1. Spirit Fanfics >
  2. Apenas Ela >
  3. Interferência

História Apenas Ela - Interferência


Escrita por: DanyPS

Notas do Autor


Outro capítulo saindo para atender o pedido de algumas almas ansiosas... rs rs

Capítulo 19 - Interferência


Na segunda pela manhã, estavam a caminho do estúdio no carro de Laura, enquanto Taylor pensava em mais uma noite maravilhosa que tiveram. Às vezes parecia que as duas estavam juntas há tempos, tal o grau de intimidade e conexão que já possuíam. Não tinha dúvidas de que estava completamente apaixonada e, embora soubesse que Laura ainda não atingira aquele estágio, podia perceber o quanto a morena também estava envolvida.

Sabia que quando se separavam, Prepon ficava mais cautelosa e insegura. Mas bastava que se encontrassem e ela ia se entregando a seus sentimentos e desejos. O único pensamento que incomodava Taylor na bolha de felicidade em que se abrigava, era o tal jantar que Laura compareceria com Dylan. Por muito pouco quase se ofereceu para acompanhá-la, mas recuperou o bom senso a tempo de não fazer essa sugestão. Sabia que a morena recusaria educadamente.

Laura também parecia imersa em seus próprios pensamentos, mas nenhuma das duas estava incomodada com o silêncio que preenchia o interior do veículo. Elas apenas precisavam pôr em ordem dentro de si mesmas as últimas horas que passaram juntas.

Quando enfim Prepon parou o carro no estacionamento do estúdio, as duas iniciaram uma conversa como se quisessem aproveitar os últimos minutos de privacidade que teriam.

- Você não me falou qual o assunto que tem pra tratar com a Jenji – a loira de repente estava curiosa.

- Nem eu sei direito. Acho que ela quer me deixar informada sobre as cenas que ainda terei nessa temporada. Pelo que entendi serão poucas, a maioria flashbacks de Alex e Piper.

- É uma pena que logo agora que estamos juntas – ela percebeu que essa definição deixou Laura incomodada, mas resolveu continuar – Alex não tenha muita participação nessa temporada.

Laura pareceu pensar um pouco antes de responder:

- É... mas não sei como seria nos vermos todo dia aqui e tentar disfarçar as coisas.

- Seria complicado mesmo. – Taylor olhou as horas - Temos que ir. Daqui à uma hora gravo minha primeira cena e preciso me aprontar.

- Vamos então.

Laura tirava o cinto quando a loira a tocou no ombro.

- Não ganho nem um beijo antes de ir?

Ela sentiu que Prepon ficou dividida.

- Tay, alguém pode passar. Não fica chateada, mas a gente precisa ter cuidado.

Schilling fez o possível para disfarçar, entendia o lado de Laura, mas não tinha como evitar que todo esse temor da outra a deixasse um pouco frustrada. Vai com calma, Taylor, vai com calma. Ela tentava alertar a si mesma do risco que corria em se precipitar.

Foi então que as duas tomaram um susto enorme ao ouvirem uma batidinha de leve no teto do carro. E como se tivessem se materializado do nada, viram através do vidro Natasha e Samira ali do lado de fora. A mulher negra tinha uma expressão mais neutra, mas a outra claramente direcionava um olhar irônico para as duas.

- Viu só?- Laura acusou-a não entendia do quê, mas sua expressão era de alguém brava.

Sem falar mais nada uma com a outra saíram do carro.

- Que surpresa, ruiva. Você por aqui. – Lyonne foi a primeira a falar – E, pelo visto, está querendo me substituir no cargo oficial de motorista da loirinha. Tomaram café da manhã juntas?

Taylor sentiu vontade de esganar Natasha. O que menos precisava naquele momento era que o clima ficasse mais tenso. Laura nem sequer a olhava. Tentou amenizar a situação:

- Preparadas para mais uma semana de gravação pesada?

- Sinceramente não. Saí ontem à noite e ainda tô de ressaca. Hoje o dia vai ser puxado – Samira fazia uma careta ao dizer aquilo.

As quatro foram se encaminhando até a entrada do prédio, mas só Schilling e Wiley falavam. Natasha observava Laura, que caminhava séria.

Nos corredores dos camarins, Samira foi a primeira a se dispersar do grupo. E quando pararam na porta do camarim de Taylor, Natasha resolveu abrir a boca:

- Desculpem, garotas. Percebi que a brincadeira não foi bem recebida – apesar de se referir às duas, o olhar dela estava focado em Laura – Vou tentar me controlar. De qualquer forma, fico feliz em saber que estão indo bem.

Sem esperar resposta, ela saiu andando.

Laura enfim suavizou a expressão, percebendo que talvez exagerara em sua reação.

- Quer entrar um pouco?- Schilling convidou a morena.

- Não, você precisa se arrumar. Vou dar uma volta por aí. Matar a saudade. Tá cedo pra reunião.

- Ok. Vai ficar pro almoço? As meninas vão gostar de te ver aqui.

- Boa ideia – dando um beijo rápido no rosto da loira, ela saiu na mesma direção que Lyonne. – Nos vemos mais tarde.

Taylor tinha uma sequência de cinco cenas pra gravar na parte da manhã e não viu mais a morena por ali. Na pausa para o almoço dirigiu-se a seu camarim, torcendo para que Laura estivesse esperando-a lá, assim teriam alguns minutos antes de se juntar às garotas. Abriu a porta, mas nem sinal da morena.

Trocou rapidamente de roupa e voltando para o corredor encontrou Jackie e Yael. Perguntou por Prepon, mas elas também não a tinham visto. Continuou o caminho até o refeitório e quando avistou Jenji a uma certa distância, apressou o passo até ela:

- Oi Jenji. Sabe da Laura? Ela disse que teria uma reunião hoje com você.

- Oi, Schilling. Sim, terminamos tem meia hora. Ela já foi, recebeu uma ligação e disse que tinha de ir embora.

Taylor não sabia o que a decepcionava mais: o fato de Prepon já ter ido embora ou dela ter feito isso sem nem ao menos se despedir. Olhou o celular em suas mãos e não havia nenhuma mensagem.

Schilling passou o almoço sem nenhum apetite. Começou a se preocupar com o que Laura poderia ter ouvido no tal telefonema que a fizesse sair daquela forma. Resolveu mandar mensagem:

Está tudo bem? Jenji falou que você recebeu um telefonema e saiu apressada. Me dê notícias, fiquei preocupada.

A tarde passou rapidamente. Ela teve dificuldades para se concentrar, mas para sua sorte não teve nenhuma cena complicada. Conseguiu em um momento de pausa checar o celular. Nenhuma resposta. No fim da tarde a mesma coisa. Estava começando a ficar realmente nervosa.

Pegou carona com Uzo e assim que chegou em casa decidiu que era melhor ligar. Telefone desligado. Tentou fazer as coisas de rotina para manter a cabeça ocupada, mas estava resolvida a aparecer no apartamento de Laura de manhã cedo se ela continuasse sem dar sinal de vida.

Já eram quase dez horas da noite quando o mistério se desfez:

L: Acordada Tay?

T: Sim. Pelo amor de Deus, Lau. O que houve? Onde se meteu?

L: Desculpa, foi tudo tão corrido que não tive tempo de avisar. Vim para Jersey.

T: O que? Você não está na cidade?

L: Minha mãe ligou. Jocelyn sofreu um pequeno acidente doméstico. Quebrou o pé. O marido dela está viajando. Enfim, imagina a confusão.

T: Nossa. Como ela está?

L: Agora em casa. Mas sente dores mesmo com os analgésicos. Vou ficar alguns dias aqui para dar um suporte à família.

T: Claro, com certeza. Mande um beijo a ela. Se precisar de algo me liga.

L: Ok. Fique bem você também.

 

Schilling, naquele momento, tinha uma mistura de sentimentos dentro de si. Obviamente havia o alívio em saber que Laura estava bem e na companhia da família. Mas não pôde deixar de sentir que havia também uma certa frieza no modo com que a morena a tratara. Foi curta e direta.

A loira tentava se convencer de que estava sendo mesquinha, pensando mais no seu bem estar no que na aflição que Laura devia estar passando com o acidente da irmã. Era claro que ela não devia ter cabeça para trocar mensagens românticas àquela altura. Mas Schilling sabia que também pesava em seu coração a separação fria que tiveram pela manhã depois de um fim de semana com tanto carinho entre elas.

 

Na terça-feira resolveu  que o melhor a fazer era deixar aquilo de lado e se concentrar no trabalho. Laura estava ocupada, ela também. À noite tentaria um novo contato.

E foi o que fez quando já estava pronta para deitar:

T: Oi. Pode falar?

A resposta demorou dez minutos, mas chegou:

L: Agora posso. Acabei de deitar.

T: Como Jocelyn está?

L: Ainda com dores. O médico teve de trocar a medicação porque não estava fazendo efeito. Agora à noite parece que ela sente-se um pouco melhor.

T: Poxa, Lau. Nem sei o que dizer. Tomara que ela se recupere o mais rápido possível. E você, como está?

L: Exausta. Mamãe faz questão de cuidar dela pessoalmente. Então coube a mim organizar a casa, as refeições, atender as ligações.

T: Imagino como deve estar pesado.

L: Stephanie e Brad chegam amanhã. Meu cunhado na quinta. As coisas vão ficar mais leves.

T: Tem que pensar em si também, Laura Prepon. Você está sempre cuidando dos outros e esquece de você.

L: Queria estar aí com você agora.

O rumo da conversa mudou de forma tão brusca que Taylor teve de ler a mensagem três vezes para ter certeza que não estava enganada. Coraçõezinhos pareciam saltar de seus olhos.

L: Ainda está aí?

Só então Schilling percebeu que tinha deixado Laura sem resposta.

T: Você me derrubou com essa mensagem. Não estava esperando. Também sinto sua falta.

L: Sei que ainda te devo desculpas por ontem. Pretendia conversar com você antes de ir embora, mas não deu.

T: Já esqueci.

L: Meu cérebro entrou em pane com a brincadeira de Natasha e joguei a culpa em você. Mas eu ainda não sei como agir, Tay.

T: Lau, uma coisa de cada vez. Cuide de sua irmã e quando você voltar, estarei aqui te esperando. Sobre ontem, está tudo certo.

L: Porque você tem que ser tão fofa desse jeito, Schilling? Você tem um coração tão lindo.

T: Alguém está muito romântica hoje.

L: Romântica quer dizer falando que nem uma boba?

T: Não, quer dizer que está demonstrando o que sente.

L: Meus olhos estão fechando. Queria passar mais tempo conversando, mas preciso dormir.

T: Vai sonhar comigo?

L: Isso acontece todo dia.

T: Mas você está se saindo uma galanteadora mesmo, hein?

L: Ha ha ha. Beijo

T: Um beijo beeemmmm gostoso.

L: Eu preciso dormir e não ficar excitada, garota.

T: Então vai dormir e para de falar.

L: Você não deixa.

T: Você não consegue.

L: Convencida. Agora vou mesmo. Beijo

T: Beijo

Taylor morreu de vontade de perguntar quando ela voltaria, mas sabia que não era justo. Já bastava terem quebrado o gelo do dia anterior e estar tudo bem entre elas novamente. Dormiria muito melhor naquela noite.

 

A quarta-feira foi quase uma repetição da terça: acordar, estúdio, casa, mensagens melosas com Laura, dormir.

A quinta só não foi uma repetição da quarta porque entre as mensagens havia uma novidade: Laura voltaria no dia seguinte.

Só que a euforia de Taylor durou exatos dois minutos. O tempo suficiente pra ela explicar o motivo principal de sua volta: o jantar beneficente. A loira esquecera completamente daquela porcaria de compromisso que Laura teria. Sua sexta-feira seria longa e difícil tinha certeza.

 

No dia seguinte, na hora do almoço, Laura ligou avisando que já estava em Nova York. Provavelmente elas não conseguiriam se encontrar naquele dia. Prepon precisaria fazer o cabelo, a maquiagem e se vestir adequadamente pro evento. Taylor aproveitou para avisar que sairia com as meninas. De forma alguma ficaria em casa aguardando notícias de Laura. Poderia acabar tendo um ataque do coração. Como as duas estivessem apressadas, a conversa foi curta, mas prometeram se falar à noite.

-------------

Laura já estava pronta, aguardando somente a chegada de Dylan para descer. Só aceitou a carona que o ex-namorado oferecera porque Mark e a esposa estariam juntos. Tentava não ficar entediada e lembrava-se a todo momento que estava indo àquele jantar por uma  boa causa.

Estava usando um vestido longo preto simples, mas bastante elegante. O colar e os brincos davam um brilho especial ao conjunto e os cabelos estavam penteados para o lado, parcialmente presos. Olhando-se mais uma vez no espelho, sabia que causaria boa impressão. Mas daria tudo pra trocar aquela roupa por uma calça jeans e uma camiseta confortável e caçar as meninas onde quer que elas estivessem.

A saudade que sentia de sua loira chegava quase a doer. Não via a hora de ter aquela boca na sua novamente, sentir seu cheiro delicioso e apertá-la em seus braços. Soltou um suspiro quando o celular tocou avisando que era hora de descer.

Ao entrar no carro comportou-se da forma mais educada possível com todos. Para sua sorte, Dylan parecia saber o seu lugar e foi muito cavalheiro durante o percurso até o hotel onde o evento aconteceria. Na entrada, havia os fotógrafos de sempre e ela evitou ser fotografada ao lado do ex. Posou sozinha e com o grupo completo. Linda parecia ter noção de sua situação e estava sempre ao lado dela, puxando assunto e deixando-a mais relaxada.

Laura foi apresentada aos patrocinadores do evento e passou quase uma hora seguindo todo o protocolo padrão dessas ocasiões: apertos de mãos, sorrisos, conversas vazias, mais apresentações. Dylan acabou por afastar-se dela indo cumprimentar alguns amigos e ela aproveitou para mandar mensagens à Taylor.

L: Oi bebê, onde vocês estão?

T: Oi. Samira nos trouxe a um lugar muito louco que eu nem saberia descrever.

L: Como assim?

Laura sentiu uma pontada no estômago.

T: É um bar temático. Só não consegui definir o tema ainda.

L: Não entra na onda dessas malucas, não. Nada de exagerar na bebida e nem dar papo pra qualquer mulher que venha se apresentar, como você gosta de fazer.

T: Ei, você tá me chamando de fácil? Eu não faço isso. Além do mais daria tudo pra você estar aqui ao meu lado.

L: Eu também, mas parece que a noite aqui vai ser longa.

T: Tenho até medo de perguntar, mas como o babaca tá se comportando? Ele deu em cima de você?

L: Não, Tay. Ele está na dele. Tenho que ir agora, vão começar um pronunciamento e preciso achar minha mesa.

T: Nos vemos hoje ainda?

L: Não sei, vamos nos falando. Beijo.

Laura não queria dar nenhuma pista, mas pensava em fazer outra de suas surpresas e ir ao apartamento de Taylor naquela noite.

A noite transcorria normalmente e o jantar fora iniciado. Prepon sentia-se à vontade, mas em certo momento percebeu que Dylan começou a trocar de copo muito rapidamente. Lembrando-se da última vez que o vira bêbado, achou que aquilo era um mau sinal. Principalmente quando ele passou a lhe lançar olhares carregados de significado sem nem disfarçar.

Evitando problemas, ela chamou Linda para ir até a pista de dança. A única coisa que queria era sair da mesa e de perto de Dylan. Após passarem meia hora dançando, ela precisou ir ao banheiro. Saindo de lá, foi para o terraço. Sentia vontade de falar com Taylor novamente. Antes mesmo de enviar a mensagem, notou a presença dele atrás de si:

- Você conseguiu estar ainda mais linda hoje, Laura.

- Obrigada Dylan – não daria espaço para muita conversa.

- Quer dançar?

- Acabei de vir da pista. Acho que prefiro ficar aqui e respirar um pouco de ar puro.

- Posso te fazer companhia?

Ele não costumava ser tão insistente e Prepon sabia que era efeito da bebida. Tentaria conduzir a situação da forma mais educada que conseguisse.

- Na verdade preciso de um pouco de privacidade para fazer uma ligação.

- Algum assunto secreto que eu não possa ouvir? Qual é Laura, dividimos nossa vida por tanto tempo.

Em vez de responder, Laura se concentrou no celular esperando que ele se tocasse.

L: Tay?

Sentia uma necessidade urgente de falar com ela.

- Algum namorado novo? Você está com alguém Laura? – ele insistia e começou a se aproximar ainda mais.

- Não – sua resposta foi instantânea, mas acabou consertando: – Sim, estou.

- Não deve ser nada muito importante se você nem consegue decidir se está com ele ou não.

Como não houve resposta à sua mensagem, ela ligou pra Taylor. Deixou tocar até cair na caixa postal. Começou a ficar irritada, porque ela não estava com o celular por perto? Laura avisou que se falariam novamente.

Foi nesse instante que a mão de Dylan segurou sua cintura e sentiu tanto nojo daquele toque que perdeu qualquer controle que estivesse se esforçando em manter:

- Tira as mãos de cima de mim. Nunca mais toque em mim, ouviu? Eu vou embora e não quero que você venha atrás. Ou eu faço um escândalo.

Dylan só naquele momento percebeu o quanto ela estava falando sério e olhava-a espantado. Sentindo o sangue ferver, ela andou o mais rápido que pôde até a mesa para pegar sua bolsa. Somente Mark estava ali e ela despediu-se rapidamente:

- Mark, preciso ir embora. Agradeço por tudo, não só por essa noite, mas por todo o tempo em que convivemos. Você é um cara muito legal. Agora avisa ao babaca do seu irmão pra esquecer que eu existo.

Ele parecia não entender muito bem o que estava acontecendo e ela não se deu ao trabalho de explicar. Na saída do hotel pediu por um táxi, que veio rapidamente.

Ainda sem nenhuma resposta de Taylor, achou que a melhor coisa a fazer era ir pra casa e dormir. Estava irritada, cansada e chateada. Tudo ao mesmo tempo.  Assim que chegou em casa, tratou de se livrar daquela roupa e da maquiagem. Tomou um banho e se enfiou embaixo das cobertas. Quando estava quase pegando no sono, o celular vibrou. Era ligação de Taylor, mas ela não queria falar com ninguém naquele momento. Só precisava dormir.

 

No dia seguinte, Laura acordou tarde, mas sentia-se renovada. Passou a ver as coisas sob outra perspectiva e percebeu que o comportamento de Dylan nem fora tão grave assim. Ele só demonstrara ser mesmo um babaca como Taylor dissera. Não deveria perder mais um minuto de seu tempo pensando nele. Indo atrás de seu telefone viu que havia mais três ligações. Duas da noite anterior e uma daquela manhã. Retornou na mesma hora. Taylor não demorou a atender:

- Ei, até que enfim.

- Oi, Tay. Acabei de acordar.

- Nossa, você acordando tarde assim? A festa devia estar mesmo boa.

- Foi uma merda – ela não ia fingir que tivera uma noite agradável – Boa deve ter sido a sua que largou o celular pra lá e não viu minhas tentativas de falar com você.

- Não foi culpa minha. As meninas sumiram com meu telefone dizendo que eu não estava me divertindo e só prestava atenção nele. Quando consegui recuperar, te liguei e você não atendeu mais.

- Deixa pra lá.

- O que vai fazer hoje? – a loira claramente também queria mudar de assunto.

- Não sei, mas quero te ver.

- Wou. Gostei. O que vamos fazer? Podemos ir ao cinema, sair pra jantar, dar uma caminhada no parque – ela riu lembrando a noite em que foram passear no Brooklyn Bridge Park.

- Hum... não sei. Porque não vem aqui pra casa e a gente decide o que faremos? – Laura estava com preguiça de tomar qualquer decisão àquela hora.

- Pode ser. Mas só vou mais tarde tá? Tenho que fazer compras e ajeitar esse apartamento que tá uma bagunça.

- Tudo bem. Te espero. Beijos.

-------------

Pra variar, Taylor se enrolou tanto que quando enfim chegou ao apartamento de Laura, já eram sete da noite. Imaginou que levaria um puxão de orelha pela demora, mas estava tão feliz em vê-la que não daria a mínima pras reclamações. Mesmo sem saber aonde iriam, havia colocado um vestido vermelho que realçava ainda mais sua pele branca, seus cabelos loiros e seus olhos azuis. Arrumara os cabelos da forma que sabia que a morena gostava.

Para sua surpresa quando Laura abriu a porta do apartamento estava apenas vestida com um short jeans e uma camiseta de alguma banda de rock que Taylor não conhecia. Não que ela não estivesse bonita, achava-a mais linda ainda quando ela estava daquele jeito, ao natural. Os cabelos estavam molhados como se tivesse acabado de sair do banho.

- Tay, você tá linda. – Laura a puxou para dentro amassando-a num abraço apertado.

- Que saudade que eu tava de você. Não podemos passar tanto tempo longe. – Taylor retribuía o aperto na mesma medida.

- Porque essa produção toda? Isso tudo é só pra mim?

- Como assim? Nós vamos sair.

- Vamos? – Laura parecia surpresa.

- Sim, nós não combinamos no telefone? – agora era Taylor quem estava ficando confusa.

- Não, deixamos para combinar aqui.

- Ok, então. Vamos decidir agora – a loira riu – Aonde quer ir?

- Posso escolher?

- Pode.

- Podemos ficar em casa mesmo? – Laura juntou as mãos em súplica pra reforçar o pedido.

- Ah não, Lau. Vamos sair, não me arrumei à toa. Podemos pelo menos jantar em algum restaurante legal. Depois voltamos e passamos a madrugada vendo filme e nos entupindo de pipoca.

- Tay, eu mesma posso preparar um jantarl. Não quero ficar no meio de um monte de gente.

- Porque?

- Porque eu quero ficar perto de você – dizendo isso, Laura deu-lhe um beijo quente e faminto.

- Mas nós vamos ficar perto uma da outra – a loira conseguiu prosseguir após se recuperar do beijo.

- O que eu quero fazer com você, não podemos fazer em público. – Prepon disse aquilo como se fosse óbvio.

Apesar de saber que deveria se sentir satisfeita em comprovar o quanto Laura a desejava, um pensamento que já vinha incomodando Taylor de maneira ainda tênue, começou a ganhar mais força. Desde que ficaram juntas, Laura não queria mais sair na companhia dela em público. Tirando o dia em que foram até o pub com as garotas, todos os outros encontros foram dentro do apartamento de uma ou de outra. A morena nunca sugerira qualquer tipo de programa que pudessem fazer juntas e quando Taylor o fizera, ela sempre tinha uma desculpa pra dar.

Schilling sabia que Laura ainda não estava preparada para que assumissem um relacionamento, até porque elas nem tinham acertado que estavam mesmo tendo um relacionamento. Mas antes disso tudo acontecer, elas eram amigas e saíam juntas com certa frequência, seja sozinhas, seja com as meninas. Agora nem na presença delas a morena ficava à vontade, com medo de que descobrissem que elas já não eram mais somente amigas.

Tentou afastar esses pensamentos, pois percebeu que Laura a encarava esperando uma resposta.

- Ok, ficamos por aqui.

Laura a pegou pela cintura tirando-a do chão e enchendo-a de beijos.

A morena passou a noite tentando agradá-la de todas as formas possíveis. Fez um jantar maravilhoso, uma sobremesa melhor ainda e todas as suas ações eram permeadas por carinhos que ela proporcionava a loira a todo instante.

Depois do jantar, foram para o quarto e talvez tenha sido o único momento da noite em que Schilling conseguiu se desconectar de tudo e matar a saudade que sentia do corpo de Laura, de seu cheiro, de seu gosto. Conseguiu fazê-la gozar por duas vezes e a morena fez questão de retribuir cada um dos orgasmos que tivera.

Mas assim que aquela sensação de satisfação se dissipou, Taylor não conseguiu continuar relaxada. Sentia-se realmente mal ao questionar a atitude de Laura em não querer ser vista ao seu lado. Talvez fosse boa o suficiente apenas para ficar ao lado dela entre quatro paredes, naquela cama.

Precisava de espaço. Do seu apartamento, da sua cama, e foi a primeira vez desde que havia conhecido Laura que sentiu vontade de sair de perto dela. Não porque ela tivesse feito alguma coisa e sim porque Taylor achava que seu lugar não era ali.

- Lau..

- Oi. – Laura continuava deitada de olhos fechados.

- Acho que vou embora. – Schilling escolheu as palavras com todo o cuidado.

A morena levantou-se imediatamente.

- Como assim? Porque?

- Nada demais. Só queria dormir em casa hoje.

- Tay, o que está acontecendo?

A loira tentou sorrir sem muito sucesso.

- Não está acontecendo nada. Mas não precisamos dormir juntas todas as vezes que nos encontramos.

Como ela conseguiria se livrar daquela situação?

- Você só sai daqui depois que me explicar o que tá acontecendo. Eu percebi que mudou de humor desde que chegou. Tá mais calada, mais pensativa. Não quis te pressionar e estava esperando a hora em que você começaria a falar. Porque uma hora você sempre acaba soltando o que se passa aí nessa cabecinha. Mas fugir, Tay? Isso não faz sentido pra você.

- Laura, a gente pode conversar outra hora. – ela começou a procurar pelas peças íntimas espalhadas na cama.

- Taylor, você não vai sair daqui. Não adianta.

- Você não pode me obrigar.

- Realmente não. Mas posso te pedir pra ficar, não posso?

Foi então que Laura fez o que sempre sabia ter efeito calmante sobre Taylor: trouxe-a para seu colo, encaixando o rosto em seu pescoço enquanto acariciava seu corpo. A loira demorou para se deixar levar, mas finalmente conseguiu ir se acalmando. Ficaram daquele jeito por mais de meia hora, até Laura romper o silêncio:

- Você ficou chateada por eu não querer sair né?

- Não, Lau.

- Por favor Tay, não mente pra mim.

A loira respirou fundo. Enfim chegara a hora de conversarem.

- Não é porque você não quis sair hoje, Laura. Você nunca mais quis sair comigo desde o dia em que ficamos juntas de verdade. Eu tô tentando não me importar, mas é óbvio que você não quer que as pessoas nos vejam juntas – ela parou esperando a reação de Laura.

- Continua...

E ela continuou. Finalmente conseguiu colocar pra fora todos os pensamentos que a consumiam desde que entrara no apartamento. Falou sobre seus sentimentos, seus medos e sua certeza de não ser boa o suficiente para ela. Em nenhum momento Laura a interrompeu e mesmo quando Taylor terminou e ficou aguardando algum comentário, tudo que havia no quarto era o silêncio.

Até que Schilling sentiu algo molhado escorrendo por seu rosto. Demorou um tempo até tomar consciência do que era: lágrimas. De Laura. Erguendo o rosto imediatamente a loira viu que os olhos de Laura estavam totalmente vermelhos como se ela estivesse evitando ao máximo derramar aquelas lágrimas.

- Ei, porque você tá chorando? Não faz isso, por favor. – Taylor enxugava o rosto da morena.

- Desculpa, Tay. Desculpa.

- Pelo o que, Lau? Você não tem que se desculpar de nada.

- Por estar te fazendo mal. – Prepon fechou os olhos.

- Nunca mais repita isso, ouviu? – a voz de Taylor saiu alta – Olha pra mim, Laura. Olha pra mim.

A morena enfim reabriu os olhos e encarou-a.

- Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Você é minha parceira de trabalho, minha amiga e a mulher que vem dando sentido aos meus dias e as minhas noites nas últimas semanas. Nunca mais diga que você me faz mal. Tá ouvindo?

- Eu me sinto da mesma forma, Taylor. Mas eu não consigo ter a segurança que você tem em relação a nós duas. Eu quero estar ao seu lado o tempo todo, quando estamos longe, só penso em você. Só que não sei como agir na frente dos outros. Não sei o que fazer, o que falar, o que responder se perguntarem da gente. Não estou preparada. E isso te deixa mal.

Naquele momento, Taylor se colocou no lugar de Laura. Sabia que ela não agia por mal ou por vergonha. Ela simplesmente não sabia o que fazer com aquele sentimento novo que estava descobrindo. E antes de tornarem aquilo público, até mesmo para seus familiares e amigos, elas precisavam ter certeza do que queriam e que tipo de relação era aquela. Eram amigas com benefícios? Era só prazer, só sexo? Elas estavam namorando? Ou tinham um relacionamento aberto?

Schilling decidiu que não era só Laura que precisava de mais tempo para se acostumar com tudo o que estava acontecendo. Ela também precisava. Não podiam correr o risco de agir de forma precipitada e colocar a perder tudo que tinham conquistado até ali.

A loira não foi embora e as duas passaram boa parte da noite ali abraçadas, trocando carícias e algumas palavras de vez em quando. Não precisaram de uma nova sessão de sexo para se sentirem conectadas novamente. O carinho e o amor que havia apenas no contato de seus corpos já era suficiente.

-------------

Nos dias que se seguiram, aquele assunto foi deixado de lado. Combinaram de se encontrar apenas duas vezes durante a semana para não atrapalhar as gravações de Taylor. Laura usava seu tempo livre para leitura de novos roteiros.

Outro fim de semana chegou e de novo passaram juntas dentro do apartamento, dessa vez de Taylor. O máximo que fizeram foi ir até o mercado.

Apesar de ter decidido que Laura precisaria de mais tempo para se acostumar com o que estavam vivendo, Schilling notou que não poderia deixar o assunto morrer totalmente. Por mais que não quisesse pressioná-la, também não poderia fingir que estava tudo bem daquele jeito porque para ela não estava. Sabia que para Laura a situação era confortável, então por conta própria ela não mudaria nada.

Foi então que com a chegada de outro fim de semana, o incômodo voltou com força total para Taylor. As meninas haviam combinado de ir a uma boate comemorar algo que ela nem sabia bem o que era. Elas viviam inventando motivos para saírem juntas e aprontarem.

Ela e Laura confirmaram presença, mas quando Taylor ofereceu-se para pegá-la em casa já que iria de carro, a morena disse que preferia ir sozinha no próprio carro. Taylor respirou fundo, mas decidiu não questionar.

 

De forma inédita, naquela noite Schilling chegou antes de Laura. Tentando não pensar nos problemas, ela começou a beber logo cedo. Sabia que quando Prepon chegasse, ia cortar suas asas e evitar que bebesse demais.

- Ei, tem alguém bastante animada aqui hoje. Onde está sua morena?- Natasha acabara de chegar enchendo seu rosto de beijos.

- Ainda não chegou.

As meninas foram chegando uma a uma e nada de Laura. Resolveu mandar uma mensagem e logo recebeu a resposta de que demoraria só mais um pouco. Tinha se enrolado em casa.

O grupo estava em uma área reservada, porque com o sucesso da série, elas já tinham obtido uma certa notoriedade. Mas essa área não ficava tão longe assim da pista de dança e dos demais frequentadores da boate, o que era ótimo aos olhos de Taylor. Não gostava de ser tratada como vip.

Com as primeiras doses de bebida fazendo efeito, Schilling deixou-se levar por Samira e Dascha para o meio da pista. A música era animada e ela conseguiu esquecer tudo que lhe atormentava ultimamente e se entregou aos passos de dança, acompanhando as amigas.

Estava tão empolgada que demorou a perceber Laura ao lado de Natasha, olhando para ela com os braços cruzados, um sorrisinho de canto e aquelas sobrancelhas arqueadas que eram de matar qualquer um.

Schilling parou imediatamente de dançar indo na direção da morena com um enorme sorriso nos lábios. Quando parou na frente delas, Lyonne foi a primeira dizer algo.

- Vou deixar vocês sozinhas, mas contenham-se lésbicas. Se é que vocês conseguem.

As duas riram. Em seguida, Taylor perguntou tímida:

- Posso te abraçar?

- Claro que pode. – foi Laura quem a puxou para um abraço.

- E um beijo, também pode? – mesmo sabendo a resposta, Schilling achou que não custava nada arriscar.

- Claro que não. – Laura afastou-se do abraço, mas não parecia brava. – O quanto você já bebeu?

- Um pouco. Você devia começar a beber também.

Elas foram juntas ao bar. Laura ria abertamente das caras e bocas que Taylor fazia. O clima naquela noite estava muito agradável, as meninas estavam atacadas, se provocando o tempo todo e desafiando uma a outra com os passos de danças mais ousados e sensuais.

Laura e Taylor não se tocavam, mas ficaram o tempo todo uma ao lado da outra. Embora também estivesse bebendo, a morena preferiu ficar só na cerveja para tomar conta da loira.

 

- O que ela tá fazendo aqui?

Ao ouvir Laura dizer aquilo, Taylor ficou confusa, sem entender a quem ela se referia. Olhando na mesma direção do olhar de Laura viu Chloe se aproximando com Danie e cumprimentando Uzo e Yael. Na mesma hora sentiu seu sangue gelar e todo o álcool se esvair de seu corpo. Mas que merda. Não podia acreditar naquilo.

Pelo visto Chloe havia sido trazida por alguma das meninas para ficar ali na área reservada com elas. O nervosismo de Prepon era evidente, ainda mais quando ela viu a garota cumprimentando de uma a uma.

- Se ela chegar aqui perto, quem vai mandar ela sair? Eu ou você? Escolhe.

- Calma Laura, não é pra tanto. Ela não tá fazendo nada demais.

- Eu ou você, Taylor? Se não escolher, eu mesma me encarrego disso.

- Quer parar antes que alguém repare? – era impressionante como Chloe tirava Laura do sério.

         A garota era mais sábia do que as duas juntas, porque mesmo de longe pareceu perceber que o clima ali não era amistoso e se limitou a dar um tchauzinho de longe, o qual só foi retribuído pela loira.

- Que diabos de coincidência é essa? Ou ela sabia que estaríamos aqui hoje?

Naquele momento Taylor soube o quanto estaria fudida, mas achou melhor não mentir. Seria o seu primeiro arrependimento da noite.

- Ela sabia.

- Como ela sabia? – Laura tentava controlar a voz.

- Ela me ligou ontem, me chamando nem lembro pro que e eu disse que estaria aqui com as meninas.

Percebendo que estava a beira de perder o controle, Prepon pegou a loira pela mão.

- Vem comigo.

- Pra onde, Laura?

- Vem, Taylor.

Schilling teve de andar rápido pra acompanhar os passos largos da morena que foi conduzindo-a através da boate até sair pela porta lateral, cumprimentando um dos seguranças que ali estava e continuando o caminho pelo estacionamento até chegar em seu carro.

Ela abriu a porta e nem precisou falar nada para que Taylor entrasse logo em seguida.

- Agora explica.

- Explicar o que?

- Essa história dela te ligar e de você chamar ela pra vir aqui hoje.

- Você entendeu errado, Lau – Schilling tentava reunir o mínimo de sobriedade que lhe restava para que não iniciassem uma briga. – Ela me ligou ontem me chamando para sair hoje e eu disse que não iria porque já tinha marcado de sair com as meninas. E devo ter comentado que estaria nessa boate.

- Deve ter comentado, Taylor? Você praticamente a convidou. Ou ela não viria atrás de você.

- Se veio não é problema meu. Eu estou com você e não com ela.

- Mas você falou isso pra ela? Porque pelo visto o que deu a entender é que não iria sair com ela porque já tinha compromisso hoje, mas se não tivesse... quem sabe né?

- Não surta, Laura. É claro que ela não sabe que estamos juntas. Ninguém sabe. E isso é por sua causa, porque eu não teria  problema nenhum em contar.

Já era. Schilling sabia que a briga era inevitável.

- Nós vamos embora – Laura ajeitou-se no banco.

- Como é que é?

- Isso mesmo, não quero mais ficar aqui.

- Ei, você tá doida? Minha bolsa tá lá dentro e não podemos sair assim sem falar com as meninas.

- A gente pede pra Natasha levar com ela e amanhã pegamos.

- Não... eu não vou embora, Laura. Não tem motivo pra isso.

- Que parte você não entendeu que eu não quero mais ficar aqui? Não quero olhar pra cara daquela garota.

- Problema é seu. Ela nunca te fez nada. Não estamos mais juntas há muito tempo, mesmo antes de eu ficar com você. Eu estava me divertindo e pretendo continuar.

O nível de tensão entre elas só crescia e o desastre era iminente. Laura fechou os olhos, tentando se controlar. Mas depois de tanto tempo com tudo guardado e com a quantidade de álcool já ingerida naquela noite, quem perdeu o controle foi Taylor.

- Você sabe de quem é a culpa disso tudo? É unicamente sua. E da sua covardia, claro – se os vidros não estivessem fechados, os gritos poderiam ser ouvidos do lado de fora do veículo.

Laura abriu os olhos assustada, mas nem a expressão de espanto que ela apresentava fez Schilling se conter:

- Poderíamos estar juntas lá dentro, na frente de todo mundo e não teria Chloe ou qualquer outra pessoa pra nos ameaçar. Mas não... você quer manter tudo escondido, em sigilo absoluto. Ninguém pode sequer sonhar que você tá ficando com outra mulher. Imagine o que as pessoas pensariam de você né? Laura Prepon lésbica? Que horror...

Prepon continuava sem reação e isso só dava mais força para Taylor continuar.

- Se você quer ir embora, pode ir. Eu vou voltar pra lá e continuar me divertindo.  Não quero mais passar meus fins de semana trancada entre quatro paredes como se tivesse cometendo algum crime porque eu não estou. Eu gosto de você, muito mais do que deveria. É uma grande merda, eu sei, mas aconteceu. E se eu não sou boa o suficiente pra você... o que posso fazer?

Schilling abriu a porta do carro e estava tão transtornada que nem se deu conta do absurdo que soltou a seguir:

- Vai querer que eu vá pra sua casa quando eu sair daqui?  Ainda podemos tentar salvar nossa noite pelo menos na cama.

Imediatamente os olhos de Laura se encheram de lágrimas e percebendo a grande burrada que fizera, Taylor sabia que precisava sair dali para as coisas não ficarem piores. Segundo engano da noite.

Correu pelo estacionamento, passando pelo mesmo segurança de antes e entrando pela porta lateral. A essa altura seus olhos ardiam e ela também já não conseguia mais conter o choro. Sem saber pra onde ir, ficou parada ali perto daa saída. Foi nessa hora que viu Chloe vindo em sua direção.

- Ei, Taylor... o que houve? Você está chorando?

- Não foi nada Chloe.

- O que a Laura fez?

No momento em que ouviu essas palavras, Taylor teve noção do estrago que ela e não a morena, havia provocado. Laura era explosiva e ciumenta, mas jamais fizera ou falara nada só pelo prazer de magoá-la. Mas Schilling sabia que guardar aquilo tudo e soltar de uma vez só não fora muito justo de sua parte.

A loira estava tão imersa em sua própria infelicidade que nem notou o quanto Chloe estava mais próxima, acariciando seus braços e em seguida depositando beijos em seu rosto, como se quisesse acalmá-la.

Mas o objetivo de Chloe era outro e quando ela colou seus lábios, a primeira reação de Taylor foi de susto. Por mais que estivesse embriagada, sabia que aquele beijo era errado e quando já estava preparada para se desvencilhar dos lábios da loirinha mais nova, ouviu a porta pela qual acabara de entrar minutos atrás se abrindo. Finalmente conseguindo se afastar da garota, a única coisa que registrava era a figura de Laura parada, olhando para as duas com uma expressão vazia no rosto.


Notas Finais


É, deu ruim...
Quem pisou mais na bola, Laura ou Taylor?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...