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História Apaixonada Por Um Criminoso - Cedendo ao Inimigo.


Escrita por: DriAeon e Zaaddy

Notas do Autor


Desculpa a demora estava sem créditos no celular rsrrsrsrsrsrsrsrsrsrs, espero que gostem. Boa Leitura!!!

Capítulo 8 - Cedendo ao Inimigo.


Fanfic / Fanfiction Apaixonada Por Um Criminoso - Cedendo ao Inimigo.

POVS:Ada
Ele me puxava em silêncio, as ruas estavam escuras e desertas, eu olhava para os lados tentando reconhecer o caminho, mais tudo ali era novo aos meus olhos, não tínhamos feito esse trajeto antes e este com certeza não era o caminho de volta para a casa. O Kennedy estava tão nervoso que nem me atrevi a perguntar pra onde estávamos indo, tudo o que eu fazia era acompanhar seus passos largos e apressados, o único som que chegava ao nossos ouvidos era o barulho do salto alto batendo no chão, aumentando ainda mais a tensão entre nós. Mais alguns minutos se passaram até que paramos em uma praça, um banco de madeira de cor avermelhada estava de ante de nós ao lado tinha um poste o único que iluminava o lugar, ele se afastou se sentando de cabeça baixa apoiando os braços nos joelhos, minha mão foi até meu pulso que latejava o esfregando devagar.

-Eu sinto muito! Sua voz falha estremeceu meu coração, meus olhos arregalados o encaravam com receio.

-Pelo que? Perguntei com cautela vendo-o balançar a cabeça em negação, sem desviar seus olhos do chão.

-Por tudo! Não estava compreendo onde ele estava querendo chegar.

-O que aconteceu agora a pouco, não foi culpa sua. Me aproximei devagar sentando ao seu lado.

O Kennedy voltou a ficar em silêncio, ele estava muito desapontado tinha algo o incomodando, algo muito além do que houve essa noite, por algum motivo me senti estranha em vê-lo assim, minha mão tocou seu ombro em um gesto de consolo. Seu olhar rapidamente se encontrou com o meu, puxei minha mão trêmula, me afastando dele até a outra ponta do banco, eu me martirizava mentalmente pela minha atitude impensada.

-Por que insiste em fugir de mim? Se você soubesse o quanto me faz bem, sua presença acalma minha alma. Um nó se formou em minha garganta ao ouvir suas palavras.

Ele se aproximou novamente segurando minhas mãos entre as suas, que assim como as minhas estavam geladas. Seu polegar fazia caricias sobre o dorso da minha mão, eu estava imóvel, não conseguindo me afastar.

-Eu quero que comecemos de novo! Ele me sorriu fraco tocando meu rosto com as pontas dos dedos.

-Começar o quê? Pude perceber uma tristeza repentina surgir em seus olhos.

-Começar a partir daquele beijo, esquecendo o que houve no banheiro. O Kennedy disse nervoso desviando o olhar para a escuridão a nossa frente.

-Pode ser fácil para você esquecer, mas não é fácil pra mim. Só de pensar em suas mãos me tocando sem minha permissão, uma onda de raiva tomava conta de mim.

-Eu não te culpo por ainda estar chateada comigo e nada do que eu dizer vai justificar o que eu fiz, mas eu fiquei transtornado só de pensar que você me desprezasse tanto ao ponto de me enojar. Ele apertou minha mão me implorando em silêncio.

-Por favor Ada, eu quero fazer as coisas certas dessa vez. O Kennedy se aproximou, fazendo nossos rostos ficarem mais próximos.

Eu não sabia o que dizer ou fazer diante dessa situação, seu hálito quente atingia minha pele me deixando fora de mim, por mais que eu tentasse meus olhos não paravam de analisar sua boca de lábios carnudos que estavam perigosamente próximos dos meus.

-Eu sinto algo diferente por você, uma coisa que vai muito além da minha incompreensão. Suas mãos foram até meu rosto, encostando levemente sua testa a minha.

-Você desperta o melhor em mim, de alguma maneira eu encontrei em você a paz que eu tanto procurava. O Kennedy sussurrou com os olhos fechados apreciando a proximidade entre nós.

Eu estava anestesiada com suas palavras, quem iria me julgar por isso afinal? Toda mulher sonha com esse momento, esperando receber uma declaração assim, sobre a luz da lua com as estrelas como testemunhas, e o Kennedy estava ali de coração aberto para mim, aquecendo todo meu interior com suas palavras, sem que eu pudesse fazer nada para evitar o efeito que cada frase causava sobre mim.

-Não estava nos meus planos me apaixonar por você, mas aconteceu

Seus dedos deslizaram por entre meus cabelos me puxando para um beijo terno, sua boca se colidiu com a minha com urgência, não dando nem tempo de reagir, eu me permiti perder em seus lábios sem pensar duas vezes, sua língua macia e quente se envolveu com a minha em um encaixe perfeito. Nossas línguas se moviam em plena sincronia como se dançassem uma melodia lenta e suave, as pontas de seus dedos acariciavam minha nuca causando um arrepio por todo meu corpo, seu braço envolveu minha cintura fina me trazendo para si, enquanto nossas línguas percorriam cada centímetro da boca um do outro na tentativa desesperada de nos sentir ao máximo, ambos queriam muito mais do que apenas um beijo, completamente rendidos aquele momento. Apesar da intensidade, o beijo continuava calmo aproveitando cada sensação sem pressa de acabar, não nos importando com o certo ou errado, estávamos totalmente entregues a estranha necessidade que um parecia sentir do outro naquele momento, a brisa fria que gelava minha pele exposta desapareceu por completo, dando lugar a um intenso calor que consumia meu corpo. O beijo foi finalizado quando o ar se fez necessário, nos separamos ofegantes, seu corpo se descolou do meu devagar me causando uma sensação repentina de vazio. Quando foi que o Kennedy começou a ter esses efeitos sobre mim? Eu encarava o chão enquanto essa pergunta se repetia inúmeras vezes em minha mente, o tecido suave de seu blazer escorregou por meus ombros, seus braços me puxaram para junto de seu corpo novamente. Uma parte de mim, queria se afastar e dizer que isso era totalmente insano, mas me faltava forças para tal ato, seu cheiro invadia minhas narinas, tranquilizando meu coração confuso pela dúvida e a incerteza do amanhã, o aconchego de seus braços aqueciam minha alma atormentada por turbilhões de emoções que pareciam me sufocar, meus olhos se fecharam ao sentir seus lábios tocarem meus cabelos me entregando por completo a essa sensação que consumia cada célula do meu corpo, esquecendo de tudo só por essa noite.

-E o impossível aconteceu, um criminoso fechado para o amor se encantou pela beleza e a doçura de uma policial. O Kennedy me apertou mais em seus braços beijando o topo da minha cabeça.

-Isso é loucura! Meu coração deu um solavanco dentro do peito após ouvir suas palavras, era como se eu estivesse me asfixiando com meu próprio ar.

-O amor é a sanidade dos loucos, não é o que dizem aqueles caras escritores que eu julgava idiotas? O silêncio se fez presente substituindo as palavras que ficaram entaladas na minha garganta, mais não era algo incômodo, pelo contrário nós precisávamos disso por mais breve que fosse.

-Eu costumava vir aqui com a minha irmã, ela adorava ver as estrelas. Meus olhos se desviaram para o céu sobre nossas cabeças, admirado o imenso tapete azul veludo, vários pontos brilhantes estavam espalhados sobre ele, alguns eram maiores, outros menores, umas piscavam como luzes de natal e outras se mantinham imóveis reluzentes como ouro.

-O que aconteceu, por que ela não está aqui com você? Arrisquei uma pergunta, mesmo sabendo que provavelmente a resposta não viria.

-Ela se foi, há dois anos. Eu me afastei de seus braços encarando seu rosto de expressão sofrida, não me atrevendo a perguntar mais nada. Isso era o máximo que eu conseguiria dele, seu olhar de reprovação deixou isso bem evidente, quando minha boca se abriu pronta para bombardeia-lo com uma enxurrada de perguntas.

-Vamos, está na hora de voltarmos pra casa. Ele se levantou me puxando junto, sua mão novamente se entrelaçou com a minha de um modo carinhoso.

Chegamos em silêncio, subindo as escadas ainda com as mãos entrelaçadas, o Kennedy parou de frente para o quarto, que eu já chamava de meu.

-Boa noite! Seus lábios tocaram os meus, antes que as coisas fugissem do meu controle, me separei dele rapidamente dando fim ao que seria minha perdição, transformando o beijo em um selinho desajeitado, entrei apressada no quarto fechando a porta atrás de mim. Eu devo ter perdido completamente a noção, como ele foi mexer assim comigo em apenas uma noite? Ele me amava, e eu no entanto, não fazia ideia do que estava acontecendo comigo, respirei fundo tirando os sapatos, indo para o banheiro, depois de me livrar do vestido o substituindo por algo mais confortável, uma blusa larga e um short curto foram escolhidos para serem o meu pijama. Assim que cheguei até a cama, meus olhos pararam sobre o blazer que ele havia me emprestado na praça, um pequeno sorriso surgiu no canto da minha boca ao lembrar de momentos atrás, mesmo confusa eu me sentia estranhamente feliz, segui até a cama segurando a roupa casual em mãos, ficando na dúvida se iria devolver agora ou esperaria até amanhã. O barulho de duas batidas na porta interromperam meus pensamentos, voltei a deixar o blazer sobre a cama encaminhando até a porta a passos lentos, girei a maçaneta respirando fundo, já sabendo quem eu iria encontrar do outro lado.

-Eu esqueci o blazer. O Kennedy disse apressado, ele ainda estava com a mesma roupa que tínhamos saído, ele me analisou de cima a baixo parando seu olhar nas minhas coxas.

-Você já estava dormindo? Seu rosto se contorceu em dúvida levantando a sobrancelha confuso.

-Não! Para ser sincera estou sem sono... Eu... É... Vou buscar o seu blazer. Sua presença me deixou nervosa, me virei de costas pegando rapidamente o que lhe pertencia voltando apressada até ele, estava tão atrapalha que tropecei nos meus próprios sapatos, que estavam jogados próximos a porta indo de encontro a ele, que mais que de pressa me segurou em seus braços.

-Você está bem? Ele tocou meu rosto afastando alguns fios de cabelo que estavam caídos nos meus olhos, eu apenas balancei a cabeça em confirmação mantendo meu olhar no seu. Seus braços fortes sustentaram meu corpo me trazendo para si, enquanto sua mão tocava meu rosto como se quisesse guardar os detalhes nas pontas dos dedos, minhas pernas fraquejaram pela a proximidade dos corpos e a suavidade de sua carícia. O Kennedy se inclinou segurando meu queixo entre dois dedos, levando minha boca de encontro a sua dando início a um beijo excitante e cheio de segundas intenções, minhas mãos que estavam em seu peito circularam seu pescoço buscando apoio, correspondendo o beijo a altura. O desejo me consumia aos poucos aumentando ainda mais minha agonia, ele me empurrou até a parede mais próxima, sua boca faminta mordiscou minha orelha descendo seus lábios até meu pescoço distribuindo vários beijos ardentes, minhas mãos adentraram sua camisa tocando sua pele quente de músculos bem definidos, todos os pêlos do meu corpo se arrepiaram ao toca-lo assim pela primeira vez, um suspiro inconsequente escapou de meus lábios ao sentir sua mão levantar minha perna acariciando toda a coxa até alcançar minha nádega direita apertando sem nenhuma delicadeza por entre o short doll, seu braço voltou a envolver minha cintura, sua boca se colidia com a minha como se quisesse devora-la, pressionando minhas costas contra a parede, enquanto seu corpo se esfregava ao meu como se fossemos nos fundir, demostrando todo o desejo que tentamos ignorar a noite toda. Saímos aos beijos e tropeços até o quarto, ele fechou a porta atrás de nós sem nos separar um segundo sequer, ambos queriam mais, eu precisava de mais, não me importando se iria me arrepender amanhã, o que certamente aconteceria.

Sua mão parou na barra da minha blusa, seus olhos azuis escurecidos de desejo me encaravam pedindo permissão, um sorriso nervoso seguido de um selinho foram minha resposta. O Kennedy puxou o tecido fino para cima sendo ajudado por mim que levantei os braços facilitando seu trabalho, revelando meu sutiã azul de renda, suas mãos acariciavam minha costas, enquanto sua boca fazia uma trilha de beijos começando no ombro até o pescoço. Segurei levemente seus cabelos o trazendo para meus lábios iniciando um beijo voraz. A quem eu queria enganar, eu o desejava tanto quanto ele a mim, a necessidade de te-lo me assustava, minha pele queimava a cada toque, a cada beijo, eu já não tinha mais o controle de mim mesma, minha mente gritava para que eu parasse, mas meu corpo parecia ter vida própria, minhas mãos foram apressadas até sua camisa abrindo os botões da mesma, eu precisava sentir seu corpo sem aquele maldito pedaço de pano entre nós, o Kennedy sorriu entre o beijo mordendo meu lábio inferior, quando arranquei sua camisa branca á jogando para longe. Meus dedos suados tocaram sua barriga definida arranhando sua pele, ele me olhava atentamente ansioso por uma carícia mais íntima por mais rápida que fosse, desviei meu olhar do seu, traçando um caminho de beijos até seu peitoral largo, algumas cicatrizes marcavam seu corpo, certamente causadas em alguma briga ou fuga, eu já tinha o visto sem camisa antes mais não tinha reparado em nenhuma delas. Isso não interferia em nada na perfeição de ante de meus olhos, pelo contrário, eu diria que elas davam até um certo charme para o homem que era uma perdição para qualquer mulher, minha mão tocou sua costela acariciando uma marca recente provocada por algum objeto cortante, seus olhos se cruzaram com os meus e um sorriso torto preencheu seu rosto quando beijei uma cicatriz pequena em seu peito. Não sei quanto tempo se passaram entre toques ousados e beijos cada vez mais intensos, tudo o que eu saiba é que tentávamos conhecer o corpo um do outro, mesmo com algumas peças de roupas nos atrapalhando, as palavras não eram necessárias, o som dos corações esmurrando nossos peitos, as respirações falhas, nossas mãos trêmulas e as trocas de olhares constantes, já diziam tudo. O Kennedy levou suas mãos até minhas pernas segurando minhas coxas me dando impulso para entrelaça-las em sua cintura, não pude evitar um gemido baixo, ao sentir sua ereção roçar em minha bunda, seus pêlos se erriçaram ao ouvir minha voz próxima ao seu ouvido. Não querendo perder mais tempo ele se encaminhou para a cama nos deitando sobre ela, minhas unhas cravaram em suas costas mordiscando sua orelha, minha provocação foi correspondida com um chupão no pescoço, o Kennedy se posicionou sobre mim, esfregando seu membro enrijecido na lateral da minha coxa, meu corpo todo estremeceu só de imagina-lo sem a calça jeans e a cueca. Sua língua deslizou por meu seio direito percorrendo toda a parte que o sutiã deixava amostra, enquanto a sua mão dava atenção para meu seio esquerdo acariciando por debaixo do tecido, brincando com o bico entre seus dedos. Minhas mãos adentraram seus cabelos os puxando, eu joguei a cabeça para trás fechando os olhos apreciando suas carícias, a essa altura eu me encontrava extremamente excitada minha intimidade pulsava contra a calcinha encharcada implorando por atenção. Desci minha mão até sua calça abrindo os botões com rapidez, descendo o zíper puxando a calça para baixo, eu o queria loucamente, meu corpo clamava pelo seu, ele se levantou me ajudando a se livrar daquela peça que não fazia falta alguma para nós, mordi os lábios apertando o lençol ao ver o volume em sua cueca preta, seu membro bem dotado, latejava dentro da boxer querendo saltar para fora.

O Kennedy se ajoelhou na cama tocando todo meu corpo com beijos molhados, sua boca mordiscava minha pele de um jeito provocante, formigando cada centímetro em cada gesto de carinho, sua barba por fazer arranhava minha pele sensível a deixando avermelhada causando uma pequena ardência no local, nossos corpos febris se atraiam como imãs se tornando um só calor, uma de suas mãos apertava minha coxa de maneira possesiva, enquanto sua mão livre puxava o elástico do meu short sem pretensão de tira-lo, sua intenção era me torturar ainda mais, sua boca alcançou a minha novamente em um beijo calmo.

-Eu te amo! Ele sussurrou em meus lábios abrindo o feixe do meu sutiã. Aquelas três palavras trouxeram de volta a minha sanidade, algo dentro de mim estremeceu, travando todo meu corpo, o que parecia ser a combinação de fogo e gasolina se transformou em cinzas.

-Isso não pode acontecer, entre nós! O Kennedy me encarou rapidamente, espalmei minhas mãos sobre seu peito o empurrando para o lado, girando o corpo levantando apressada.

-Ada? Sua voz confusa preencheu todo o quarto.

-Eu não posso! Sussurrei de costas, abaixando a cabeça segurando o sutiã que ainda cobria meus seios. Desci as escadas praticamente correndo, tendo dificuldades para fechar a peça intima que tinha o feixe atrás.

-Ada espera! O Kennedy gritou ainda do quarto, eu andava em círculos minha cabeça girava, e o desespero se apoderava de mim.

-Por que você saiu daquele jeito? Ele desceu os degraus terminando de fechar sua calça, me segurando pelos ombros assim que se aproximou de mim.

-Me solta! Eu puxei os braços voltando a andar de um lado para o outro.

-Como fui fraquejar assim? Isso não deveria ter acontecido. O Kennedy me olhava preocupado, seus braços envolveram minha cintura me apertando contra si, eu me debatia na tentativa de escapar de suas mãos fortes.

-Por favor para! Seus braços se apertaram mais contra mim, enquanto eu parava aos poucos me dando por vencida.

-Por que você teve que dizer todas as aquelas coisas? Eu levantei o olhar encarando seu rosto sussurrando as palavras com pesar.

-Eu só disse a verdade, que a muito tempo eu venho tentando ignorar. O Kennedy soltou um suspiro como se tira-se um peso das costas.

-Isso não pode ser, somos inimigos! Eu tentei me soltar dele em vão, desesperada para que ele me escuta-se, na esperança de que eu pudesse fazer ele me ouvir e enxergar o quanto absurdo isso era.

-Por que, você não consegue me ver como eu te vejo? Muito além das diferenças, da rivalidade, e do ódio que nos separa.

-Eu não posso ir contra meus princípios, me deixa ir, eu te imploro! Agora mais do que tudo, eu precisava partir, tinha cometido o erro de quase me entregar a ele, me deixando levar pelo momento e pelas sensações que se afloravam em mim.

-Não despreza assim tudo o que aconteceu esta noite, eu sei que senti medo e que tudo é muito difícil para você, provavelmente isso pode nos matar, mas estou disposto a correr os riscos e lutar por nós. Não era só medo, era algo mais forte que isso, a culpa me corrói-a por dentro, gritando dolorosamente que eu estava quebrado a promessa que tinha feito para meus pais, traindo a memória deles.

-Você não entende, eu tenho que ir pra ca... O Kennedy colou seus lábios aos meus não deixando eu terminar de falar.

-Não me diga outra vez que você tem que ir, isso é uma coisa que eu nunca vou permitir, você é minha, agora mais do que nunca. O que era para ser um beijo rápido se tornou um beijo agressivo, seus lábios se movimentavam com raiva de encontro aos meus, sua língua invadi-o minha boca de uma maneira possesiva e voraz, demostrando toda sua irritação em relação a minha insistência de querer voltar para a casa.

-Você não é o meu dono! Me afastei dele rapidamente o empurrando com raiva, seu sentimento de posse me causava medo e ódio ao mesmo tempo. Medo do que ele seria capaz de fazer para me manter aqui, e ódio por ele achar que tem algum direito sobre mim.

-Onde você vai? Ele perguntou assim que me virei de costas para ele, em direção a escada.

-Nós dois estamos precisando de um tempo a sós. Eu o olhei brevemente por cima dos ombros, ele soltou um suspiro passando as mãos nos cabelos nervoso.

Depois do que aconteceu, eu não podia esperar mais, tinha que sair daqui o quanto antes, preciso urgentemente planejar um plano de fuga para amanhã, não dava mais para ficar nesse lugar, não dava mais para continuar perto dele. Assim que cheguei ao quarto um suspiro pesado saiu do fundo dos meus pulmões, ao encontrar seu blazer caído no corredor, me aproximei da porta olhando atentamente o interior do quarto, minha blusa estava jogada perto da cômoda, um pouco mais a frente estava sua camisa caída ao pé da cama, que tinha os lençóis bagunçados e um pouco tortos sobre o colchão. Se Rose aparecesse neste instante seria difícil de explicar a cena diante de seus olhos, fechei a porta voltando a vestir minha blusa, me aproximando da janela, não conseguiria dormir o quarto todo estava impregnado com seu cheiro, assim como meu corpo, cada canto fazia questão de me lembrar do que quase aconteceu minutos atrás. Acordei com a claridade incomodando meus olhos, estava com as costas recostada na parede, os meus braços envolviam meus joelhos e meu corpo estava totalmente encolhido devido o vento fria que entrava pela janela, balançando as cortinas de encontro ao meu rosto. Não sei exatamente quando foi que peguei no sono, só me lembro que fiquei por horas debruçada sobre a janela, encarando a escuridão tentando achar uma maneira de sair daqui, a última imagem que minha memória se recorda, foi a visão avermelhada das nuvens e os primeiros raios de luz invadindo a escuridão. Minhas costas estava dolorida e minhas pernas dormentes, soltei um gemido baixo ao ficar de pé, meu corpo todo doeu em reprovação, o que eu precisava agora era de um banho demorado, minha pele ainda exalava seu cheiro como se estivesse marcado os acontecimentos da noite anterior. Fiquei apreciando as gotas de água morna acariciarem meus músculos, relaxado, aliviando a dor e o cansaço aos poucos. Terminei de me vestir, indo em direção a saída, hoje era o dia de Rose estar aqui, a essa hora ela já deve ter chegado, queria vê-la para me despedir, não tinha pensado em um plano, mais tentaria fugir assim mesmo, estava decidida sem me importar com as consequências. Cheguei até a sala me virando para a cozinha, mas parei assim que escutei uma risada nojenta vindo da sala de jantar, seguido da voz do Kennedy que parecia que também sorria em meio as palavras, aproximei a passos largos me deparando com a loira de farmácia e o Kennedy tomando café da manhã juntos, como um casal feliz de um comercial de tv, vê-los assim me causou raiva, sei que não deveria sentir essas coisas, mais foda-se, eu não gostava dela e isso não tinha nada a ver com o Kennedy.

-Ada! Ele sorriu ainda mais atraindo a atenção da loira para mim, que assim que me viu fechou a cara.

-Vem! senta aqui com a gente. O Kennedy ficou de pé puxando uma cadeira ao seu lado.

-Eu vou falar com a Rose! Eu o olhei rapidamente voltando minha atenção para a mulher que me encarava com ódio.

-Ela ligou, disse que vai se atrasar um pouco. Ele se aproximou, sendo seguido pelo olhar da loira que estava atenta a cada movimento que ele fazia.

-Nesse caso, eu prefiro voltar para o quarto. Não me atrevi a olha-lo novamente, a vergonha começava a falar mais alto.

-Senta! Eu quero que conheça uma amiga. O Kennedy tocou meu braço, me fazendo recuar nervosa.

-Não precisa nos apresentar Leon, eu sei muito bem quem ela é. A nojentinha se levantou irritada jogando o guardanapo sobre a mesa.

-Ashley não fala assim! Ele a repreendeu rude, não gostando do seu tom de voz mesquinho.

-Você sabe o que eu, e todos da comunidade achamos a respeito dessa mulher, por que você insiste que sejamos amigáveis? Ela mostrou as garras cuspindo as palavras.

-Eu já mandei você parar com isso. O Kennedy foi até ela segurando seu braço com firmeza.

-Você está cometendo um grande erro, indo contra a sua família por ela. Ashley puxou o braço rapidamente, saindo pisando firme, mais antes que ela alcançasse á porta a mesma se abriu, revelando a figura de um Chris agoniado com os olhos transparecendo preocupação.

-Temos sérios problemas! Ele se pronunciou após alguns minutos de silêncio, apenas se encarando com o Kennedy.

O Kennedy o puxou para um canto da sala, eles trocaram algumas palavras, sua expressão mudou totalmente, ele apertou as mãos com força se virando para nós seriamente, engoli em seco quando ele se aproximou de mim, passando com tudo pela loira que estava de costas me ignorando totalmente.

-Não quero que sai de casa, nem mesmo para ir ao jardim. Ele ordenou apreensivo, realmente as coisas não estavam boas.

-O que está acontecendo? O Kennedy se manteve em silêncio se entre olhando com o amigo.

-Me prometa que vai fazer o que estou te pedindo. Ele perguntou calmamente recebendo um leve aceno de cabeça da minha parte.

-Leon temos que ir agora! Chris falou apressado, não gostando nada da atitude do Kennedy em relação a mim.

-Preciso ir, Rose deve chegar daqui a pouco para te fazer companhia. Seus braços me envolveram em um abraço e seus lábios tocaram suavemente minha testa, para surpresa da loira e do moreno que olhavam tudo incrédulos.

-Temos muito que conversar quando eu voltar. Ele se afastou dando um meio sorriso, meus olhos se arregalaram sabendo exatamente do que se tratava.

-Chris acompanhe a Ashley até em casa, nos encontramos no caminho. O Kennedy ordenou se encaminhando até a saída, sendo seguidos pelos dois.

Assim que ouvi o barulho da porta se fechando, me apressei em espiar pela janela, os seguindo com o olhar até que saíssem pelo portão. Finalmente estava sozinha, essa era a chance que eu estava esperando, a sorte de algum modo conspirou a meu favor, eu tinha que agir rápido antes que Rose chegasse, não posso me dar o luxo de perder essa oportunidade de ouro, mais nada é perfeito, ainda tinha um pequeno empecilho que impossibilitava minha fuga, eu tinha que encontrar um jeito de abri o portão, precisava procurar alguma coisa que desse para forçar a tranca.

-Um desses tem que funcionar! Uma chave de fendas, uma faca e um clips de papel destorcido, eram minhas esperanças, eu segurava firme os objetos que seriam minha salvação seguindo apressada até o portão.

Nunca pensei que tentaria arrombar algo na minha vida, como os delinquentes conseguem forçar uma tranca com tanta facilidade, parece tão mais fácil nos filmes. Tinha começado com a faca não obtendo sucesso algum, joguei o objeto no chão frustrada, colocando a chave de fendas com cuidado na fechadura, mexendo lentamente para cima e para baixo para um lado para outro, mais nada aconteceu o barulho que eu tanto ansiava em ouvir não veio, me deixando nervosa.

-Só tenho você agora! Posicione o clips respirando fundo, movimentando sem muitas esperanças de conseguir algum avanço.

-Vamos, não me decepcione! Eu continuava girando o objeto de metal com as mãos trêmulas, já entrando em desespero, estava quase desistindo quando um pequeno som chegou aos meus ouvidos, a tranca se rompeu abrindo uma pequena brecha no portão.

Cruzei com tudo pelo portão de ferro, seguindo o caminho oposto do que tinha feito antes, não tinha ninguém nas ruas, as casas estavam totalmente fechadas, era como se as pessoas estivessem com medo de saírem. As palavras do Kennedy voltaram com tudo na minha mente, com certeza ele as ordenou que ficasse em casa, assim como fez comigo antes de sair, a situação era mais grave do que eu pensei.

Continuei descendo o morro com a horrível sensação de perigo me servindo de companhia, eu estava em total sinal de alerta, olhando atentamente cada beco e viela, o som de carros mais a frente atraiu minha atenção, caminhei mais rápido, mal podendo acreditar que estava próxima da rua principal a poucos metros da minha liberdade.

-Merda! Parei de imediato me escondendo em um beco ao lado de uma pilha de caixas de papelão, incline a cabeça com cautela próxima a parede analisando minha situação.

A saída estava logo a diante, sendo muito bem vigiada por cinco homens armados, três deles estavam no telhado e os outros dois se mantinham em pé barrando a entrada e a saída de qualquer pessoa. Aqui era o meu fim, tudo estava acabado, me encontrava em grande desvantagem e totalmente desarmada, uma movimentação suspeita do outro lado da rua os deixou alarmados, dois homens suspeitos olhavam com atenção a entrada, eles usam roupas pretas e um deles estava com um sobretudo grande com as mãos nos bolsos. Ele parecia esconder algo, meu extinto de policial me dizia isso, um deles atravessou a rua se aproximando de vagar, após dar uma breve olhada para o amigo, sem dizer uma só palavra, ele arrancou da cintura uma pistola equipada com um silenciador, atirando com precisão e maestria contra um dos homens, fazendo o outro de refém não dando nem tempo de reação. Antes que os três que vigiavam do telhado se descem conta, já estavam sendo alvejados por diversos disparos vindos do outro lado da rua, o som dos corpos se chocando no concreto puderam ser ouvidos por mim, que engoli em seco sentindo as pernas fraquejarem ao vê-lo se livrar do sobre tudo revelando as duas metralhadoras em sua cintura, o cara das metralhadoras atravessou a rua assumindo a ponta, dando cobertura para o comparsa que segurava o homem do Kennedy pelo pescoço.

-Onde fica a casa do Redfield? O homem perguntou o prensando na parede colocando a pistola em seu peito. Quem diabos era esse Redfield, e por que esses caras estavam atrás dele.

-Eu prefiro morrer ao entregar um amigo. O homem ficou irado atirando contra o peito do pobre infeliz, que escorregou pela parede manchada com seu sangue.

Mesmo sem a informação que eles queriam, os dois seguiram em frente, se aproximando de onde eu estava escondida. Me apressei em me enfiar entre as caixas, sentindo o pânico correr por minhas veias, o som de seus passos se aproximavam, fazendo meu estômago revirar. Lembranças dolorosas dominaram minha mente, me recordando do dia em que perdi meus pais, apertei os olhos com força, tentando me livrar das sombras do passado que se tornaram tão presentes, me encolhi ainda mais, esbarrando sem querer em uma caixa que caiu fazendo um pequeno ruído.

-Você ouviu isso? Um dos homens perguntou alarmado.

-Sim! Veio das caixas. Meu olhos se arregalaram ao ver sua sombra na entrada do beco com a arma em punho.

Ele deu mais alguns passos, ficando a poucos centímetros de mim, seus sapatos pretos estavam totalmente visíveis aos meus olhos, sua arma foi engatilhada, e seu pé esquerdo se inclinou chutando uma das caixas, um miado agudo ecoou pelo local, um gato malhado saltou para fora assustado, ele certamente dormia entre as caixas, o pobre animal correu para dentro do beco úmido e estreito desnorteado desaparecendo em segundos.

-Caralho! Quase desperdicei uma bala com esse bicho. Ele resmungou, guardando a arma na cintura, voltando a seguir seu caminho.

Eu sentia como se minhas forças estivessem se esgotado por completo, mais eu não poderia ficar ali escondida, tinha que encontrar um jeito de avisar o Kennedy, muitas famílias vivem aqui, são pessoas indefesas que não tem culpa da vida de crimes que as cercam, eu não sabia quem era esse Redfield, mais sabia que era meu dever como policial ajuda-lo.

Balas não escolhem pessoas, gente indefesa pode acabar se ferindo com tudo isso, respirei fundo usando a parede como apoio para ficar de pé, sai do beco sem saber que lado seguir tinha que agir rápido antes que fosse tarde de mais.

-So...corro! Uma voz agoniada e sofrida veio de baixo, me virei apressada encarando o homem ensanguentado com uma mão ao peito, seus olhos já quase sem vida pediam clemência, corri até ele me abaixando ao seu lado.

-Ajuda... Ele pediu com a voz falha tocando minha mão que estava próxima a ele.

-Por favor não fale! Eu afastei sua mão direita do peito analisando seu ferimento, a ferida sangrava muito eu não era médica e nem intendia do assunto, mais a situação dele era gravíssima, estava surpresa por ele ainda conseguir falar.

-Vo... Cê... Tem que... Ir. Ele afastou minha mão de seu ferimento, tossindo um pouco pela força que fez, suas palavras me deixaram confusa.

-Fica calmo, eu só quero ajudar. O homem com muita dificuldade segurou seu revolver, que se encontrava próximo a ele, minha respiração acelerou ele deve saber quem eu sou, e assim como os outros quer me matar, mesmo morrendo.

-Chris... Família... Ajuda... Para minha surpresa, ele fez menção de me entregar sua arma, não lhe restando mais forças, ela escorregou de sua mão caindo em seu colo.

Agora tudo começou a fazer sentido na minha cabeça, comecei a prestar atenção nas coisas ao meu redor, encarando o homem baleado e um corpo mais á frente. A maneira de atirar, a precisão dos disparos em partes vitais, armas potentes e silenciosas, a discrição, a crueldade, a frieza e vontade de matar.

-Assassinos profissionais! Sussurrei com pesar, sem o Chris para defende-los, Jill e o filho seriam um alvo fácil.

-Ata... Atalho. Encarei novamente o homem, ele olhava para uma passagem estreita e de difícil acesso, que estava a sua frente, dois pedaços de madeira fechavam a entrada.

Sem pensar de novo segurei o revolver com firmeza, o guardando na cintura, arranquei facilmente as taboas que cercavam o local, os pregos tortos e enferrujados facilitaram meu trabalho. Comecei a correr, mais parei bruscamente ao me lembrar do homem caído recostado na parede, seria muita maldade que seus últimos minutos fossem sozinho. Olhe para trás, abaixando a cabeça ao constatar o que já era esperado, seu corpo estava um pouco inclinado para o lado e seus olhos parrados em um único ponto, já era tarde de mais para ele. Voltei a correr pelo pequeno caminho, as paredes das casas ficavam cada vez mais estreitas conforme eu avançava, vários entulhos estavam espalhados pelo chão, atrapalhando minha caminhada, jogados certamente pelos moradores das janelas de suas casas, dificultando ainda mais o acesso. Com muito dificuldade consegui chegar ao final do beco avistando a casa, que fui expulsa os gritos e insultos que estava do outro lado, não esperava voltar aqui tão cedo, dei uma breve olhada pelos arredores, tentando perceber uma movimentação diferente no interior da residência, tudo parecia normal e sossegado. Tomei a arma em punho, checando quantas munições ainda me restavam, eu ainda tinha quatro das seis balas que completavam o tambor. Me aproximei da casa, abrindo o portão com cautela, comecei a caminhar pelo jardim com cuidado engatilhando a arma, me posicionando entre a porta abrindo a mesma com rapidez. Meus olhos varreram a sala, mais tudo estava em perfeita ordem e um pouco silencioso, dei mais alguns passos para dentro, fazendo menção de subir as escadas.

-Tia você veio brincar comigo? A figura de Charles apareceu de trás do sofá segurando um boneco em mãos.

-Hãn... Oi! Rapidamente abaixei a guarda, escondendo a arma atrás das costas antes que ele viesse.

-Oi! Ele correu ao meu encontro sorrindo, apertando meu coração ao encarar seu olhar inocente.

-É... Me diz uma coisa lindo, onde está sua mãe? Charles apontou o dedinho para a cozinha.

Fechei a porta da frente trancando com a chave que estava na fechadura pelo lado de dentro, o pegando nos braços indo para a cozinha.

-Meus brinquedos estão ali? Ele reclamou tentando descer.

-Depois nós vamos brincar, antes tenho que falar com a sua mãe. Cruzei a porta com Charles resmungando baixo. Jill estava de costas mexendo em algo na pia, ela se virou ao perceber que alguém tinha chegado, seus olhos azuis se estreitaram e seu rosto se contorceu em uma surpresa ao me ver na sua frente com seu filho nos braços.

-O que está fazendo? Larga o meu filho. Ela mais que de pressa o tirou dos meus braços, feroz como uma leoa pronta para defender sua cria.

-Ela veio brincar mamãe! Sorri brevemente para ele, voltando a encara-la.

-Vocês tem que sair daqui. Ela levantou a sobrancelha desconfiada.

-Como assim sair? Você enlouqueceu? Jill disse irritada me olhando seriamente.

-Não dá pra explicar agora, eles estão chegando. Por favor confie em mim. Eu toquei seu braço desesperada para que ela me ouvisse.

-Eu não vou a lugar algum, você quer sair da minha casa? Ela puxou o braço nervosa.

-Jill me escuta, você e o seu filho estão correndo um grande perigo, me deixa ajuda-los. Assim como eu não confiava totalmente neles, eles também não confiavam cem por cento em mim.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa o barulho de alguém batendo na porta foi ouvido por nós, Jill deu dois passos á frente com a intenção de ver quem era, ela parou assim que me coloquei em seu caminho impedindo que ela continuasse.

-Eles chegaram! Fui até a sala olhando pela janela, o homem de olhar diabólico empunhava uma das metralhadoras, batendo mais uma vez impaciente.

-Tem alguma outra saída sem ser a principal? Eu me virei para ela que apertava o filho contra o peito me olhando assustada voltando a encarar a arma do lado de fora.

-Mamãe o que tá acontecendo? Charles tinha os olhinhos arregalados presenciado o desespero da mãe ao se dar conta da gravidade da situação.

-Na cozinha... Tem uma saída. Jill estava congelada mal conseguindo se pronunciar temendo pela vida de seu filho.

-Vamos rápido! Eu a segurei pelos ombros a encaminhando de volta para a cozinha, não queria iniciar um tiroteio, em uma operação de resgate, esse sempre é o último caso, primeiramente devemos prezar pela vida das vítimas. Assim que chegamos até a porta a maçaneta girou, abrindo uma pequena brecha.

-Meu Deus! Jill sussurrou ao ver o cano da pistola aparecer pela porta.

Fiz um gesto com a mão, para que ela se abaixasse, Jill saiu agachada se escondendo em um canto ao lado da geladeira com Charles. Minha única esperança era pega-lo desprevenido e assim conseguir desarma-lo mais facilmente, levei minhas mãos na pistola a levantando para cima, o homem se assustou de início se surpreendendo com minha atitude seu dedo apertou o gatilho disparando no telhado, eu tentava a todo custo travar o ferrolho para que a arma não disparasse mais uma vez, enquanto ele fazia força para tira-la de mim, nos estamos com nossas duas mãos sobre a pistola, nossos braços estavam levantados balançando para um lado e para o outro. Ele desistiu da briga, usando sua força contra mim, ele puxou minhas mãos para baixo me empurrando de encontro a mesa derrubando tudo que estava sobre ela, dificultando minha tentativa de desarma-lo. A arma escorregou de nossas mãos, aproveitei sua distração em tentar recupera-la, lhe acertando um chute no rosto o fazendo cambalear para trás. Fui pra cima dele lhe dando uma rasteira, seu corpo bateu no chão o fazendo gemer, chutei a pistola para longe tentando imobiliza-lo com uma chave de braço, o homem girou seu corpo escapando do meu golpe.

-Vamos ver do que a moça é capaz. Ele se colocou de pé sorrindo com ironia com um olhar desafiador, se aproximando tentando me dar um soco que rapidamente foi defendido por mim, que revidei com outro soco que facilmente foi esquivado por ele.

Tentei novamente atingi-lo com um golpe, sem sucesso, ele me sorriu vitorioso segurando minha mão tentando quebra-la, a dor começou a se intensificar atrapalhando meu raciocínio, antes que ele conseguisse seu objetivo, lhe dei um soco no estômago o fazendo me soltar. Um chute inesperado por trás me fez cair de joelhos, o desgraçado aproveitou meu descuido me atingido em cheio com um soco no rosto, fiquei atordoada, sentindo o sangue quente escorrer por minha face. Suas mãos foram até minha garganta me puxando para cima. Seus dedos faziam força contra minha garganta, seus olhos sombrios tinham um brilho tenebroso se apreciando com minha agonia, eu tentava desesperadamente alcançar o revolver nas costas, meus lábios estavam entre abertos e meus pulmões gritavam por ar, ele cerros os dentes usando toda sua força em suas mãos que me estrangulava, minha garganta estava seca, meu peito ardia e queimava por falta de oxigênio, já não conseguia ver nada ao meu redor quando finalmente consegui pegar a arma, minhas pálpebras pesavam toneladas a arma escorregou por meus dedos caindo ao chão e tudo se apagou por alguns segundos. Meu corpo se colidiu contra algo frio trazendo de volta a realidade, suas mãos não estavam mais no meu pescoço me permitindo respirar novamente, meus olhos se abriram imediatamente, levei a mão até a garganta, respirando loucamente, pela boca e nariz.

-Você esta bem? Levantei o olhar para Jill que estava com Charles ao seu lado e um rolo de macarrão em uma das mãos. Balancei a cabeça tossindo algumas vezes, fixando no corpo do homem esparramado no meio da cozinha. Ela me ajudou a ficar de pé, peguei minha arma cambaleando me recuperando aos poucos, o estrondo da porta da frente sendo arrombada nos deixou em pânico, Jill jogou o utensílio de cozinha que salvou minha vida sobre a mesa, pegando o filho nos braços que chorava apavorado com todos os acontecimentos.

-Vamos! Abri a porta, deixando que ela saísse primeiro com a criança, indo logo a trás.

-Ei? Parada! O outro pistoleiro gritou atirando diversas vezes contra a porta acertando as janelas fazendo vários estilhaços caírem sobre nós. Meu braço direito estava em seus ombros, a segurando para que continuasse abaixada, chegamos até o muro que ficava nos fundos.

-Vai! Ela encarou o muro olhando para mim que me aproximei segurando seu filho para que ela pudesse subiu.

Jill subiu rapidamente usando um caixote para se apoiar, eu fui logo atrás sentando Charles no muro, terminei de subir me inclinando para baixo para ajuda-lo a descer, mais o menino se recusou se agarrando em mim.

-Vem com a mamãe meu filho! Jill pediu agoniada com os braços estendidos para o alto, o pequeno se negou a obedece-la, se apertando mais contra mim.

O cara nos alcançou voltando a efetuar diversos disparos assim que nos viu, em um ato impensado me joguei do muro apertando Charles em meus braços, usando meu corpo para protege-lo do impacto contra o chão. Por sorte o muro não era tão alto e alguns sacos de lixos amorteceram a queda, seu corpinho tremia sobre o meu, ele voltou a chorar procurando pela mãe, Jill o pegou de meus braços, o abraçando apertando, sussurrando um, "Vai ficar tudo bem". O barulho ensurdecedor da metralhadora e o som das balas ricocheteando nas paredes, nos dava a terrível sensação de estar em uma guerra. Descemos o morro rapidamente entrando em uma pequena rua, Jill estava apavorada tentando acalmar o filho que se engasgava com o próprio choro, eu precisava os tirar da mira do assassino o mais rápido possível.

Notas Finais


Obrigada a todos pelos favoritos e comentários. Bjs!!!


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