1. Spirit Fanfics >
  2. Apenas Amigos? >
  3. A Mess It Grows

História Apenas Amigos? - A Mess It Grows


Escrita por: Tifioni-chan

Notas do Autor


Oi pessoal!
Como vão todos?
Eu vou bem ehheheh
Estou bastante contente que finalmente tive tempo e inspiração para escrever. Estava com saudade já ;) Desculpa mesmo a demora, eu tava com vida corrida esses dias
BTW I'M BACK MUAHAHAHAHA

Sem mais delongas, aqui está o capítuloooooo.
Espero que gostem!
Muito obrigada por ler "Apenas Amigos?"

Capítulo 12 - A Mess It Grows


Recostada à parede, eu observava meu quarto.

Eu não havia arrumado a cama. Os lençóis estavam todos embolados e o travesseiro, ainda molhado de lágrimas, estava caído em cima do tapete. O cômodo estava um caos, assim como eu.

  Ao meu lado, no chão, estava uma pequena mala que eu havia feito por impulso, com a ideia idiota de pegar um trabalho e sumir por um tempo, pra tentar esquecer toda essa confusão.

“Sua idiota”, pensei, “Não foi assim que você começou toda essa merda?”

Suspirei sentindo o peso de um milhão de erros em minhas costas. Eu estava tão, tão cansada... Não havia pregado o olho na noite anterior.

Lisanna havia me acompanhado até em casa, uma atitude que achei extremamente gentil, ainda mais vindo dela. Ela me fez um chá e uma promessa de que tentaria arrumar essa situação.  

Observei a caneca do chá de Lisanna, ainda cheia pela metade, em cima de minha penteadeira e senti meus olhos arderem.

Embora tenha dito a mim mesmo que poderia perdoá-la, eu ainda estava bastante ressentida. Eu queria que Erza estivesse aqui. Aqui e não do outro lado do país em uma missão de escolta ou sei lá o que. Ela, sempre maternal, não deixaria as coisas chegarem a esse ponto.

Ou talvez Levy. Levy também poderia me ajudar. Ela era sempre amável e paciente. Poderíamos ler juntas...

Ou então Cana. Embora ela provavelmente me enfiasse bebida garganta a baixo, a sua companhia e alto astral seriam muito bem vindos...

Eu só... Eu só queria poder contar com alguém. Alguém que não fosse Lisanna. Alguém para quem correr. Alguém para me ajudar.

E o mais doloroso disso é que esse alguém sempre foi Natsu. E agora, bem, agora estamos aqui.

Abracei meus joelhos e deixei meu corpo tombar para o lado, deitando no piso madeira morna.

Observei o céu através da janela, sentindo meus olhos se fechando. Talvez fosse meio dia. Talvez mais, talvez menos. A mim, pouco importava agora. Eu já tinha entregue os pontos. Estava cansada. Derrotada.

Agora, eu infelizmente entendia as histórias e canções de amor. Agora eu entendia a dor de um coração partido.

Deixando a exaustão tomar meu corpo, senti uma única lágrima escorrer, dolorosa e solitária, antes de mergulhar no sono.

...

O costumeiro barulho da guilda preenchia o ambiente. Era alegre, amigável. Me fazia sentir parte daquele lugar.

Eu estava cercada de rostos queridos. Erza, Levy, Mira, Cana, Mestre Makarov, Gray.

Porém ele não estava ali.

Forcei a vista, procurando pelos aglomerados de mesas ali por perto.

— Que foi Lucy? – Gray perguntou, levando sua caneca de cerveja aos lábios.

— Tô procurando o Natsu. – Respondi, ao que Gray levantou as sobrancelhas surpreso.

— Como é? – Levy, que estava sentada ao meu lado e havia ouvido, perguntou, parecendo incrédula.

— Desde quando você e Natsu voltaram a se falar? – Erza me encarou com um olhar acusador, como se tivesse lhe escondido algo.

— Como assim “voltaram”, gente? Natsu é meu melhor amigo...

— Ele era seu melhor amigo. – Grey disse com cautela, como se tivesse lembranças ruins.

— Claro que não, mas o que voc...

A imensa porta da guilda se abriu e Happy entrou voando. Logo após ele, Natsu.

Me pus de pé num salto. Erza tentou me segurar pelo braço, mas eu me desvencilhei dela.

— Lá vamos nós. – Eu pude ouvi-la suspirar.

Sem dar importância aos protestos de Erza, chamei por Natsu. Ele me viu e imediatamente virou o rosto para o lado oposto.

Estranho.

Happy, porém, mergulhou em minha direção com as patas abertas, me atingindo em cheio no peito, o que me fez desequilibrar um pouco.

— Luchy! – Ele falava com a voz levemente embargada. – Eu sinto tanta saudades de você, Luchy!

— Happy... – Eu fiz um carinho leve em uma de suas orelhas. – Mas, por quê? Eu estou aqui, gato bobinho...

— É que eu sinto falta de como tudo era antes... – Ele disse, me soltando enquanto.

— Eu não estou entendendo o que...

— Happy! – Natsu gritou. – Venha aqui.

— Mas...

— Não se lembra do que combinamos?

— Mas Natsu, eu...

— Agora! – Ele rugiu. Algo... parecia diferente nele.

— Aye. – Happy murmurou tristemente enquanto flutuava em direção a mesa onde Natsu havia se sentado. Eu o segui e ele, percebendo isso, se virou para mim. – Não acho que você deva fazer isso, Luchy.

— Happy, por favor, me deixe passar. – Eu disse enquanto ele bloqueava minha passagem. – Eu quero falar com Natsu.

— Lucy, ele não quer... – Ele sussurrou, triste. – Você não dev...

— Happy, eu quero saber o que ta acontecendo. – O empurrei gentilmente para o lado e ele não ofereceu resistência. Apenas abaixou a cabeça, como se estivesse cansado.

Por que raios Happy estava daquele jeito? Por que não me deixavam falar com Natsu? O que... O que raios estava acontecendo?

Sentindo meu estômago embrulhar, fui andando o mais devagar que consegui me forçar até a mesa de Natsu.

— Oi! – Disse sorrindo para ele. – Eu estava te procurando!

— Percebi. – Ele disse ríspido, trincando o queixo.

— O que é que houve? – Semicerrei os olhos, o encarando. – Eu não estou entendendo o q...

— Ah Lucy! – Ele jogou as duas mãos para o alto e as deixou cair sob a cabeça, nitidamente irritado. – Você é muito cara de pau!

— Opa! Por que ta falando assim comigo? – Eu disse, indignada.

— Eu não deveria sequer estar falando com você! – Ele me fulminou com os olhos. A veia de nervosismo saltava em seu pescoço, eu podia ver claramente. – Não foi isso que você disse, que nunca mais queria me ver?

— Natsu, eu estava nervosa! – Eu coloquei as mãos em palma na minha frente, em defensiva. – Você também disse coisas ruins para mim. Mas isso não importa, eu vim aqui para me desculpar e...

Natsu gargalhou alto, o que fez com que algumas pessoas começassem a nos observar. Olhei para Erza, Levy e Grey na mesa. Eles pareciam tensos. Happy havia se juntado a eles e parecia igualmente preocupado. Eu queria entender o porque de tanta preocupação...

— Se desculpar? – Ele sorriu de modo irônico para mim.

— Natsu, as coisas não precisam ficar assim...

— Lisanna me passou o recado aquele dia. As coisas estão exatamente do jeito que você queria, não estão? – Ele me olhava com raiva, mas eu sentia um pontada de dor em sua voz. – Não estão, Lucy?!

— Natsu... – Eu engoli em seco, confusa. – O que exatamente Lisanna disse?

— Ah, você quer brincar assim? – Ele gritou, socando a mesa. Pelo canto do olho vi Grey se levantar, com os punhos fechados.

— Eu... Só quero saber... – Eu estava com medo. Eu nunca tinha tido medo de Natsu antes. O que havia acontecido com ele?

— Ah você quer? – Ele respirou fundo, como se tentasse se acalmar. – Você me mandou para o inferno. Você disse que preferia o policialzinho a mim, aliás, que preferia qualquer um a mim. Que nunca mais queria olhar na minha cara novamente. Que eu era uma escória e que você se arrependia amargamente do dia em que me conheceu. E que a partir de agora, você nunca mais queria trocar uma única palavra comigo...

— Natsu. – Eu mal conseguia respirar. – Natsu, eu... Natsu eu, nunca... Nunca disse isso...

— Disse. Disse sim. – A voz dela soou alegre e aguda atrás de mim. Não me dei a trabalho de me virar. Eu não conseguia me mexer. Eu mal conseguia me manter em pé. – Eu estava lá Lucy. Você me mandou dizer isso.

Ela surgiu em minha frente segurando uma manta enrolada em algo.

— Sua víbora nojenta! – Eu pulei para cima dela e logo em seguida senti mãos me segurando. – Vagabunda! Mentirosa! Você mentiu para ele! Eu nunca disse isso! – Consegui me desvencilhar e lhe dei um tapa na cara com toda a força. Lisanna se desequilibrou e deu dois passos para o lado.

Em um piscar de olhos, Natsu se pôs em meio a nós duas, com as mãos em chamas.

— Fique longe da minha esposa! – Ele rugiu pra mim. Perdigotos voavam de sua boca.

A palavra me atingiu como um raio...

Esposa.

Lisanna.

Esposa de Natsu.

— Okay, já chega! – Grey se colocou na frente entre mim e Natsu. – A não ser que queira sair no tapa comigo.

— Eu não tenho nada com você, Grey! – Natsu fez cessar o fogo de suas mãos e foi até Lisanna. Ela transferiu a manta para os braços de Natsu. Ele acomodou aquilo em seu colo e eu tive um vislumbre do que era na realidade. Um bebê.

O bebê de Natsu. O bebê de Lisanna.

— Querido, eu não sei mais como lidar com isso. – Lisanna fingiu uma ou duas lágrimas. – Fala com ela, por favor. Já chega disso. – Ela se virou de costas para Natsu, para que ele não pudesse ver o sorriso cínico que ela dava para mim, enquanto caminhava em direção à porta. – Chega disso.

O suspiro pesado de Grey ao meu lado me trouxe de volta à realidade.

— Natsu... – Eu pude balbuciar. – Eu não entendo. Eu só vim me desculpar...

— Com dois anos de atraso, Lucy... – Ele abaixou a cabeça para olhar a criança em seu colo. – É tarde demais.

— Natsu, eu... Eu só queria dizer que...

— Por favor, Lucy... – Ele foi andando em direção à porta, como seus olhos marejados. – Já chega disso. – Ele imitou as palavras de Lisanna.

— Natsu... Eu te am...

— Por favor, não diga! – Uma única lágrima correu por sua bochecha. – Você ... Eu sofri demais já... E... Lisanna... Eu... – Ele suspirou, com a mão livre na enorme maçaneta da porta. – É tarde demais Lucy... É tarde demais para nós...

...

Acordei de súbito, sentindo dor no peito e a garganta queimar.

Que pesadelo horrível.

Me sentia desorientada, minha cabeça parecia girar.

— Céus. – Minha voz soou rouca e eu senti boca seca e minha língua áspera. – Quanto tempo eu dormi?

Me pus de pé, lentamente, sentindo as juntas estralarem. Dormir no chão não é lá muito confortável. Fui quase me arrastando até minha penteadeira e encarei meu reflexo no espelho.

— Que lastimável Lucy. – Eu forcei um sorriso, observando as marcas do piso no meu rosto. Meu olhar recaiu sobre a caneca de chá. A peguei e fui em direção a cozinha .

Uma luz escassa e alaranjada entrava pela janela do meu quarto agora, sinalizando que eu sol já se deitava no horizonte. Devia ser fim de tarde.

Olhei o relógio de parede e confirmei.  18:05. E nada ainda.

Já fazia quase um dia e ele não tinha vindo me procurar.

Okay, eu sei, um dia parece pouca coisa. Mas para mim, cada segundo parecia demorar um século.

Eu tinha certeza que ele não tinha vindo enquanto eu dormia. Porque ele teria entrado pela janela, como sempre. Se bem que... As coisas haviam mudado muito e muito rápido. Nada mais era como “sempre”.

Talvez eu devesse procurá-lo, afinal eu disse que não queria vê-lo nunca mais... Mas, se Lisanna falou com ele, Natsu já deveria ter entendido tudo. A não ser que ele não a tivesse ouvido ou...

A caneca escapou por entre meus dedos e caiu no chão, se estilhaçando em vários caquinhos de cerâmica, que agora “nadavam” em chá.

— Ou que ela nunca tivesse dito nada.

Me lembrei da cena de meu sonho e, como se isso tivesse puxado um gatilho dentro de mim,  senti uma nova força brotar.

— Chega! – Gritei como todo meu fôlego. – Chega disso! Chega de choro, chega de Lisanna!

Estava na hora de tomar as rédeas de minha vida.

Corri até o banheiro, enquanto já tirava a camiseta, sem me dar ao trabalho de fechar a porta. Abri o chuveiro enquanto terminava de me despir.

Eu, antes de tudo, precisava de um banho. Um banho para lavar não só o corpo, mas também a alma.

E depois, eu ia falar com Natsu. Se a montanha não vem a Lucy, Lucy vai à montanha. Ou ao dragão. Ou ao amor de sua vida, seja lá o que for.

Afundei os dedos na espuma que o shampoo fazia em meus cabelos, tentando controlar meu estomago que borbulhava de ansiedade, e provavelmente também de fome.

Batendo o recorde de “Banho mais rápido e eficiente da história”, sai do banheiro apenas com a tolha enrolada no cabelo. Abri as gavetas de minha cômoda e peguei a primeira roupa em que pus os olhos.

Não importava o que eu vestiria desde que eu estivesse lá. Eu tinha que saber por eu mesma o que seria de nós agora. Eu tinha que me desculpar. Eu faria tudo que pudesse e entregaria todo o resto nas mãos do destino, não nas de Lisanna.

Calcei sandálias e passei os dedos pelo cabelo, ainda bastante úmido, tentando arrumar a franja, enquanto descia as escadas que me levariam à porta da rua.

Faltando três degraus para chegar ao térreo, uma batida soou na porta. Meu corpo congelou.

Fiquei parada imóvel na escada, até que uma segunda batida veio.

Tremendo tanto que mal conseguia me manter em pé nos pequenos saltos que usava, desci os dois últimos degraus me apoiando firmemente ao corrimão.

Coloquei a chave na fechadura e girei, o que pareceu demorar mil anos.

Respirando o mais fundo que consegui, pousei a mão na maçaneta e a girei, puxando a porta para mim.

Meu coração parou.

— Lucy. – Ele disse, com o rosto corado. Se pela luz vermelha do sol, se de vergonha ou por ambos, eu nunca saberei com certeza.

Senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo. Era ele ali. Senti seu rosto preencher meu mundo. Eu não conseguia parar de encará-lo.

— Natsu.


Notas Finais


DUN NA NA NAAAAAAAAAA
e aí gente? O que será que vai rolar? HEHEHEHEHE ~~ Escreve aí nos comentários oq vc acha que o futuro reserva para nossos queridos Natsu e Lucy!
espero que tenham gostado do capitulo! Escrevi com muitomuito carinho.
Se gostou messssmo não esquece de comentar. E favorita a fic, vai <3 HAHAHAHSHADH

vou ver se consigo postar o próximo capítulo logo. Vocês são tão pacientes, merecem <3
Muito obrigada por ler até o próximo capítulo.
~Chu <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...