mãe, e você também Lucy. Ele olhou brevemente para as crianças voltando sua atenção pra mim.

-Anda, vão agora! Assim que alterou a voz, as pobres crianças saíram correndo com os olhos arregalados.

-Não precisa falar assim com elas! Que esse Chris não gostava de mim, eu já sabia e não me importava nenhum pouco. Eu também não ia com a cara dele, neste quesito estamos empatados, mas o jeito que ele me arrancou de perto das crianças como se eu fosse machuca-las me irritou profundamente.

-O que está fazendo na minha casa? Ele perguntou entre dentes mordendo os lábios com ódio.

-Eu não estaria aqui, se soube que a casa era sua. Não acredito que o Kennedy teve a audácia de me trazer para cá, ele melhor do que ninguém sabe que esse cara me despreza.

-Sai agora daqui! E fica longe do meu filho, ou vai se arrepender. Eu não acredito que ele pensa mesmo que eu seria capaz de fazer mau aquelas crianças.

-Eu não tenho medo de você! Por tanto não me venha com ameaças. Minhas palavras o deixou tremendo de raiva, ele se virou para mim pronto pra me esganar.

-Chris! O Kennedy apareceu acompanhado de uma loira que não consegui ver o rosto, no momento em que ele caminhava em minha direção.

-Como você teve coragem de trazer essa mulher pra dentro da minha casa? Seu grito atraiu a atenção de todos que já tumultuavam em volta para observar a discussão.

-Se acalma! O Kennedy olhava pra mim enquanto falava com ele.

-Me acalmar o caralho, você passou todos os limites trazendo ela pra perto da minha família. Ele voltou a gritar jogando as mãos para o alto.

-Ada me espera na cozinha! Ashley leva ela por favor. O Kennedy me suplicava com olhar para que eu sai-se logo dali, eu percebi que ele estava com medo do amigo me machucar.

-Vem comigo! A mulher loira me chamou com desdém esperando uma reação da minha parte, espera ai! Ela era a moça que entrou correndo no quarto do Kennedy e o beijo-o. O que ele estava fazendo com ela? Eu o questionei com o olhar começando a caminhar ignorando a tal Ashley.

-Ela que espere lá fora! Chris voltou a me segurar pelo braço me puxando em direção a saída.

Com a mesma rapidez que ele me segurou, ele foi arrancado de cima de mim, pelas mãos do Kennedy que já o segurava pela camisa o jogando de costas no sofá.

-Eu não vou permitir que você a machuque, se controla porra! O Kennedy também gritou o soltando ficando na minha frente.

-O que estava acontecendo aqui? Meus olhos se desviaram para as pessoas, vendo a Doutora se aproximar com o noivo e a cunhada.

-O que foi Chris? Jill se aproximou dele o segurando pelos ombros.

-Por que está mulher está na nossa casa Jill? Como você pode permitir uma coisa dessas? Ele se levantou irritado ficando cara a cara com o Kennedy que deu um passo a frente sustentando o olhar sobre ele.

-Tira ela daqui agora! Ele bufou apertando as mãos.

-Chris para com isso, fui eu que a convidei! Claire encarava o irmão com desapontamento.

-E por que fez uma idiotice dessas? Você sabe muito bem que ela é um tira. Ele esbravejou.

-Fica tranquilo cara! O enfermeiro se pronunciou pela primeira vez.

-Cala a boca! Ele gritou para o rapaz que não gostou nenhum pouco mas preferiu o silêncio.

-Chris por favor se acalma! Você vai acabar atrapalhando o noivado da sua irmã por besteira. Jill se colocou de pé tentando tocar seu braço, mas o mesmo se afastou.

-Agora eu intendi, o por que do Jake ter me tirado de casa antes do Leon chegar. Vocês planejaram tudo com a desculpa de ir comprar algumas coisas, só pra trazer essa mulher para minha casa sem o meu consentimento.

-Amor não foi assim que as coisas acontecerem, vamos conversar. Jill estava entrando em desespero para que ele a ouvisse.

-Eu não quero conversar porcaria nenhuma, a única coisa que eu quero é que essa policial de merda saia da minha casa e não volte nunca mais a por os pés aqui. Dei um passo a frente pronta para confronta-lo por ter me ofendido.

-Não faça isso! O cara que tinha uma cicatriz grande no rosto me impediu me segurando pelo braço.

-Claire você me disse que ia falar com ele! O Kennedy se virou para a Doutora a acusando com o olhar.

-Eu acabei me esquecendo, nunca imaginei que o idiota do meu irmão agiria desta maneira, transformando um dos dias mais felizes da minha vida no meu pior pesadelo. Ela abaixou a cabeça sendo consolada pelos braços do noivo.

-A culpa não é minha caralho! Vocês não intende que eu não quero ela na minha casa e muito menos perto da minha família. Ele me olhava com tanta fúria que nunca pensei que poderia causar isso em alguém.

-Nós já vamos embora! O Kennedy se aproximou me segurando pelo pulso.

-Eu não estou expulsando você! O Kennedy se virou para o moreno com a cara fechada.

-Se ela sair, eu também saio! Todos olhavam pra ele esperando sua resposta.

-Você já conhece a saída! Foram possíveis ouvir vários murmúrios de espanto vindo das pessoas.

-Chris! Claire gritou indignada.

O Kennedy se aproximou dela beijando suas bochechas, desejando felicidades aos noivos mais uma vez, saindo me puxando por entre as pessoas até a porta de entrada, ele respirava pesadamente apertando meu pulso que já estava ficando vermelho sem perceber que o seu gesto me causava dor, ele estava muito chateado com a atitude do Chris esquentadinho.

Notas Finais


Gente esse é o link https://spiritfanfics.com/historia/sacrificios-do-amor-8946612 da minha nova fic, quem quiser acompanhar da uma passadinha lá obrigada. Bjs!!!


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