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História Apenas Ela - Los Angeles: dias 3 e 4


Escrita por: DanyPS

Notas do Autor


Continuando essa viagem...

Ia dividir o capítulo em dois, mas coloquei tudo de uma vez só.
Ah, tenho que avisar também que não tive muito tempo para revisar, então tentem dar um desconto nos erros que aparecerem.

Capítulo 24 - Los Angeles: dias 3 e 4


Quando Laura acordou ao lado de Taylor foi tomada por uma sensação de paz. O que poderia ser considerado inesperado, levando-se em conta que não estava acostumada a ser rejeitada e que só não tivera uma recaída porque a loirinha não permitiu.

Levantando-se com extremo cuidado para não acordar a mulher ao seu lado, Laura saiu na ponta dos pés e foi para o próprio quarto. Pensando na programação que havia feito para aquele dia, o primeiro passo foi tomar um longo banho para acordar completamente. Durante todo o tempo em que esteve no chuveiro, dedicou-se a refletir sobre sua atual situação. Todas as convicções alcançadas nas últimas semanas sobre sua relação com Taylor, parecia terem caído por terra depois de apenas dois dias ao lado dela. Mesmo após os acontecimentos e a briga horrível que elas tiveram, ainda se sentia atraída por Schilling, isso era fato. Bastou tê-la tão próxima para que a consciência do quanto sentira sua falta a atingisse em cheio.

Assim que saiu do banheiro, enrolada na toalha, a morena deparou-se com Taylor deitada atravessada em sua cama. Ainda estava vestida com a camiseta comprida que usara para dormir, os olhinhos quase fechando pela evidente sonolência e os cabelos bagunçados caídos no rosto.

Deus! Aquela visão era de tirar o fôlego de qualquer mortal. Laura achava-a extremamente bonita e sensual, mas era quando estava assim, ao natural, que a loira conseguia desarmá-la completamente. Por causa de momentos como aquele que considerava Taylor seu bebê. Ok, ela não era mais sua. Mas ainda era um bebê.

- Bom dia! – Prepon se limitou a dizer, enquanto sua verdadeira vontade era pular na cama e encher Taylor de beijos.

- Bom dia. Por que você não me acordou? – Schilling espreguiçou-se.

- Porque não havia necessidade. Ainda é cedo.

- Você sabe o quanto eu odeio quando você dorme comigo e não tá mais do meu lado na hora que acordo?

Prepon estava completamente seduzida pela mulher na sua cama e o pior era que Taylor não estava fazendo nenhum esforço pra isso. Ela estava apenas sendo ela. Seu dia já estava começando de maneira difícil.

- Desculpa – a morena achou melhor sair dali e ir se vestir no closet. Continuou a falar de lá: - Preciso ir ao mercado comprar algumas coisas para o almoço. As meninas devem chegar por volta das onze horas.

- Eu vou com você. – Taylor falou um pouco mais alto para se certificar de que Prepon a escutasse.

- Não precisa, vai dormir mais um pouco. E eu já estou de saída. Vou só preparar algo rápido pra deixar o café da manhã pronto pra vocês.

- Então enquanto você faz isso dá tempo de eu tomar um banho rápido e me arrumar também. – Schilling colocou a cabeça na entrada do closet: - Me espera.

Quando a morena virou para responder, ela já tinha sumido. É, seu dia seria “extremamente” difícil, ela corrigiu o pensamento anterior.

 

Cerca de meia hora depois, Schilling encontrou Laura na cozinha e elas tomaram café juntas. Conversavam sobre assuntos aleatórios e a morena sentia-se aliviada por aparentemente já terem superado o período conturbado que viveram recentemente. Ficar brigada com Taylor era algo que a consumia, ela descobrira isso da pior forma.

O supermercado que Prepon costumava frequentar era perto de sua casa e como ainda era cedo, estava praticamente vazio.

- Bem, cozinhar eu sei que é tarefa complicada, mas fazer compras você consegue? – Laura resolveu implicar com Schilling - Posso te passar alguns itens pra você procurar e assim a gente não demora muito tempo aqui.

- Não.

- Você não veio pra me ajudar?

- Não, vim pra te fazer companhia. As compras são função sua. – ela resolveu revidar a implicância.

Laura olhou para Taylor arqueando as sobrancelhas.

- Você não me intimida mais, Laura Prepon. Vou dar uma volta por aí, preciso comprar algumas coisas. – A loira saiu andando em outra direção.

- Tayloooor... – a morena não conseguia acreditar naquilo.

Reencontraram-se minutos depois no corredor das bebidas. Taylor estava com uma cesta na mão lotada de besteiras: biscoitos, chocolates, batatas.

- Eu não acredito que você vai levar isso tudo, Schilling. Devolve.  – Laura estava realmente indignada.

- Não é só pra mim. É pra Uzo e Natasha também – ela demonstrava que não se renderia. – Sua casa é perfeita, sua comida é perfeita. Mas sabe como é, tem algumas coisas que nós, pobres mortais, necessitamos e que não estão disponíveis lá.

- Você sabe que não deveria comer tanta porcaria.

- Ei, você não acha que aquele casal tá olhando muito pra gente? – Taylor mudou de assunto.

Laura acompanhou o olhar dela e percebeu que um homem e uma mulher viraram a cabeça pra outra direção imediatamente. Ela não viu nenhum problema ali.

- Não tô vendo nada demais.

- Eles pareciam falar da gente.

- E daí, Taylor? Provavelmente nos reconheceram.

- Será? Eu não gosto muito disso.

 Laura sacudiu a cabeça rindo da inocência da loira.

- Pra você é fácil. – Schilling complementou. - Tá acostumada com isso.

- Então é melhor ir se acostumando também, porque logo você será a nova estrela do pedaço.

- Até parece. Deus me livre. Não quero ter minha privacidade invadida.

Naquele momento Prepon começou a imaginar como seria caso elas ficassem juntas na frente de todos. Se o fato de interpretarem um casal lésbico na série já estava atraindo cada vez mais atenção para elas, tanto de espectadores quanto da imprensa, imagine o turbilhão que seria caso assumissem algum tipo de relação mais íntima?

- Tá me ouvindo? – Taylor a chamava.

- Tô. Vamos indo, já acabei aqui. – Laura preferiu deixar aqueles pensamentos de lado.

No carro retornando para casa, Prepon ligou o rádio.

- Ei, podemos ouvir Bruno Mars? – a loira pedia com um sorriso enigmático nos lábios.

Laura já imaginava o que ela estava querendo, mas não lhe daria esse gostinho:

- Não estou muito a fim hoje não.

- Ah! Por que? – Schilling parecia decepcionada.

- Porque você não tá merecendo.

- Não estou?

- Não.

A loira ficou calada por vários segundos. Quando resolveu voltar a falar foi para perguntar:

- Quer falar sobre ontem?

- Nãooo – a morena respondeu imediatamente, com certo pavor na voz.

- Tem certeza?

- Tenho, Schilling.

Nenhuma das duas falou mais nada até que o carro fosse estacionado na garagem.

Mal apareceram dentro da casa, Natasha questionou-as, curiosa:

- Onde vocês estavam?

- Fui ao mercado comprar algumas coisas que faltavam para o almoço.

- E porque só levou ela? – Lyonne parecia ofendida.

- Primeiro porque vocês ainda dormiam e segundo, eu não levei ela. Ela que quis ir atrás.

- Vocês são muito mal agradecidas. Laura porque sei que amou minha companhia, mas não quer admitir. E você, Natasha, perdeu a oportunidade de adoçar um pouco essa sua língua - abrindo a sacola onde estavam as “suas compras” ela continuou: - Uzo, isso é pra gente.

- Ohhhh!! Obrigada, amiga. – Uzo correu para abraçar e beijar a loirinha.

- Vocês que pensem em me negar isso aí.

Logo, a confusão na cozinha estava formada e Laura ria abertamente, feliz por ter as amigas ali com ela.

 

Como o dia estava bonito e o clima bem ameno, resolveram usar o espaço gourmet da área externa. Uzo fez questão de ajudar Laura. Já Natasha e Taylor ficaram por lá só pra importunar e atrapalhar mesmo.

Perto das onze e meia a campainha tocou. Apesar de Jodi ter todas as chaves da casa de Laura, jamais entrava sem ser anunciada quando a morena estava ali.

- Taylor, pode abrir a porta, por favor? Devem ser Jodi e Terasa.

A loira titubeou um pouco antes de convocar Natasha:

- Vamos lá comigo?

- Duas para abrir uma porta? – foi Uzo quem resolveu implicar dessa vez.

- Até você? – Schilling reclamou e foi se dirigindo à parte da frente da residência na companhia de Natasha.

Logo as seis mulheres estavam reunidas. Jodi já conhecia todas, Terasa ainda não. E assim que as apresentações foram feitas o falatório começou. Se um homem caísse ali naquele instante, provavelmente sairia correndo em desespero. De forma incompreensível a quem visse de fora, uma hora o mesmo assunto era compartilhado por todas, no segundo seguinte já estavam divididas em grupos menores e o assunto mudava. Porém todas se entendiam.

Em determinado momento, a morena pediu para Taylor pegar um ingrediente qualquer que havia esquecido na geladeira. Assim que a loira voltou, entregando-a o que foi pedido, de forma totalmente instintiva e sem pensar, Laura agradeceu e virou-se para ela dando-lhe um rápido beijo no pescoço. O gesto passaria despercebido até mesmo para elas se não tivessem notado que estavam sendo observadas por Jodi, que carregava um olhar surpreso no rosto. Prepon já imaginava o porquê do estranhamento da amiga, já que não era muito dada a demonstrações explícitas de afeto. Resolveu não dar muita importância aquilo e continuou o que estava fazendo.

Alguns minutos depois, notou a ausência de Schilling. Não querendo chamar muita atenção, perguntou para Uzo de forma discreta:

- Viu a Taylor?

- Ela disse que ia subir porque estava com dor de cabeça.

- Assume aqui pra mim um pouco?

Deixando a amiga encarregada de finalizar a salada, Laura foi atrás de Taylor. Encontrou-a no quarto mexendo em algo na mala.

- O que está fazendo aqui sozinha?

- Oi, vim trocar de roupa. Sujei a blusa – a loira apressou-se em dizer como desculpa.

- Mentira, Tay. Uzo disse que a desculpa que você deu era uma dor de cabeça.

- Também. Vou procurar um remédio.

As duas ficaram se encarando como se esperassem quem iria ceder primeiro.

- Vem, vamos descer. Não tem razão pra você ficar aqui.

- Laura... eu volto pra lá daqui a pouco, prometo. - Schilling parecia insegura.

Talvez só naquele exato momento, Laura tenha tomado a real dimensão do quanto o seu medo de que as pessoas soubessem o que estava acontecendo entre elas, tinha contaminado Taylor. Ela havia pensado tanto em si, em como se sentiria e no que responderia caso as pessoas a questionasse se estavam juntas, que deixou as angústias da outra de lado. Sempre achara que o fato de Schilling se assumir gay sem problemas, facilitava a forma dela lidar com as coisas. Mas na verdade, para ela também devia ser muito difícil estar com alguém que queria se esconder o tempo todo e de tudo. Alguém que sempre tinha dúvidas se o que estavam fazendo era certo. Prepon repreendia-se mentalmente por não ter tido tanto cuidado quanto deveria em toda aquela história. Tinha que lembrar que ela não era a única afetada ali.

- Ok. Eu vou ficar aqui com você até descer, então.

- Laura... claro que não. Elas vão estranhar e logo vão subir atrás da gente.

- E daí? – Prepon sentou-se na cama indicando que falava sério.

- Porque você tá fazendo isso?

A morena não respondeu, só ficou olhando para ela. Por fim, mesmo bufando, Taylor se rendeu:

- Vamos descer então, sua chata. Mas saiba que tô revendo o conceito de que seja tão boa anfitriã assim. Não deixa nem suas hóspedes terem um pouco de paz.

- Mais tarde você pode ficar em paz. Agora não.

As duas desceram e como se ainda tivesse medo de que Schilling recuasse, Laura pegou na mão dela e foi conduzindo-a de volta à área externa da casa. Assim que saíram pela porta dos fundos, Taylor enrijeceu-se e quis soltar a mão da morena, mas essa não deixou e continuou trazendo-a consigo. Prepon percebeu que Jodi olhava-as novamente com curiosidade, mas nem isso fez com que ela soltasse a loira enquanto não estivessem todas juntas novamente. Imaginava que logo a amiga a questionaria sobre o que estava acontecendo. Pois bem, quando chegasse a hora ela se preocuparia com o que falar.

- Ei, onde vocês estavam? – Terasa foi a única que teve coragem de perguntar.

- Tive que resgatar a princesinha aqui. Taylor está com dor de cabeça e fui pegar um remédio pra ela. – Laura explicou.

A partir dali, as coisas foram voltando ao normal. O almoço ocorreu animado, sem mais nenhum incômodo e Taylor foi relaxando novamente. Passaram a tarde ali no jardim, conversando, provocando uma à outra com histórias antigas de Laura, contando casos dos sets de gravação. Os temas eram infinitos.

Já no finzinho da tarde, Uzo subiu para descansar um pouco e Taylor e Natasha resolveram sair para dar uma volta à pé mesmo para conhecer melhor o bairro. Laura ofereceu-se para acompanhá-las, mas as duas fizeram questão de sair sozinhas.

Restou à Prepon e às amigas arrumarem, limparem e organizarem toda a bagunça do almoço. Laura sentia-se tão feliz que prometeu a si mesma repetir encontros como aquele muitas outras vezes.

Após tudo estar em seu devido lugar, as três mulheres sentaram-se na varanda da frente da casa. A morena já notava os constantes olhares de Jodi para ela, embora a amiga não dissesse nada específico. Ao acomodarem-se nas cadeiras de vime, Laura resolveu dar abertura de uma vez por todas:

- Vai Jodi, pergunta o que você quer saber.

- Eu? Tem certeza? – Jodi avaliava-a.

- Sim. – Laura incentivou-a a prosseguir, mas a outra continuou calada.

Terasa resolveu então falar por ela:

- Preps, Jodi chegou a comentar comigo que você e Taylor tinham ficado bem amigas e andavam muito juntas em Nova York ultimamente. Confesso que achei que era só uma crise de ciúmes da parte dela, já que ela sempre foi a sua queridinha e podia estar perdendo o posto.

Laura olhava de uma para a outra de certa forma incomodada em saber que sua vida andava sendo objeto de conversa entre elas. Terasa continuou:

- Mas vendo com meus próprios olhos aqui hoje, pude notar que tem algo diferente no ar mesmo. Não sei explicar ao certo, sei lá. Se não quiser, não precisa responder, mas tá rolando alguma coisa a mais entre vocês?

- Bem, é complicado. – Laura respondeu após respirar fundo. Mesmo estando com duas de suas melhores amigas, que sabiam tanto de sua vida, era difícil se expressar.

- Complicado? É... então tem algo aí sim. – Terasa ficou pensativa. – Mas é só da parte dela, não é?

Prepon não conseguiu responder. Sentiu as bochechas arderem e desviou os olhos para o chão.

- Cacete, Laura. Não acredito. Você também tá sentindo alguma coisa por ela? – Terasa parecia realmente surpresa.

- Elas transaram – foi a primeira coisa que Jodi disse desde que estavam sentadas ali fora.

A morena encarou-a instantaneamente, chocada ao ouvir aquilo em voz alta. Como Jodi sabia? Ela nem mesmo estava em Nova York quando isso passou a acontecer com certa frequência.

- Puta que pariu. Fala alguma coisa, mulher. É verdade isso? – Terasa estava chocada.

- Olha, eu não sei explicar o que tá acontecendo comigo. E não me sinto preparada para entrar em detalhes, mas é verdade. Eu e Taylor ficamos juntas por algumas semanas.

- Ficaram? No passado? – Jodi estava sendo econômica com as palavras, porém certeira em suas intervenções.

- Sim, Jodi. No passado. Tivemos uma briga horrorosa e acabamos tudo. Foi por isso que fui passar uns dias na casa da minha mãe.

- Mas já fizeram as pazes, pelo visto.

- É, Natasha armou isso tudo. Trouxe ela sem que eu soubesse e disse pra ela que eu quem tinha convidado. E por mais doido que esse plano parecesse, acabou dando certo. Taylor e eu nos entendemos. Mas preferimos manter a amizade somente.

- Hahahahaa... você pensa que engana quem, Laura Prepon? Não sei quem tá mais caidinha pela outra, você ou ela. – Terasa parecia já estar se divertindo com a novidade, depois da surpresa inicial.

- Como eu disse, é complicado – Laura não tinha muito mais coisa pra falar a respeito do assunto.

- Espero que você saiba o que está fazendo. – era Jodi novamente.

- Mas eu não sei, Jodi. Minha cabeça anda uma confusão total. Não me reconheço mais. – Prepon demonstrava todas as suas dúvidas.

- Ah... só que alguma coisa aquela garota deve ter, ou você não teria mudado de time assim depois de velha.

- Eu não mudei de time, Terasa. Nossa, você tá ficando inconveniente que nem a Natasha – a morena já estava querendo encerrar aquele assunto por ora.

- Ok, não está mais aqui quem falou. Tô vendo que você ainda não está confortável com essa situação – a amiga voltou a ficar séria. – Só quero que saiba que sempre vou torcer pela sua felicidade, seja com quem for.

Laura esperou alguma palavra de apoio do mesmo tipo vinda de Jodi, mas foi em vão. Ela continuava apenas observando-a.

- Não liga pra ela. – Terasa parecia entender o que estava acontecendo. – Ela só está morrendo de ciúmes, como eu disse.

- Para com isso, Terasa. Só conheço Laura o suficiente para saber o tamanho do problema em que ela está se metendo. E sei o quanto ela pode sair atingida disso tudo.

- Não se preocupe com isso, Jodi. Eu ando indo com calma até demais.

Ninguém falou nada por mais alguns minutos, até que Natasha e Taylor voltaram e Jodi e Terasa resolveram que era hora delas irem.

- Tem certeza que vocês não querem sair com a gente hoje? – Lyonne adorava uma festa e para ela, quanto mais gente, melhor. – Terasa, você parece ser das minhas. Essas duas aqui não aguentam meu ritmo não.

- Para de contar vantagem, Natasha – Taylor a repreendia.

- Não dá meninas, eu realmente viajo cedo amanhã e não arrumei nada ainda. Mas tá de pé a promessa de visitá-las em Nova York.

- Ah, vai sim, Terasa – Schilling realmente parecia ter gostado dela, Laura podia perceber. – E você Jodi? Não quer sair com a gente?

- Também não posso, Taylor. Estou com visitas em casa e só dei uma escapadinha hoje porque Laura praticamente me ameaçou.

A morena ficou feliz em ver que mesmo aparentemente desaprovando o que acabara de ficar sabendo, Jodi tratava Taylor de forma delicada e amável.

Depois de passarem vários minutos se despedindo até que Jodi e Terasa finalmente se fossem, as três que restaram subiram para descansar um pouco. Elas haviam decidido que naquela noite não ficariam em casa de jeito nenhum.

 

Cerca de três horas depois, Laura, já pronta, apressava Natasha. A amiga tinha vindo até seu quarto para pegar um brinco emprestado e levou uma eternidade até decidir qual usaria. Acabaram se atrasando, Uzo e Taylor já deviam estar lá embaixo esperando-as.

- Anda, Natasha. Você está linda. Larga esse espelho.

- Ei, que pressa.

Prepon foi abrindo a porta do quarto e praticamente enxotando-a para fora. Assim que desceram as escadas, puderam ouvir a voz de Uzo e Taylor na sala. Elas já estavam prontas.

Laura as viu antes de ser vista. E seus olhos ficaram totalmente vidrados ao olhar para a loira, ela estava simplesmente maravilhosa. Usava um vestido azul levemente justo e de mangas compridas, mas com um decote escandaloso nas costas, sandálias de salto alto que a deixavam maior do que Laura e maquiagem simples, porém marcante.

- Para de babar ou ela vai perceber – Lyonne estava ao seu lado, tirando-a do transe em que se encontrava.

Nessa hora as duas na sala enfim perceberam a presença delas e Laura tentou se recompor o mais rápido que conseguiu.

- Até que enfim. Já estava lá indo chamar vocês. – era Taylor reclamando. – Uau... Estão lindas!

Laura também usava um vestido, só que preto e de alças, com uma jaquetinha por cima. O batom era vermelho escuro e a maquiagem ressaltava ainda mais seus belos olhos verdes.

Escolheram um local descolado onde podiam desfrutar de um jantar informal no salão inferior, mas que também abrigava uma pista de dança no segundo andar. Taylor parecia especialmente radiante aquela noite e foi impossível para Laura não notar isso. E se a loira estava feliz, ela também estava, ainda mais depois do pequeno percalço que tiveram na hora do almoço.

As quatro resolveram comer algo leve, mas as rodadas de drinks foram iniciadas ali embaixo mesmo. Prepon tinha que fazer um esforço enorme para prestar atenção em tudo que estava sendo dito à mesa, pois seu único interesse era contemplar a deusa loira bem ali à sua frente.

Depois da refeição terminada e do álcool já começar a fazer efeito em todas, decidiram subir para ver como estava o clima na parte de cima. Para surpresa das mulheres, o local era maior do que parecia lá de baixo e estava bem cheio. Conseguiram um bom lugar perto do bar, de onde podiam ver praticamente toda a pista de dança. Novas bebidas foram trazidas e elas foram ficando cada vez mais soltas.

- Vamos dançar? – Era Taylor que parecia a mais animada de todas.

- Agora não, Tayloface. Daqui a pouco. – Natasha recusou o convite momentaneamente.

- Laura?

- Vou quando a Tasho for – a morena sabia que dançar muito junto de Schilling seria uma péssima ideia.

- Ah... vocês são fracas demais. Vem você, então Uzo. Sei que nunca me decepciona.

- Vamos sim Taytay – Uzo acompanhou-a.

Laura ficou ao lado de Natasha, olhando-as de longe. A loira estava em uma daquelas noites de sorriso fácil e encantador. Assim que a sequência de hip hop começou a tocar, ela começou a se balançar de forma mais sensual e Prepon ficou totalmente hipnotizada. Sentiu o reflexo imediato entre suas pernas e viu o quanto estava encrencada com aquela mulher. Era oficial, Taylor estava cada dia mais irresistível.

- Jesus, Laura. Você a está comendo com os olhos. – era Lyonne mais uma vez chamando sua atenção.

- Eu não sei mais o que fazer, Natasha. Essa mulher tá acabando comigo.

- Sério? Você tá admitindo isso pra mim sem protestar? Que progresso, hein! – Natasha parecia realmente surpresa. – Vai lá dançar com ela.

- Tá louca? Se eu for, acabo agarrando ela ali mesmo na frente de todo mundo.

- Essa eu pagava pra ver.

Achando que era melhor pra sua saúde mental se ficasse de costas, foi isso que Laura fez, voltando sua atenção somente para a pequena mulher à sua frente.

- Eu dormi no quarto dela ontem. – Prepon confessou.

- Safada. Escondendo o jogo. Por isso ela tá toda animadinha assim hoje.

- Não aconteceu absolutamente nada. Só dormimos mesmo. – a morena relembrou a frustração da noite anterior.

- Duvido. – Lyonne parecia estar gostando daquele papo.

- Sério. E o pior, eu tentei beijá-la e ela não deixou. – Talvez fosse o álcool que estivesse lhe dando coragem pra desabafar com Natasha, mesmo sabendo do risco que corria em se abrir demais com aquela louca de pedra.

A gargalhada que a pequena mulher deu, chegou a assustar Laura.

- Ela te esnobou? Até que enfim minha garota fez algo realmente útil. – Natasha debochava abertamente da morena.

- Você ri porque não está no meu lugar.

- Laura, você tá fudida. Sabe disso né?

- Sei – a morena disse quase choramingando.

Ao olhar de volta para a pista, Lyonne soltou:

- Ih, vê se não vai dar show. Mas sua loira já arrumou companhia pra dançar, já que você não quis.

- Ok, Tasho. Não precisa provocar mais ainda. – Prepon sabia o quanto a outra gostava de tirá-la do sério.

- Olha.

Laura demorou a virar-se pois sabia que Natasha curtiria mais ainda com a cara dela, mas quando enfim olhou para a pista viu que Taylor dançava e conversava com uma mulher morena que não havia visto por ali antes. E para piorar, Uzo não estava mais ao lado dela.

- Quem é aquela? – perguntou já bastante incomodada, como se Lyonne pudesse conhecê-la.

- Nunca vi na vida.

- E o que a Taylor tá fazendo de papo com ela? Não é possível – a voz da morena já estava alterada.

- Pega leve, ruiva. Você não tem direito de falar nada.

Dando-se conta de que Natasha tinha razão, Laura se viu totalmente impotente. Talvez sentindo a energia da morena voltada para si, Taylor olhou para ela repentinamente e as duas pareceram conversar através do olhar. A loira falou algo para a mulher que estava com ela e veio para perto de Prepon. Natasha sacou logo que estava sobrando e disse que precisava ir ao banheiro, deixando as duas sozinhas.

- Quer falar comigo? – Schilling perguntou.

- Cadê a Uzo? – Laura não queria ser muito direta.

- Acredita que ela encontrou um casal de amigos de Nova York? Eles estão passando férias aqui. Acho que ela desceu com eles pra conversarem melhor lá embaixo.

- Hum, legal. – isso ainda não explicava a tal mulher.

- Só isso?

- Ops, tá com pressa de voltar pra lá?

- Laura...

- Ok, desculpa. Pode ir Taylor. – Laura decidiu que não iria começar uma discussão desnecessária e sem cabimento ali.

- Laura...

- Você não vai ficar com ninguém na minha frente né? – Prepon perguntou num fio de voz, completamente envergonhada, mas também morrendo de medo de que isso acontecesse.

- E se eu ficar? – Taylor realmente parecia querer desafiá-la com bastante frequência ultimamente.

- Me avisa antes, por favor, porque eu vou preferir embora – a morena sentia um buraco no peito.

- Deixa de ser boba. Era só alguém que assistiu Orange, me reconheceu e tava dizendo o quanto amou a série.

Sem saber se devia acreditar naquilo, mas torcendo com todas as suas forças que fosse verdade, Laura analisava a expressão de Schilling.

- Só isso mesmo?

- Só, sua ciumenta – Taylor deu um beijo na bochecha de Laura, desarmando-a completamente – Vem, vamos dançar.

Naquele instante, Lyonne voltava do banheiro e decidiu se unir a elas na pista de dança. Para sorte de Laura, o repertório que estava tocando era bastante animado, então não correu nenhum risco de acabarem dançando perto demais uma da outra.

O restante da noite foi mais tranquilo, Uzo retornou com o casal de amigos e eles se juntaram às atrizes. Laura conseguiu controlar melhor a atração que sentia pela loirinha. Perto das duas da manhã todas decidiram que era hora de voltar para casa, o dia fora longo e estavam bastante cansadas.

Como Uzo fora a que menos bebera, ela quem assumiu o volante na volta, com Laura a seu lado. Taylor e Natasha vieram atrás cantando diversas músicas numa língua que só elas entendiam. Já em casa, Laura teve um certo trabalho pra fazer com que Lyonne e Schilling subissem.

- Vocês duas para cima, agora. Tá tarde. Vão tomar um banho e deitar, anda logo.

Uzo tratou de ajudar Laura arrastando as duas lá pra cima, enquanto a morena decidiu ficar um pouco mais ali embaixo antes de subir. Foi até seu escritório e sentou-se em uma das poltronas confortáveis que havia ali, esticando as pernas e fechando os olhos.

Em menos de quarenta e oito horas estariam de volta à Nova York e pensar nisso fez com que o coração de Prepon ficasse pequenininho. Aquela viagem se tornara uma agradável surpresa, muito melhor do que ela esperava. Além de ter conseguido ficar numa boa com Taylor novamente, estava amando cada momento que passava com as amigas. Eram tão divertidas juntas. Laura sabia também que em seu retorno, teria uma grande decisão a tomar: como resolver o que havia entre elas? Sim, porque sua convicção de que não ficaria mais com Schilling estava seriamente abalada. Bastava o que acontecera na noite anterior e agora há pouco na boate para que ela comprovasse o quanto Taylor ainda mexia com ela e tirava-a de seu equilíbrio.

Prepon perdeu a noção de quanto tempo ficou ali com aqueles pensamentos a cercando, até que ouviu a voz dela:

- Não vai subir? – Taylor já estava de banho tomado. Usava mais uma de suas camisetas longas para dormir e estava parada encostada na porta do escritório.

- O que a senhorita está fazendo aqui embaixo? Já era pra estar na cama.

Laura enfim levantou e decidiu que era hora dela dormir também. As duas atravessaram a sala de estar andando lado a lado e quandoestavam subindo a escada, a loira voltou a falar:

- Vai dormir comigo hoje de novo?

Laura olhou para o lado tentando avaliar se Schilling estava torturando-a de propósito. Mas os olhinhos azuis pareciam realmente inocentes.

- Hoje não, Tay.

- Por que?

- Porque hoje eu não conseguiria só dormir e você bebeu um pouco além da conta também. Péssima ideia essa combinação.

Elas já estavam na porta dos respectivos quartos, mas a loira parecia não se dar por vencida:

- Não vai acontecer nada Laura, eu prometo que me comporto. Eu durmo melhor do seu lado.

Sem dizer nada, Laura encostou Taylor na parede pressionando seu corpo contra o dela. No segundo seguinte seus lábios já estavam colados e o beijo conduzido pela morena era um tanto desesperado. Sem nenhuma delicadeza, sua língua invadia a boca da loira como se quisesse tomá-la de uma vez só. Schilling foi pega tão desprevenida que demorou um pouco mais para tomar consciência do que estava acontecendo e começar a corresponder o beijo. Mas logo ela já se encontrava no mesmo estado de urgência de Laura e agarrando a morena pelos cabelos, começou a mordiscar seu lábio inferior com um desejo incontrolável.

A mão de Prepon foi descendo até a barra da camiseta e logo sua mão já apertava as coxas de Schilling, arrancando um gemido alto da loira. Ao ouvir aquele som, Laura deu-se conta de que estavam bem no meio do corredor e com aquele barulho todo que estavam fazendo podiam ser flagradas a qualquer momento. Com muito custo conseguiu separar os corpos que praticamente já haviam se fundido em um só.

- Está vendo por que não podemos dormir juntas hoje?

Taylor não conseguiu dizer nada, ela apenas olhava para Laura com os olhos arregalados. A morena também não abriu mais a boca, entrou em seu quarto rapidamente e fechou a porta sem olhar pra trás. Precisava urgentemente de um banho para se acalmar.

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Schilling descia as escadas com um sorriso bobo no rosto ao relembrar a noite anterior. Sabia que devia ser coisa da sua cabeça, mas tinha a nítida sensação de ainda sentir nos lábios os efeitos dos beijos ardentes que trocara com a morena. Apesar de estar um pouco alta na ocasião, tinha plena consciência do que quase fizeram. E daquela vez foi Laura quem conseguiu manter a sanidade. A atração entre as duas era evidente, mas ambas estavam com medo do que poderia acontecer depois que cedessem aos desejos, por mais fortes que estes fossem.

Schilling tinha de admitir porém, que Laura estava mais solta a cada dia que passavam juntas ali. Até mesmo na frente de Jodi e Terasa ela se mostrara absolutamente à vontade. Provavelmente isso se devia ao fato de estar em sua própria casa, em seu ambiente natural, sem atrair atenção externa. A loira lembrava-se que não deveria criar expectativas novamente.

Assim que entrou na cozinha, viu que Laura e Natasha já estavam por ali.

- Bom dia.

Foi impossível não notar o sorriso da morena ao vê-la. Já Lyonne resolveu começar a atormentá-la cedo:

- Até que enfim, hein. Tô morrendo de fome e essa daqui não deixou ninguém comer nada até que você descesse, mas também não permitiu que eu fosse até lá te acordar.

- A Uzo já acordou também?

- Já, está lá fora ao telefone falando com a mãe – Prepon explicou aproximando-se dela.

Antes que Taylor se desse conta do que a outra ia fazer, Laura abraçou-a carinhosamente por trás, envolvendo a loira em um abraço apertado e prendendo os braços dela junto ao corpo. Ainda tentando entender o que estava acontecendo, Taylor ouviu-a chamar:

- Tasho!

Natasha estava concentrada em seu próprio celular e quando olhou as duas coladas daquele jeito, imediatamente assumiu uma expressão confusa no rosto.

- Ela não é uma fofa? – Laura perguntou, tascando um beijo na bochecha de Schilling.

- É, Tayloface é muito fofa. Tenho de admitir – Lyonne pareceu entrar rápido na brincadeira.

- E ela não é engraçada? – a morena continuou, apoiando o queixo no ombro da loira.

- Sim, ela é bem engraçada. Principalmente quando tá toda atrapalhada com alguma coisa.

 - E ela não é linda? – dessa vez a frase veio acompanhada de um beijo no pescoço.

A essa altura, Taylor estava vermelha como um pimentão e completamente sem reação.

- Linda é pouco. Essa mulher é uma das mais lindas que eu conheço, Laura Prepon. – Natasha parecia estar gostando mesmo daquilo.

- E ela também não é gostosa? – a morena teve a audácia de dar uma pequena mordida na orelha de Taylor ao dizer isso.

- Laura! Para com isso. – Schilling estava cada vez mais tímida e sem entender de onde saíra tudo aquilo.

- Uau...bem, essa eu vou ter que pular porque nunca  provei. Mas você tem conhecimento de causa, e se tá dizendo, acredito que ela deva ser muito gostosa sim.

Laura caiu na gargalhada e de forma tão repentina quanto a abraçara, soltou a loira e foi atrás de Uzo para avisar que já podiam tomar café.

Ficando sozinha com Natasha por alguns instantes, Taylor enfim perguntou:

- O que tá acontecendo com ela?

- Se você não sabe, muito menos eu.

- Mas ela tá estranha, não está?

- Estranha não. Eu diria diferente. – a pequena mulher disse com um sorriso enigmático.

Logo interromperam a conversa porque as outras duas estavam de volta. Tomaram café da manhã calmamente, mas Schilling ainda estava sob o efeito da brincadeira de Laura. Por mais que tentasse não ligar, tinha de confessar que aquilo mexera com ela de alguma forma. Já Prepon, parecia nem lembrar mais do que tinha feito e falava sem parar dos planos para aquele sábado, já que no domingo teriam de voltar para casa.

 

A fim de aproveitar ao máximo o dia, Laura resolveu levá-las a um lugar bem perto, que considerava o quintal de sua casa: o Griffith Park. Sendo o maior parque municipal de Los Angeles, e estando localizado em uma colina, o lugar possuía uma natureza selvagem em meio ao coração da área urbana e proporcionava uma ampla vista da cidade.

As atividades oferecidas para os visitantes eram bem variadas. Trilhas para caminhadas, ciclismo, equitação e pontos de piquenique. O Zoológico e o Jardim Botânico de Los Angeles também estavam ali situados. De lá podiam ver o famoso letreiro de Hollywood e outra atração famosa do lugar era o Observatório Griffith, considerado um dos mais conceituados do mundo.  

Com tantas coisas à disposição, mas pouco tempo disponível, Prepon fez uma espécie de tour guiado de carro mesmo, parando somente quando achava que valia pena as amigas desfrutarem melhor daquela paisagem deslumbrante. Taylor estava encantada com tudo e agora entendia melhor porque Laura fugia para sua cidade sempre que tinha um tempinho disponível ou precisava de paz e descanso.

Perto da uma da tarde, eles fizeram todo o caminho de volta e optaram por almoçar ali mesmo em Los Feliz. Natasha e Taylor tinham visto um lugar ótimo na tarde anterior quando saíram vagando pelo bairro e queriam conhecer. Laura imediatamente aprovou.

Já acomodadas e aguardando a refeição ser servida, o sentimento na mesa já era de lamento pela viagem estar terminando. Na semana seguinte as gravações retomariam o ritmo intenso. Laura e Taylor teriam várias cenas juntas para filmar e estavam ansiosas para contracenar de novo.

- Tayloface, quando você vai ter a humildade de me agradecer por eu ter te trazido? – Natasha parecia realmente falar sério.

- Você quer dizer, te agradecer por ter mentido pra mim e ter me colocado numa das maiores saias justas pela qual passei em toda a minha vida? Você quase perdeu minha amizade. – a loira não deixaria por menos.

- Ah, deixa de ser resmungona que no fim deu tudo certo. Até a ruiva tratou de me agradecer rapidinho quando entendeu o que eu tava fazendo.

- Ela te agradeceu? – Schilling olhou para Laura buscando confirmação de que aquilo era verdade.

Mas foi Lyonne quem confirmou:

- Sim, no primeiro dia. Logo que conseguiu te convencer a ficar, passou no meu quarto e me agradeceu por ter te trazido.

- Natasha, e se eu quisesse segredo sobre isso? – Laura fingiu-se brava.

- Então deveria ter pedido.

- Vai alimentando mesmo essas maluquices dessa aí. Depois não reclama quando ela vier com mais coisas do tipo. – Taylor repreendia a morena.

- Não vai mesmo me agradecer? – Natasha insistia.

- Não. – Schilling não daria o braço a torcer tão facilmente.

Saindo dali, elas ainda encontraram ânimo para fazer algumas compras. Mas logo Laura e Natasha desistiram e resolveram voltar pra casa. Uzo e Taylor porém, preferiram visitar mais algumas lojas ainda.

        

Assim que chegou em casa, carregada de sacolas, Taylor  encontrou Prepon e Lyonne na sala de estar vendo algo na televisão. A cena a incomodou: a morena estava sentada no sofá, mas Natasha estava com deitada com a cabeça descansando sobre as pernas de Laura.

Schilling tentou disfarçar a leve irritação que sentiu, já que era totalmente sem sentido e foi para o quarto guardar o que trouxera. Esperou por tempo suficiente para que as duas já tivessem se afastado quando descesse, mas foi em vão. Chegando na sala, o quadro ainda era o mesmo.

Não conseguindo mais se controlar, ela resolveu usar outra tática:

- Laura, vamos ali no jardim comigo? Quero te mostrar uma coisa.

- O que? – a morena parecia mais interessada no programa que via.

- Você tem que ver. Vem. – a loira insistiu.

- Ah não, Tayloface. Deixa de ser inconveniente. O colo da ruiva é tão bom. – dando uma careta para Schilling, ela completou: - Você só tá querendo tirar ela daqui.

Em dúvida se aquilo era realmente verdade, Laura a olhou e depois caiu na gargalhada.

- Vocês são duas idiotas. – Taylor subiu de novo bufando. Era melhor tentar descansar um pouco.

 

Após conseguir tirar um cochilo, Schilling desceu novamente cerca de duas horas depois. Laura estava deitada no sofá, mas nem sinal de Natasha. Sentando-se na poltrona mais próxima, Taylor perguntou:

- Onde elas estão? Dormindo?

- Não, dorminhoca. A preguiçosa aqui é só você. Elas resolveram sair. Uzo disse que o jantar hoje é por conta dela e carregou Natasha junto para fazer compras.

- Coitada, era melhor ter ido sozinha.

Taylor não conseguiu se interessar pelo que estava passando na tv e foi até a cozinha pegar alguma besteira pra comer. Quando voltou, sentou na mesma poltrona de antes. Cinco minutos depois, já estava em pé novamente e foi até a varanda. Prepon pareceu notar sua inquietação, mas não falou nada, só observava seus movimentos.

Depois de pouco tempo, Schilling já estava entediada de novo e entrou. Laura a olhava sorrindo.

- Do que você tá rindo? – a loira não entendia o que tinha de engraçado ali.

- De você. Vem aqui, porque eu sei o que você tá querendo.

Não sabendo exatamente do que ela falava, Taylor se aproximou e viu que a morena se acomodou melhor no sofá deixando espaço para que ela também deitasse. Sem que precisassem falar mais nada, a loira se esticou ao seu lado. Parte de seu corpo estava por cima do corpo de Laura e a cabeça encaixada entre o ombro e o pescoço dela.

Assim que se acomodou, Schilling deu-se conta de que era exatamente daquilo que estava precisando e mesmo que não tivesse consciência, Laura já tinha por ela. Era essa conexão tão poderosa que existia entre as duas, que a deixava completamente perdida em certos momentos. Como fugir daquilo?

A morena acariciava seus cabelos de forma tão lenta e suave, que Taylor sentiu-se transportada para outra dimensão, onde só havia ela e Laura, mais ninguém.

- Você ficou com ciúme da Natasha? – Prepon quebrou o silêncio.

- Óbvio que não.

Silêncio novamente. Quebrado por Taylor alguns segundos depois:

- Mas não quero mais ver ela deitada no seu colo.       

- Ok, ciumenta. – Prepon ria bem próxima a seu ouvido.

- Cala a boca porque você é muito mais ciumenta do que eu.

- Isso porque você sempre me dá motivos. – Laura apertou a cintura da loira ao dizer isso. - Já você não me vê dando confiança pra qualquer uma que se aproxima, por isso não tem razão pra ter ciúme.

- Eu devia ter ficado com aquela mulher na boate ontem, bem na sua frente.

- Taylor,  para! – a morena ficou realmente brava.

- O que você faria?

- Levanta, anda. – Laura começou a tentar se desvencilhar do abraço que a loira lhe dava. – Não quero mais que você fique aqui. Levanta.

- Não. Fica quieta aí e deixa de ser brava.

Nesse instante, elas ouviram o barulho da porta do hall sendo aberta. Instintivamente, Taylor tentou se levantar. Mas como se já esperasse aquilo, Laura a segurou, mantendo-a na mesma posição:

- Agora você quer levantar? Não. Pode ficando aqui.

- Que porra é essa? Sexo bem no meio da sala? – pronto, o furacão havia chegado.

Schilling continuou com o rosto escondido pelo pescoço de Laura. Morria de vergonha de encarar as duas amigas.

- Vocês duas são tão fofas juntas. – essa era Uzo, que pela primeira vez as flagrava num momento mais íntimo.

Taylor começou a achar que seu rosto ia explodir de tão quente que as bochechas estavam.

- Elas estão nessa sacanagem há dias em vez de voltar a se pegarem logo. Resolve isso aí, ruiva.

- Eu? Ela que não quer mais nada comigo, Tasho. Usou, abusou e agora tá me dispensando.

- Laura Helene Prepon, não dá corda pra essa maluca. – enfim Schilling resolveu se pronunciar.

Logo todas estavam rindo. Uzo foi para cozinha preparar uma de suas especialidades e Laura achou melhor ajudá-la, pois tinham planejado ir à outra boate naquela noite e não queriam sair tão tarde.

        

Horas depois estavam na porta da casa noturna escolhida por Laura. Ela conhecia os donos do lugar, que era um dos mais badalados de Los Angeles e muito maior do que o que foram na noite anterior. Conseguiram ser instaladas numa área um pouco mais reservada, onde não chamariam muita atenção.

Mas logo Taylor achou que aquilo não era necessário. O ambiente era bem alternativo e reunia tantas tribos diferentes que as pessoas estavam totalmente desinteressadas em se preocupar com o que havia ao redor.

Natasha fez questão de abrir os serviços pedindo doses de tequilas para todas, mas Taylor estava decidida a não beber demais naquela noite. Queria aproveitar cada um dos últimos minutos em Los Angeles de forma que pudesse se lembrar depois.

Não demorou muito e elas já estavam dançando, misturadas ao restante dos frequentadores do lugar. Laura estava especialmente atraente naquela noite. Ela usava uma calça preta justíssima que marcava todas as suas curvas e uma blusa de alças finas com um decote que chamava atenção, após ela ter tirado a jaqueta assim que entrou na boate.

Era impossível para Taylor não procurar imaginar como terminariam aquela noite. E o pior, era que nem ela mesma tinha noção porque desde que chegara cada hora era uma surpresa diferente.

Como tudo que está indo bem demais logo desanda, um grupo de três homens aproximou-se da morena, cumprimentando-a de forma empolgada. Laura apresentou-os como sendo seus amigos de longa data. Taylor não fez a menor questão de decorar os nomes dos sujeitos.

Prepon convidou-os para ficar ali com elas, e a loira já começava a ficar incomodada. Mas eles recusaram, dizendo que estavam em um grupo maior do outro lado da pista, onde também estavam outras pessoas que Laura conhecia. Convencendo-a de ir até lá, os três saíram carregando a morena junto.

Bastaram dez minutos da ausência dela, para Taylor perder completamente a vontade de permanecer ali. Conseguiu convencer Uzo a voltar para a área reservada a elas, dizendo que se sentia um pouco tonta. Vinte minutos, meia hora e nada de Laura Prepon voltar. A loira já pensava seriamente em ir embora, e só não o fez porque Lyonne percebeu o que estava rolando e fez de tudo para distraí-la.

Prepon voltou quase uma hora depois de ter desaparecido e Taylor não conseguia esconder o mau humor.

- Ei garotas, desculpem ter deixado vocês sozinhas. Mas tinha tanta gente conhecida lá que eu não via há tempos e não consegui me livrar tão facilmente.

- Por mim, sem problemas. Mas a loirinha aí tá com a cara tão amarrada que você vai ter que rebolar para conseguir dobrá-la.

- Vai à merda, Natasha. – Taylor estava tão irritada que saiu dali e foi até o banheiro, sozinha mesmo. Não queria ninguém por perto.

Ela não sabia se estava mais brava com Laura ou com ela mesma, afinal o que a morena tinha feito demais? Ido cumprimentar alguns amigos? E nem podia reclamar que havia sido deixada sozinha, porque Uzo e Lyonne estiveram o tempo todo ao seu lado. Mas quem disse que o coração age racionalmente? Ela estava brava sim e ponto final. A noite havia perdido toda a graça.    

Voltando para onde estavam as amigas, viu Laura com um drink na mão encostada à parede de fundo do ambiente. Ela estava bem séria encarando Taylor. Era o que faltava, ela também estar brava e sem razão. Schilling resolveu não dar bola e foi pra perto de Uzo, conversando sobre um assunto qualquer. Entretanto, mesmo de costas a loira podia sentir os olhos de Prepon grudados nela. Não aguentando mais e virando-se na direção da morena, esta a chamou.

Taylor se aproximou, mas antes que Laura dissesse alguma coisa, ela preferiu falar primeiro:

- Tô querendo ir embora.

- Mas já? Ah não, Tay. – a morena parecia surpresa. – As meninas estão se divertindo tanto.

- Vocês não precisam ir agora. Eu pego um táxi. É só deixar a chave de casa comigo.

- Porque você quer ir embora? Tá chateada comigo porque eu saí de perto de vocês um pouco? – Laura resolveu ser direta.

Tão direta que Taylor gaguejou antes de responder:

- Só estou cansada, Laura.

Olhando-a de cima a baixo, a morena fez a última coisa que Schilling esperava naquele momento: puxou-a para perto de si e iniciou um beijo longo e sensual. Taylor esqueceu-se completamente de onde estava e aproveitou cada segundo daquela batalha travada por suas línguas. Era tão bom  sentir a morena entregue novamente em seus braços.

- Suas vacas, vocês estão loucas? – era a voz de Natasha bem ali ao lado delas.

Foi só então que a loira se deu conta do que estavam fazendo e de onde estavam. Por mais que fosse uma parte mais reservada e escura da boate, ainda era um lugar totalmente público. E se alguém olhasse com um pouco mais de atenção, com certeza seria capaz de reconhecê-las.

Ao interromperem o beijo, foi Laura quem falou primeiro:

- O que foi Natasha?

- Como assim o que foi? – a pequena mulher estava totalmente perdida.

- Por que esse desespero?

- Olha, eu só queria ter certeza de que as duas estão bem lúcidas e conscientes do que estão fazendo. Se estão, pra mim tá ótimo. Só não quero ninguém chorando no meu ouvido depois arrependida. Só isso. – sem esperar outra resposta, Lyonne se afastou.

- Ela tem razão, Laura. Por que fez isso aqui?     

- Porque me deu vontade. Mas é melhor mesmo não chamarmos muita atenção – a morena pareceu concordar.

Porém ela não soltou Taylor, apenas girou-a fazendo com que ficasse de costas e abraçou-a por trás, trazendo-a novamente para junto di si. E ficaram assim, nessa posição observando todo o movimento das pessoas dançando. Ao cruzar o olhar com Uzo, Schilling viu o sorriso sincero da amiga encorajando-a a relaxar. Natasha havia sumido.

- E se seus amigos voltarem e nos virem assim? – a loira estava realmente preocupada.

- Eles foram embora. Tinham outra festa para ir. Chamaram todas nós, mas eu preferi ficar aqui mesmo só com vocês.

- Com vocês?

- Ok. Com você, sua chata. – Laura afastou os cabelos loiros da nuca de Taylor e deu um beijo bastante provocativo bem ali – Você vai dormir no meu quarto hoje.

- Que horas nós podemos ir embora?

Laura soltou sua famosa gargalhada. Ela parecia bem à vontade ali e isso era tão surpreendente para Taylor que ela se sentia um tanto confusa. Ficaram ainda mais uma hora na boate até que a própria Natasha se rendesse e pedisse para irem embora. Os dias ali em Los Angeles haviam sido intensos e as poucas horas de sono que todas tiveram começava a cobrar seu preço.

        

Nem bem chegaram em casa, o nível de cansaço era tanto que tudo que queriam era dormir logo.

- Vou tomar um banho e depois vou para lá, tá bom? – a loira disse baixinho, ainda no corredor, para que somente Laura escutasse.

- Tá, mas não demora.

Assim que entrou em seu quarto porém, Taylor lembrou-se que seu celular havia ficado na bolsa de Uzo e foi atrás da amiga antes que ela dormisse. Acabou ficando ali ainda por uns cinco minutos jogando conversa fora e quando voltava para sua suíte, sentiu que algo a atraía para o quarto de Laura. Era como se toda a necessidade acumulada nas últimas vinte e quatro horas, chegassem ao nível máximo de armazenamento.

Bateu antes de entrar, mas como não teve resposta, abriu a porta assim mesmo. O quarto estava vazio, mas podia ouvir o som do chuveiro ligado.  Taylor foi se aproximando devagar, sem fazer barulho, e parou na porta do banheiro para apreciar melhor a bela visão à sua frente. Laura estava completamente nua, de costas, lavando os cabelos.

Sem raciocinar muito, Taylor foi tirando peça por peça que vestia e foi só quando deslizou o blindex para entrar no box que a morena pareceu sentir o movimento atrás de si. Mas antes mesmo que ela virasse, Schilling já havia colado seu corpo junto ao dela.

- Acho que meu chuveiro tá com algum problema, então pensei que poderia tomar banho aqui no seu – ela disse rindo.

Laura rapidamente se recuperou do susto e logo as duas já estavam agarradas sob a água que caía numa mistura de braços e pernas e bocas e cabelos grudados. Buscando algum apoio, Taylor conseguiu empurrar a morena até a parede de azulejos atrás delas e desgrudou os lábios somente para usá-los em seu pescoço, no queixo, na orelha. A fome que ela sentia por aquela mulher era tanta que queria devorá-la toda de uma vez só. Laura por sua vez, só conseguia gemer, totalmente entregue às vontades da loira.

- Você não tem noção do quanto eu estava com saudade disso – Schilling sussurrou.

- Eu também, Tay. Senti muito sua falta. – Laura conseguiu dizer entre gemidos roucos.

A loira foi descendo a boca lentamente pelo corpo de Prepon até parar em seu seio direito. Ao chegar ali, passou levemente a língua ao redor do mamilo, provocando e levando a morena à loucura. Com a mão, ela tomou o seio esquerdo e sentindo o quanto Laura já estava excitada, apertou o mamilo com força calculada arrancando um grito dela.

- Merda Taylor, você vai me matar desse jeito.

Voltando a beijá-la, Schilling pressionou-a ainda mais contra a parede e foi descendo a mão por seu corpo, apertando sua cintura, mas sem se deter ali por muito tempo. Seu objetivo estava mais abaixo e quando tocou nas coxas da morena, ela institivamente separou as pernas mostrando aonde queria ser tocada.

- Tem certeza que você quer isso, Laura Prepon? – Schilling falava mordendo o lóbulo da orelha da morena entre uma palavra e outra.

- Por favor Tay, para de me torturar.

- Então você vai ter que pedir.

- Por favor... – Prepon parecia não aguentar mais e já esfregava seu sexo na perna da loira demonstrando o que queria.

- Pede. – Taylor falou alto, puxando o cabelo de Laura pela nunca enquanto passava os dentes por seu pescoço.

- Me come. Eu quero que você me coma.

- Agora sim estamos falando a mesma língua.

Sabendo o quanto Laura já estava úmida antes mesmo de tocá-la, Taylor deslizou um dedo para dentro dela sem que nenhum resistência fosse oferecida.

- Você é gostosa demais, Lau.  É minha perdição. – ela dizia deslizando um segundo dedo para o interior totalmente lubrificado.

Laura não conseguia controlar os gemidos e se não fosse o barulho da água caindo, certamente aqueles sons poderiam ser ouvidos do corredor.

Taylor movimentava os dedos de forma lenta, porém vigorosa enquanto também acariciava o clitóris da mulher que era totalmente sua naquele momento.

 - Mais forte e mais fundo – Laura conseguiu pronunciar com bastante esforço.

Ao ouvir aquilo, Schilling sorriu e tratou de obedecer ao comando que recebera. Intensificando as estocadas, fez questão de observar as reações de Prepon, que estava de olhos fechados e com a cabeça jogada para trás como se assim pudesse desfrutar ainda mais do prazer que sentia. Sentir Laura rebolando em seus dedos, cada vez mais rápido, fez Taylor sentir a própria excitação crescendo junto. Deus, como ela conseguira ficar tanto tempo sem aquela mulher em seus braços?

Com movimentos cada vez mais firmes e mais profundos, a loira sentiu que Laura estava bem próxima de atingir o orgasmo e mesmo sabendo que não era preciso, atiçou ainda mais a morena, pedindo em seu ouvido:

- Goza bem gostoso pra mim, minha linda.

Como se aquilo fosse o estímulo final que estava aguardando, Laura contraiu-se ao redor dos dedos de Taylor e foi tomada por seguidos espasmos de satisfação enquanto sons desconexos saíam de sua boca. Schilling sustentou-a com um de seus braços para evitar que ela deslizasse pela parede até o chão, mas os dedos da outra mão continuavam dentro da morena, mesmo após toda a liberação de seu líquido quente.

Podia sentir o coração dela batendo acelerado em seu peito e foi somente quando ela já parecia recuperar um pouco da consciência que a loira retirou-se dedentro dela com todo o cuidado.

- Abra os olhos – Taylor pediu de maneira gentil, porém firme.

Quando tinha certeza que a morena a olhava, ela chupou um dedo de cada vez, lentamente, para não desperdiçar nem um pouco daquele sabor que preenchia sua boca.

- Você é de-li-ci-o-sa. – ela fez questão de destacar cada sílaba ao pronunciar essas palavras.

Prepon a olhava totalmente concentrada e quando constatou que Schilling já havia terminado o que estava fazendo, tomou-a em um beijo molhado e quente.

- Acho que vou ter de tomar outro banho – Prepon disse séria, depois que se separaram.

- Posso fazer isso pra você – Taylor ofereceu-se.

- É melhor não, ou vamos passar a madrugada inteira aqui.

- Não acho isso má ideia.

- É sim, senhorita Schilling, porque tenho outros planos para você. – Laura usava toda sua sensualidade ao dizer aquilo. – Mas será na minha cama.

Levaram cerca de meia hora até conseguirem terminar o banho, secar os cabelos minimamente e enfim deitarem na enorme cama que as esperava. Quando Schilling disse que ia até seu quarto buscar uma calcinha e algo para vestir, Prepon convenceu-a de que não havia a menor necessidade porque elas não ficariam muito tempo vestidas mesmo.

 A morena a olhava com um sorriso bobo nos lábios e Taylor imaginava que o seu também não devia estar muito diferente.

- Sabia que às vezes eu fico pensando se não estou sonhando e vou acordar sozinha na minha cama em Nova York, descobrindo que ainda estamos brigadas? – a loira admitiu seus temores de forma tímida e fofa.

- Não quero brigar nunca mais com você daquele jeito, Tay – Laura deitou-se sobre ela tomando cuidado para não soltar todo seu peso em cima da mulher mais frágil abaixo dela.

- Você me dá medo quando fica com raiva.

- Desculpa, eu não sou de demonstrar minhas fraquezas e quando me vejo acuada, acabo atacando antes pra me defender. – a morena depositava beijos pelo rosto de Schilling enquanto conversavam.  

Antes que pudessem continuar o assunto, Taylor sentiu o sexo de Laura roçando de leve em sua perna e isso teve reflexo imediato em seu corpo que foi tomado por sucessivos arrepios. Puxando-a para mais perto, ela passou a língua pelos lábios da morena e em seguida começou a dar pequenas mordidas neles. Sua vontade era tanta que quase arrancou sangue, mas Prepon não parecia se importar, estava tão faminta quanto ela.

Movimentando-se de forma habilidosa, Laura conseguiu afastar as pernas de Taylor e encaixar-se entre elas sem interromper os beijos ardentes que trocavam. Logo Schilling estava sentindo os dedos de Laura massageando seu clitóris tão lentamente, que a loira avaliou que era uma das melhores sensações que já tivera na vida.

Ela estava tão relaxada naquele momento, cada terminação nervosa de seu corpo experimentando todo aquele prazer, que demorou a entender as orientações de Prepon:

- Vire-se.

- O que? – Laura já não estava mais sobre ela e a loira estava confusa.

- Eu falei para virar.

Sem entender muito bem o que ela estava querendo, Schilling ficou de bruços.

- Se apoie nos joelhos e nos cotovelos, abra um pouco as pernas e empina essa bunda pra mim.

Com um sorriso nos lábios, Taylor fez o que ela pedia já antecipando o prazer que provavelmente teria. Mas o que veio a seguir foi totalmente inesperado, Laura lhe deu um tapa estalado na bunda, não muito forte, mas o suficiente para que ardesse.

- Isso é por ter beijado aquela filha da puta quando estava comigo.

Por mais louco que aquilo parecesse, a dor gostosa que sentiu aumentou ainda mais o tesão que Taylor sentia e a vontade era pedir que a outra fizesse aquilo de novo, mas jamais admitiria isso em voz alta. Como se ouvisse seus pensamentos, Laura repetiu o gesto e o barulho pareceu ainda mais forte do que o primeiro.

- E esse é por ser tão gostosa e acabar com toda a minha sanidade.

Dessa vez  a loira não conseguiu se conter e gritou:

- Caralho, Laura! Isso é bom demais!

Ao ouvir isso, Laura imediatamente cobriu o seu corpo com o dela, roçando seus seios nas costas da loira. Em seguida passou a apertar seu mamilo com uma das mãos enquanto puxava os cabelos de Taylor com a outra. No meio de tudo isso, conseguiu dizer em seu ouvido:

- Você gosta disso?

- Gosto de tudo o que você fizer em mim.

- Merda Taylor. Isso é golpe baixo. – a morena dizia enquanto mordia costas da loira.

Deslizando para a posição anterior, Laura abriu ainda mais as pernas de Taylor, deixando sua boceta totalmente exposta. Não demorou muito e a loira sentiu ali a língua da morena, que percorria toda a sua extensão, deixando-a ainda mais molhada do que já estava. Após lambê-la incessantemente, ela passou a chupar seu clitóris, sugando com vontade e determinação. A essa altura, Schilling não conseguia mais controlar os movimentos dos quadris e tudo que queria era sentir mais e mais aquela boca  em seu sexo.

Logo ela sentiu os dedos de Laura a invadindo, os dois entrando de uma só vez, preenchendo-a totalmente. O grito que soltou foi tão alto que ela teve certeza que se as duas outras mulheres estivessem dormindo, ela tinha acabado de acordá-las. Prepon parecia não se importar com isso no entanto, porque quanto mais a loira gemia, mais ela acelerava os movimentos.

Com arremetidas cada vez mais fortes e mais profundas, Schilling não demorou muito a sentir que estava perto de gozar. Foram dias e dias sem aquela sensação maravilhosa e única que atualmente só Laura era capaz de proporcionar.

- Lau, se continuar assim eu vou gozar rápido demais.

 - Você vai gozar na minha boca.

 Ao dizer isso, Prepon deitou-se na cama com o rosto na altura da boceta da loira e trouxe-a até sua boca, enfiando sua língua dentro dela o mais fundo que conseguiu. Sem poder mais se segurar, Schilling gozou logo em seguida, as pernas completamente trêmulas e tomadas por espasmos incontroláveis. Evitando que ela se afastasse, Laura segurava-a com força enquanto bebia cada gota do líquido que escorria.

As duas enfim desabaram na cama, completamente exaustas e por vários minutos tudo o que se ouvia eram as respirações aceleradas. Quando enfim estavam parcialmente recuperadas, voltaram ao chuveiro para um rápido banho antes de dormir.

O banho acabou não sendo tão rápido assim e acabaram eu uma nova rodada de sexo no chuveiro onde dedicaram-se a tocar uma na outra, na mesma sincronia, até que gozassem juntas.

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Taylor já dormia, mas Laura ainda estava acordada. Revivia detalhadamente cada instante daqueles dias, desde que abrira a porta e se deparara com a loira em sua varanda. Ainda sentia por todo o corpo os efeitos do sexo maravilhoso que acabaram de ter e o sorriso aparecia a todo instante, sem nenhuma razão aparente.

Depois de tudo aquilo, mesmo que quisesse, não tinha mais como fugir, Laura sabia disso. Não adiantava negar, evitar, se esconder, nada. Já era hora de admitir, pelo menos para si mesmo, que estava completa e perdidamente apaixonada por Taylor Jane Schilling.

O que aconteceria dali para frente ainda era um mistério. Precisava refletir sobre isso em outra hora. Por enquanto já bastava assumir que aquele sentimento pela loira era maior do que qualquer outro que já sentira na vida. Ela precisava dela mais do que tudo.

E assumir isso era tão apavorante e ao mesmo tempo tão libertador, que ela finalmente teve uma noite de sono totalmente tranquila depois de semanas.


Notas Finais


Esse capítulo beeeem grande foi presente para aquelas que mal acabam de ler o que postei, já estão pedindo por mais.
Dessa vez não podem reclamar kkkk

Amei escrevê-lo e espero que vocês tenham gostado também.


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