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História Apenas Ela - Preparativos


Escrita por: DanyPS

Capítulo 32 - Preparativos


Com todo o turbilhão de acontecimentos das duas semanas anteriores, Laura teve pouco tempo e menos ainda disposição para se concentrar nos preparativos da festa de final de temporada que daria em sua casa de Los Angeles. Poderia ter deixado algumas coisas a cargo de Jodi, mas além de achar que não era justo com a amiga, ela também tinha decidido que cuidaria de cada detalhe do evento para que tudo ficasse mais que perfeito.

Agora, com a cabeça mais leve e o coração repleto de felicidade, ela voltou a se dedicar ao assunto com foco total e intenso, pois tinha de recuperar o tempo perdido. O que não chegava ser um problema porque estava com energia de sobra.

Sentia-se tão bem por enfim ter se livrado de todos aqueles medos e neuroses a respeito de tornar o seu relacionamento com Taylor público. Ela sempre esteve tão apreensiva com o que a mídia e as pessoas em geral poderiam pensar e falar delas, que muitas vezes deixou de lado o principal e mais importante: o que elas realmente sentiam uma pela outra. Claro que agora tinham que conviver com um interesse constante dos fãs e da imprensa sobre os detalhes desse namoro. Tinham perdido muito de sua privacidade e quando saíam juntas acabavam sempre chamando a atenção.

Mas Laura aos poucos ia descobrindo que o monstro era menos feio na vida real do que nos pesadelos. Administrar essa exposição era mais fácil do que administrar as situações anteriores que elas foram obrigadas a criar para esconder o que tinham. Sabia que ela e Taylor encontrariam uma forma de se adaptar a essa nova realidade e ficariam bem.

Mas sua energia também estava em alta por outro motivo: as gravações finalmente haviam sido encerradas e faltando uma semana para a tal festa, ela conseguira levar Taylor com ela para Los Angeles. A loirinha teve de cancelar alguns compromissos, mas adorou a ideia de passarem um tempo juntas na casa de Prepon. E ela ainda poderia ajudar a namorada com tudo que faltava ser resolvido. O que não era pouca coisa.

A morena realmente chamou todo o elenco, produtores, diretores, escritores, maquiadores, cabeleireiros, equipe técnica. Não quis deixar ninguém de fora. Mas no fundo achava que seria difícil para a maioria estar disponível naquele fim de semana e atravessar o país somente para participar de uma festa. Apesar das filmagens terem sido encerradas, o trabalho em Nova York continuaria para muitos deles.

No entanto, para sua surpresa, mais de cem pessoas confirmaram presença. Todos se mostraram bastante empolgados e, do dia para a noite, ela viu que aquilo se transformara num evento muito maior do que o do ano anterior. Pra completar, a imprensa ficou sabendo e o burburinho em torno da festa já havia se espalhado.

Por pouco Laura não entrou em pânico. Taylor, Terasa e Jodi tiveram de tranquilizá-la e tentaram convencê-la de que seriam capazes de dar conta daquilo juntas.

Havia muitas coisas a serem acertadas e mesmo com a garantia da ajuda delas, assim que pisou na cidade Laura quis cuidar pessoalmente de todos os detalhes.

Sua preocupação inicial era arrumar acomodações para todos. Graças a sua boa rede de contatos, conseguiu distribuir os convidados em dois ótimos hotéis que não ficavam muito distantes de sua residência. E mais, fez questão de que a hospedagem de todos ficasse por sua conta. Taylor quase caiu para trás quando soube e tentou de todo jeito convencê-la de que aquilo era loucura. Prepon não deu a mínima e disse que seria um dinheiro muito bem empregado.

A morena realmente queria desfazer a péssima impressão que causara no ano anterior. Apesar de ninguém mais parecer lembrar o ocorrido, ela sentia-se culpada por sua falta de sensibilidade na época em perceber o quanto sua presença era importante, principalmente para as meninas.

Assim, Laura ligou o modo perfeccionista e passava os dias em diversas reuniões que duravam horas e lhe ocupavam praticamente todo o tempo. Precisava repassar todo o cardápio com a equipe do buffet contratado, definir as bebidas que seriam servidas com o serviço de bartender, passar as orientações e exigências à equipe de segurança, escolher os itens da decoração, acertar com a empresa de transporte toda a logística necessária para o trânsito dos convidados desde sua chegada até sua partida e tantas outras coisas necessárias. Mesmo as tarefas menores, que deixou sob responsabilidade de Jodi e Terasa, ela fazia questão de checar ponto a ponto ao final de cada dia com elas.

Taylor sempre a acompanhava nessas reuniões, mas Prepon percebeu que ela sentia-se um pouco perdida e raramente opinava em algo. A morena tentou dizer-lhe que ela não precisava estar presente o tempo todo, podia tirar algumas horas de descanso e até se distrair pela cidade, mas Schilling se recusou a aceitar tal sugestão.

Como se suas preocupações não fossem poucas, Laura foi pega de surpresa quando Jodi contou que havia recebido uma ligação da imobiliária confirmando a data em que o apartamento de Nova York deveria ser entregue. No meio de toda a confusão, a morena tinha deixado aquele assunto para segundo plano porque jurava que ainda tinha um prazo maior. Mas, ao que parecia, havia entendido errado e dali a quinze dias teria de retirar suas coisas de lá e arrumar um novo lugar.

A amiga quase teve um ataque por ela ter sido tão displicente e ter deixado a situação chegar aquele ponto, mas Prepon resolveu que só se preocuparia com aquilo depois da festa. Ela tinha três opções. A primeira: largar tudo ali e ir para Nova York buscar um lugar novo às pressas; isso estava fora de cogitação. A segunda: deixar que alguém procurasse e escolhesse um novo apartamento para ela durante aqueles quinze dias que tinha; opção prontamente descartada também. A terceira e única plausível: tirar seus pertences no prazo estipulado e deixar temporariamente em algum lugar até que achasse um novo local para morar. Como alugara o apartamento totalmente equipado e mobiliado, ela precisaria retirar de lá somente seus objetos pessoais. Talvez levasse para a casa da mãe em Jersey, não era assim tão longe. Estava decidido: não perderia tempo com isso agora.

 

 

Foi só na quarta-feira antes da festa, com tudo praticamente encaminhado, que Laura enfim aceitou que se distraíssem um pouco. Terasa e Jodi a chamaram para conhecer um lugar novo no centro da cidade. Prepon acabou aproveitando e convidando alguns de seus amigos para irem juntos, assim teriam oportunidade de enfim conhecerem Taylor.

 

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Schilling estava terminando de se arrumar e sentia-se como uma criança feliz que vai ser levada para passear. Desde que chegara a Los Angeles, passara todo o tempo em casa ou acompanhando Laura em suas reuniões. Tinha de admitir que fora muito ingênua ao aceitar o convite de vir passar aqueles dias com a namorada. Mesmo a morena lhe dizendo que havia muitas coisas por resolver até a data da festa, ela tinha imaginado que teriam pelo menos as noites livres para ficarem juntas.

Engano seu. Laura emendava um compromisso no outro durante o dia, à noite ficava até tarde no escritório fazendo um check-list de todos os pontos já resolvidos e quando ia se deitar estava exausta. Schilling nem se importaria tanto com isso, afinal estava o tempo todo na companhia dela, se Laura lhe desse o mínimo de atenção. Mas isso não vinha acontecendo. Quando Prepon se concentrava em determinado assunto, nada era capaz de tirar-lhe daquela bolha em que ela se enfiava. A loira rapidamente descobriu isso.

Taylor bem que tentava ajudar em algo, mas sempre achava que não tinha muito a acrescentar. Prepon era determinada e decidida com aquilo que queria e não dava muito brecha para opiniões alheias. Ela realmente estava empenhada em que nada saísse errado com o evento, e embora Schilling tentasse lhe dizer que não era preciso tudo aquilo, a morena não lhe dava ouvidos.

Ok, tinha de ser justa. Laura não a obrigava a acompanhá-la e por várias vezes disse que ela poderia ficar em casa descansando ou sair pela cidade. Mas Taylor se perguntava o que faria perambulando sozinha por Los Angeles. Mesmo sentindo-se com um bichinho de estimação andando atrás da namorada para lá e para cá, preferia isso à ideia de um passeio solitário.

Por isso, quando Prepon lhe disse na quarta-feira que sairiam com Jodi e Terasa para conhecer uma nova casa noturna inaugurada recentemente, Schilling literalmente pulou de felicidade.

Ela havia escolhido um vestido preto justo e contemplava-se no espelho para ver se estava tudo perfeito quando Laura entrou no quarto:

- Tay, anda. As meninas estão esperando...  - assim que viu a loira, a frase ficou no ar. Recuperando-se, ela conseguiu continuar: - Você está linda, mas não vai poder ir com esse vestido.

- Como assim não vou poder?

- Está marcando demais o seu corpo.

- Qual o problema? O seu também está – Laura usava um vestido azul levemente justo também.

- Não se compara. De qualquer jeito, não quero os meninos te comendo com os olhos.

- Que meninos? – Taylor não estava entendendo nada daquela conversa.

- Chamei os garotos também.

- Laura! Não éramos somente nós duas, Jodi e Terasa?

- Sim, era. Mas aproveitei para convidar eles também. Assim vocês se conhecem. Eles são meus amigos de anos, Tay. E estão doidos para te conhecer. Mas sei quem são aquelas peças e não quero eles babando em cima da minha namorada.

- Você esqueceu de me dizer que tinha chamado mais gente ou omitiu essa informação de propósito? – Taylor ainda ficava insegura quando precisava conhecer alguém do círculo de Laura. Sempre achava que ia ser recriminada por ter feito a morena embarcar em um relacionamento homossexual.

- Esqueci, Tay. Tanta coisa na cabeça...

- Preciso mesmo trocar de roupa? – a loirinha fez uma careta.

- Eu prefiro. Mas se quiser ir assim... – Prepon deu de ombros.

- Ok, Laura Prepon. Mas agora vai ter que esperar eu pensar em outra coisa pra vestir e nada de me apressar.

- Eu te ajudo. Terasa tá quase tendo um filho de tanto esperar.

 

Quando as quatro mulheres chegaram à porta da casa noturna, o telefone de Laura apitou. Ela leu uma mensagem e explicou o conteúdo:

- Will disse que já chegaram. Conseguiram uma área reservada e estão nos aguardando.

- Quem vem? – Jodi queria saber.

- Não sei. Chamei os caras de sempre, os mais chegados. Mas como foi meio em cima da hora, nem todos deram certeza.

 A tal área reservada ficava no segundo andar. O local, que possuía vários ambientes, já estava bem cheio. Os amigos de Laura preferiram ficar na área da boate. Prepon pegou Taylor pela mão, subiram as escadas de mãos dadas e assim permaneceram enquanto se esgueiravam entre as pessoas à procura dos tais “meninos”.  Assim que os encontraram, Taylor teve o pressentimento de que a noite não seria das melhores. Achou o ambiente muito escuro, apertado e com um cheiro insuportável de cigarro. Laura, pelo visto, não pareceu se importar com nada disso. Ela ficou realmente feliz ao vê-los.

- Ei... só vieram vocês? E os outros?

Schilling olhou para os cinco homens à sua frente e se perguntou se, para Prepon eles eram poucos, quantos eram “os mais chegados”? 10? 20?

Após cumprimentarem Laura, Jodi e Terasa, a atenção claramente foi concentrada nela e Taylor sentiu que o rosto começava a ficar vermelho. Pelo menos naquele momento a semi-escuridão estava sendo útil.

- Ei Prepon, então essa é sua garota?

- Rapazes, essa é Taylor Schilling. Sim, é a minha garota – apontando um a um, a morena foi apresentando-os: - E esses são Will, Liam, Jacob, Ryan e Chris.

A loira cumprimentou um por um, ainda bastante tímida. Depois das apresentações, todos foram se acomodando e as bebidas foram pedidas. Schilling não pode deixar de notar que a morena optou por acompanhá-los escolhendo bebidas mais fortes. Ela preferiu bebidas de mulherzinhas, como Terasa descreveu.

O assunto começou a girar sobre o que cada um andava fazendo da vida, as novidades que tinham para contar desde a última vez que tinham se visto e Taylor sentiu-se um pouco deslocada. Apesar de estar sentada ao lado de Laura, acabou engatando uma conversa com Terasa que pareceu perceber o seu retraimento.

De uma forma geral, Schilling gostou dos garotos, mas achou-os muito barulhentos e desbocados. O que não parecia ser nenhum problema para Prepon, que falava a mesma linguagem deles. A loira sempre soube que a namorada tinha muito mais amigos homens, mas era a primeira vez que presenciava essa interação dela com eles. De certa forma era curioso. Parecia estar vendo uma nova face de Laura que até então desconhecia.

Jodi havia encontrado alguns conhecidos e tinha saído de perto deles. Então ela e Terasa, sentindo que estavam sobrando no meio daquele clube do bolinha, resolveram ir dançar. Taylor avisou à Laura, mas essa não pareceu se importar muito com isso e encorajou-a a ir se divertir.

Schilling bem que tentou, mas após algum tempo gasto na pista de dança começou a se sentir entediada. Terasa também havia encontrado alguns conhecidos, então a loirinha decidiu voltar para perto de Laura.

Chegando na mesa, percebeu que pela quantidade de copos e garrafas ali depositados, o álcool estava sendo consumido em excesso. Assim que a viu, Prepon enfim pareceu notar sua presença pela primeira vez desde que haviam chegado e chamou-a para perto.

- Senta aqui comigo – a morena a trouxe para seu colo.

- Ei, Schilling. Fica aqui com a gente um pouco para conhecermos você melhor. Temos que descobrir o que você tem que encantou tanto essa mocinha aí – Taylor achou que aquele era Liam, que parecia ser o mais simpático.

- Vai ter que passar por um teste para saber se tem nossa aprovação – esse era Jacob.

Taylor voltou a se sentir desconfortável e olhou para a namorada em busca de socorro.

- Deixem ela em paz. A Tay é tímida com as pessoas que ainda não conhece e desse jeito vocês só vão assustá-la.

- Ah, qual é... ela é atriz. Atrizes não são tímidas.

Schilling começou a se arrepender de ter voltado para ali. Como escapar agora?

Por fim, Liam pareceu perceber o desconforto dela e iniciou um assunto qualquer atraindo a atenção dos rapazes.

- Vamos ficar até tarde aqui? – Taylor teve coragem de perguntar baixo no ouvido de Laura.

- Ah, Tay... você tá reclamando há dias que nós não temos saído. E já ta pensando em voltar para casa? O que foi? Sono?

Pelo visto a morena não estava notando nem um pouco o quanto Schilling estava desconfortável. A loira percebeu que o que ela achou que seria uma noite de diversão com a namorada havia se transformado num encontro de Prepon com os amigos e ela estava totalmente em segundo plano.

Obrigando-se a ser paciente, Taylor ficou ali ouvindo todas as piadas idiotas e comentários bobos que ela não conseguia achar a menor graça. O que não acontecia com Prepon obviamente. Ela parecia achar tudo muito engraçado. A loira comprovou logo que Ryan era o mais babaca de todos e que ele toda a hora a encarava com curiosidade. Schilling começou a se incomodar com aquilo, mas mais uma vez a namorada pareceu não se dar conta disso.

Em determinado momento, Laura começou a acariciar as costas de Taylor. A fim de retribuir o carinho tão raro naquela noite, a loira recostou a cabeça em seu ombro e lhe deu um beijo no pescoço.

- Porra... isso é estranho pra caralho, Prepon. Ver você assim agarrada com uma mulher depois de já ter te visto com tantos caras diferentes... Mas tenho que confessar que também dá um tesão danado – Ryan, o mais babaca, foi quem soltou esse festival de pérolas.

Chegando ao seu limite, Taylor não conseguiu mais ficar calada. Ela não soube o que a deixou mais irritada: o fato dele ter insinuado que Laura já tivera vários homens ou a conotação sexual que ele dera a uma simples troca de carinho entre elas. Mas seja qual fosse a opção, ela fez com que Schilling reagisse:

- Quantos anos você tem? 12? Pensando bem, deve ter menos... porque até meu primo de 12 anos é mais maduro que você.

Todos na mesa ficaram imediatamente calados e Ryan visivelmente sem graça. Mas não querendo ficar por baixo, ele resolveu continuar:

- Calma gatinha. Era uma brincadeira. Sua namoradinha é brava, hein Laura?

- Babaca! – Taylor não se conteve e levantou-se do colo de Laura. Precisava sair dali ou ia virar a mão na cara dele.

Ela já tinha conseguido se afastar um pouco quando sentiu a mão de Laura em seu braço tentando pará-la.

- Ei, Tay. O que foi aquilo?

- Como assim o que foi aquilo? Você não ouviu o que o imbecil do seu amigo falou?

- Ele tá bêbado, Taylor. Aliás, todos estamos. Era só uma brincadeira. Não era pra você ter levado tão a sério e ter sido mal educada.

- Ah! Eu fui mal educada? -Taylor não podia acreditar que estava ouvindo aquilo – Em primeiro lugar eu não estou bêbada. E em segundo lugar, se fosse um amigo meu que tivesse dito aquilo, você não acharia a mínima graça.

- O que você quer que eu faça?

- Que volte para lá, Laura.Volta pro meio daquele bando de idiotas.

- Eles são meus amigos e se você está chamando eles assim, saiba que também está me ofendendo.

- Pois é... concordo. Porque você realmente tá se comportando de maneira tão idiota quanto eles.

Schilling enfim se desvencilhou de Prepon, deixando-a completamente boquiaberta e foi até o banheiro.  Laura não veio atrás dela. A noite havia acabado e a loira não sabia o que fazer. Não havia a menor possibilidade de voltar para perto deles e também não podia ir embora porque somente a morena tinha a chave de casa.

Quando ela enfim resolveu sair do banheiro, parece que os deuses ficaram com pena dela e enviaram um ser para lhe resgatar. Jodi estava subindo as escadas e notou o seu semblante sombrio:

- O que houve Taylor?

Bastou ouvir aquela pergunta para que seus olhos se enchessem de lágrimas.

- Brigou com ela?

A loira só conseguiu fazer um aceno positivo com a cabeça.

- Vem cá.

Pegando-a pela mão, Jodi desceu as escadas novamente e a levou até uma área externa no primeiro andar, que ficava tão escondida que Schilling nem havia reparado a existência quando chegaram.

Depois de um tempo, Taylor conseguiu contar por alto o que tinha acontecido.

- Eles são legais Tay, acredite em mim. Mas quando se juntam e, principalmente, quando bebem, comportam-se dessa maneira babaca. Por que você acha que não fiquei muito tempo lá?

- Poderia ter me avisado, Jodi. – Schilling resmungou – Na verdade, não tô nem aí pra eles. O problema é a Laura. Nunca pensei que ela ia bater palmas pras piadinhas machistas deles.

- Ela não leva a sério. Sabe que eles fazem pra implicar porque ela é a única mulher no meio deles.

- Ela que agüente eles então. Eu não sou obrigada. Poxa Jodi, você sabe como esses últimos dias tem sido estressantes. Laura tá uma pilha de nervos por causa dessa bendita festa.  E na primeira oportunidade que temos para sair, ela me apronta uma dessas?

- Daqui a pouco vocês se acertam.

- Ei. Você pode me ajudar – a loira lembrou de algo – Você tem uma cópia da chave da casa dela não tem?

- Ah não, Taylor. Desculpa, mas já basta a bronca que ouvi dela no dia que te deixei ir embora daquele evento sem se despedir. Se eu te der a chave, ela me mata.

- Suas vacas! O que estão fazendo escondidas aqui? – Terasa as tinha encontrado.

- Taylor brigou com Laura.

- Ótimo Jodi. Se fosse segredo, já era – Schilling reclamou.

- Ah, qual é... Taylorzinha. Segredos entre nós? Abram um espaço aí que eu quero sentar também – Terasa foi se enfiando no meio delas – Então é por isso que a outra lá ta com aquela cara fechada? Fui lá em cima, perguntei de vocês e ela me ignorou completamente.

As três passaram quase uma hora ali conversando, rindo, contando histórias e logo Taylor se sentiu melhor. As amigas de Laura eram maravilhosas e Schilling gostaria de considerá-las suas amigas também.

- Quem diria hein, Jodi? – Schilling provocou- Que seria você a me consolar numa briga com sua amiga?

- Pois é... quando penso na cena ridícula que fiz na frente de vocês, morro de vergonha.  Você já me perdoou né?

- Já... – a loirinha riu.

- Taylor, você é a melhor coisa que aconteceu na vida da Laura nos últimos tempos. É nítido o quanto ela ficou mais leve e mais feliz.

Schilling ficou sem graça e não soube o que responder.

- Tô mentindo, Jodi?

- Não... Você é muito melhor do que qualquer um daquele bando de namorados que ela teve – Jodi falou em voz baixa como se alguém pudesse escutar.

- Vocês estão falando isso pra me animar.

- Que nada... Laura sempre teve um péssimo gosto para homens – Jodi ria ao dizer isso.

- Isso é verdade. Que ela não nos ouça e se você contar para ela, eu nego até a morte – Terasa falou apontando para Taylor – mas talvez ela tenha escolhido tão mal porque ela nunca entendeu nada de homens realmente. O destino dela era você, Schilling. Já tava escrito.

As três caíram numa gargalhada estrondosa e por isso demoraram a perceber a presença de Laura parada ali perto de braços cruzados, só observando-as. Depois de muito tempo, foi Jodi quem percebeu. E sua mudança de expressão foi quem alertou as outras duas para o que estava acontecendo.

- Acabaram? Pelo visto a festinha aqui ta boa, né?

Ninguém ousou responder. Laura parecia muito brava.

- Por que ninguém atende a merda do celular? Tô ligando pra vocês há quase uma hora.

- Meu celular ficou lá em cima na bolsa – Terasa prontamente explicou.

- Eu deixei o meu em casa – Jodi deu de ombros.

Taylor foi a única que não se deu o trabalho de responder, mas diante do olhar inquisidor da morena resolveu falar alguma coisa:

- Eu não atendi porque não tava com a mínima vontade de falar com você mesmo – era mentira, Taylor nem tinha ouvido o celular. Mas achou que essa resposta era melhor do que dizer que não escutou.

- Puta merda! – Terasa deixou escapar.      

- Dê o fora as duas. Quero falar com a Taylor.

- Dê o fora você, Laura. E fala direito com elas – Schilling ficou realmente brava com a prepotência da outra – Elas estão o aqui comigo fazendo o que você não fez a noite inteira. Conversando, rindo, me fazendo companhia. Elas salvaram a minha noite, portanto se tem alguém sobrando aqui é você.

Jodi e Terasa não sabiam o que fazer.

- Vocês podem sair, por favor? – Prepon resolveu pedir educadamente dessa vez.

As duas fizeram menção de levantar, mas Schilling novamente interveio:

- Não. Vocês fiquem aí. Eu não quero conversar com ela. Volta lá pra cima, Laura.

- O que eu faço Jodi? – Terasa estava desesperada sem saber a quem acatar.

- Como se eu soubesse – Jodi devolveu.

O silêncio se instalou por alguns segundos, até ser quebrado por Terasa:

- Olha meninas, não queremos ficar no meio dessa guerra de vocês... Então decidam aí quem vai pra onde e nos livrem dessa saia justa.

- Vamos todo mundo embora então. Pronto – Laura decretou.

- Perfeito. Vamos embora – Taylor adorou a ideia.

- Até que enfim. Me esperem lá fora. Vou ter que subir pra pegar minha bolsa.

- Avise a eles que estamos indo, Terasa. Não vou subir de novo – Prepon pediu à amiga.

- Eu vou com ela – Jodi tentou fugir.

- Não, Jodi. Não quero ficar sozinha com a Laura. Vamos acabar brigando aqui no meio de todo mundo – Taylor parecia ter tomado a pílula da sinceridade.

        

O caminho de retorno para casa foi preenchido por tentativas de Jodi e Terasa de engatarem qualquer tipo de conversa. Elas não tiveram muito sucesso, mas a tentativa foi válida. Porém, após elas terem sido deixadas em casa, o silêncio pesado que se instalou no veículo era quase palpável.

Batendo a porta do carro assim que Laura estacionou, Schilling saiu na frente e aguardou na varanda que a morena abrisse a porta. Tudo que ela queria era se jogar na cama e dormir.

As duas encontravam-se no corredor do segundo andar quando a loira enfim resolveu abrir a boca:

- Qual quarto de hóspedes posso usar? – de forma alguma ela dormiria ao lado de Prepon naquela noite.

- Nenhum – Laura respondeu com a maior calma do mundo.

- Eu não vou dormir com você.

- O que você não vai é bagunçar os quartos de hóspedes. Eles já estão todos arrumados e preparados para receber as meninas. De forma alguma você vai usar algum deles. Se não quer dormir comigo, o sofá da sala tá livre.

Taylor sentiu uma raiva descomunal ao ouvir aquilo. Laura sabia que ela tinha medo de ficar sozinha à noite na parte de baixo da casa. Era tudo muito grande. E ainda tinha a enorme área externa que podia ser vista através das portas de vidro. Qualquer barulhinho deixava a loira assustada. Laura sabia e só por isso lhe dava a opção do sofá.

- Ok, Laura Prepon – Schilling teve de ir para o quarto dela – Mas não quero que encoste um dedo sequer em mim.

- Você se acha irresistível, né? Essas menininhas que você namorou te deixaram muito convencidas, Schilling.

- Vai à merda Laura – a loira bateu a porta do banheiro.

Precisava de um banho para se acalmar.

 

Schilling acordou no dia seguinte assustada. Logicamente Laura não estava mais ao seu lado na cama. Demorando para se situar, a loira olhou o relógio: 8:30h. Ainda era cedo. Lembrou-se de que tinha um compromisso com Laura às 10h. Não sabia se a morena ainda ia querer sua companhia, por isso escovou os dentes rapidamente e desceu à sua procura para saber o que faria.

Qual não foi sua surpresa ao descobrir que Laura não estava em casa. Ela demorou tanto a acreditar que a outra havia saído mais cedo do que o necessário só para não ter que esperá-la que só ficou convencida depois que foi até a garagem e não viu o carro dela lá.

Bufando, Taylor resolveu voltar para cama. Havia dormido mal a noite inteira e já que não teria nada para fazer ia descansar mais um pouco.

Obviamente ela rolou de um lado pro outro e não conseguiu pegar no sono. Decidiu descer novamente e depois de perambular por toda a enorme residência, completamente entediada, ela teve a ideia de se aventurar a fazer um bolo. Era a única receita que sabia de cabeça e achou que seria uma boa forma de ocupar a mente. Imaginava que Laura provavelmente só apareceria em casa à noite e ela teria de recorrer a toda a sua criatividade para ocupar o tempo livre.

Ainda não estava familiarizada com a cozinha de Laura porque só pisava ali para beber água ou para fazer as refeições, então teve de abrir todos os armários e compartimentos para achar os utensílios que precisava. Levou um tempo até localizar a forma ideal e, para seu azar, ela estava em um dos armários superiores.

Com preguiça de procurar alguma escada, Taylor achou que se ficasse na ponta dos pés, conseguiria puxar a forma com cuidado. Só que cuidado não era uma palavra que se aplicasse à ela. E quando finalmente conseguiu tocar no objeto e começou a puxá-lo, trouxe junto com ele uma infinidade de outras coisas. Aquilo tudo veio para cima de Schilling, inclusive a travessa de vidro que se partiu em pedaços e atingiu a mão dela em cheio.

 

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Laura havia acabado de estacionar o carro em sua garagem quando ouviu o um estrondo ensurdecedor que logo veio acompanhado do grito de Taylor. Saindo desesperada e com o coração acelerado, a morena quase teve um troço quando chegou na cozinha. Taylor estava parada, completamente pálida, parecendo que ia desmaiar a qualquer momento. A mão direita segurava a mão esquerda que estava completamente ensanguentada. O sangue pingava no piso branco e já formava uma pequena poça.

- Minha mão... – foi a única coisa que Schilling conseguiu balbuciar.

- Calma, calma – Prepon pedia calma mais a ela mesma do que à loirinha. Ela tinha verdadeiro pavor de sangue, mas viu que tinha de tomar alguma atitude porque Taylor também estava desesperada – O que aconteceu?

- Eu fui tentar pegar uma forma e caiu tudo em cima de mim.

Foi só então que Prepon reparou na quantidade de potes, formas e travessas que estavam espalhadas pelo chão e por cima do balcão. Reparou também na quantidade de vidro que havia espalhado ali.

- Vamos lavar essa mão pra ver a extensão do corte.

Com muito custo, Laura conseguiu levar Schilling até a pia, abriu a torneira e deixou a água escorrer. A loira soltou um berro e quis tirar a mão, mas ela não deixou. Quando enfim conseguiu ver o ferimento, a morena percebeu que havia dois talhos na lateral da mão esquerda de Taylor. Eles não eram muito grandes, mas pareciam profundos.

- Vamos para o hospital. Vai precisar levar ponto.

- Não... não precisa. Basta limpar e fazer um curativo.

- Isso não vai adiantar, Taylor.

Laura pegou um pano limpo e envolveu na mão de Schilling para estancar o sangue.

- Vem, anda.

- Eu não vou, Laura.

- Taylooooor. Esses cortes estão horrorosos. Você vai ter que levar ponto sim. – Laura estava fazendo o possível para não se descontrolar, mas a namorada não estava ajudando.

As duas foram mudas até a garagem e entraram no carro. O pano já começava a ficar vermelho, ensopado de sangue e isso foi deixando Prepon mais nervosa.

- Que merda você tava fazendo ali na cozinha?

- Eu ia fazer um bolo e tava procurando uma forma.

- Um bolo, Taylor? Desde quando você faz bolo? Não passou pela sua cabeça que isso não ia dar certo? - a voz da morena ficava cada vez mais alterada.

- Eu queria fazer alguma coisa, já que você fugiu e me deixou sozinha.

- Eu fugi? Eu tinha uma reunião, você lembra?

- Lembro. E lembro também que havíamos combinado de ir juntas.

- Você é doida – Prepon balançava a cabeça de um lado pro outro – Porque não foi ler, ver um filme, qualquer coisa normal? E se eu não tivesse chegado bem na hora?

- Para de gritar. Essa merda ta doendo pra cacete e você não tá ajudando.

Com a mão sã, Taylor ligou o rádio no volume máximo.

- Abaixa isso – Prepon gritou.

- Então cala a boca. Você tá me deixando maluca.

Para sorte das duas, o hospital estava próximo.

Schilling foi levada para a emergência enquanto Prepon fazia a ficha dela na recepção. Depois de liberada, Laura foi atrás de Taylor. Encontrou-a sentada numa cadeira encolhida e chorando. Aquilo acabou com ela.

- O que houve?

- Eu vou ter que levar ponto.

- Eu falei pra você, teimosa. Não vai doer. Eles vão aplicar anestesia.

- Entra comigo? – Taylor pediu envergonhada.

- Eu não sei se consigo, Tay. Na verdade nem sei como consegui chegar até aqui.

- Vamos? – a enfermeira veio buscá-la.

- Tudo bem – a loira levantou visivelmente trêmula e saiu andando atrás da enfermeira sem olhar para trás.

- Eu vou junto – Prepon não conseguiria deixá-la ir sozinha.

        

Por pouco Laura não foi expulsa da sala de sutura. Ela encheu a enfermeira de perguntas e alertas quanto aos cuidados que deveria ter para não deixar que Taylor sentisse dor e para evitar que ficassem cicatrizes decorrentes dos pontos. Pelo menos aquilo serviu para distrair a loirinha, que mesmo após a anestesia ficou choramingando.

Depois de serem liberadas, as duas voltaram para casa em silêncio. Laura não sabia o que dizer. Elas ainda estavam brigadas, mas naquele momento ela já não sentia a menor vontade de trazer aquele assunto à tona. Ver Taylor machucada a deixara tão desesperada que todo o resto perdeu a importância.

Assim que entraram em casa, Taylor disse:

- Vou subir. Preciso deitar. 

Não agüentando mais, Prepon a abraçou por trás com cuidado:

- Desculpa. Desculpa, Tay. Não quero ficar brigada com você. – Ela enchia o pescoço e os ombros da loirinha de beijos.

- Também não, Lau. Esquece aquilo de ontem. 

- Eu fui idiota, admito.

- Foi mesmo. Mas não quero mais falar sobre isso. Preciso de um banho.

- Eu te ajudo.

- Você não vai precisar ir na empresa de segurança?

- Dá tempo.

Laura ajudou Taylor no banho com um cuidado excessivo para não molhar o curativo. Notou que ela estava um pouco febril, mas haviam avisado que seria normal. Bastaria que ela tomasse os remédios indicados.

Só depois de assegurar que a namorada estava deitada confortavelmente e medicada, Laura sossegou. Apesar de terem feito as pazes, as duas continuavam caladas.

Vai, você já ta atrasada - Schilling sabia que ela precisava ir.

- Tem certeza que você vai ficar bem? Já pedi a Jodi para vir te fazer companhia. Daqui a pouco ela deve estar chegando.

- Não precisava Laura. Eu pretendo dormir.

Dando um beijo suave em seus lábios, Laura saiu do quarto.

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Taylor sentia-se tão frustrada e envergonhada. Mal podia acreditar que era aquele desastre ambulante. Como queria ser levada a sério se não conseguia ser deixada sozinha nem por uma hora sequer sem que acabasse indo parar no hospital? Ela tinha vontade de chorar de tanta raiva que sentia de si mesma.

Como não conseguiu pegar no sono, resolveu ligar a televisão e procurar algo para assistir. O efeito da anestesia estava passando e ela começava a sentir a mão dolorida. Quase meia hora depois ela ouviu um barulho no corredor.

- Jodi? Estou aqui no quarto de Laura.        

Mas para surpresa de Schilling, quando a porta foi aberta quem apareceu foi uma figura morena, alta, que sustentava um lindo par de olhos verdes e um sorriso matador.

- Você já voltou? – Taylor não conseguiu esconder o sorriso em seu próprio rosto.

- Eu nem fui. Não ia conseguir te deixar aqui sozinha.

- E a reunião?

- Telefonei para Jodi e pedi para ela trocar comigo. Ela foi e eu fiquei de enfermeira do meu bebê.

Laura deitou-se cuidadosamente a seu lado, acariciando os cabelos loiros.

- E o que estava fazendo esse tempo todo?

- Arrumando a bagunça que alguém fez na minha cozinha.

- Puta merda, desculpa – Schilling fez aquela carinha engraçada que Laura tanto amava.

- Tá perdoada – para provar o que dizia, ela beijou a loira suavemente nos lábios. Parecia que não era só a mão de Taylor que estava machucada e sim todo o seu corpo, tal o cuidado com os movimentos que Prepon demonstrava.

- Vai passar o dia comigo?

- Vou.

- O dia todinho?

- Todinho. O que você quer comer? Vou fazer nosso almoço.

- Não precisa – de um jeito desengonçado Schilling abraçou a morena trazendo-a para mais perto de si.

- Nós precisamos comer algo, Taylor. Já são duas da tarde.

- Peça alguma coisa. Não precisa cozinhar. Prefiro que fique aqui.

- Tá doendo muito? – Laura estava realmente preocupada.

- Tá...

- Poxa. Você já tomou os remédios, não era para doer tanto.

- Só vai passar se você ficar deitada aqui comigo.

Laura riu do charme que a namorada jogava para cima de si. Como se ela precisasse disso para conseguir qualquer coisa da morena.

- Só pra você saber, eu e os meninos demos uma grande bronca em Ryan depois que você saiu  – Taylor olhou-a espantada – Ele ficou tão envergonhado que quis ir atrás de você de todo jeito para se desculpar. Mas eu não deixei. Mandei ele ficar longe da minha garota e nunca mais se meter com ela.

Schilling riu. Já não estava mais tão brava com toda aquela história.     

- E pra você saber também, não gostei de ver você rindo com Jodi e Terasa. Eu fiquei louca te procurando, te ligando, pensei que tinha ido embora. E a senhorita lá se divertindo “com minhas amigas” – Laura fez questão de frisar essa parte – Me deu vontade de matar as três. E você ainda me desafiou na frente delas.

Taylor continuou rindo. Ela adorava quando Laura se mostrava dessa forma, quando se despia daquela capa de segurança e superioridade e falava de seus sentimentos e fraquezas.

- Você vai ficar rindo de tudo que eu falo?

- Vou.

- Idiota.

- Idiota é você.

Elas passaram o restante do dia grudadas. Laura não podia se afastar nem para ir ao banheiro que Taylor a chamava de volta.

E Prepon adorava cada vez que isso acontecia.


Notas Finais


Meninas,

preciso dizer que, apesar de ainda termos alguns capítulos pela frente, estamos chegando na reta final dessa primeira parte da fic.

Tenho que avisar também que vou dar um tempo até iniciar as postagens da segunda parte. Sei que vou decepcionar algumas pessoas por isso, mas acreditem...essa pausa é necessária e fará bem para a continuação da estória.

Quem sabe nesse intervalo eu comece a tal fic Vauseman?


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