História Apaixonado pelo mal - Capítulo 3



-Robert ?

Eu ouvia alguém me chamando, mas não sabia quem era, e nem de onde vinha.

-Robert ?

E mais uma vez ouvi a doce voz me chamando, mas meus olhos eram incapacitados de abrir.

-Ei amor, acorde. Está na hora de você trabalhar.

Me remexi para o lado tentando abrir os olhos.

-Bom dia coisa preguiçosa! -Uma voz disse e beijou minha boca- Ei, abre o olho.

-Hum ? -Perguntei em voz baixa.

-Amor, acorda... ! 

Senti balançando meu braço, e com muita dificuldade abri os olhos, vendo Emilie .

-Bom dia. -Minha voz saiu rouca. -Onde estou ?

Ela riu

-Você está em casa, no quarto. Bom... ontem a noite você estava dormindo no sofá, mas consegui te tirar de lá. 

-Dormi no sofá ? -Perguntei tentando me lembrar.

-Dormiu. Eu cheguei eram quase 22 horas e você já estava apagado, e roncando! -Ela riu.

Fiz um biquinho.

-Eu não ronco.

-Ok,você pode até não roncar, mas ontem você estava roncando. 

-Que horas são ? -Perguntei coçando a cabeça.

-06:34. Já está quase na hora de irmos.

-Não, não vou sair de casa hoje se não nos divertirmos.

-Divertirmos ? -Ela repetiu com as sobrancelhas arqueadas.

-É isso mesmo que você tá pensando. 

Ela sorriu mas em seguida o seu celular tocou.

-Só um minuto amor. Alô ?

Fiquei em silêncio a olhando falar  no telefone.

-Mas.. mas como ? Não, não dá.

Sua voz era histérica, sua expressão era de nervosismo e ela passava a mão no cabelo com certa brutalidade.

-Não está na hora de eu chegar no trabalho ainda, eu estou aqui em casa ainda te pijama, como o meu noivo...

Ela falava alto 

-Não, não ! Espera. Já já eu estou aí.

Ela desligou e me olhou.

-Me perdoa amor, mas hoje não vai dar para nos divertirmos. O chefe disse que se eu quero ocupar outro cargo terei de batalhar bastante.

-Mas ele não precisava te obrigar  a chegar lá tão cedo. 

-Não, ele não está obrigando, só está dando idéia do que será melhor pra mim. -Disse ela pegando roupa e se vestindo rapidamente. 

-Não vai tomar café ? 

-Terei que tomar lá mesmo, já estou atrasada.

-Hum, tudo bem.

Ela prendeu os cabelos rápido, pegou sua bolsa e correu até mim.

-Não está chateado comigo não é ? -Ela acariciou meu rosto- Só queria recuperar meu cargo no emprego. Mas se quiser eu posso deixar isso pra lá.

-Não, você tá certa. Você deve ir. -Tentei sorrir- Sabe que horas chega?

-Não sei. Mas hoje meu celular está nem carregado e eu te ligo.

-Ok.

-Te amo Rob. -Ela me deu um selinho..

-Eu também amo você Emilie.

E então ela se foi...

"Flash Back On"

19 de Janeiro de 2016

-Qual o problema de eu querer meu quarto vermelho ?

-Esse vermelho na parede vai ficar horrível. -Insisti.

-Eu quero muito ! Se ficar feio a gente muda de quarto. -Ela riu.

-Já vou me mudar então... Sei que vai ficar horrível.

-A gente pode tentar. Eu até já comprei as tintas.

-Isso é o de menos, a gente vai na loja e troca.

-Rob, por favor... me ajuda a pintar.

Revirei os olhos.

-Paredes vermelhas ? Certeza ?

-Sim ! -Ela bateu palminhas e sorriu.

-Então bora trabalhar.

Quando todas as paredes do quarto estavam pintadas, me sentei no chão exausto, mal sentia meu braço.

-Tem uma coisa ainda que não está vermelho . -Ela falou pegando a lata de tinta.

-O que ? -Perguntei curioso.

-Você !

E então senti um líquido se espalhando por todo meu corpo, a primeira coisa que fiz foi limpar os olhos. Droga Emilie !

-Você vai ver ! -Me levantei do chão mas escorreguei na tinta- Ai.

Emilie gargalhava muito alto e apontava pra mim.

-Você tinha que ter visto esse tombo. -Ela riu mais.

-Ha Ha Ha -Ri irônico- Engraçadinha. -Me levantei de novo -Que tal um abraço ? -Abri os braços sorrindo.

-Não obrigada, não gosto muito de abraços. -Ela riu tentando se afastar.

-Ah, mas vai aprender a gostar.

Emilie começou a correr pelo quarto, e eu fui atrás dela, na verdade... Nós ríamos mais do que corríamos. Até que agarrei sua cintura.

-Peguei você. -A abracei sujando-a de tinta.

-Seu idiota. -Ela deu tapinhas em meu peito rindo. -Droga, essa tinta não vai sair do meu cabelo.

-Vamos dar jeito.

Puxei Emilie pelo braço, levei-a no banheiro e entramos no Box.

-Que isso ? -Ela perguntou.

-Vou lavar seu cabelo.

-Vamos tomar banho de roupa? -Ela riu.

-Se você quiser sem, melhor ainda. -Ri maliciosamente

-Não ! Acho mais justo de roupa mesmo. 

Emilie e eu rimos, liguei o chuveiro e a coloquei debaixo.

-A água tá fria ! -Ela reclamou.

-Tá nada, logo você acostuma.

Ela se juntou a meu corpo e me beijou, seus lábios macios e com sabor de morango se encontraram com os meus, e ela riu me deixando confuso.

-Tudo bem ? -Perguntei.

-Você ficou nervoso porque te beijei. -Ela riu.

-Não fiquei.

-Ficou sim, eu percebi. -Ela riu.

Ignorei-a e puxei de encontro com meu peito.

-Eu não fiquei nervoso.

Encostei nossos lábios e começamos um beijo lento, as línguas se interlaçavam e finalizei com um selinho, mas ela agarrou meus cabelos e nos beijamos de novo, dessa vez com intensidade.

Suas mãos puxavam meus cabelos fortemente e ela não parava o beijo, desci uma de minhas mãos para a bunda dela e apertei, ouvindo-a gemer baixinho.

Ela parou o beijo para respirarmos, e tirou minha blusa, Emilie analisou cada detalhe do meu abdômen, passou a mão por toda extensão e mordeu os lábios. Sorri pra ela, e fiz o mesmo com sua blusa, indo em direção ao sutiã, antes de tirar a olhei e ela acentiu com a cabeça. 

Tirei seu sutiã e apertei seus seios com cuidado, que se endureceram bem rápido, em seguida... mordi sua orelha.

Ela gemeu baixo.

-Vamos pra cama. -Ela cochichou em meu ouvido.

Peguei ela no colo e a joguei na cama, que logo começou a rir, dei vários beijos molhados em seu pescoço e desci para os seios, mordiscando-os.

-Você é linda. -A olhei nos olhos.

Ela sorriu 

Desabotoei seu short e o tirei, ficando frente a frente com sua intimidade coberta por uma calcinha vermelha, toquei de leve com o dedo e ela estremeceu.

-Para de me torturar. -Ela falou baixinho.

Ri de seu desespero e dei um beijo ali, por cima da calcinha, dessa vez seu gemido foi mais alto.

Tirei sua calcinha lentamente, e ali estava a mocinha, era branca como a neve, e bem pequena, estava toda lisinha. Senti meu membro quase pular pra fora da roupa e tirei minha calça.

-Ei... -Cheguei perto do seu rosto- Temos camisinha ?

Ela só acentiu com a cabeça e apontou o dedo para o guarda roupas.

...

O amor é algo como as nuvens que estavam no céu antes que o sol saísse. Você não pode tocar as nuvens, mas pode sentir a chuva; também não pode tocar o amor mas pode sentir o bálsamo envolvendo-o completamente.

"Flash Back Off"

Todas as lembranças que Emilie e eu passamos juntos, foram as melhores de minha existência, como alguém tem o poder de mexer assim comigo ? 

‎No meio dos meus planos de superação, minhas falas ensaiadas e minhas tantas loucuras, ela apareceu

Sentei pra descansar de mim e, quando olhei, ela já tava do meu lado. Não quis mais levantar. Eu pensei em agendar uma hora pra ser imprevisível, mas ela tava me desconcentrando, me desconcertando. Eu morria de vergonha e me senti à vontade. Eu tinha medo e me senti seguro.

Droga Emilie, o que está acontecendo comigo ?

...

20:00 horas.

Tudo já estava pronto, as paredes do quarto de nossa "nova" casa estavam pintadas de vermelho, havia vários corações de papel que eu havia colocado, da porta até a cama havia um tapete vermelho e algumas rosas vermelhas "jogadas" no chão. Ao lado da cama havia uma mesa para dois, com vinho e comida japonesa, e no fundo, uma música romântica tocava.

Sim, eu fiz um surpresa para Emilie, eu precisa demonstrar mais uma vez o quanto estou apaixonado por ela, preciso faze-la acreditar que é fiel, sincero,preciso ouvir de novo ela dizendo que me ama.

Deu 21 horas e nada de Emilie aparecer, pensei em ligar,mas não queria parecer chato, então me encostei na cama e fiquei ali,esperando.

"Flash Back On"

30 de dezembro 

Estávamos sentados em uma área qualquer de lazer, havia uma cesta cheia de comida, estávamos fazendo um piquenique, quando nos explodimos de tanto comer resolvemos fazer uma brincadeira para conhecer o outro melhor.

-Eu começo ! -Sorri- O que curte em um cara ?

-Hum... me deixe pensar. -Ela me encarou- Simpatia, bom senso de humor e... barba mal feita ! -Ela riu me fazendo rir junto. 

-Isso seria uma indireta ? -Perguntei.

-Talvez. -Ela riu- Minha vez.

-Vai em frente.

-Você é virgem ? 

-Uou ! Você já começa com pergunta pesada. -Ela riu- Bom... Não, eu não sou virgem, quando eu tinha 16 anos comecei a frequentar um Clube de Strippers e... foi lá que aconteceu. -Cocei a cabeça.

-Então não foi por amor? -Ela me olhou.

-Eu nunca amei ninguém.

Ela abaixou a cabeça, parecia um pouco desapontada.

-Bom... Não até 6 dias atrás. 

Ela sorriu sem graça 

-Sua vez.

-Ok, essa é bem simples. Qual sua idade ?

-Quanto você acha que eu tenho ?

-Acho que é minha vez de fazer pergunta. -Sorri- Mas te respondendo... eu acho que você deve ter uns 19.

-Errou ! -Ela riu.

-Errei, sério ? -Falei chateado.

-Sim,você errou. Eu tenho 22 anos, ok, você vai dizer que não pareço ter essa idade, todos dizem isso. E sim, eu sou 1 ano mais velha do que você. -Ela riu.

"Flash Back Off"

Me sentei na cama rapidamente, estava sustado demais, um barulho muito alto se ecoou pelo quarto me despertando do sono.

Emilie estava ali, ela parecia nervosa, várias lágrimas caíam em pelo seu rosto, e havia um copo de água espatifado no chão.

-Ei meu amor. -Fui até ela e a abracei.

-Vo...Você fez isso tudo pra mim ? -Ela perguntou chorando.

-Claro. Sente aqui.

Emilie sentou na cama e eu ajoelhei em sua frente.

-Cheguei à conclusão de que nada que eu encontrasse no mundo seria capaz de declarar o quanto eu amo você. Então estou aqui diante de você simplesmente lhe dizendo que te amo mais do que tudo e que não posso viver sem você. Simples assim, te dei meu coração.

O choro de Emilie aumentou, junto com soluços, e seu rosto ficou vermelho.

-Ei... o que foi ? -Acariciei seu rosto.

-Rob... eu te amo. -Ela me abraçou forte- Obrigada por tudo, por absolutamente tudo. Eu queria te retribuir da mesma forma... -Ela se afastou um pouco- Mas eu tenho uma notícia ruim. -Ela falou baixo.

-Antes nós vamos jantar. Depois você me conta.

Ela respirou fundo limpando as lágrimas.

-Isso tudo ficou lindo! A decoração... absolutamente tudo. Você é incrível Robert. Eu te amo.

Sorri e nos sentamos.

Servi vinho pra ela e abri a panela.

-Eu que fiz essa comida japonesa.

Ela me olhou e riu.

-Certeza ? Você fez sushi Robert ? Tem certeza que não comprou e colocou aí na panela para tentar me enganar ? -Ela riu

-Acha mesmo que eu seria capaz de te enganar assim? Amor, sei que sou péssimo em cozinhar... mas juro que fui eu quem fiz.

-Eu acredito em você.

Ela sorriu e brindamos ao nosso amor.



A noite passada foi linda! Após o jantar, peguei meu violão e toquei sua música favorita, assistimos ao seu filme favorito, e terminamos a noite fazendo amor.

Acordei as 5 da manhã, e me levantei sem que ela percebesse, fui a cozinha e fiz um delicioso café da manhã, arrumei tudo para levar na cama.

Abri a porta e acendi a luz.

-Bom dia amor. 

Ela se remexeu na cama sorrindo.

-Você tem o sono leve. -Ri e fui até ela.

Emilie abriu os olhos.

-Acredite... eu vi quando você se levantou. 

-Uau -Ri- Trouxe seu café.

Ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas e pegou a bandeija colocando ao seu lado.

-O que foi meu amor ? -Perguntei preocupado.-Não gostou ?

-Eu adorei amor. -Ela abriu um sorriso fraco -Lembra quando eu disse ontem que precisava te falar uma coisa ruim ?

-Ah, é verdade. O que foi amor ? O que aconteceu ?

Emilie limpou as lágrimas e me olhou.

-Teremos de ficar uns dias separados.

-O quê?  -Gritei

-Ei calma... -Ela falou baixo.

-Calma ? A gente vai ficar uns dias separados e você me pede calma? -Falei alto passando a mão no cabelo -Por quê vamos ter que ficar separados? 

-Você não me deixa falar ! -Ela aumentou a voz- Me escuta. Ontem eu recebi uma proposta no emprego, que é viajar para Paris e entrevistar algumas empresas de lá, só assim consigo recuperar meu antigo cargo e também ganharei uma quantia extra.

-Vi...viajar pra Paris ? -A encarei -Com quem ?

-Com meu chefe.

-Ah ok, você vai viajar pra Paris e ainda por cima com um homem?

Ela revirou os olhos.

-Robert,meu chefe tem 52 anos. Para de falar besteira.

-Eu posso ir com você, não me importo de perder o emprego.

-Só podem ir quem trabalha lá. -Ela limpou uma lágrima. - Eu estava até feliz quando me disseram sobre Paris, porquê pensei que eu poderia te levar. 

-Caraca ! -Andei pelo quarto pensativo- Quantos dias fora ?

-2 semanas.

-2 semanas ? -Berrei- Você tinha me dito alguns dias !

-Robert, são dias semanas ok ? 14 dias.-Ela bufou

-Por quê você está tão nervosa ?

-Eu estou nervosa porquê eu já estou irritada pelo fato de ter que ir para Paris e ficar longe de você, e também estou estressada porquê você não colabora. Tenta me entender poxa !

-Emilie me perdoa, mas eu também estressada sou nervoso com essa situação toda sabe ? Foi tão em cima da hora.

-Me falaram ontem Robert. Ontem ! -Ela bufou- Eu também estou brava por terem me avisado em cima da hora mas... o que posso fazer ? Trabalho é assim. Não pense que estou feliz por ir à Paris, por conhecer a torre Eifell... Eu amo você e não quero ficar longe. -Ela se levantou chorando.

Respirei fundo e a abracei bem forte.

-Ei, tudo bem, não chore. -Respirei fundo - Que dia você vai ?

Ela começou a chorar mais .

-Me responde Emilie.

-Eu vou hoje. Daqui a pouco.

-O que ? -Gritei e me afastei- Não é possível.

-Eu sei... me desculpe. Mas a culpa não é minha. -Ela limpou as lágrimas- Eu tentei te avisar ontem, mas você não deixou 

-Você vai hoje pra Paris ? Hoje ? -Perguntei nervoso.

-Robert eu não tenho culpa ! -Ela gritou- Você fala como se estivesse me julgando, como se fosse culpa minha.

-Me desculpe . -Bufei.

-Para de falar dessa forma comigo .

Respirei fundo e dei outra outra volta no quarto.

-Escuta... Você vai hoje, e eu dou um jeito de a aparecer amanhã lá em Paris.

Ela me olhou.

-Como ?

-Me passa o nome do hotel, que amanhã converso lá no meu trabalho e vou encontrar com você.

-Você vai perder o emprego....

-Eu faço qualquer coisa pra ficar com você. 

Emilie sorriu e pulou no meu colo.

-Eu te amo Robert.

Abri um sorriso pequeno.

-Eu te amo Emilie.

...

Ok, vou confessar agora, eu estou com uma puta raiva, com um puto ódio, tô com vontade de morrer, por que ? Por quê a Emilie tem que ir ? E logo hoje, assim, tão em cima.

Ok Robert, para de ser chato, é o trabalho dela, precisa respeitar.

...

Depois de muitas despedidas, muitos beijos, abraços, carinhos... Emilie se foi.

Oh meu Deus ! O que farei da minha vida agora ?