História Apenas Ela - Festa

Laura levantou às seis da manhã porque já não aguentava mais ficar na cama, tal era a ansiedade que sentia. Lavou o rosto, escovou os dentes, vestiu uma roupa leve e desceu para a cozinha. Dessa vez nem pensou em acordar Taylor. Não havia a menor necessidade disso e, de qualquer forma, dentro de uma hora as equipes de montagem começariam a chegar e seria difícil evitar o barulho que fariam na parte de baixo da casa. Inevitavelmente tanto a namorada quanto suas hóspedes acabariam acordando.

Jodi e Terasa também tinham ficado de vir pela manhã, embora Prepon tivesse dito que não seria preciso. Estava tudo em ordem. Mas elas disseram que não perderiam por nada a agitação daquele dia desde seu início. E a morena tinha de confessar que adorava a forma como suas amigas se davam tão bem com as meninas de Orange. A tal ponto que elas eram as duas únicas convidadas da festa que de alguma forma não faziam parte da série.

Mal tinha acabado de preparar o café da manhã, Uzo e Yael desceram.

- Ei, madrugaram? – Prepon perguntou.

- Você sabe que costumo levantar cedo e Uzo me pediu para acordá-la também – Yael respondeu.

- Desculpa por ter ido dormir ontem e deixado vocês aqui. Taylor estava um pouco enjoada e tenho certeza que se eu não subisse, ela ia ficar também.

- Às vezes Taytay parece uma criança – Uzo brincou.

- Nem me fale. Ela sabia que não podia beber. Está tomando alguns remédios para os cortes não infeccionarem... mas adianta falar?

- Vocês duas são tão fofas juntas, Laura – Yael comentou – Admito que fiquei surpresa quando soube que estavam namorando, mas agora não consigo vê-las separadas.

- É, eu também não – Laura confessou meio sem jeito.

Logo Danielle também desceu e as quatro fizeram a primeira refeição do dia juntas. E aquele foi o único momento tranquilo que Laura teve. Minutos depois a campainha tocou e a casa foi invadida por um exército de pessoas carregando as mais diversas coisas.

Laura tinha decidido que, devido a quantidade de pessoas presentes, a festa aconteceria não só na área externa, mas também na parte interna da casa. Porém, somente no primeiro andar. O segundo andar ficaria privativo. No alto da escada havia uma porta de correr que Prepon raramente usava, mas que era muito útil em momentos como aquele. Somente ela e as meninas, ou alguém que porventura elas convidassem, teriam acesso aos quartos.

No meio de toda aquela movimentação, Prepon perdeu completamente a noção da hora e foi só quando Jodi e Terasa chegaram, às dez da manhã, e perguntaram por Taylor, que ela se deu conta que a namorada ainda não tinha dado as caras. Resolveu subir para ver se ela estava bem e encontrou com Natasha, que acabara de acordar, descendo as escadas.

- Ruiva, sua casa é o melhor lugar do mundo depois da minha. Se você soubesse o quanto amo ficar aqui.

- Bom dia pra você também, Tasho – Laura riu da tentativa da amiga em paparicá-la – Nem vou perguntar se dormiu bem, porque pela hora que está levantando isso está claro.

- Apaguei completamente. Mas já estou pronta pra outra. Que horas a festa começa mesmo?

- Vai tomar café, anda...

Laura continuou no caminho rumo a seu quarto. Para sua surpresa, mesmo com toda a barulheira vinda lá de baixo, encontrou Schilling dormindo pesadamente. Em dúvida do que fazer, Prepon acabou indo até ela:

- Tay... amor, acorda...

Como dessa vez os beijos não foram suficientes para despertá-la, a morena começou a sacudi-la de leve:

- Tay...

Com muito esforço, Taylor abriu os olhos. Mas foi só para fechá-los logo depois por conta da claridade que a atingiu em cheio.

- Ei, dorminhoca. Não vai levantar?

- Ai... – a loirinha gemeu.

- O que foi?

- Tá doendo.

O que tá doendo? – Laura começava a ficar apreensiva.

- Tudo... mas minha mão tá doendo ainda mais.

- Merda!  Você tá de ressaca. Eu falei pra não beber, falei pra ter cuidado com a mão. Seu curativo está sujo de sangue. Puta que pariu, Taylor.

- Se veio até aqui brigar comigo, pode descer. Minha cabeça tá explodindo.

- Tem que trocar esse curativo.

- Depois, preciso dormir mais – Schilling virou-se de costas para a morena.

- Agora, Tay. E tem que tomar remédio.

- Lau... me deixa quieta mais um pouquinho.

Prepon estava prestes a perder a paciência quando ouviu chamarem-na do lado de fora.

- Lauraaa – era Aduba.

- Pode entrar, Uzo.

- Oi...desculpa. Estão te chamando lá embaixo. Parece que deu algum problema com o equipamento de som.

- Cacete. Diga que já desço. Taylor tem que trocar o curativo, tomar remédio e pra completar tá de ressaca.

Percebendo que o clima ali estava um pouco tenso, Uzo resolveu contornar a situação:

- Pode deixar que cuido dela. Precisam de você lá fora. Eu fico aqui com a mocinha.

Sem nem olhar pra Taylor porque naquele momento tinha vontade de matá-la, Prepon agradeceu ao anjo em forma de amiga que estava ali para lhe salvar e desceu resmungando. Se conseguisse sobreviver àquele dia, seria capaz de aguentar qualquer outra coisa dali pra frente.

        

Depois de resolver o tal problema com o som, Laura encontrou Uzo na cozinha. Ela e Jodi estavam preparando um almoço leve, já que todas tinham acordado bem cedo e ainda não haviam parado. Quer dizer, nem todas. Nada de Schilling por ali.

- Uzo... e a Tay?

- Dei os remédios a ela e troquei o curativo, mas ela não quis descer. Voltou a dormir.

- Melhor assim ou vou estrangular aquela cabeça-dura.

Tayloface é muito fraca – Natasha tinha acabado de chegar e se intrometeu na conversa – Se já está derrubada agora, não quero nem imaginar mais tarde.

- Tasho, pelo amor de Deus. Deixa ela quieta hoje à noite. Não vai arrumar nenhuma confusão.

- Você não acha que ela já tá bem grandinha pra você precisar tomar conta dela o tempo todo? – Lyonne a desafiou.

- Eu acho... Mas não consigo não cuidar dela.

- Ah, que bonitinha! – Yael e Dannie também chegaram para participar da conversa.

- Vocês gostam né? – Laura riu. Já estava se sentindo mais leve novamente. Se Taylor precisava dormir mais, ela que dormisse até a hora que quisesse, então.

        

 A loira não quis descer nem mesmo para almoçar e foi só à tarde, quando Laura já estava ficando bastante preocupada com a falta de disposição da namorada, que ela enfim deu o ar da graça.

Prepon estava na sala com Jodi e Terasa descansando um pouco quando Taylor apareceu com um olhar culpado.  A morena não falou nada, mas ficou mais aliviada assim que viu que a loirinha apresentava uma aparência bem melhor.

 As amigas logo se levantaram para deixá-las sozinhas.

- Boa tarde Schilling. A festa ontem foi boa, hein? – Terasa não se conteve – Mas é melhor se recuperar logo porque hoje tem mais.

- Laura, nós vamos indo – Jodi cortou a amiga.

- Tem certeza que não preferem se arrumar aqui?

- Não tem necessidade.

- Mas não cheguem tarde, por favor – Prepon pedia.

- De jeito nenhum. Não quero perder um minuto sequer desse evento. – Terasa sempre era a mais animada das três.

Quando as duas mulheres enfim foram embora, Schilling tomou coragem e se aproximou de Laura. Sentando ao seu lado no sofá, afirmou mais do que perguntou:

- Tá brava comigo né?

- Você tá melhor? – Prepon nem se deu o trabalho de responder.

- Muito melhor. Não fica com essa cara de má pra mim – Taylor abraçou a namorada – Eu te amo tanto...

Laura não conseguiu fingir mais e acabou rindo.

- Você é muito cara de pau, Taylor. Olha a hora que tá acordando.

- As meninas vão pegar no meu pé, né? Todas levantaram cedo?

- Sim, todas. E a mão?

- Tá doendo bem menos – vendo que já tinha conseguido domar a fera, Schilling arriscou se aproximar ainda mais – Desculpa meu mau humor. Mas na hora que você foi me acordar, eu tava péssima.

- Percebi. Ainda bem que Uzo apareceu pra te salvar.

- O que seria da gente sem elas?

- Provavelmente já teríamos nos matado.

Taylor riu. Afastando-se, ela foi se sentar na outra ponta do sofá:

- Vem pra cá.

- Por que saiu daqui?

- Porque agora quem tá precisando descansar é você. Deita aqui.

Abrindo os braços, Schilling demonstrou que queria Laura ali entre eles. A morena rapidamente foi até ela.

- Você tem que relaxar um pouco. Tenho certeza que não parou desde que acordou – Taylor passou a acariciar os fartos cabelos negro que exalavam aquele cheiro maravilhoso que ela tanto gostava.

- Eu quero que tudo saia direito.

- Mas vai sair, Lau – a loira a beijou nos lábios de forma carinhosa – Nunca mais deixo você inventar de dar festa nenhuma. Você se envolve demais.

- Ruivaa... Ah, olha quem resolveu dar a honra de sua presença... Tayloface- Natasha as interrompeu.

- Fala baixo.

- De mau humor ainda? – Lyonne aproximou-se delas.

- Não. Mas quero que Laura descanse um pouco.

- O que foi, Tasho? – mesmo sem mudar de posição, Prepon já imaginava que provavelmente estavam precisando dela em algum lugar.

- A mulher do buffet tem uma dúvida em relação a louça.

Mal Laura começou a se mexer, Schilling estreitou o abraço para mantê-la no lugar.

- Nada disso, fica aqui. Resolve você, Natasha. A partir de agora você é quem manda. Tem carta branca.

- Taylor!! – Laura protestou.

- Daqui você só sai na hora de começar a se arrumar.

- Boa, loirinha. Cuida um pouco dela. O resto pode deixar comigo e com as meninas.

Depois que Lyonne deixou-as a sós novamente, Prepon fechou os olhos e permitiu-se relaxar um pouco. E logo as carícias de Taylor deixaram-na completamente amolecida.

- Tão bom ficar assim com você – Schilling disse beijando a cabeça da morena.

- Humm – Laura só conseguiu emitir um som de satisfação.

- Você é tão linda – a loira olhava-a intensamente e, em momentos como aquele, ainda se pegava duvidando se Laura realmente tinha se tornado sua namorada.

- Tem alguém bem carinhosa hoje – Prepon falou sorrindo.

- E eu não sou sempre? Você que é muito arisca e raramente fica tão entregue como agora. Quase nunca me deixa cuidar assim de você.

Beijando o pescoço de Taylor, Laura aconchegou-se ainda mais a ela.

Milagrosamente as duas conseguiram ficar assim por um bom tempo sem que ninguém viesse perturbá-las. Prepon desconfiava que Lyonne assumira de verdade as rédeas da situação e não permitira que nenhum problema chegasse até ela mais. Teria de lhe agradecer por esses momentos de paz tão reconfortantes.

Quando a equipe de cabelo e maquiagem, encarregada de cuidar de todas elas, finalmente chegou, Laura já estava com as energias renovadas. Lá fora tudo estava praticamente pronto e ela pôde se dedicar aos cuidados pessoais com tranquilidade.

Embora fosse a anfitriã, Prepon optou por não usar nada muito formal. Não combinaria com o clima descontraído que ela tinha planejado para deixar todos à vontade. Por isso decidiu por um vestido em tons de azul mesclado, mais justo na parte de cima, com a cintura marcada, porém mais soltinho na parte de baixo. As sandálias de salto alto de tiras deixaram-na com um porte ainda mais elegante. Os brincos e a maquiagem se encarregaram de dar o retoque final em seu rosto, ressaltando e deixando bem marcado o belo par de olhos verdes.

Já Taylor escolheu um conjunto preto e branco de saia e blusa. O destaque ficava por conta do decote um tanto quanto ousado que deixava à mostra parte de seus seios. Obviamente isso incomodou Laura, mas a loira fingiu que não ouviu os resmungos da namorada.

Prepon foi uma das primeiras a descer, pois fazia questão de recepcionar os convidados que começaram a chegar logo depois do horário marcado. A apreensão inicial ia sendo rapidamente superada a cada elogio e agradecimento por receber a todos da família Orange em sua casa. Um pouco depois Taylor se juntou a ela e então combinaram que a loirinha ficaria encarregada de ambientar os colegas de elenco. Laura cuidaria dos demais.

A decoração era simples, porém de muito bom gosto e tinha elementos-chave na cor laranja. Algumas mesas e cadeiras estavam dispostas em lugares estratégicos, mas de maneira geral os convidados espalharam-se próximos ao bar e pelos vários pequenos lounges que foram montados na área externa.

Depois de algum tempo, Jodi e Terasa a fim de deixar a amiga mais solta para se divertir um pouco, também assumiram a função de anfitriãs, ajudando a receber quem ainda chegava e conferindo se tudo estava caminhando bem.

Apesar da opinião de todos ser muito importante para ela, Prepon sentiu-se nas nuvens ao receber elogios rasgados de Jenji. A morena sabia o quanto a mulher era exigente e criteriosa e jamais falava algo somente para agradar. As duas passaram alguns minutos conversando com alguns produtores da série na parte interna da casa, local que ainda estava um pouco mais tranquilo.

E qual não foi a surpresa de Laura ao ver Jason Biggs adentrando o recinto, trazido por Jodi. O ator não havia confirmado presença, então ela ficou realmente feliz em vê-lo ali. Fazia tempo que não se encontravam, pois nunca tinham cenas juntos e Prepon adorou ficar ali com ele, rindo e colocando os assuntos em dia. A certa altura ele perguntou sobre o restante das meninas e a morena foi procurá-las levando Jason com ela.

No caminho, Laura alegrou-se ao ver que a pista de dança já estava enchendo e teve de parar por várias vezes para receber alguns cumprimentos e felicitações. Ao que parecia todos estavam realmente gostando de estar ali. Eles encontraram a maioria das garotas próximas ao bar. E Taylor, claro, estava entre elas segurando um copo que tinha um restinho de bebida verde. Prepon preferiu nem perguntar o que era.

- Já tá pronta pra outra ressaca amanhã né? – ela disse abraçando Schilling.

- Onde você tava? Sumiu... – a loira preferiu não responder a provocação.

- Lá dentro. Tudo bem por aqui?

- Tudo ótimo, meu amor – Schilling deu-lhe um beijo leve nos lábios, em seguida deitou a cabeça no ombro da namorada – Fica aqui um pouco com a gente.

- Taytay, pronto. Essa tá caprichada, do jeito que pediu -  Samira chegava com um novo drink para a loira, esse era azul.

A loirinha ficou visivelmente sem jeito sob o olhar de Prepon, mas não recusou o copo que lhe era oferecido e tratou de descartar o anterior na bandeja de um garçom que passava.

Selenis, Jessica e Jackie aproximaram-se no auge da animação e quando Laura se deu conta, já estava novamente separada de Taylor. Havia muita gente lhe solicitando e ela fazia questão de dar atenção a todos.

A festa já estava rolando há quase duas horas quando a morena teve seu primeiro contratempo. Ela tinha ido até seu escritório pegar o contato de um amigo diretor para repassar a um produtor, quando viu Pablo Schreiber amparando Matt. O rapaz estava levemente encurvado em frente ao banheiro.

- Algum problema, Pablo? – Laura perguntou ao se aproximar.     

- O menino aqui parece ser muito fraco para bebidas e exagerou um pouco.

- Merda... quem tá aí dentro? Não vai sair nunca? – Matt socava a porta com uma cara visivelmente enjoada.

Havia outros sanitários na parte de baixo, mas imaginando que todos poderiam estar ocupados e com medo de que McGorry não aguentasse por muito mais tempo, ela resolveu levá-los até o andar de cima.

Pablo pediu mil desculpas pelo amigo, mas Prepon realmente não se importava com aquilo. Mostrou-lhes o banheiro do corredor e aproveitou para ir até seu quarto retocar a maquiagem.

Quando terminou, foi ao encontro dos rapazes. Parada na porta, perguntou:

- Tudo bem por aí?

Não demorou muito e os dois saíram. A aparência de Matt já era melhor e ele parecia ter lavado o rosto e o cabelo.

- Laura, pode ficar tranquila porque seu banheiro tá intacto. Não deixei esse moleque fazer sujeira não.

- Ok, Pablo. Mas fique de olho nele.

 -Pois é... era só o que me faltava, virar babá a essa altura.

Os três foram se encaminhando para a escada e Matt disse:

- Alex Vause, sua casa é maravilhosa. Posso te dar um abraço?

Schreiber sacudiu a cabeça reprovando a ousadia e pronto para livrar Laura do garoto, mas ela estava até achando graça da situação.

- Obrigada, guarda Bennet. Pode me dar um abraço sim, mas com cuidado pra não me amassar.

Depois do breve abraço, Prepon, com medo de que McGorry saísse rolando, enlaçou-o pela cintura e foi descendo as escadas ao lado dele. Os três estavam tão distraídos que Laura só notou a figura loira fitando-a com os olhos estreitos e os braços cruzados no peito quando estava nos últimos degraus.

- Olá Piper – ao que parecia Matt continuava chamando todos pelo nome de seus personagens.

Vendo que o olhar de Taylor não era muito amistoso, Pablo assumiu a partir dali e foi levando o amigo. Não sem antes agradecer à Laura.

- O que você tava fazendo com eles lá em cima, Laura Prepon? – Taylor parecia realmente incomodada.

- Você tá falando sério? – a morena ainda tinha dúvidas se ela não estava apenas brincando.

- A festa não é aqui embaixo? O que foi fazer com Pablo e Matt lá em cima?

Laura achou graça do que quer que estivesse passando na cabeça da loira. Mas dando-se conta de que Schilling estava agora com uma taça de espumante nas mãos e começando a ficar brava pela mistura que ela obviamente estava fazendo, achou melhor sair logo dali antes que falasse algo. Tinha prometido a si mesma que não pegaria no pé da namorada. Mas vê-la toda hora com uma bebida diferente estava tirando-a do sério.

- Tenho que ir lá pra fora.

- Laura, eu te fiz uma pergunta.

- Matt precisava usar o banheiro – a morena disse como se isso já explicasse toda a cena.

- Com tantos banheiros aqui embaixo? E porque você estava pendurada na cintura dele?

Laura deixou Taylor falando sozinha e foi ao encontro de Kate Mulgrew, que passava por ali, sem nem olhar para trás porque já imaginava o olhar fulminante que estava sendo lançado sobre sua pessoa.

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Indignada, Schilling tomou o caminho oposto ao de Laura e foi à procura de Natasha. Precisava desabafar com alguém e enquanto a procurava um plano se formou em sua mente. Se havia alguém que tinha cara de pau suficiente para descobrir o que estava por trás daquela história mal contada era Lyonne.

- Dannie, você viu a Tasho? – a loira a procurava ali entre as meninas, mas nem sinal dela.

- Não...

- Cruzei com ela agora há pouco. Estava indo pra área da piscina – Laverne disse com um sorriso enigmático.

- O que aquela louca foi fazer lá?

Decidida a contar com a ajuda da amiga, Schilling foi atrás dela. A área da piscina era a única ali fora que não fora preparada para servir de estar aos convidados. Acharam melhor assim para evitar acidentes. O local estava parcialmente escuro e apenas lanternas na cor laranja iluminavam o jardim ao redor. As espreguiçadeiras tinham sido deixadas em seus lugares e assim que chegou mais perto, Taylor notou que algumas delas estavam “ocupadas“.

- Puta merda! - Taylor ficou sem graça, mas já que estava ali não custava nada verificar se Lyonne era uma das pessoas ali na escuridão.

Passando por uma das espreguiçadeiras, Schilling ficou levemente chocada ao reconhecer um dos câmeras, que ela jurava que era gay, com uma das figurinistas. Rindo consigo mesma, ela continuou andando e tomou um susto quando mais à frente viu Natasha aos beijos com uma mulher morena de cabelos curtos.

- Tasho?

Imediatamente, Lyonne soltou a mulher e mesmo no escuro, a loira viu a cara de espanto com que a amiga a encarava.

- Desculpa interromper, mas preciso de sua ajuda. É um pouco urgente – mesmo sem graça, Taylor tratou de dizer algo já que Natasha continuava muda.

- Você tá de sacanagem com a minha cara. Quem te mandou aqui?

- Ninguém. Eu estou te procurando porque... – diminuindo o tom de voz ela prosseguiu: - preciso que descubra o que Laura tava fazendo com Pablo e Matt no andar de cima. Os três, sozinhos.

- Você já tá bêbada, garota.

- Só um pouquinho – Schilling admitiu – Mas eu juro que vi exatamente isso que estou te falando.  Perguntei pra ela, mas a filha da mãe foi evasiva na resposta.

- Gostaria muito de te ajudar, loira... mas como pode ver no momento estou ocupada. Primeiro eu resolvo o meu problema. Depois resolvo o seu.

Foi só então que Taylor percebeu que conhecia a mulher com quem Natasha estava e que tinha escondido o rosto discretamente assim que as duas foram interrompidas.

- Oi Mary, tudo bem? – a mulher era a maquiadora com quem Taylor mais conversava no set – Espera... você não está noiva?

- Some daqui Schilling – o grito de Natasha com certeza podia ser ouvido ao longe.

Taylor saiu rindo dali. Apesar de não ter tido êxito em seu objetivo, pelo menos dera um troco à altura em Natasha pelos vários momentos constrangedores que ela já tinha-na feito passar. Mal podia esperar para contar à Laura o que tinha acontecido. Quer dizer, não ia falar merda nenhuma para aquela oferecida. Não até descobrir o que tanto queria saber.

Voltando para o meio da festa enquanto avaliava se seria muita vergonha abordar Pablo diretamente e perguntar o que eles estavam fazendo lá em cima com Prepon, um dos produtores da Netflix foi até ela. Taylor já o conhecia de alguns eventos.

- Olá Schilling. Como você está?

- Estou bem Jerry. E você? Gostando? – Taylor olhou em volta se referindo a tudo que acontecia ao redor.

- Muito... gostando muito – ao dizer isso no entanto, o olhar dele não se desgrudou dela em nenhum instante  - Tá tudo espetacularmente lindo.

Puta que pariu. Por mais alta que estivesse, Schilling sabia que seu discernimento ainda não havia sido afetado e podia jurar que ao pronunciar as últimas palavras a atenção dele estava voltada para o decote dela.

Tá tudo perfeito mesmo. Laura tem muitos talentos – ela fez questão de citar a namorada para lembrá-lo de sua existência.

Como que por encanto, a morena se materializou ao lado deles:

- Ouvi meu nome?

- Sim. Schilling estava me dizendo o quanto você se dedicou a cuidar de cada detalhe aqui – o homem tentou disfarçar, mas estava visivelmente sem graça.

Como nenhuma das duas dissesse nada, ele se retirou mais que depressa dando uma desculpa qualquer.

- Que merda era essa que tava rolando aqui?

- Você não ouviu? Estávamos falando sobre a festa maravilhosa que você organizou – a loira vestia seu sorriso mais cínico ao respondê-la.

- Não brinca comigo, Taylor. Eu vi muito bem para onde ele tava olhando. Aquele filho da puta tava dando em cima de você? Na minha cara? Na minha casa?

- Ei, vai acalmando aí porque o filho da puta é seu chefe. Ele não falou nada demais – Taylor disse olhando em volta para se certificar de que não estavam chamando a atenção.

Laura a olhava como se quisesse torcer seu pescoço. Taylor achou melhor escapar dali antes que a coisa ficasse mais séria, mas optou por uma saída triunfal:

- Amor, o que quer que estivéssemos fazendo, era bem aqui aos olhos de todo mundo. Não poderíamos chegar nem perto do que você estava fazendo com Pablo e Matt lá em cima – e mesmo fervendo por dentro ao dizer aquilo, Schilling conseguiu dar uma piscada para a namorada antes de sair.

Mais à frente, Taylor viu Jenji e Kate sentadas em uma mesa e foi fazer companhia a elas. Por mais corajosa que fosse, não ousaria mais desafiar Laura naquela noite e sabia que ali estava segura. A namorada jamais faria uma cena diante daquelas mulheres.

A animação de todos ia aumentando na mesma proporção que as bebidas eram consumidas e Schilling resolveu que era hora de parar com o álcool. Não queria passar mal no dia seguinte e se ficasse muito bêbada, sabia que perderia boa parte dos acontecimentos.

Em determinado momento, Natasha passou por elas e fez questão de demonstrar para Taylor o quando ainda estava irada com ela. A loira teve uma crise de risos ao lembrar a cena que presenciara, deixando Koohan e Mulgrew sem entender nada.

- Laura está especialmente radiante hoje – Jenji ao dizer isso tirou Schilling de seu mundo particular. E foi só então que ela reparou que Prepon estava dançando, cercada por algumas pessoas.

Disfarçadamente, pelo menos era o que ela achava, ela levantou-se e foi até o outro lado com a desculpa de que precisava falar com Yael. Mas Taylor fez questão de passar ao lado da pista de dança e sentiu o sangue ferver quando viu que Pablo estava ao lado da namorada. Ele não era o único. Havia várias pessoas ali, mas Taylor ainda estava cismada com ele.

Laura percebeu o olhar fixo de Schilling para cima dela e fez questão de sustentá-lo. E assim as duas passaram alguns segundos se encarando, à distância, sem se preocupar se alguém percebia a guerra fria entre elas.

- O que tá pegando entre vocês? - era Terasa quem chegara sem que a loirinha percebesse.

- Nada – Taylor resmungou.

- Vocês são duas figuras – a mulher ao lado ria.

- Tem horas que tenho vontade de matar ela.

- Você não mata nem uma mosca, Taylor.

- Por isso ninguém me leva a sério.

Durante o tempo em que mantinha aquele diálogo com Terasa, Schilling havia tirado os olhos da pista e quando voltou-se para lá, não viu mais a morena que lhe tirava o juízo. Em alerta, ela a procurou por entre as pessoas até finalmente vê-la entrando na casa.  Deixando a outra mulher falando sozinha, a loira foi atrás de Prepon.

Chegou na sala de estar a tempo de vê-la indo em direção ao andar superior. Taylor aguardou um pouco e depois subiu também. Entrou no quarto delas com cuidado, mas a morena não estava por ali. Percebendo a luz do banheiro acesa por baixo da porta, Schilling sentou na cama e ficou aguardando-a sair.

Não esperando encontrá-la ali, Prepon assustou-se com a figura loira que a encarava. Mas logo se recuperou:

- O que tá fazendo aqui?

- Esse é meu quarto também ou não?

- Que seja... – Laura deu de ombros e já ia saindo quando Schilling levantou rapidamente e segurou seu pulso com a mão que estava boa – Me solta. Não quero conversa, Taylor.

- E quem disse que eu quero conversar com você?

- O que você quer então?

- Isso – habilmente e pegando a morena desprevenida, Schilling conseguiu encostá-la na parede.

Não dando tempo e nem espaço para que Laura pensasse, a loira colou seus lábios aos dela e iniciou um beijo carregado de desejo reprimido. Prepon tentou resistir e manteve a boca fechada, mas sua resistência foi pelo ralo no momento que sentiu a mão da loira em seu seio.

- Filha da puta – Laura conseguiu dizer antes que sua boca fosse invadida pela língua da outra que a tomava completamente, sem pedir permissão.

Logo o beijo foi se intensificando a tal ponto que as duas sentiam os corpos pegando fogo. A mão de Taylor foi descendo pelo corpo de Laura e ao apertar a cintura da morena, afastou-se de sua boca e sussurrou em seu ouvido:

- Eu te amo, sua idiota. Eu te amo.

Ao ouvir aquilo e sentindo que a barra de seu vestido estava sendo suspensa, a morena disse entre gemidos:

- Eu também te amo – enfiando a mão por dentro do decote à sua frente, Laura pôs-se a apertar um dos mamilos da loira.

As duas já estavam prestes a arrancar suas roupas, tal o nível de tensão sexual presente entre elas, quando ouviram a voz de Dannie do lado de fora:

- Lauraaaa

- Puta que pariu – Taylor conseguiu dizer com a respiração ofegante, unindo as testas das duas.

- Laura, posso entrar? Diane disse que você estaria aqui.

Vendo que a morena não tinha a menor condição de emitir qualquer som que fosse, foi Taylor quem respondeu:

- Já estamos descendo, Danielle. Nos espere lá embaixo.

- Taytay. Foi mal, não sabia que também estava aqui – o pedido de desculpa foi seguido por uma gargalhada – Mas isso não é hora de transar garotas... vocês terão a noite inteira pra fazer isso quando a festa acabar.

- Desce, Dannie – Schilling gritou.

Com o clima interrompido, as duas se olharam suadas, com os cabelos colados ao rosto e caíram na risada. Quanto mais se olhavam, mais riam e demoraram um bom tempo até se recuperarem.

- Seu batom tá todo borrado – Taylor disse enfim.

- E seu cabelo todo bagunçado – Laura devolveu.

As duas mulheres foram até o banheiro se recompor. Foi só depois de retocarem a maquiagem e arrumarem os cabelos novamente que conseguiram iniciar uma conversa decente:

- Lau, para de me maltratar. O que você tava fazendo aqui sozinha com eles?

 - Pelo amor de Deus, Tay. Ainda essa história? – a morena revirou os olhos, mas enfim decidiu esclarecer aquilo de uma vez por todas: - Matt estava passando mal, os banheiros lá embaixo estavam ocupados, Pablo estava todo atrapalhado tentando cuidar dele e eu os trouxe para cá. Vim retocar minha maquiagem, eles se viraram lá no banheiro do corredor e quando fomos descer, eu achei melhor amparar o garoto antes que ele saísse rolando escada abaixo. Satisfeita?

- Foi só isso mesmo? Porque não me disse antes?

- Tava brava contigo porque tá bebendo demais. De novo...

- Já parei – Taylor disse envolvendo a namorada em um abraço apertado.

- Agora me conta o que você e o Jerry estavam conversando – Laura perguntou quando a loira se afastou um pouco.

- Ok... acho que ele realmente estava dando em cima de mim.

- Taylooor

- E ele tava comendo meus peitos com os olhos. Mas eu não tive culpa. Tratei de falar no seu nome para ver se ele se tocava.

Foi a vez de Laura a pegar de surpresa e empurrá-la até a parede mais próxima. Segurando Taylor pelos cabelos com uma das mãos, enquanto a outra agarrava um de seus seios, Laura falou em seu ouvido:

- Você é minha, tá ouvindo? Você é minha... e experimenta ficar novamente sozinha em um canto com quem quer que seja pra ver o que faço com você. Continua me provocando, Taylor Schilling... – como se quisesse demonstrar que estava falando sério, ela deu uma mordida no lábio inferior da loira.

- Porra Laura... doeu – Taylor desvencilhou-se e foi até o espelho ver o tamanho do estrago.

- É pra doer mesmo. E vamos descer antes que mais alguém venha nos buscar – Laura arrematou dando um tapa na bunda da namorada.

No corredor, já de mãos dadas e em paz, Taylor lembrou de contar sobre Natasha.  As duas mais uma vez caíram na gargalhada e prometeram pegar no pé dela mais tarde.

- Essas meninas são doidas. Você viu a confusão que Samira se meteu? – Prepon perguntou.

- Não... que horas foi isso?

- Tem um tempinho já. Quase saiu briga.

- Mentira? Me conta – Taylor dava pulinhos feito criança empolgada pra saber da fofoca.

- Pelo que eu entendi, ela tava dando em cima de uma das cabeleireiras. E a mulher parecia estar gostando. Só que ela também estava saindo com um dos câmeras. Aquele de barbicha ruiva... você sabe quem é, não sabe?

- Sei.., mas acho que nunca ouvi a voz daquele homem. Ele é tão tímido...

- Tímido...pois sim. Ele ficou bravo porque Samira estava dando em cima da mulher dele, essas foram as palavras que ele usou, e quis tirar satisfação com ela. Por sorte os colegas dele perceberam o que ia acontecer e conseguiram impedir antes que Jenji visse o tamanho da encrenca.

- Caramba, essa eu perdi. Samira está bem?       

- Sim, ela só soube do perigo que corria depois que um dos amigos já tinha levado o cara embora. E o pior, ele saiu gritando o nome da garota, dizendo que ela tinha de ir embora também e ela respondeu que não ia de jeito nenhum.

- E depois as loucas somos nós? – Taylor ainda não conseguia segurar o riso.

Ainda de mãos dadas, as duas voltaram para a área externa. Já passava da uma da manhã e alguns dos convidados começavam a ir embora. Prepon foi checar se a empresa de transportes estava preparada e só quando teve certeza de que todos seriam devidamente levados a seus hotéis, ela foi à procura das meninas. Ficou ali com elas bebendo e rindo, mas a todo momento era interrompida por alguém que queria se despedir.    

        

Cerca de uma hora e meia depois, os convidados restantes eram somente aqueles mais íntimos e as meninas assumiram o equipamento de som, expulsando o DJ. Com elas responsáveis pela música, o fim da festa ficou ainda mais animado.

Dascha, Dannie e Adrienne assumiram a pista de dança e criando coreografias que só elas eram capazes de executar, tentavam arrastar as outras garotas para fazer o mesmo. Até Taylor se arriscou e Laura olhava a namorada dançando tentando acompanhá-las de forma toda desajeitada e achava lindo assim mesmo.

Até Jodi e Terasa se renderam e nessa hora Prepon não conseguiu fugir mais, teve de ir dançar também. Com um clima tão alegre e divertido tomando conta do ambiente, a morena não podia estar mais feliz.

Sentindo-se exausta, Laura enfim se jogou em uma das poltronas ali perto. Logo em seguida, Taylor se aproximou.

- Vem cá – a morena a chamou para seu colo.

- Tem certeza? Você deve estar cansada.

- Estou. Mas quero você aqui.

Schilling não precisou ser chamada uma segunda vez. Tudo o que queria naquele momento era ficar agarrada com a namorada um pouquinho. Com tanta coisa acontecendo, passaram a maior parte do tempo afastadas.

As duas estavam tão absortas na troca de beijos e carinhos, que demoraram a perceber que estavam sendo observadas pelas garotas.

- Ah... não fiquem tímidas – Jackie falou quando elas ficaram vermelhas ao ver que eram o centro das atenções.        

- Tímidas? Dannie disse que elas estavam transando lá em cima no meio da festa. Isso é timidez? – Lyonne deu o ar da graça.

- Natasha Lyonne, acho bom você ficar quieta.

- O que aconteceu que eu não tô sabendo? – Yael desconfiava da troca de olhares entre Natasha, Laura  e Taylor.       

- Não aconteceu nada Yael. Vou buscar algo pra beber. Alguém mais quer? - a pequena mulher tratou de escapar depressa dali.

Com Natasha já esquecida Taylor ia levantando, mas Laura não deixou.

- Fica aqui, bebê.

Vendo a cena, Laverne foi a primeira a trazer o assunto à tona:

- Quanta mudança em um ano! Alguém lembra como Taytay estava na festa do ano passado?

- E como esquecer? A menina passou metade da festa ansiosa esperando a senhorita Prepon e a outra metade decepcionada com a ausência dela – Selenis foi totalmente sincera.

Taylor ficava envergonhada quando aquelas lembranças surgiam.       

- E eu tive a infeliz ideia de achar que ela sabia que Laura não iria e acabei fazendo-a chorar – Diane também não parecia ter esquecido os detalhes – Desculpa Prepon, mas todas nós te xingamos horrores por ter feito isso com ela.

Prepon tinha vontade de morrer a cada vez que ouvia as meninas contando como a namorada havia ficado.

- Como eu ia saber que essa mocinha aqui já gostava tanto de mim? Ela era um bichinho do mato. No início mal falava comigo. Eu cheguei a pensar que ela não me suportava.

- Você era muito metida – Schilling implicou – Eu tinha medo de você.

- E olha no que deu esse medo...         - Adrienne apontava as duas mulheres com os corpos unidos e todas riram.

- Laura, sempre gostei de você... mas tenho que admitir que depois que voltou de Paris e passou a andar mais com a Tay... você ficou muito mais solta, mais divertida, mais relaxada. Parecia outra pessoa – agora era Laverne quem falava – E depois que assumiram o namoro então, a felicidade de vocês é notada de longe.

- Ei, tô começando a ficar sem graça – Laura confessou e realmente era verdade – Mas vocês tem razão. A Tay mudou minha vida pra melhor. Eu amo demais essa garota.

- Ahhhh – um coro de vozes se formou ao ouvirem as palavras da morena.

Schilling corou na mesma hora e preferiu retribuir a declaração com um beijo apaixonado.

As atrizes ainda continuaram conversando por muito tempo e só começaram a ir embora quando viram Schilling brigando com o sono, a cabeça apoiada no ombro de Laura. Já era perto de quatro da manhã.

Nem todas porém, se foram. Samira, Dascha e Taryn estavam um tanto quanto altas e ficou decidido que elas acabariam dormindo ali mesmo, nos quartos de hóspedes junto com Natasha, Uzo, Yael e Danielle.

Com muito custo, Prepon conseguiu convencer Taylor a se recolher enquanto ela se encarregava de acomodar todas as meninas de maneira confortável.

        

Schilling precisava de um banho e ficou um longo tempo no chuveiro, na esperança de que Laura aparecesse e se juntasse a ela. Depois de tanto esperar, desistiu. Saiu do banho, penteou os cabelos, escovou os dentes e vestiu uma das camisetas da namorada. Amava dormir com o cheiro dela.

Mas foi só deitar na cama para o sono desaparecer por completo. Faltava alguém a seu lado.

Sabendo que seria impossível dormir sem que Laura também viesse, Taylor resolveu ir atrás dela. Ao sair para o corredor viu as luzes apagadas e estranhou. Pelo silêncio, as meninas já tinham se recolhido também. Não conseguindo acreditar que Laura tinha descido de novo e provavelmente estava arrumando alguma coisa que não devia, Schilling pôs-se a descer as escada. Quando estava no meio dela, ouviu vozes vindas da sala. Aparentemente só Lyonne e Prepon estavam ali conversando.

Pensando em surpreendê-las, Taylor continuou a descida em silêncio e sem querer passou a prestar atenção no que estava sendo dito. Curiosa com as palavras que ouvia, ela acabou sentando nos últimos degraus para escutar melhor a conversa que se desenrolava, embora soubesse que estava errada em fazer aquilo.

No entanto, a loira não ficou muito tempo parada ali. O pouco que ouvira já era suficiente. E na ponta dos pés ela voltou a subir os degraus em direção ao quarto.