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História Apenas Ela - Declarações


Escrita por: DanyPS

Notas do Autor


Olá meninas,
primeiro gostaria de dizer que vocês não tem ideia de como são fundamentais para essa fic continuar existindo. Obrigada de verdade pelo carinho de sempre.

Tava passando por um período complicado e quase parei de escrever, por vários motivos. Dessa vez nenhum deles relacionado à insegurança ou a fic especificamente. Mas eram coisas que estavam me impedindo de sentar e colocar as ideias na tela. Sabe quando tudo começa a dar errado ao mesmo tempo? Pois é... a vida tava desse jeito.
Bem, tô dividindo isso com vocês porque quando terminei o capítulo anterior, achei ele muito ruim, o pior de todos que já tinha escrito. Só postei porque foi a única coisa que fui capaz de produzir e porque sabia que quanto mais tempo ficasse longe, menor seria a probabilidade de voltar. E sei o quanto isso é ruim. No momento tô acompanhando duas fics que eu estava amando e as autoras simplesmente sumiram. Eu gostava tanto das estórias e elas foram interrompidas do nada.
Estava pronta para receber muito mais críticas do que elogios e aceitaria numa boa, até mesmo porque seria a mesma opinião que eu tinha.

Só que como sempre vocês foram demais. Embarcaram mesmo nessa loucura Laylor junto comigo e só recebi retorno positivo. Alguns até de pessoas que nunca haviam comentado antes. Fora a quantidade de favoritos que vem crescendo sempre. Acho que meus problemas pessoais é que estavam me levando a ver tudo com um olhar negativo.
Então, tudo isso é pra agradecer de verdade as palavras de incentivo de vocês e dizer que mesmo sem saber, me deram força pra continuar e escrever esse capítulo com ânimo renovado. As coisas estão melhorando e o prazer com as palavras voltou. Obrigada!!!

Agora chega de enrolação e vamos ver o que Dona Prepon decidiu.

Capítulo 31 - Declarações


Assim que Laura saiu de perto dela, Taylor se viu na frente de Jodi sem saber o que falar. A outra prontamente a livrou da saia justa:

- Taylor...sei que talvez eu não seja a pessoa mais indicada para lhe dar conselhos a essa altura, mas você e Laura tem que resolver isso juntas. Não podem entrar em atrito justamente agora.

- Eu sei Jodi. Mas tá muito complicado. Nossa vida virou de cabeça pra baixo. É tanta gente falando tanta coisa, a imprensa praticamente exigindo alguma declaração nossa... e a Laura se recusa a fazer isso. Essa confusão não vai acabar nunca?

- O caso de vocês chama uma atenção especial. Vocês são atrizes de uma série que estreou com grande sucesso e com uma proposta nova e, pra completar, interpretam duas mulheres que tem um relacionamento conturbado na prisão. A possibilidade que vocês tenham trazido essa história pra vida real virou um prato cheio pra mídia e pros fãs.

- É, você tem razão... Isso não vai acabar nem tão cedo – a loira constatou, totalmente desanimada.

As duas voltaram para a mesa reservada para o elenco de Orange. Laverne e Uzo foram dançar e tentaram carregar Schilling, mas ela obviamente se recusou a acompanhá-las. Estava se sentindo tão esgotada emocionalmente que a única coisa em que pensava era ir embora. Prepon ainda não havia retornado do banheiro e ela sabia que quando a morena voltasse iria querer retomar o assunto de onde pararam.

Schilling acabou tomando uma decisão:

- Jodi, estou indo embora. Vou tentar sair discretamente para não ter que me despedir de ninguém. Avisa a Laura, por favor? Diz que eu ligo pra ela depois e conversamos com calma.

- Você sabe que ela não vai gostar disso né? Daqui a pouco ela volta aqui pra mesa. Espera só mais um pouquinho.

- Não quero estragar a noite dela também... eu explico a ela mais tarde. Bye.

- Tchau, Taylor – Jodi não escondia a expressão insatisfeita, já antevendo a reação de Laura quando soubesse que a namorada havia ido embora sem se despedir.

Enquanto passava entre as mesas do salão ainda apinhado de convidados, a loira enviou uma mensagem à Kate. Pedia que ela desse carona à Uzo na volta. Taylor a tinha buscado em casa e não obrigaria a amiga a ir embora agora só porque ela estava indo.

Ao caminhar em direção à saída do enorme ambiente, tinha de fazer um grande esforço para sorrir quando alguém a cumprimentava. Lembrando dos paparazzi do lado de fora do prédio que fariam de tudo por uma foto e uma palavra dela, a loira quase desistiu de ir embora. Chegara acompanhada, então de certa forma foi mais fácil se esquivar. Agora sairia sozinha e certamente despertaria a atenção deles. Esse era o pior aspecto de sua profissão: a invasão de privacidade.

Taylor já se encontrava no saguão de entrada, tomando coragem para passar pela imponente porta e descer a não menos imponente escadaria, quando ouviu a voz dela atrás de si:

- Tay...

Schilling virou-se instantaneamente, pronta para o provável embate que teriam. Deveria ter sido mais rápida em sua saída.

- Sim? – foi a única coisa que ela conseguiu dizer.

- Eu não acredito que você tá indo embora sem falar comigo – a voz da morena demonstrava mais indignação do que disposição para iniciar uma briga.

- Desculpa... – Taylor foi se aproximando dela - Você demorou e eu tava me sentindo cada vez mais angustiada ali dentro, Lau.

- Por que não foi atrás de mim? Por que não me esperou mais cinco minutos que fosse? Droga, Taylor... parece que só eu tô me importando.

Ao ver a expressão de decepção tomar conta do rosto de Prepon, a loirinha sentiu-se culpada. Tudo que queria naquele momento era abraçá-la e dizer como se sentia. Mas naquele lugar não dava. Embora fossem poucas, havia algumas pessoas ali no saguão sentadas em um largo sofá e outras em pé bebendo e conversando. Provavelmente tinham fugido de todo o burburinho lá de dentro.

- Desculpa – Schilling repetiu – Eu não sei como agir perto de você...sem poder te tocar, sem poder falar normalmente, sabendo que todas as pessoas ao redor vão estar nos observando.

- Eu também não agüento mais, Tay. Estou aqui tentando ficar firme. Mas sinto que tô ficando sozinha nessa – demonstrando todo o seu cansaço, Prepon se encostou lateralmente na parede, com o ombro esquerdo, como se precisasse de apoio.

- Você é sempre tão forte... já eu fico perdida quando me sinto acuada.

- Eu não sou tão forte quanto pareço – depois de uma pausa, Laura continuou: - Ainda bem que não foi você que teve de ouvir aquelas merdas no banheiro.

- O que você ouviu? – a loira ficou curiosa.

- Duas filhas da puta mal amadas falando da gente – Laura achou melhor deixar aqui de lado para não piorar a cabeça de Schilling. Não foi para isso que veio atrás dela - Mas nem vale a pena repetir os absurdos e as insinuações que ouvi. O importante, e isso elas não sabem, é que escutar aquilo tudo foi a gota d’água para mim. Chega.

Ao ouvir aquela última palavra, Taylor viu todos os seus pesadelos se tornarem realidade. Era isso o que vinha temendo nos últimos dias. Sabia que era apenas uma questão de tempo até que acontecesse e por isso andava evitando tanto a namorada. Mas a hora finalmente chegara, Laura estava desistindo delas. E poderia culpá-la? A morena sempre tivera verdadeiro horror que as pessoas descobrissem sobre o relacionamento. E agora elas haviam se tornado o centro das atenções do mundo das celebridades.

- Você tem certeza? Eu entendo sua decisão... mas não sei se vou conseguir me afastar – Taylor não seria capaz de segurar as lágrimas por muito mais tempo.

- Afastar? – Laura parecia realmente confusa – Por que diabos vai se afastar de mim?

- Não é isso que você quer? Não está terminando comigo? – agora era Taylor quem estava confusa.

- Merda, Tay. Está vendo porque eu digo que estou sozinha nessa?

- Eu não tô entendendo mais nada.

- Taylor Jane, a partir de agora eu não vou deixar mais que minhas atitudes sejam orientadas pelo que essa gente vai dizer. Porque eles vão falar... não importa o que a gente faça ou deixe de fazer, eles vão falar. O que eu preciso saber é se você tá comigo nessa.

- Sim, claro que estou. – Schilling não sabia se estava compreendendo direito o que ela falava, mas sabia que estaria com ela pra qualquer coisa.

- Então nós vamos sair daqui juntas. Você veio de carro né? Avisei a Jodi para ficar com o meu.

- Hã? Vim...- a loira ainda estava aérea – Você quer ir embora comigo?

- Quero não, eu vou. Taylor, você é minha namorada e as pessoas vão saber disso de um jeito ou de outro. Porque eu não quero mais me esconder e nem ficar longe de você. Vou perguntar de novo: você está comigo nessa?

- Estou – o sorriso sincero de Taylor apareceu depois de dias sumido.

Era verdade, Schilling não precisava mais de confirmação: Laura não queria terminar o namoro e pelo visto, estava pronta para assumi-lo publicamente também. A loira não se conteve e, sem pensar, a abraçou. Vinha querendo isso a noite inteira.

- Lau, eu sinto tanto a sua falta – ela sussurou no ouvido da morena.

- Eu também, bebê. Só mesmo você pra me dar coragem pra enfrentar isso tudo que vem acontecendo.

As duas ficaram se olhando, com os rostos próximos, conversando através do olhar. Laura foi a primeira a começar a encurtar a distância, passando a fixar os olhos na boca da loira. Percebendo o que estava prestes a acontecer, Taylor teve de reunir forças para alertar a morena:

- Lau, temos platéia por aqui e nem preciso olhar em volta para imaginar que já estamos chamando atenção.

- É mesmo? E daí?- Prepon deu de ombros ironicamente – Eu falei sério quando disse que pra mim já chega, Tay. Não vou mais me esconder.

Laura acariciou levemente o rosto de Schilling com os nós dos dedos antes de romper de vez o curto espaço que ainda restava entre elas. No momento em que seus lábios se tocaram, Taylor também passou a não dar a mínima importância ao fato de estarem sendo observadas. Tudo que precisava era sentir que aquela mulher ainda era sua.

Apesar de todo o significado que carregava, o beijo foi suave e paciente. As línguas se tocavam de forma carinhosa. Não precisavam de pressa ou urgência. Teriam tempo para tudo o que quisessem.

O barulho de uma taça se espatifando no chão interrompeu todo o encanto do momento. O beijo cessou imediatamente e as atrizes se viraram para a direção de onde tinha vindo o barulho. Duas mulheres visivelmente envergonhadas olhavam-nas, mas quando notaram que também estavam sendo observadas tentaram disfarçar.

Sem saber se a queda da taça havia sido proposital ou conseqüência do espanto pela cena que presenciavam e sem a menor vontade de descobrir também, Laura pegou Taylor pela mão:

- Vamos logo embora.

- Lau, nós vamos sair assim? – a loira olhava para as mãos das duas com os dedos entrelaçados.

- Algum problema quanto a isso?

Taylor estava começando a adorar aquela Laura rebelde e desafiadora. Embora lá no fundo ainda houvesse um resquício de apreensão de que Prepon se arrependesse em algum momento de tudo aquilo, Schilling já se permitia relaxar mais em relação ao assunto.

- Problema nenhum – a loirinha respondeu.

Assim que elas começaram a descer a escadaria principal do edifício, já puderam identificar ao longe as luzes de flashes espocando. E durante todo o tempo em que ficaram em pé aguardando que o carro de Taylor fosse trazido, podiam ouvir vozes distantes chamando-as. Os organizadores só autorizaram a presença da mídia especializada que pudesse ter interesse no tema do evento. Veículos de comunicação com foco somente em entretenimento não receberam credenciais.

Por isso os paparazzi estavam bem afastados delas naquele momento. O que não era um problema tão grande para eles, porque com o zoom poderoso das câmeras que possuíam não perdiam nenhum movimento das duas.

Quando enfim o carro chegou, Laura foi se encaminhando para o banco do motorista:

- Deixa que eu dirijo. Você tá parecendo cansada demais. Reparei isso desde a hora que chegou.

- Minha disposição voltou com força total de uma hora pra outra... não sei porquê – Schilling brincou.

Após estarem acomodadas, Prepon deu a partida. Elas teriam de passar pelo cordão de fotógrafos e repórteres, mas isso seria tranquilo pois os vidros eram bem escuros.

Nesse momento Taylor teve uma ideia louca e mesmo prevendo que receberia um “não” como resposta, achou que valia a pena tentar. Quando o veículo já estava bem próximo dos paparazzi, ela pediu:

- Podemos parar e falar com eles?

- Hã? Sério? – Laura parecia surpresa, mas ao mesmo tempo exibia um sorriso cúmplice que dava a entender que rapidamente tinha captado a intenção de Schilling.

- Vamos nos divertir com isso já que não temos como fugir.

- Ok, garota. Vamos à diversão então.

Laura parou o carro e abriu o vidro do seu lado. O de Taylor permaneceu fechado, pois seu instinto protetor sempre lhe dizia que a loira era mais frágil. Prepon não gostava que ela corresse riscos. Obviamente, o carro foi cercado pelos fotógrafos que disparavam as câmeras alucinadamente e lançavam várias perguntas ao mesmo tempo:      

- Ei, Laura. Quer dar alguma declaração sobre os boatos que estão circulando sobre um provável relacionamento entre vocês?

- Taylor, como se sente com as notícias que vem sendo divulgadas a respeito de serem o novo casal do momento?

- Vocês estão mesmo tendo um caso?

- Podem se aproximar mais para uma foto das duas juntas?

- Para onde estão indo agora?

- É verdade que estão apenas simulando um namoro para alavancar a audiência da série?

Elas ficaram tontas com aqueles flashes e a gritaria ao redor, mesmo assim  tentavam sorrir. Aos poucos eles foram se acalmando, entendendo que já tinham conseguido um grande furo ao fotografá-las saindo do evento juntas. Foi então que mais uma vez Taylor resolveu surpreender a todos, até mesmo sua namorada rebelde:

- Ei, vocês querem uma legenda para ilustrar essas fotos?

Prepon não disse nada, apenas olhou-a com espanto deixando a pergunta no ar.

- Claro, Schilling. O que tem para nós?

- Coloque aí que Taylor Schilling ama Laura Prepon e que estamos namorando.

A algazarra voltou na mesma hora. E eles ficaram tão eufóricos e surpresos quanto a morena.

- Taaaay – foi a única coisa que Laura conseguiu dizer, mas o sorriso dela não deixava dúvidas de que tinha adorado a declaração.

- Isso é alguma brincadeira? – um dos repórteres perguntou.

- Ei, cara... vocês não queriam tanto saber? – Laura resolveu falar também – Então aproveitem e acrescentem a essa legenda que Laura Prepon ama Taylor Schilling ainda mais.

Nessa hora, os fotógrafos entraram em êxtase.

- Podemos mesmo publicar isso?

- Podem sim. Agora nos dêem licença porque precisamos ir. Boa noite a todos.

Enquanto o vidro subia novamente, elas ainda conseguiram escutar os comentários do lado de fora do carro. Com certeza haviam feito a felicidade daqueles caras.

Ao pôr o veículo em movimento e se certificar que não podiam mais ser ouvidas, Prepon começou a rir e falar ao mesmo tempo:

- Tay, o que foi isso? De onde surgiu aquela loucura?

- Como assim de onde surgiu? Quem começou aquela loucura foi você. Não é pra todo mundo saber que estamos namorando? Então que contemos logo e assim esse suspense acaba.

- Garota, você é muito maluca.

- Eu? – Schilling gritou indignada – Quem foi que me beijou na frente dos outros lá em cima?

- Jodi vai nos matar. Ela tentou de todo jeito que déssemos uma declaração oficial com um tom mais sério sobre o assunto e daqui a pouco vai estar em todos os jornais e sites de fofocas – Prepon ainda não conseguia parar de rir, mesmo sob ameaça de ganhar uma bronca memorável de sua agente e amiga.

Depois de tantos dias tensos aquele relaxamento tinha um significado ainda mais especial. Por isso Taylor sentiu uma vontade enorme de comemorar.

- Vamos chamar elas lá pra casa também?

- Quem?

- Jodi, Laverne, Uzo, Kate... aquela festa tá um saco.

- Tô vendo que ficou mesmo animada gatinha.

- Parece que eu tirei uma tonelada de cima dos ombros. Lau, você não tem ideia do nível de stress que eu estava.

- Tenho sim, porque acho que o meu era até pior. E pra completar a senhorita resolveu que a solução era fugir de mim... tô muito bem arranjada mesmo com uma parceira assim.

- Para de drama. Posso chamar elas?

- Claro... mande uma mensagem pra Jodi. Diga que é para carregar todas elas. Ah... e chama a Tasho também, senão ela nos mata.

- Ela ia sair com Yael e Lea.

- Ótimo! Chame as duas também.

Elas passaram o caminho até em casa tentando explicar às meninas o convite inesperado. Quando disseram que não havia nada demais e queriam apenas celebrar a felicidade de estarem juntas, as garotas começaram a se empolgar também e prometeram ir para casa de Schilling o mais rápido possível.

        

 Assim que entraram em casa Laura agarrou Taylor, tirando-a do chão.

- Você vai me derrubar Lau, eu sou pesada – a loira estava realmente com medo de cair. Prepon não era tão maior ou mais forte que ela assim.

- Você tá muito magrinha. Acho que vou ter que me mudar para cá por uns tempos de novo para te fazer comer direito como da outra vez.

- Pode vir.

- Falando nisso, com essa confusão toda acabei esquecendo. Terei mesmo que arrumar uma casa nova aqui em Nova York. A imobiliária me avisou que o proprietário não irá renovar o contrato.

- Poxa...que pena. Já achou outro lugar?

- E eu lá tava com cabeça pra isso? Nem cheguei a comentar com Jodi para não sobrecarregá-la. Depois vejo isso com calma.

- Se precisar, pode vir para cá – Taylor disse com uma expressão sedutora.

- Ah tá, engraçadinha. Sei bem quais são as suas intenções.

- Bem, eu tentei – Schilling foi andando em direção ao corredor – Vou trocar de roupa e colocar algo mais confortável. Esse vestido está me incomodando. Não quer trocar o seu também?

Taylor sentiu que a morena a seguia, mas como não veio nenhuma resposta para sua pergunta, ela virou-se para se certificar de que Laura realmente estava vindo atrás dela. Foi aí que deu de cara com um par de olhos verdes em chamas. Ficou nítido que todo o clima descontraído havia sido substituído por outro carregado de sexualidade. Schilling sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao ver Prepon olhando-a daquele jeito. 

Ainda calada, Laura aproximou-se e com um movimento sutil conseguiu deixar Taylor encostada à parede enquanto colava seu corpo ao dela.

- Você lembra que foi aqui nesse lugar que demos nosso primeiro beijo? Apenas as posições estavam invertidas – a voz da morena saiu rouca e sensual.

Era claro que a loira lembrava. Foi o dia em que toda sua resistência escorreu pelo ralo e ela agarrou Laura Prepon. Mas ela lembrava também da reação que a morena tivera e resolveu provocar:

- Sim... e parece que você não gostou muito dele.

Prepon estreitou os olhos percebendo que a loira estava implicando com ela e com a boca próxima a seu ouvido sussurrou:

- Eu entrei em parafuso aquele dia e achei que só podia estar doida por gostar tanto de um beijo de uma mulher. Como é que Taylor Schilling podia provocar todas aquelas reações em meu corpo?

 Prepon arrematou a declaração com uma mordida no lóbulo da orelha da loirinha. Em seguida desceu a boca e deixou os dentes arranharem de leve o pescoço.

- Você não queria tirar esse vestido?

Taylor já estava de olhos fechados deliciando-se com a sensação de ser tocada pela morena e só balbuciou:

- Era o que eu pretendia fazer.

- Então eu vou te ajudar.

A morena colocou-a em uma nova posição: de frente para a parede, o que deixava o zíper atrás do vestido à sua disposição para ser manipulado. O fecho era longo e ela foi abrindo-o sem nenhuma pressa. A cada novo pedaço de pele branca que ficava exposto, ela fazia questão de depositar um beijo nas costas de Taylor.

- Você é linda Tay.

Schilling tentou virar-se para beijá-la em retribuição ao elogio, mas a morena não deixou.

- Fica quietinha que eu ainda não acabei.

- Eu quero sua boca – Taylor choramingou.

- Daqui a pouco.

Laura continuou concentrada na tarefa de despi-la e quando por fim deslizou o vestido pelo corpo da loira sentiu seu sexo ficar completamente molhado ao contemplar a visão à sua frente. Taylor usava apenas um conjunto de lingerie azul e sapatos de salto alto.

- Cacete, Tay. Você quer mesmo me deixar louca.

Mais uma vez Schilling tentou virar-se e mais uma vez foi impedida pela morena:

- Eu falei para você ficar quietinha.

Afastando os cabelos loiros para conseguir melhor acesso, Prepon alternava lambidas e mordidas na nuca e nos ombros de Taylor. Enquanto isso, com a mão direita, passou a acariciar o seio de Schilling.  Quando a carícia se transformou em um beliscão no mamilo, Taylor não foi capaz de conter um gemido alto.

- Lau... você tá me enlouquecendo. E daqui a pouco as meninas estão chegando.

- Ainda temos um tempinho. Eu preciso sentir você. Afasta um pouco as pernas, amor.

Enquanto Schilling obedecia ao comando, Prepon colou seus corpos novamente. A loira virou o rosto o máximo que conseguiu em busca dos lábios da namorada e mesmo desajeitado, o beijo foi delicioso. Não resistindo mais, a morena desceu a mão até tocar a calcinha azul e, afastando o fino tecido apenas o suficiente para que seus dedos pudessem senti-la, constatou que ela já estava tão úmida quanto a sua boceta.

- Você é deliciosa demais.

Sem prolongar ainda mais aquela espera, Laura deslizou dois dedos de uma só vez para dentro da loira. Mas ainda sem movimentá-los. Queria apenas senti-la.

- Por favor, amor... por favor.

Em vez de atender o pedido da namorada, Laura retirou os dedos e levou-os até a boca saboreando lentamente o gosto que estava ali depositado.

- Puta que pariu, Laura. Não faz isso... preciso de você dentro de mim.

- Ok, bebê.

E Prepon finalmente deu à Taylor o que ela tanto pedia e o que ela própria também ansiava. Com estocadas ritmadas e profundas ela concentrou-se em proporcionar o máximo de prazer àquela mulher que tanto amava.

Entre gritos e gemidos, elas demoraram a perceber que o interfone estava tocando. Foi Schilling quem notou primeiro:

- Isso é o interfone? – ao ter certeza que era mesmo o barulho do aparelho, ela xingou ainda gemendo: – Merda, elas chegaram.

- Elas podem esperar.

Acelerando o ritmo dos movimentos, Prepon passou também a acariciar o clitóris de Taylor e isso a levou à loucura. Ela começou a rebolar mais e mais e Laura notou que a loira estava prestes a gozar.

O interfone continuava a tocar insistentemente, mas nenhuma das duas se importava.

Logo a morena sentiu que o sexo de Taylor começava a se contrair e teve de segurá-la pela cintura com a mão livre quando os espasmos chegaram com força total. Schilling gemia sem nenhum pudor enquanto seu corpo se contorcia nos braços de Laura.

Com cuidado, Prepon tirou os dedos de dentro dela e em seguida lambeu-os novamente, um a um.

O telefone das duas também começou a tocar na sala e elas enfim voltaram à realidade. Mesmo contra a vontade tiveram de se desgrudar e foi Prepon quem orientou-a:

- Vai tomar um banho. Eu atendo elas.

- Você também não ia trocar de roupa?

- Agora não dá. Só preciso lavar as mãos e faço sala pra elas. Mas não demora, bebê – vendo a loira se afastando lentamente, ela a chamou de volta: -  Tay... leva seu vestido. Vai deixar aí no meio do corredor para todo mundo ter certeza do motivo da nossa demora?

Taylor voltou sorrindo e recolheu a peça.    

Mesmo sentindo uma vontade louca de agarrá-la novamente e recomeçar tudo, Laura obrigou-se a partir na direção oposta e foi atender o interfone.

Para sua sorte era Jodi, acompanhada de Uzo e Laverne. Kate enviara um pedido de desculpa, mas realmente precisava ir para casa. Prepon imaginou que se fosse Natasha, com certeza haveria um escândalo e um interrogatório por terem demorado tanto a atender.

Quando ela abriu a porta para recepcionar as meninas, Jodi olhou-a com curiosidade, mas não perguntou nada. Prepon achou melhor assim.

- Que bom que vieram – a morena estava realmente feliz em revê-las tão rápido.

- Ainda bem que vocês nos tiraram de lá... sei que a causa era nobre mas a festa estava chatíssima – Laverne admitiu.

- Cadê a Tay? – Uzo logo perguntava pela amiga.

- Foi trocar de roupa.

Nesse instante o interfone tocou outra vez. Era Natasha que conseguira arrastar Yael e Lea com ela. Ao abrir a porta novamente, Laura levou um susto.  As três mulheres vieram carregadas de garrafas: duas de vodka e várias de cerveja.

- Não sabíamos se a casa da Taylor estava suficientemente abastecida, então achamos melhor garantir – Lea foi logo explicando diante do olhar surpreso da morena.

- Não sei quem é a mais louca aqui – Laura deu de ombros e abriu espaço para elas entrarem.

Prepon, com a ajuda de Uzo e Jodi, tratou de acomodar todas as mulheres na sala e as primeiras garrafas de bebidas logo foram abertas. Alguns minutos depois Taylor enfim apareceu, para alívio de Laura. Apesar de estar bastante familiarizada com aquele apartamento, ali não era sua casa e não sabia se estava sendo uma boa anfitriã pra uma reunião que surgiu de uma hora pra outra.

A loira olhava para namorada de forma cúmplice, com certeza lembrando do que estavam fazendo momentos antes e Prepon jogou-lhe um beijo de longe.

- Agora que as duas estão aqui, podem me explicar o que andaram aprontando?

- Como assim? – Schilling fez uma cara inocente.

Ela e Laura haviam combinado que não contariam nada sobre as declarações que deram. Deixariam que a bomba explodisse e que todos vissem por conta própria. Acharam que seria bem mais divertido observar as reações.

- Qual é, Taylor? Vocês mal se falaram na maior parte da festa. Quando resolveram conversar tive que intervir porque claramente os ânimos ali estavam acirrados. Aí você decide ir embora sem se despedir de Laura, que obviamente quando soube ficou uma fera e ainda jogou a culpa em mim dizendo que eu não deveria ter deixado... Aí do nada, me ligam dizendo pra virmos pra cá porque queriam celebrar o fato de estarem juntas?

- Elas adoram um drama, já tô até me acostumando – até Uzo que era sempre tão discreta, não se privou de implicar com elas.

- Drama? Elas são malucas isso sim. Eu levo a fama, mas essas aí são muito mais loucas que eu – Natasha gesticulava daquele seu jeito próprio – Se vocês soubessem de metade das cenas que eu já presenciei das crises que elas dão...

- Não exagera, Tasho – Schilling tentava se defender – Olha a fama que estamos carregando, amor.

- Olha Tay... infelizmente tenho que concordar com elas. Nós parecemos duas doidas... sempre tem algo acontecendo ao nosso redor.

- Mas a culpa não é nossa.

O assunto continuou animado e como todas já haviam bebido naquela noite, o álcool começou a pegar rapidamente. Mas ninguém se importava. Os temais mais diversos surgiam e logo eram substituídos por outros mais estranhos ainda.

Em determinado momento Laura foi até a cozinha pegar mais uma cerveja e foi surpreendida por um abraço de Taylor, que a agarrou por trás. A morena logo esqueceu o que tinha ido buscar e virou-se olhando a namorada que já estava bem alterada:

- A senhorita não acha que tá exagerando na bebida não?

- Não.

- Tá feliz? – Laura perguntou achando graça da carinha que a loira fazia.

- Muito.

- Eu também.

As duas iniciaram um beijo longo e apaixonado, que logo foi se transformando em um beijo mais sensual e carregado de desejo. Quando a loira tocou em seus seios, Prepon achou que era melhor pararem por ali.

- Sossega, Schilling.

- Eu quero você. Vamos lá no quarto rapidinho? – Taylor sugeriu com um olhar travesso - Elas nem vão reparar se formos discretas.

- Você tá mesmo bêbada pra achar que elas não vão notar nossa ausência e acabar derrubando a porta daquele quarto – Laura gargalhou.

- Poxa... mas eu quero você agora. Só um pouquinho vai – Taylor puxou a morena para junto dela novamente e começou a beijá-la no pescoço.

- Não, Tay... não faz isso – Prepon estava lutando para resistir.

- Então a gente avisa que a festa acabou e manda todo mundo para casa. Elas são nossas amigas. Vão entender o que queremos e não vão se importar.

- Hahahaha – a morena caiu na risada novamente – Deixa de ser tarada.

- Olá lésbicas, atrapalho? – claro que Lyonne veio perturbá-las.

- Ah não, Tasho... volta pra sala.

- Que isso, Tayloface? Você já foi mais educada e costumava adorar minha presença.

A loira então saiu bufando quando percebeu que o clima anterior já tinha ido pro espaço.

Ao voltar para a sala juntamente com Natasha, somente Jodi e Lea estavam lá. Schilling havia levado Uzo, Yael e Laverne até o quarto para mostrar sabe-se lá o quê.

- Posso implicar com a loirinha?

- Ah não, Tasho. Não faz nada com ela não – Prepon advertia a amiga.

- Deixa de ser frouxa, ruiva. Uma mulher do seu tamanho tem que ser mais firme. Só uma brincadeirinha de leve.

Quando Schilling voltou para a sala com as outras garotas, encontrou as quatro conversando tranquilamente na sala. Mas algo estava fora de contexto: Natasha estava deitada esticada no sofá maior, com a cabeça recostada sobre as pernas de Laura. Na mesma hora a loira sentiu uma vontade louca de tirá-la de lá, mas resolveu tentar uma abordagem mais disfarçada:

- Tasho, deita direito. Tem mais gente para sentar – ao dizer isso ela olhou significativamente para a namorada que parecia não perceber o que ela estava tentando lhe dizer através do olhar.

- Ah, deixa de ser chata... tem espaço aí pra todo mundo. Tô cansada e essa posição ta ótima.

Todas as mulheres na sala perceberam rapidamente o que tava acontecendo, mas gostaram da brincadeira e tornaram-se parceiras de Lyonne.

- Não liga, Tay... podemos nos acomodar nessas almofadas – e foi o que Yael e Laverne fizeram, sentando no chão.

Procurando por outra solução urgente, Schilling mudou de tática:

- Laura, me ajuda aqui na cozinha.

- Ai amor, acabei de sentar aqui. Daqui a pouco eu vou – a morena estava com pena, mas ao mesmo tempo se divertindo com a agitação de Taylor.

Todas estavam curiosas para saber até quando ela iria agüentar e continuavam agindo como se tudo estivesse perfeitamente normal. Tentavam segurar o riso ao máximo.

Lea a chamou para perguntar qualquer coisa e a loirinha claramente não conseguia prestar atenção em nada do que era dito. Ela simplesmente fuzilava Natasha e Laura com os olhos.

A coisa explodiu quando Lyonne resolveu ser um pouco mais ousada e colocou, de forma despretensiosa, uma das mãos na perna da morena. Schilling mandou toda a cautela e educação pra puta que pariu:

- Tira a mão dela e levanta daí, Natasha... anda. Deixa de ser abusada – ela postou-se de pé em frente as duas, de braços cruzados, exigindo que se mexessem – E você é uma oferecida Laura... já tinha me prometido que nunca mais ia deixar ela ficar no seu colo.

- Que isso, Tay? O que tem demais? – Laura perguntava da forma mais cínica possível.

- O que tem demais? – Taylor gritou.

Nessa hora ninguém mais conseguiu se conter e as gargalhadas explodiram pela sala.

- Meu Deus, Taylor é uma ferinha – Laverne parecia surpresa.

- Uau... ciúme da Tasho? – Yael também não parecia acreditar.

 - Não acredito que você leva essas duas a sério Taylor – Jodi tentava abrandar a situação – Elas querem te importunar.

Laura e Natasha só sabiam rir. E então os olhos de Schilling encheram-se de lágrimas e o beicinho, que quebrava a morena por inteiro, deu as caras.

- Ah não, bebê... é brincadeira, vem cá. – Laura arrependeu-se imediatamente e puxou a loira para seu colo.

- Não tô acreditando que você ta chorando. Desculpa, Tayloface... não fiz por mal. Não fica assim, eu nunca teria nada com a ruiva – Lyonne parecia culpada ao ver a loirinha chorando.

- Eu não gosto de ver vocês duas muito juntas. Tenho ciúmes. Você era minha amiga e agora é mais amiga dela. – a loira choramingava com a voz enrolada.

- Para, para com isso – Laura apertou-a ainda mais forte – E para de beber também. Fica quieta aqui... pronto.

Schilling deitou a cabeça no ombro da morena, ajeitou-se melhor entre suas pernas e logo estava de olhos fechados.

- Não liga, ela ta bêbada – Prepon tranqüilizou Natasha que ainda parecia sentir-se culpada.

As outras mulheres estavam deliciadas com a cena. Excluindo Uzo e Natasha, nenhuma delas tinha presenciado ainda um momento tão íntimo assim do casal. Elas costumavam ser bem discretas na presença dos outros. Compartilhar essa relação tão intensa que as duas estavam construindo, fez com que elas se sentissem privilegiadas.

O bate papo logo recomeçou e as garotas ficaram ali, conversando e bebendo, por um longo tempo ainda. Taylor adormeceu profundamente nos braços de Laura e quando a morena tentou sugerir que ela fosse pra cama, obteve como resposta um protesto resmungado e o corpo da loira aconchegando-se ainda mais ao seu.

 

Logicamente no dia seguinte elas só conseguiram levantar bem tarde e com uma ressaca devastadora. Levou um tempo até que conseguissem se sentir vivas novamente. Foi preciso um banho, alguns analgésicos e um café da manhã leve, logicamente preparado por Laura.

Quando elas finalmente tiveram coragem para pegar nos celulares ficaram chocadas com a quantidade de mensagens, ligações e notificações... da família, dos amigos, de Jenji, de gente desconhecida. Algo grande tinha acontecido.

As fotos da noite anterior tinham viralizado e as declarações de amor feitas por ambas eram título de todas as matérias. Elas acharam o máximo. Opinião bem diferente de seus agentes, que logo apareceram no apartamento de Taylor passando-lhes um sermão dos mais duros pela forma como decidiram conduzir as coisas sozinhas.

Prepon teve trabalho dobrado porque Jodi se sentia traída. Passara a noite e a madrugada inteira ao lado da amiga e não conseguia acreditar que não tinha sido alertada do problemão que teria de administrar.

        

Os dias que se sucederam foram realmente intensos. Todos queriam entrevistas exclusivas com elas e ofereciam pequenas fortunas para isso. Elas, no entanto, davam a mesma reposta padrão para toda e qualquer solicitação:

Sim, elas estavam namorando e felizes. Sim, a declaração dada aos paparazzi era verdadeira. Não, elas não tinham nenhum interesse em dar mais declarações a respeito daquele assunto porque não havia nada mais a ser dito e dali pra frente elas agiriam como qualquer outro casal de namorados.

Por uma semana, elas continuaram a ser seguidas. Encontravam fotógrafos por toda parte. Porém, elas não se importavam mais e muitas vezes até acenavam para aqueles que já estavam ficando conhecidos. Depois do tormento que passaram tendo que ficar longe uma da outra pra fugir da imprensa, elas estavam tirando aquele assédio de letra. Era claro que muitas vezes alguns limites eram ultrapassados e elas ficavam bastante incomodadas.  Só que o fato de estarem passando por aquilo juntas, dava-lhes força para continuar em frente de cabeça erguida.

 

Logo o furacão tornou-se uma ventania e em seguida somente um vento um pouco mais forte. Um famoso casal de Hollywood estava anunciando a separação e havia boatos de que a mulher havia traído o marido com um diretor de cinema. Essa nova fofoca passou a atrair todo o foco da imprensa das celebridades.

Na semana seguinte, uma cantora já em decadência foi presa por dirigir totalmente drogada. Mais um prato cheio para os paparazzi.

E assim, Laura Prepon e Taylor Schilling viraram assunto corriqueiro e somente os fãs mais fervorosos passaram a acompanhar a vida delas mais de perto. 



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