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História Apaixonado por um instrutor de zumba - Capítulo Único


Escrita por: Arisusagi

Notas do Autor


Escrita para um desafio do Nyah.
Essa fanfic é a continuação de um drabble da série "Meia Hora", que eu vou postar aqui em breve.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Arakita olhou para o relógio do celular e suspirou.

Ele estava parado na frente daquela academia há uns 15 minutos, e seria muito desagradável se algum conhecido o visse ali. Primeiro porque ninguém fica parado na frente de uma academia por livre e espontânea vontade, então esse conhecido perguntaria o que ele estava fazendo, e Arakita teria que inventar uma desculpa escrota de última hora, porque ninguém podia saber o real motivo de ele estar ali. Como ele era um cara prevenido, essa desculpa já estava pronta, e não era tão ruim assim, mas seria melhor se ele não tivesse que usá-la.

― Arakita? ― Ele se arrepiou ao ouvir seu nome dito por aquela voz grossa.

De todas as pessoas que ele poderia encontrar agora, tinha que ser justo o Fukutomi?

―Oi, Fuku-chan, mas que coincidência encontrar você por aqui!― Ele tentou disfarçar. Talvez ele não perguntasse o que ele estava fazendo ali.

Pela forma com que ele arqueou as sobrancelhas grossas, aquela falsa simpatia não havia funcionado.

―O que você está fazendo aqui?

Ótimo.

―Estou esperando o Shinkai. ― Arakita disse sem hesitar. Shinkai era seu melhor amigo, e também era professor de natação naquela academia, fazia sentido, não é?

―O Shinkai não trabalha hoje.― Fukutomi disse mantendo sua expressão séria. ―Ele até chamou a gente pra ver um filme na casa dele, você se esqueceu?

Ah, claro, Arakita se lembrou daquele evento marcado no Facebook, aquele que ele marcou “Recusar” por ter outros planos no mesmo dia.

―Arakita, o que você está fazendo aqui?― Ele repetiu a pergunta.

―Estou esperando alguém.―Arakita murmurou, olhando para qualquer lugar menos para os olhos de Fukutomi.

―É aquele instrutor de zumba, né?

Bingo.

―E se for?!― Ele disse em tom mais alto que o necessário.

Fukutomi o encarou com a mesma cara de pedra por alguns instantes, até Arakita se envergonhar por ter gritado.

―Vocês estão…?

―Estamos saindo, é só isso. ―Ele enfiou as mãos nos bolsos e olhou para o chão.

―Há quanto tempo?

―Umas semanas aí, pouca coisa.

―Quantas semanas?

―Sei lá!―Ele começou a perder o pouco de paciência que tinha.―Desde que a gente fez aquela aula, eu acho. Por que você quer saber?!

―Arakita, aquela aula foi há 3 meses.

―Eu sei! E daí?

―E daí que você nunca ficou com ninguém por mais de duas semanas.

Arakita sabia disso, ah, como ele sabia.

Todas as noites passadas em claro imaginando o motivo de ele não ter perdido interesse naquele maldito instrutor de zumba depois do terceiro encontro foram mais do que suficientes para ele perceber que algo estava fora do normal.

Ainda mais porque ele não encontrou razão alguma.

Toudou não era particularmente atraente. Ele até que era bonitinho, mas Arakita já saíra com pessoas mais bonitas. E as vezes que eles dormiram juntos não foram nada extraordinárias, mas também não foram horríveis. E eles não tinham muitos assuntos em comum, na verdade, Arakita o achava extremamente irritante, sempre falando sobre coisas inúteis e sobre si mesmo.

Mas mesmo assim, Arakita ainda queria sair com ele. Pior, Arakita não parava de pensar nele.

Não querendo chegar à nenhuma conclusão indesejada, ele achou melhor parar de reparar em tudo aquilo, por mais que fosse difícil ignorar aquela estranha animação que ele sentia toda vez que Toudou o enviava uma mensagem.

―Eu não acho que isso seja ruim.― Fukutomi disse, tirando-o de seus devaneios.― Já estava na hora de você…

―Shh, eu não quero saber.― Arakita passou as mãos pelo rosto.― Nós só estamos saindo, tá bom? Não é nada demais!

Fukutomi o olhou como se duvidasse de suas palavras, mas não disse nada.

―Estou indo encontrar o Shinkai.― Ele pôs a mão em seu ombro e o apertou de leve.―Até mais.

―Até.

Cinco minutos depois, Toudou saiu da academia. Ele vestia uma blusa azul de mangas compridas e jeans pretos, ao invés das roupas de ginástica exageradamente coloridas que usava para trabalhar. Ele também não estava usando uma daquelas tiaras que Arakita tanta odiava, seus cabelos pretos estavam presos em um pequeno rabinho de cavalo.

―Arakita!

―Você está atrasado.―Arakita tentou não pensar em como ele ficava bem com o cabelo daquele jeito.

―Desculpa! Eu tentei sair mais cedo, mas as meninas tinham tantas perguntas.―Toudou pôs a mão na bochecha e fez uma cara dramática. Arakita achava engraçado como ele chamava um bando de tiazonas com mais de quarenta anos de meninas.―Uma delas até pediu a receita do meu suco detox!

―Que seja, vem.― Ele revirou os olhos e o puxou pelo braço.

Hoje eles iriam ao apartamento de Arakita, já que ele não era um grande fã de demonstrações públicas de afeto, principalmente estando com um instrutor de zumba barulhento que, aparentemente, conhecia metade da população da cidade.

A moto de Arakita estava parada ali perto. Ele colocou seu capacete e entregou o outro para Toudou.

―Você tem que comprar um carro logo, Arakita!―Era o mesmo discurso toda vez que ele usava a moto.―Motos são tão perigosas!

―Cala a boca!

―Grosso.―Toudou murmurou enquanto subia na garupa.

Uma sensação estranha tomou conta da barriga de Arakita assim que ele sentiu os braços envolverem sua cintura.

Era aquilo que chamavam de borboletas no estômago? Cacete.

Deixando toda a baboseira de adolescente de lado, Arakita deu partida na moto e tentou ignorar o calor que se formava em suas bochechas.

Eles chegaram ao prédio onde Arakita morava depois de alguns minutos. Ele destrancou a porta de seu apartamento já esperando os comentários sobre sua falta de organização e limpeza.

―Quando foi a última vez que você varreu esse chão?―Eles mal haviam tirado os sapatos.

Arakita não disse nada, apenas largou os capacetes em cima de uma cadeira e seguiu para a cozinha.

― Quer beber alguma coisa?― Ele abriu a geladeira.

―Não, obrigado.―Toudou parou na porta e cruzou os braços.―Onde tá a vassoura?

Arakita fez um gesto vago com a mão na direção da pequena área de serviço que ficava do outro lado da cozinha. A vassoura que sua mãe o deu assim que ele começou a morar sozinho estava lá, com certeza.

―Você nunca usou isso né?―Ele cutucou suas costas de leve com o cabo da vassoura e seguiu para a sala.

Sempre que visitava a casa de Arakita, Toudou fazia questão de arrumar tudo que o incomodasse, com a desculpa de não conseguir se concentrar em outras coisas por causa da bagunça e da sujeira.

Talvez fosse por isso que Arakita ainda saia com ele depois de todo aquele tempo.

“Hah, quem me dera.”

Ele pegou uma latinha de Bepsi e se jogou no sofá sem nenhum cuidado, enquanto Toudou varria um montinho de poeira e cabelos.

―A última vez que eu vim aqui foi quando? Semana passada? E já tá essa imundice? ―Ele juntou a sujeira em uma pá de plástico e voltou para a cozinha.―Não quero nem ver o seu quarto.

Arakita achou Toudou muito parecido com a sua mãe naquele momento. Ele se lembrou de como ela brigava com seu pai por causa de uma louça mal lavada ou por uma toalha molhada abandonada sobre a cama.

Até parecia que ele e Toudou eram casados.

Pensando bem, Toudou seria um bom marido. Além de ter essa obsessão por limpeza, ele sabia cozinhar muito bem. Por mais que Arakita odiasse toda essa frescura de alimentação saudável, ele comeria a comida de Toudou pelo resto da vida sem reclamar.

Espera aí, ele estava pensando em casamentoCacete.

Ele se engasgou com a Bepsi e começou a tossir.

―Arakita?― Toudou veio correndo da cozinha.― O que foi?

―Nada― ele disse assim que se recuperou do quase afogamento.―, eu me engasguei, só isso.

―Você devia parar de beber essas porcarias cheias de açúcar― Ele tirou o celular do bolso.―, lembra do suco que eu fiz pra você? Você devia beber mais daquilo.

Arakita se lembrou, com horror, de quando Toudou bateu duas laranjas inteiras com uma folha de couve, agrião e inhame e no liquidificador. Ele precisou de quase uma garrafa inteira de enxaguante bucal para se livrar do gosto daquilo.

―Nem fodendo. ―Ele disse baixinho para não ser ouvido.

Ele colocou a lata sobre a mesinha de centro e ligou a TV. Toudou se acomodou ao seu lado e apoiou a cabeça em seu ombro.

―Você vai querer assistir isso aí?―Toudou resmungou enquanto digitava freneticamente em seu celular.

―Não estou nem prestando atenção.― Ele respondeu sem pensar em como aquela frase havia soado estranha.

―Também, com alguém tão lindo como eu sentado do seu lado!―Ele riu e deu uma cotovelada de leve em suas costelas. Arakita pensou em fazer um comentário maldoso, mas achou melhor não dizer nada, até porque, ele concordava com Toudou.

De fato, Toudou não era assim tão atraente, mas Arakita percebeu que essas últimas semanas fizeram com que ele o visse de forma diferente. Ver aquele brilho que surgia em seus olhos todas as vezes que ele falava sobre algo que gostava fazia o estômago de Arakita se revirar de uma forma estranha e agradável, e de repente toda a sua irritação desaparecia. Até mesmo aquelas coisas que o incomodavam tanto na aparência de Toudou―como a sua testa, que era grande demais para ficar descoberta― deixaram de parecer tão horríveis assim.

Aquela era a tal Beleza Interior? Que bosta.

(E desde quando ele sabia todas essas expressões românticas babacas?)

Eles ficaram em um silêncio confortável que Arakita estranhamente não queria que acabasse. Ele não se importaria de passar o resto da tarde assistindo a um programa de auditório qualquer com Toudou ao seu lado. Era tão estranho e... Aconchegante?

De novo, ele estava pensando demais sobre isso e chegaria a alguma conclusão horrível se não parasse naquele mesmo instante.

Ele sentiu o rapaz se mexer ao seu lado, e logo em seguida os lábios dele estavam nos seus.

Toudou largou seu celular sobre o sofá e se ajoelhou, segurando os ombros dele. Arakita soltou o rabo de cavalo e enroscou os dedos naqueles fios negros ridiculamente perfumados.

Ele inclinou a cabeça para o lado e separou os lábios, aprofundando o beijo lentamente. Toudou gemia baixinho enquanto suas línguas roçavam uma na outra.

Um calor subiu pela barriga de Arakita quando ele sentiu as mãos correrem pelo seu peito e pararem sobre a fivela do seu cinto.

Arakita sorriu no meio do beijo e separou um pouco as pernas, apertando a bunda de Toudou enquanto ele abria o zíper de sua calça.

 

 

Arakita jogou a cabeça para trás e fechou os olhos, sentindo como se estivesse prestes a desmaiar. Ele fechou o botão e o zíper da calça com uma mão, ainda de olhos fechados, e não se incomodou em fechar o cinto. Toudou realmente era muito bom com as mãos.

Ele estava no banheiro agora, amassando um pedaço de papel higiênico. Arakita o observou com a visão ainda um pouco embaçada.

Toudou penteou os cabelos com os dedos, puxando-os para trás e os prendendo com o elástico que estava em seu pulso. Ele olhou para Arakita e sorriu, antes de voltar sua atenção para o espelho.

Arakita sentiu aquelas tais borboletas em seu estômago de novo, e ele parou pra pensar porque um simples sorriso o fez se sentir daquele jeito, enquanto todas aquelas carícias que eles trocaram há poucos minutos não o deixaram sequer corado.

E então, com a mente nublada pelo sono, Arakita chegou à conclusão que estava evitando pelos últimos meses.

Ele estava apaixonado por aquele instrutor de zumba.


Notas Finais


Eu penei um pouquinho pra escolher um casal pra esse desafio. Já tinha certeza de que ia ser de YowaPeda porque essa categoria precisa de mais fanfics.
Primeiro pensei em escrever uma do OTP ♥ TadoMaki ♥ , mas a única ideia que eu tive era muito angst e dramática e eu não sei se escrevo essas coisas tão bem assim.Depois pensei em escrever ImaSaka, mas a ideia que eu tinha ia ser mais shounen-ai do que yaoi. No fim escolhi AraTou porque sei lá, comentaram o drabble de Meia Hora pedindo uma continuação e eu resolvi fazer (se bem que não foi bem o que pediram, heh).
Agradeço à Júlia e ao Scott pelo apoio moral e por ajudar a escolher o casal/plot, e à Kaline Bogard por comentar aquele drabble de Meia Hora.


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