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História Apenas Ela - E Depois?


Escrita por: DanyPS

Notas do Autor


Olá, capítulo quentinho saindo.
Antes queria agradecer a cada um dos comentários nos capítulos que saíram no fim de semana. Não tive tempo de responder, mas li todos.
E foi ótimo saber que gostaram dessa nova fase entre as duas.

Capítulo 17 - E Depois?


Taylor espreguiçava-se com aquela sensação gostosa que se tem ao acordar depois de um sonho maravilhoso. Podia até mesmo sentir o cheiro de Laura em sua cama. Aos poucos foi tomando consciência e lembrando que não foi um sonho. Elas realmente tiveram “aquela” noite. Com um largo sorriso nos lábios enfim abriu os olhos, ao mesmo tempo em que esticava a mão para tocar no corpo escultural que deveria estar ao seu lado. É, deveria. Porque ele não estava.

Será que ela tinha ido embora sem ao menos se despedir? Schilling levantou-se rapidamente, já sentindo toda a alegria começar a se esvair. Foi até o banheiro e nada. Aproveitou para lavar o rosto e escovar os dentes, renovando as esperanças ao imaginar que talvez Laura estivesse na cozinha preparando um maravilhoso café da manhã para as duas. No curto caminho entre o quarto e a sala, Taylor praticamente rezava para encontrar a morena ali. E de novo, nem sinal dela.

- Lau? – ela chamou, mas o que saiu foi um fio de voz, tal a sua decepção.

Pelo visto Prepon mais uma vez se arrependera do que tinha acontecido. Mais uma vez saíra correndo para não ter que encarar o que estava sentindo. Por mais que tentasse, Taylor não conseguiu evitar que as lágrimas chegassem. Se Laura soubesse como a deixava mal quando fazia isso. Ela sentia como se fosse descartável. A morena não poderia ter ao menos se despedido dela?

Voltava pro quarto de cabeça baixa já pensando na manhã horrível que teria. Até que, mesmo antes de vê-la, sentiu sua presença. Quando a olhou vindo em sua direção, não conseguiu se conter. Foi até ela e se jogou em seus braços. Laura levou um susto:

- Tay, o que foi? Você tá chorando?

Taylor não respondeu, só conseguia envolver Laura em um abraço apertado, feliz demais.

- Ei, você tá me assustando. O que aconteceu? – Prepon insistiu.

- Eu pensei que você tinha ido embora - a loira enfim falou algo.

- E por isso você tá chorando? Olha pra mim.

- Não.

- Olha pra mim, Taylor.

- Eu sou uma boba, eu sei. Mas procurei você no quarto, na sala, na cozinha e nada – Schilling separou-se de Laura e olhou-a, as bochechas vermelhas denunciando sua timidez - Tô morrendo de vergonha.

Laura enxugou seus olhos.

- Eu não quis te acordar porque você tava dormindo tão bem e fui usar o banheiro do quarto de hóspedes.

- Você deve tá me achando uma completa idiota.

- Deixa de bobeira. Vamos tomar café. Não posso demorar, Jodi chega na hora do almoço e eu ainda tenho que dar um jeito naquele apartamento.

O café foi preparado de forma rápida. Taylor aos poucos foi se livrando da vergonha que sentia enquanto Laura não parava de lhe deixar recomendações sobre sua alimentação. Nada foi dito sobre a noite que tiveram.

Minutos depois o interfone tocou, era a arrumadeira que sempre vinha às segundas. Laura aproveitou para pegar suas coisas.

Ao entrar, Maria cumprimentou-as e foi direto para a cozinha. Taylor levou Laura até a porta. Não sabia direito como se despedir.

- Obrigada por tudo. Você não deve aguentar mais eu repetindo isso. Mas você não tem noção do quanto me fez bem ficando aqui esses dias.

- Mesmo te enchendo de ordens? Mesmo depois da nossa briga no sábado? – Laura ajeitava os cabelos da loira colocando alguns fios para trás de sua orelha.

- Mesmo com tudo isso. – os olhinhos de Taylor brilhavam.

De repente Prepon ficou séria, olhou para dentro do apartamento como se para comprovar que não estavam sendo observadas e foi se aproximando de Taylor. A loira sentiu o coração disparar. O beijo foi suave, lento, mas carregado de recordações.

Ao se afastarem, Laura disse:

- Estou me despedindo desde sábado e não consigo ir embora, já percebeu isso? – Laura fingiu cara de brava. – Você com essa carinha inocente é um perigo, mocinha.

- Vou sentir sua falta. – Taylor fez biquinho.

- Taylor Jane, por favor, colabora. Entra, vai.

Laura chamou o elevador, que não demorou. As duas se olharam pela última vez antes da porta fechar. Apesar dos sorrisos nos lábios, os olhos de ambas denunciavam a tristeza da despedida.

 

O sorriso permaneceu no rosto de Schilling pelo resto do dia. Ela não conseguiu se concentrar em nada, toda hora pedaços de sua noite com Laura surgiam em sua mente. Ela não sabia o que seria delas dali pra frente, mas decidiu que não se preocuparia com isso naquele momento. O passo que tinham dado já era tão surpreendente que não ousaria pensar no próximo.

À noite tentava assistir a um filme, sem muito sucesso, quando o celular apitou. Era mensagem de Laura:

Oi. Como você está?

Apressou-se em responder:

Com saudade. Muita.

E a conversa continuou:

L: Também senti sua falta o dia inteiro. Me acostumei com a sua presença. Louco isso né?

T: Bem louco.

L: Comeu direitinho?

T: Sim senhora. Segui todas as recomendações. Jodi chegou bem?

L: Chegou sim. Pedimos comida japonesa e estamos aqui assistindo um filme.

T: Ela está melhor do que eu que tô assistindo filme sozinha.

L: Boba. Ia me esquecendo. Acabei trazendo sua chave na bolsa. Preciso devolver.

T: Quando nos encontrarmos de novo você me entrega.

L: Ok. Preciso ir. Jodi está chamando. Durma bem. Beijo

T: Beijos, Lau.

 

Taylor realmente dormiu bem naquela noite. Assim que deitou a cabeça no travesseiro, um sono tranquilo e reconfortante a envolveu.

Na terça-feira Taylor sentia-se entediada. Teria de retornar ao médico no dia seguinte com Jenji, que fizera questão de acompanhá-la. E se tudo estivesse bem com ela, voltaria ao trabalho na quinta. Mas até lá não tinha muito o que fazer. Laura preenchia todos os seus pensamentos. Ela teve que se segurar muito para não procurá-la. Sabia que Laura estaria resolvendo assuntos profissionais com Jodi durante aquela semana e não queria passar a imagem de uma mulher carente.

Para seu alívio, à tarde Uzo ligou para saber como ela estava. Ao notar a voz de tédio de Schilling, chamou-a para ir até sua casa. Ela estava de folga naquele dia. A loira prontamente aceitou a oferta. Achava que enlouqueceria se ficasse trancada mais um dia em casa.

E foi a melhor coisa que Taylor fez. A mãe e a irmã de Uzo também estavam lá e ela passou uma tarde maravilhosa. Aquelas mulheres tinham tantas histórias maravilhosas para contar e ela não se cansava de ouvir, então foi fácil ser convencida a dormir lá. No dia seguinte voltaria cedo para casa e Jenji iria buscá-la.

Embora as lembranças de Laura continuassem a rondá-la, conseguiu se distrair com outros assuntos e só quando foi deitar, percebeu que tinha deixado o celular de lado praticamente o dia inteiro. Ao pegá-lo, sentiu um aperto no peito. Havia duas ligações de Laura. Sem saber se a morena ainda estava acordada, resolveu que mandar mensagem era mais seguro, por mais louca de vontade que estivesse para escutar a voz dela.

T: Oi, ainda tá acordada?

A resposta veio mais rápido do que esperava.

L: Sim. Te liguei duas vezes.

T: Desculpa, só vi agora. O celular estava dentro da bolsa e acabei esquecendo dele.

L: Não está em casa?

T: Não.

L: Está tarde Taylor. Você deveria dormir cedo. Não tem consulta amanhã?

T: Tenho. Mas irei pra casa logo cedo. A Jenji vai me buscar só às 10h.

L: Você não vai dormir em casa???

T: Não.

Taylor resolveu fazer um pequeno suspense para ver qual seria a reação de Laura. E logo se arrependeu porque as mensagens cessaram.

T: Lau?

Cinco minutos se passaram e nada.

T: Não vai me responder mais?

Silêncio.

T: Tô na Uzo. Estava ficando angustiada sozinha em casa e ela me chamou para vir.

L: Não poderia ter falado isso logo? Precisava me deixar irritada?

T: Ciúme?

L: Não. Preocupação com você. Vou dormir. Quando sair do médico amanhã me diga como foi.

T: Ah Lau, não fica brava comigo.

L: Não estou. Mas temos que dormir. Beijo.

T: Beijo, mulher difícil.

 

Tudo ocorreu bem na consulta médica na quarta. Ela teve de refazer alguns exames e continuar com uma das medicações, mas estava liberada para voltar ao trabalho. Feliz com a notícia, foi almoçar com Jenji e enviou mensagem para Laura contando tudo.

Ficou um pouco decepcionada quando não teve resposta. Será que Laura ainda estava brava por causa de sua brincadeira na noite anterior? Era impressionante como aquela mulher a deixava num estado constante de apreensão.

Somente à noite recebeu retorno:

L: Que ótimo Tay, fico feliz em saber que está bem. Agora tem que se cuidar.

T: Demorou pra responder.

L: Desculpa, passei o dia em reunião com Jodi e alguns produtores.

T: Trabalho novo?

L: Ainda não sei, vou ler o roteiro com calma. Preciso ir agora. Depois nos falamos mais.

T: Ok.

Contente por enfim retomar as gravações no dia seguinte, Taylor foi dormir cedo. Queria estar completamente descansada.

 

A quinta-feira começou da melhor forma possível. Foi recebida com muito carinho pelas meninas e por toda a equipe. Todos faziam de tudo para agradá-la e embora não estivesse acostumada, começava a gostar de receber tantos mimos.

No decorrer do dia, algo a incomodou. Laura não havia dado nenhum sinal. Estava ficando tão acostumada com a troca de mensagens entre elas que foi impossível não sentir falta do contato. Foi pra casa pensando se devia procurá-la ou aguardar mais um pouco.

Por volta das nove da noite, não conseguia pensar em outra coisa e resolveu que naquele dia faria diferente. Morria de saudade de ouvir aquela voz sensual em seu ouvido e decidiu ligar para a morena.

Após o quinto toque, ela já pensava em desligar quando Laura enfim atendeu:

 - Oi Tay, tudo bem? Aconteceu algo?

Foi impossível para Schilling não ouvir a música e o barulho ao fundo. Na mesma hora sentiu vontade de desligar. Obviamente Laura estava se divertindo em algum lugar.

- Tudo bem. Desculpa, não quero atrapalhar. Depois nos falamos. Tchau.

- Ei, espera. Porque ligou? Não está atrapalhando nada. Eu e Jodi viemos encontrar alguns amigos de Los Angeles que estão na cidade.

- Não precisa se explicar, Laura. Preciso desligar agora.

Taylor nem esperou por resposta. Sentia-se completamente idiota. O que achava? Que só porque tiveram uma bela noite de sexo, Laura estaria disponível somente pra ela agora? A frustração começou a aparecer e ela resolveu que a melhor coisa a fazer seria ler um bom livro e dormir cedo novamente. Não conseguiu.

Rolava na cama quando o celular apitou:

L: Está acordada, Tay?

Foi preciso muita força de vontade pra não responder, mas Schilling sabia ser forte quando queria. Desligou o celular e esperou o sono chegar.

 

Para sorte de Taylor a sexta-feira passou voando. Devido sua semana de folga forçada, havia muitas cenas para pôr em dia. Mas aquela sobrecarga de trabalho era bem-vinda porque não lhe permitia ter tempo de pensar em sua confusa vida pessoal.

No fim da tarde, após gravar sua última cena, dirigiu-se a seu camarim para trocar de roupa. As meninas iriam a um bar próximo ao estúdio e ela achou a ideia ótima. O que menos precisava naquele momento era ir pra casa ficar olhando para o teto. Pegou o celular na bolsa. Nenhum sinal de uma certa morena de olhos verdes. Ela também devia estar se preparando para sua noite de sexta- feira. Taylor não conseguiu evitar esse pensamento.

Quando ia começar a tirar a roupa de Piper, ouviu duas batidinhas leves na porta.

- Pode entrar.

Para sua surpresa, era Laura. Estava mais linda do que nunca. Usava uma calça jeans justa, uma camiseta preta, maquiagem leve e os cabelos soltos. Deus, como aquela visão mexia com ela. Todos os pensamentos fugiram de sua mente e ela não sabia o que falar.

- Oi. – Laura tomou a iniciativa.

- O que está fazendo aqui?

- Nossa. Que bela recepção, Schilling. Danie me chamou pra sair com vocês. – Prepon estava de braços cruzados avaliando a loira - Ainda bem né? Porque se dependesse de você eu não seria convidada para a noite com as meninas.

- Eu também fiquei sabendo agora há pouco, Laura. Nem tive tempo pra nada. O ritmo das minhas cenas tá intenso.

- Ok. Está perdoada por isso. Mas tem outra coisa, porque desligou o telefone ontem daquele jeito e depois não respondeu minha mensagem?

Taylor não tinha resposta pra dar. Laura aproximou-se e a loira começou a sentir calor. Aquele camarim parecia apertado demais para as duas.

- Liguei porque não tive notícias suas o dia inteiro e queria muito ouvir sua voz. Mas quando percebi que não estava em casa, vi que tinha sido uma péssima ideia. Não gostei de ter atrapalhado sua noite.

Antes que Laura pudesse responder, uma nova batida na porta foi ouvida. Mas dessa vez nem esperaram autorização. A porta foi aberta e Yael entrou no cômodo.

- Oi Laura. Não sabia que já tinha chegado. – ela pareceu não perceber o clima entre as duas e foi abraçar a morena. – Tay, Natasha mandou você se apressar.

- Diga que já estou indo. Preciso de pelo menos quinze minutos pra me arrumar.

- Ok. Vamos Laura. Sabe o quanto a Taylor é enrolada. Se você continuar aqui, ela vai demorar meia hora.

Laura riu e seguiu Yael para fora do camarim. E Schilling se viu ali sozinha e ainda tonta com aquela presença inesperada que alterava todos os seus sentidos.

 

Já no estacionamento, as meninas se dividiam nos carros. Taylor não estava com o seu. Ainda tinha um pouco de medo depois do desmaio e das tonturas e achou melhor só voltar a dirigir na próxima semana.

- Tay, você vai comigo? – era a voz de Laura chamando-a.

- Não, ruiva. Ela vai comigo. Eu sou a motorista dela essa semana.

Schilling percebeu a troca de olhares entre elas. Natasha claramente fazia aquilo para provocar Laura e a expressão da morena era de poucos amigos. Enfim ficou decidido que ela levaria Samira e Laverne.

A chegada ao pub foi aquela bagunça de sempre. Muitas mulheres reunidas era garantia de risadas altas e gritaria. Laura aproveitou-se dessa pequena confusão para dizer no ouvido da loira ao passar por ela:

- Ainda não engoli a história de ontem à noite. Eu estava com saudade de ouvir sua voz e a senhorita desligou na minha cara.

- Eu...

Mas Taylor não teve tempo de responder. Prepon já estava mais à frente conversando com Dascha.

Dividiram-se em três mesas dispostas em forma de “L” e para desapontamento da loira, Laura ficou sentada longe dela. Taylor até pensou em trocar de lugar, mas tinha certeza que alguém estranharia e se fosse questionada, ela viraria um pimentão denunciando suas intenções.

Embora ainda não estivesse liberada para bebidas alcóolicas, a distância entre elas serviu para que conseguisse tomar alguns drinks sem que Laura percebesse. Schilling estava sentada entre Yael e Danie e tentava focar no assunto que estava sendo discutido, mas de tempos em tempos seu olhar escapava para o outro lado da mesa. E sempre que isso acontecia, aquele par de olhos verdes também estava focado nela. Algumas vezes não conseguiam conter um sorrisinho discreto, porém cúmplice.

Conforme os drinks faziam efeito, Taylor sentia mais e mais vontade de ficar perto de Laura. Precisava daquilo. Ficar tantos dias longe dela foi difícil, mas estar ali agora na sua frente e não poder tocá-la era tortura demais. Precisando de um pouco de ar, seguiu Danie quando essa levantou dizendo que ia até o banheiro. Laura acompanhou-a com o olhar, mas não saiu de seu lugar.

Na volta, para alegria de Schilling, havia um lugar vazio ao lado de Prepon. Ela não pensou duas vezes ao sentar ali. E com a coragem típica que o álcool proporcionava, ousou dizer:

- Porque sentou tão longe de mim?

- Taylor? Não acredito que você bebeu.

- Droga. Dá pra notar assim?

- Tay... poxa. Você não pode.

- Eu tô há uma semana fazendo tudo direitinho, Lau. Não briga comigo. Você queria que eu ficasse a noite toda na água?

Ela fazia uma daquelas suas carinhas engraçadas e Laura acabou rindo.

- Tem horas que você parece uma criança.

Antes que o papo prosseguisse, Laverne chamou a atenção de Laura. Queria lhe mostrar algo no celular.

- Que saco. Parece que todo mundo resolveu nos interromper hoje. Não conseguimos ficar perto nem por um minuto. – Taylor resmungava.

- Shhh... fica quieta. E para de beber por hoje. – Prepon a repreendeu.

O restante da noite transcorreu sem que conseguissem um momento à sós. Aos poucos as meninas começaram a ir embora. Taylor foi uma das últimas a sair, juntamente com Natasha, Laura, Jackie, Diane e Samira. No estacionamento começaram as despedidas. Diane estava de carro e levaria Jackie e Samira. Natasha aproximou-se:

- Vamos Tayloface. A festa acabou.

- Pode deixar que eu levo ela, Natasha – Laura se apressou em dizer.

- Eu disse que sou a motorista oficial dela, ruiva. Além disso, não faz sentido. Minha casa é mais perto da dela do que a sua.

- Não importa. Ela vai comigo.

Taylor olhava de uma para outra, sem saber o que acontecia ali. E para seu azar, Lyonne resolveu deixar a questão com ela:

- E aí, garota? Qual vai ser? Vai me trocar agora no fim da noite por ela?

- Tasho, já abusei demais da sua carona ontem e hoje. A Laura me leva.

O sorriso debochado de Prepon estava ali para quem quisesse ver.

- Suas vacas do caralho!!! Vocês acham que eu já não saquei que estão se pegando? – a mulher baixinha olhava de uma para a outra.

A cara das duas era de choque total.

- Qual é? Vocês passaram a noite inteira trocando olhares e sorrisinhos. Só cego não percebe.

- Natasha, pelo amor de Deus... não fica repetindo isso em voz alta. Você consegue guardar isso só pra você? – Laura parecia desesperada.

- Puta que pariu!!! Então vocês estão mesmo se pegando?

- Como assim? – a morena passou do desespero para o espanto.

- Eu percebi o nível da tensão sexual entre vocês desde o momento em que estávamos no estacionamento do estúdio. Mas achei que ainda estavam no campo do tesão enrustido. Só que você acabou de confirmar que estão se pegando. Cacete... vocês são rápidas, hein?

 O desespero voltou e Laura começou a andar de um lado pro outro.

- Porra Laura, não acredito que você caiu na conversa da Tasho – foi a vez de Taylor se manifestar.

- Vamos embora, Taylor. Anda.

Laura saiu arrastando a loira até o carro sem a mínima coragem de encarar Lyonne, que morria de rir com a descoberta que acabara de fazer.

- Merda... eu não tô acreditando nisso. – já dentro do carro Laura socava o volante.

- Fica calma, Lau. A Natasha gosta de provocar. Ela não vai comentar nada com ninguém. Eu mesma falo com ela depois.

- Não vai falar nada com ela, Taylor. – Prepon gritou.

- Ei, para! - Taylor também falava alto. - Não desconta em mim não.

Silêncio.

- E se é pra ficar irritada comigo, eu saio do carro agora e aceito a carona dela.

A resposta de Laura foi arrancar com o carro e sair do estacionamento cantando pneu. Durante o percurso, Laura foi se acalmando. Ligou o rádio e a música que tocava trouxe tranquilidade para as duas.

Logo chegaram ao prédio de Taylor e foi então que ela se deu conta de que não conseguira aproveitar nem um segundo da noite ao lado de Laura. Tudo bem que vê-la já tinha sido uma agradável surpresa. Nem passara por sua cabeça que a encontraria naquela noite. Mas já que estavam ali, podiam pelo menos ficar mais um tempinho juntas.

- Quer subir? – a voz da loira saiu baixa.

- Desculpa, tá? Eu realmente acabei descontando em você a minha imbecilidade.

- Tudo bem. Mas tenta não dar importância demais a isso. A Natasha parece louca, mas sabe muito bem como agir diante de um assunto sério.

- Espero que sim - a morena suspirou.

- Você não me respondeu. Não quer subir um pouco?

- Não dá Tay. Jodi já deve ter chegado em casa. Ela ia sair com uma amiga, mas disse que não ia demorar.

- E daí? Ela não pode ficar sozinha, mas eu posso?

Na mesma hora em que disse aquilo, Schilling sentiu vontade de bater a cabeça no painel do carro. Quando ela ia aprender a pensar antes de falar?

- Taylor...

- Esquece o que eu falei Laura, por favor. Obrigada pela carona. Tchau.

Schilling não esperou por resposta e entrou no edifício sem olhar para trás.

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Laura ficou olhando Taylor até que a loira sumisse de sua visão. Apoiou a cabeça no volante sem saber o que fazer. Sempre se orgulhara de ser uma pessoa racional e que não se deixava levar fácil por qualquer tipo de emoção. Mas naquela semana isso mudara completamente. Desde o momento em que deixou o apartamento da loira na segunda, não passou um momento sequer em que não pensasse nela e na noite que tiveram.

O que a impediu de procurar Taylor com mais frequência foi a presença de Jodi, que começava a desconfiar de sua ansiedade. Por várias vezes pegou o celular para ligar para a loira, mas acabava por achar mais seguro se falarem por mensagem.

Na noite em que ela disse que não dormiria em casa, Laura achou que ia morrer do coração. O aperto no peito que sentiu não era normal. Ela começou a imaginar que Schilling estava com Chloe e sua vontade era mandar que ela voltasse pra casa imediatamente. O alívio que sentiu quando soube que ela estava na verdade na casa de Uzo foi enorme.

Laura já passara do estágio de negar seu desejo e sua afeição por Taylor. Já não inventava mais desculpas para si de que estava confundindo as coisas e que eram apenas amigas. Schilling a fizera ter dois orgasmos maravilhosos e aquilo derrubara as últimas barreiras que ainda existiam dentro dela. O problema agora era outro: como prosseguir a partir dali? Ela nunca tinha pensado em se envolver com uma mulher. Muito menos ter um relacionamento sério com uma. E precisava pensar em Taylor. Natasha estava certa, por mais forte que a loira parecesse forte, era também muito sensível. E Laura não se perdoaria se a magoasse mais uma vez.

Olhando o relógio, percebeu que estava há meio hora parada dentro daquele carro. Pensando, pensando, pensando. Não subiu na hora que Schilling a convidou, mas também não conseguia ir embora. Saber que a loira estava ali tão perto dela, criava uma atração magnética entre elas que não conseguia romper.

Enfim a morena decidiu fazer alguma coisa. Pegou o celular e enviou uma mensagem a Jodi. Nesse momento viu algo dentro de sua bolsa que a deu uma ideia ainda melhor. Trancou o carro e foi andando até o prédio. Nas mãos carregava as chaves do apartamento de Taylor, que de novo esquecera de devolver. Quanto mais se aproximava da porta do apartamento, mais certeza tinha que não importava o que aconteceria depois, e sim o que ela tinha vontade de fazer naquele momento.

Laura encostou o ouvido na porta tentando escutar algum movimento dentro do apartamento. Faria uma surpresa para Schilling. Só esperava que ela não morresse do coração. Colocou a chave na fechadura e girou com todo o cuidado do mundo. Mesmo depois da porta destrancada, esperou um tempo antes de girar a maçaneta da forma mais suave que conseguiria.

A luz da sala estava acesa, mas nada de Taylor por ali. Laura tirou o sapato para não fazer barulho e foi caminhando devagar pelo corredor. A porta do quarto estava aberta, mas a loira também não parecia esta ali. Ouvindo um barulho vindo do banheiro, ela rapidamente deitou na cama.

Quando Schilling saiu do banheiro, Prepon achou que deveria ter preparado o celular para gravar sua reação. Ela piscava sem parar como se achasse que estava tendo uma visão.

- Senti saudade de você, bebê. Vem cá. – ela deu o seu melhor sorriso e abriu os braços chamando pela loira.

- Lau... eu não acredito. – Taylor se jogou em cima da morena sem nem se preocupar se acabariam se machucando.

- Ei. Isso tudo é saudade também?

A resposta de Schilling veio através de um beijo apaixonado. Ela colou seus lábios aos de Laura querendo matar toda a vontade acumulada durante aqueles dias. Prepon derreteu-se no mesmo instante, era tão bom sentir aquele gosto novamente. O beijo foi longo e carregado de desejo.

- Gostou da surpresa? – Laura beijava o pescoço da loira ao perguntar.

- Você sempre consegue me surpreender. O que houve? Jodi não estava em casa?- foi difícil para a loira formular essas frases com a boca de Prepon inquieta como estava.

- Eu não fui para casa. Tava aqui embaixo dentro do carro até agora. – Laura riu.

- Por que? Você é louca?

- Estava tentando pensar qual era a coisa certa a fazer.

- E demorou esse tempo todo? Só pra me deixar chateada?

- Claro que não, Tay. – As duas enfim se ajeitaram na cama ficando de frente uma para a outra.  – Eu ainda fico insegura sobre isso que tá acontecendo. Ainda me questiono sobre muitas coisas.

Vendo que o sorriso da loira começava a morrer, ela apressou em consertar.

- Mas pensar em você aqui, sozinha, depois de passarmos a noite inteira tão perto e tão longe ao mesmo tempo, acabou me fazendo levantar a bunda daquele banco e vir atrás do que eu realmente queria.

O sorriso voltou e mais uma vez Schilling lançou-se nos braços de Laura tomando os lábios que ela ainda não sabia, mas já eram propriedade sua.


Notas Finais


Continuação da noite em breve...


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