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História Apenas Ela - Surpresa!


Escrita por: DanyPS

Notas do Autor


Olha quem conseguiu aparecer esse ano ainda!!
Fiquei fora alguns dias, mas li cada um dos comentários. Só não deu pra responder, me perdoem. Como o tempo tá curto achei melhor me dedicar à escrever a continuação da estória porque a maioria se mostrou muito ansiosa.

Pra compensar a ausência, esse veio um pouco mais longo.

E as senhoritas parem de dizer que estou judiando de vocês no fim dos capítulos porque sempre dou uma dica do que vai acontecer. Nem sempre é muito explícita, mas dá pra imaginar...
Eu sou muito frouxa com vocês, isso sim. kkkkkk
Por exemplo, só adiantei o capítulo passado pra sair antes do Natal porque algumas de vocês me deixaram culpada dizendo que Laura e Taylor não podiam passar esse período brigadas. Conseguiram me sensibilizar e por isso no final deixei mais ou menos claro o que ia rolar pra dar um pouco de esperança e acalmar os coraçõezinhos sofridos durante essa ausência. E em troca tenho que ler que estou maltratando vocês???

Brincadeiras à parte, nunca vou me cansar de agradecer o carinho e o incentivo que sempre demonstram.

Obrigada, obrigada, obrigada.

Capítulo 37 - Surpresa!


Taylor Schilling estava parada na porta de seu apartamento completamente zonza. Ela não sabia se essa tontura ainda era efeito do jejum prolongado ou em decorrência do susto ao ver aquele quadro bem ali à sua frente.

Natasha estava de quatro, do outro lado do corredor, catando o que pareciam ser pedaços de vidro que estavam espalhados pelo piso de mármore. A cara dela era de quem tinha feito uma grande travessura. Já Laura, que a princípio sustentava uma expressão desolada enquanto olhava para os cacos, foi aos poucos sendo dominada por uma atitude de irritação extrema. Taylor reconhecia aquelas reações da morena de longe. O barulho não chamara a atenção da loira somente; outros dois vizinhos, que moravam na extremidade do corredor onde o aparente acidente ocorrera, também tinham vindo ver o que havia acontecido.

- Merda, Tasho... falei pra ter cuidado. Não acredito que você derrubou meu cavalo – a voz de Prepon confirmava a irritação que Taylor já havia detectado.

- Calma aí, Ruiva. Eu não tive culpa, escorregou da minha mão – enquanto falava, Lyonne continuava tentando juntar os restos do que Taylor sabia agora ter sido um cavalo – Porra, eu não sabia que ele era tão pesado. Mas também não precisa desse desespero todo. Eu compro outro pra você.

- Eu não quero outro. Essa era uma peça única, de coleção. Merda, eu não acredito. Por que você tem sempre que ser tão desastrada? – foi a vez de Laura também se abaixar e começar a recolher os cacos, como se ainda pudesse salvar alguma parte.

- Não reclama. Ainda estou fazendo muito em te ajudar. Ninguém mandou enlouquecer de uma hora para outra. E ainda me coloca junto nessa furada. Mal agradecida do cacete – Lyonne resmungava.

Um dos senhores, que também olhava aquelas duas malucas catando cacos de vidro no chão, resolveu se pronunciar:

- Olá, está tudo bem?

- Oi... desculpa – Laura ficou claramente sem graça – Está tudo bem sim. Foi só um descuido da minha amiga aqui. Mas pode deixar que nós vamos limpar essa bagunça toda. Não vai sobrar um pedacinho de vidro sequer.

- Vocês se cortaram? – o homem parecia preocupado.

- Não, fique tranquilo. Nós saímos ilesas. O único que se machucou foi o pangaré que passou dessa pra melhor – Lyonne arriscava seu pescoço tentando fazer piada com a situação.

- Estão de mudança? Precisam de ajuda com suas coisas?

Taylor estava tão surpresa acompanhando os movimentos de Laura e Natasha e depois a conversa com o vizinho, que só então percebeu várias caixas em frente à porta do elevador e duas malas encostadas na parede. Puta que pariu... aquilo era delas? O que as duas estavam aprontando dessa vez?

- Ela está de mudança – Natasha foi logo apontando a morena – Aliás Laura... que forma inadequada de conhecer seus novos vizinhos, hein?

O olhar de Laura foi mortal, mas Lyonne continuou conversando com o senhor idoso que parecia estar se divertindo com a cena:

- Laura é uma boa garota. E vai ser uma ótima vizinha. Esqueça essa primeira impressão ruim que ela tá causando.

- Obrigada Sr... – Prepon decidiu tomar conta da situação e deixou a frase no ar para que ele se apresentasse.

- Anderson. E essa aqui é a Sra. Fisher – o homem apontou para a vizinha do apartamento ao lado do dele e que até o momento não tinha soltado um pio. A expressão dela não era tão amigável quanto à do Sr. Anderson.

- Bem, prazer... sou Laura Prepon – a morena se dirigiu aos dois simultaneamente – Mais uma vez peço desculpas pelo transtorno que causamos.

Foi só nesse momento, quando finalmente resolveu se levantar do chão e olhar na direção do apartamento de Taylor, que Natasha notou sua presença. Um largo sorriso tomou conta de seu rosto enquanto ela dizia:

- E aí Taylor Schilling, tudo bem? - virando-se em seguida para Prepon, ela avisou: - Ruiva, fomos descobertas. Agora é contigo.

Ao ouvir o nome da namorada, Laura levantou-se rapidamente e ficou olhando-a com uma expressão indecifrável. Taylor também só conseguia olhá-la e nada mais. Ficaram assim, se encarando de longe sem nada dizer, por longos segundos.  Obviamente foi Natasha quem quebrou aquele clima, não aguentando mais o silêncio que se instalara:

- Ei, vamos deixar para continuar essa batalha lá dentro que a nossa cota de vergonha pública já tá suficiente por hoje, mocinha? – ela se dirigia à morena ao dizer isso.

- Alguém pode me dizer o que isso significa? – Schilling pronunciou-se pela primeira vez. Para sua sorte, a tontura havia passado.

Arrastando as duas malas de rodinhas atrás de si, a morena atravessou o corredor e passou por Taylor. Foi só depois que já estava dentro do apartamento que ela abriu a boca:

- A Natasha vai precisar de uma vassoura e uma pá pra limpar aquela sujeira que ela fez. Ainda não acredito que ela quebrou meu Mustang. Ele me acompanha há mais de dez anos, era de estimação – o modo irritado de Prepon havia voltado com força total.

Lyonne entrou logo atrás carregando uma das caixas e deixando ali mesmo no chão do corredor de entrada, enquanto Schilling assistia boquiaberta aquela movimentação das duas.

Laura deixou as malas no meio da sala e foi até a cozinha. Voltou com a pá e a vassoura:

- Vai limpar aquela merda, anda. E vê se toma cuidado e não deixa um caquinho de vidro sequer por ali. Ou você pode ser processada se alguém se cortar.

- Você adora dar ordens hein? Por que não limpa você mesma se quer perfeição? – Natasha a questionava com as mãos na cintura.

- Porque você que fez a lambança.

- Mas o cavalo é seu. Não vai querer fazer o enterro do coitadinho você mesma?

- Natashaa... limpa aquilo lá. Eu vou pegar as outras caixas.

- Eiiii – Taylor elevou a voz – Vocês vão continuar com essa invasão ao meu apartamento e agindo como se eu não estivesse aqui? É isso mesmo?

- Tô indo limpar a lambança que eu fiz – Lyonne fugiu rapidamente para o corredor.

- Laura, tô esperando...

- Tá esperando o que, Taylor? Não parece óbvio? – a morena passava as mãos pelos cabelos demonstrando todo o seu nervosismo – Você não queria que eu viesse pra cá? Com tudo? Pronto, tô aqui. Agora não tem mais do que reclamar.

- Reclamar? Laura, você me ignorou o dia todo ontem. Eu disse que precisava falar com você, te ver. Você não me atendeu, não respondeu minhas mensagens. E agora aparece aqui desse jeito?

- Pois é... Eu vou te dizer uma coisa, eu acho de verdade que você é uma bruxa. Aliás, tenho certeza disso – a morena não conseguia ficar parada enquanto falava – Saiu lá de casa no sábado batendo a porta e me deixou falando sozinha, feito uma idiota. E ontem resolveu que precisava de mim? Porra, Taylor...você sumiu por quase uma semana. Me ignorou, fugiu...tudo por conta de uma conversa mal interpretada.

- Desculpa, eu errei. Admito que eu errei. Sei que tá brava...

- Brava? Eu tô puta da vida com você, isso sim. Minha vontade é de apertar o seu pescoço.

- Oi... as mocinhas podem diminuir o tom? Dá pra ouvir lá de fora a gritaria – Lyonne voltara com os restos mortais do cavalo reunidos sobre a pá.

- Agora não, Natasha... – Laura falou ainda mais alto que antes.

- Ok. Não sou eu que moro aqui mesmo – a pequena mulher deu de ombros. Procurou a lata de lixo na cozinha, despejou tudo lá e voltou rapidamente para o corredor – Vou trazer o resto das coisas.

Taylor estava mais confusa a cada minuto que se passava. Decididamente Laura Prepon enlouquecera. Lyonne estava certa em seu diagnóstico. 

- Se você tá com tanta raiva de mim assim por que veio pra cá? - a loira perguntou vacilante. Estava começando a ficar com medo do mau humor mortal da namorada.

- Eu não sei Taylor. Você é quem tem que me explicar qual foi o feitiço que jogou em cima de mim. Não consegui descansar, dormi mal... suas malditas mensagens de arrependimento não saíram da minha cabeça.

Schilling estava tentando entender tudo aquilo que Laura estava despejando, mas ficava cada vez mais difícil.

- Isso quer dizer que você vai ficar aqui?

- E pra onde mais eu iria? Não consegui ir para minha mãe, não consegui ir pra casa da Tasho – Prepon falava como se não houvesse opções para ela – Não consegui, você entende?

- Acho que não – a loira respondeu baixinho, porque realmente não entendia.

- Eu sei que isso não vai dar certo. Vamos nos matar aqui dentro. Depois não diga que não te avisei. Mas você ficou toda magoada, achando que não gosto de você...

Lyonne entrou mais uma vez no apartamento, dessa vez arrastando duas caixas:

- Só tem mais uma ali fora. A mais pesada – ela anunciou.

- Eu pego – Laura falou e saiu.

Taylor aproveitou o momento a sós para questionar Natasha:

- Laura vai ficar aqui mesmo? É sério?

- Ela parece estar brincando? – Lyonne devolveu a pergunta.

Eu acho que deveria ficar feliz com isso, mas pra falar a verdade eu tô morrendo de medo. Ela parece uma fera.

- Pra você ver o que eu tô tendo que aguentar desde cedo. Ela fica resmungando, te xingando... dizendo que você é uma feiticeira – Lyonne segurava o riso.

Laura voltou com a caixa deixando-a junto com as demais.

- Podemos sentar agora? E conversar de forma civilizada? – Schilling perguntou.

Natasha caiu na gargalhada.

- O que foi? – Taylor estava começando a achar que a doida ali era ela. A cada momento as coisas ficavam mais estranhas.

- Não acabou não loirinha. Ainda tem o dobro disso lá embaixo na van.

- Pelo amor de Deus, que van?

A que eu peguei emprestada com um amigo para ajudar essa doce criatura na mudança.

- Laura... você não disse que era pouca coisa? - por mais receosa que estivesse, Schilling olhava para Prepon como que cobrando uma explicação.

- Não é muita coisa mesmo – Prepon tentava se defender – E você nem ouse reclamar porque não tem esse direito. Vai ter que caber tudo que é meu aqui dentro. Quem mandou ficar com ciúme de eu levar pra casa da Tasho?

Natasha soltou outra gargalhada. Ela não escondia mais o quanto estava achando aquela situação divertida.

- Vou descer. As donzelas podem me ajudar pra acabarmos com isso logo? – Laura tratou de mudar o assunto.

As três ficaram mudas no elevador.

Quando Taylor viu a van carregada com mais malas e caixas, ficou sem reação. Estava difícil acreditar que Prepon realmente levara todas as suas coisas para o apartamento dela. Seria por pouco tempo, ok. A loira sabia que Laura trataria de achar um novo lugar para morar urgentemente. Mas já começava a processar a ideia de que passariam um tempo morando juntas até que isso acontecesse e uma excitação brotava em seu peito.

Elas passaram a próxima meia hora transportando os objetos até a casa de Taylor. Laura aparentemente tentava descarregar toda a sua frustração naquele serviço braçal. Vez ou outra resmungava qualquer coisa ininteligível.

Schilling não quis arriscar e preferiu ficar um pouco para trás durante aquela operação. Lyonne fez o mesmo, com isso evitaram subir e descer no mesmo elevador que a morena. E assim puderam conversar um pouco, mesmo que entre sussurros. Estavam com medo da fúria de cabelos pretos.

- Tasho, eu tô ficando preocupada. Ela parece estar odiando ficar aqui em casa. Não entendo...

- Ela tá em choque ainda com a decisão que tomou, Tayloface. Passou o caminho todo repetindo que não acreditava que ia fazer isso. Que sabia que ia se arrepender...

- Mas o que aconteceu? Ela não ia pra sua casa?

- Sim, foi o que combinamos. Passei o sábado ajudando ela a encaixotar as coisas. E a ruiva contou que você esteve lá mais cedo, que brigaram pela milésima vez e tal... – de repente, como se lembrasse de uma informação importante, Natasha mudou o tom – Porra, loirinha. Que história é essa que você ouviu nossa conversa pela metade e entendeu tudo errado? Passou uma semana fazendo esse drama todo só por causa disso? Não foi capaz de vir conversar comigo... qual é a tua? Não confia mais em mim?

- O problema não era você. Eu fiquei magoada com as coisas que ouvi. Pareceu que estavam agindo pelas minhas costas. Não gostei de saber que Laura se sente à vontade para falar com você coisas que ela não fala comigo.

- Mas ela ia falar. Você não deu tempo. Saiu correndo...

- Agora eu sei disso. Devo desculpas a você também. Isso tá ficando chato já, toda hora tenho que me desculpar com alguém.

Naquele instante elas cruzaram com Prepon, que saía do apartamento para buscar uma nova leva de caixas enquanto elas entravam com as malas que vinham arrastando.

- O papo tá bom? – a morena perguntou ironicamente.

- Tá sim, estamos falando de você – Natasha entregou sem qualquer preocupação.

- Não provoca Tasho, por favor. Vai ser difícil amansar a fera – Schilling suplicava – Mas continua... por que ela mudou de ideia?

- Isso eu não entendi direito. Perguntei se ela queria que eu voltasse ontem, ela disse que não precisava. Apareci lá hoje no horário combinado com a van... O corretor já estava no apartamento com ela, praticamente expulsando-a. Parece que ela estourou o prazo que a imobiliária deu – entraram de novo no elevador e Lyonne continuou: - Quando cheguei lá, percebi que ela tava muito irritada. Ela disse que não conseguiu dormir, que você perturbou ela a noite inteira, que queria deixar ela maluca... Ela tava tão doida que praticamente obrigou o pobre do homem a ajudar a gente. Imagina o cara de terno e gravata carregando caixas e malas pra dentro da van. Meu palpite é que ela só fez isso pra se livrar dela de uma vez por todas.

- Vocês são loucas – Schilling estava abismada com o relato, imaginando a cena em sua mente.

- Eu não... ela – Lyonne fez questão de frisar – Bem... enfim enchemos o carro e toquei pro meu prédio. Avisei que consegui dois caras que trabalham lá pra ajudar a gente a subir com tudo. E aí... -  ela fez uma pausa dramática – Laura endoidou de vez e no meio do caminho disse que era pra eu mudar a rota e vir pra cá. Assim, do nada. No começo eu achei que ela tava brincando, mas logo percebi que era sério e preferi não contrariar.  E ela lá murmurando... que tava procurando encrenca, mas que não conseguiria ir pra outro lugar que não fosse a sua casa. O resto você assistiu ali no seu corredor.

Taylor não falou mais nada e elas subiram com o que finalmente era o último carregamento.

Assim que entraram no apartamento e largaram as últimas caixas no meio da sala, Schilling voltou e fechou a porta definitivamente. Laura estava sentada no sofá de cabeça baixa, o rosto parcialmente encoberto pelos fartos cabelos negros. A morena parecia esgotada e isso deixou o coração de Taylor pequenininho.

- Lau, posso chegar perto ou vou apanhar se fizer isso?

Prepon nem se mexeu. Lyonne encorajou a loira a prosseguir com um gesto de cabeça. Aproximando-se Taylor sentou ao lado da namorada.

- Você tá sentindo alguma coisa?

- Cansaço – Laura respondeu e Schilling achou que aquilo já era um avanço.

Sentindo-se encorajada, Taylor começou a acariciar os cabelos da morena.

- Eu sei que ainda tá com raiva de mim e sei também que tá cheia de razões pra isso – ela chegou ainda mais perto antes de prosseguir: - Só espero que isso passe logo, porque quero poder te abraçar, te beijar e dizer o quanto estou feliz por você estar aqui.

- Você é doida... – a morena falou baixinho, mas Schilling escutou.

- Eu?  - a loira conseguiu dar seu primeiro sorriso sincero daquele dia e optou em não contrariar a mulher que tanto amava – Amor, pra variar as coisas com a gente sempre acontecem de forma confusa e intempestiva. Mas tem dado certo até agora, não tem? Vamos fazer o seguinte, descansa um pouco que eu e a Natasha levamos isso tudo pro quarto de hóspedes. Vai ficar entulhado lá, mas dá...

- Sempre sobra pra mim. Vocês sabem que ninguém no mundo faria o que eu faço por vocês, não sabem?

- Não enrola Tasho – Taylor voltou a falar com a morena:- Lau, quais as malas que você vai querer desfazer enquanto estiver aqui?

- Oi? – depois de longos minutos um tanto quanto apática, a morena voltou a reagir.

- Não sabemos quanto tempo vai levar para você achar um novo apartamento. Eu espero que demore – a loira deu uma piscada - Mas não precisamos desembalar tudo. Assim dá menos trabalho quando tiver que transportar de novo. Podemos deixar no meu quarto só as roupas que você usa mais. Eu arrumo um espaço lá pra você.

- Taylor Schilling, você tá de sacanagem com a minha cara? – Laura levantou-se abruptamente.

- Você é lerda demais, loira – Natasha fazia cara de quem não acreditava no que ouvia.

- Eu não estou aqui de passagem, Taylor. Você não entendeu? Não vou mais procurar merda de apartamento nenhum. Até porque não existe um lugar decente disponível nessa cidade e eu procurei. Natasha tá de prova – Prepon olhou a amiga como que buscando confirmação e prontamente obteve retorno – Eu vim pra ficar. Só saio daqui agora no dia que você não aguentar mais e me expulsar. Quer morar junto? Vamos morar juntas...

- Merda, Laura – foi a vez de Schilling levantar-se em um pulo e começar a andar de um lado pro outro – Você tá vindo pra cá de vez? Pra ficar... tipo... sem prazo definido? Porque só me falou isso agora? Eu achei que você simplesmente tinha aceitado vir pra cá ao invés de ir pra casa da Natasha.

- Puta que pariu... você não me diga agora que desistiu. Eu mato você, Taylor Jane. Se disser que não me quer aqui, eu mato você – Prepon gritava.

- Caralho, a loucura só fica melhor – Natasha estava no meio de uma crise de riso, mas nenhuma das duas parecia notar. Ela então pegou o celular e começou a filmar a comédia que assistia bem ali na sua frente.

Taylor ainda andava pra lá e pra cá. Todo o nervosismo da morena parecia ter sido transferido para o corpo da loira.

- Laura... – ela não conseguiu continuar e tentou de novo - Laura...

- Laura o que? Para de repetir o meu nome e fala o que tá pensando, pelo amor de Deus. Mas eu vou logo dizendo que não vou embora. Não vou. Se vira, arruma lugar pras minhas roupas, meus sapatos, minhas coisinhas...

- Isso é muito sério – Schilling enfim conseguiu formar uma frase, mesmo que curta.

- Ah, não me diga – Prepon deu uma risada debochada – Era isso o que eu estava tentando explicar pra Natasha quando você decidiu agir às escondidas. Que somos duas bombas relógio e que era melhor irmos com calma. Mas quer saber? Agora já foi. Estou aqui e vamos viver essa experiência.

- Agora quem precisa de um tempo pra administrar essa informação sou eu.

- Natasha, para de filmar... cacete!! – a morena tentou tirar o celular da mão da amiga, mas Lyonne foi mais rápida e conseguiu desviar.

- Isso tem que ficar guardado na eternidade. Vocês não tem noção de como são maravilhosamente loucas juntas.

Taylor se jogou em uma poltrona, Laura foi pro sofá.

Silêncio. Um longo silêncio.

- Gatinhas, que tal sairmos pra almoçar? Assim os ânimos se acalmam... Estou começando a ficar com fome e imagino que nenhuma das duas tenha se alimentado direito hoje ainda – Natasha não aguentava calmaria por mais de um minuto sequer.

Somente Laura respondeu e mesmo assim, só depois de um tempo:

- Eu não quero sair. Prefiro cozinhar. Me desestressa.

A morena foi até a cozinha, abriu armários e a geladeira. Não precisou de muito para chegar a uma conclusão óbvia:

- Taylor... não tem comida decente nessa casa né? Eu queria fazer algo simples, mas sem ingredientes básicos fica difícil.

- Olha, vamos fazer o seguinte... escreve aí o que precisa e eu vou no mercado comprar. Serei rápida, prometo – Lyonne sugeriu.

Laura achou que essa era uma ideia aceitável. Melhor do que se enfiar em um restaurante aquela altura e com aquele clima.

Schilling continuava sentada, pensativa.

Natasha pegou a lista e antes de sair pediu:

  Por favor, amores da minha vida... tentem continuar vivas. Pelo menos até eu voltar.

A morena conseguiu sorrir. A loira também.        

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- E então? – Prepon perguntou para Taylor assim que Lyonne fechou a porta – O que faremos?

- Preciso de um banho – Schilling levantou-se e foi andando em direção a seu quarto.

Laura não conseguia acreditar na reação da namorada. Mas que inferno! Não fora ela que a encheu de mensagens e ligações no dia anterior? Não fora ela que disse que queria dormir e acordar a seu lado todos os dias? Não fora ela que dizia acreditar que daria certo elas morarem juntas sim e que o medo de Prepon era infundado? Então que reação de merda era aquela agora? Se arrependera em tão pouco tempo? Ou será que só sugerira aquilo porque pensou que Laura jamais aceitaria?

- Taylor, estou falando contigo – a morena foi atrás dela.

- Agora não, Laura. Preciso de uns minutos sozinha e de um banho relaxante – a loira entrou em seu quarto e teve a audácia de fechar a porta.

Laura sentiu a raiva ressurgindo com força total ao ser deixada do lado de fora do corredor.

- Agora não, uma ova. O que você tá pensando? – Prepon abriu a porta com força e encontrou Schilling no meio do quarto retirando o short que usava.

Vendo a loira com uma calcinha bem pequena, Laura não sabia se concentrava a atenção no que viera discutir ou no fino pedaço de pano. Achou melhor focar no rosto de Schilling:

- Quem você acha que é pra me deixar falando sozinha? – a morena gritou indo pra cima de Taylor.

- Fica onde você está e para de gritar comigo. Chegaaaa – foi a vez da loira se exaltar – Tá parecendo uma doida varrida desde que chegou. Eu vou tomar um banho sim e você vai me esperar calminha na sala – a loira virou de costas e tirou a camiseta.

Foi o golpe final no juízo de Laura. Ver Taylor só de calcinha e sutiã bem ali à sua frente fez com que ela esquecesse todo o tormento daquela última semana.

- Ah tá que vou ficar te esperando na sala. Sonha, bebê – a morena rapidamente encurtou o espaço existente entre elas e agarrando a loira por trás, a pegou pela cintura e levou-a até a cama.

- Me solta Laura... – Schilling tentou se desvencilhar, mas já era tarde. A morena a jogou de costas na cama e pegando a loira totalmente desprevenida, conseguiu montar nela sentando sobre suas coxas.

- Sai de cima de mim – Taylor gritava tentando empurrá-la.

- Ei, fica calminha aí – Prepon a segurou pelos pulsos, mantendo-os presos um de cada lado do corpo.

- Você enlouqueceu de vez, eu vou gritar.

- Mais do que já tá gritando? Fica caladinha Tay – o plano da morena estava agora bem definido em sua mente e aqueles berros em seus ouvidos não fazia parte dele.

- Não é desse jeito que vamos resolver as coisas, eu quero sair daqui... – a loira ainda tentava se mexer, mesmo imobilizada.

- Eu pedi pra calar a boca com educação, você não quer... terei de usar outros métodos.

Com um sorrisinho sacana, Laura foi aproximando seus lábios dos de Taylor até uni-los completamente. Quando se certificou que a loirinha parara de se debater, ela chupou seu lábio inferior e depois o prendeu de leve entre seus dentes.

- Bem melhor assim. Não aguentava mais ficar sem essa boca – Laura se afastou um pouco para conseguir pronunciar essas palavras de maneira sussurrada.

Ao aproximar-se novamente para um beijo mais profundo, Schilling foi mais rápida que a morena e deu uma mordida nada leve em seus lábios. Prepon viu estrelas. Com a dor, ela soltou as mãos Taylor e apalpou a parte interna da boca para ver se estava sangrando.

- Sua filha da puta – Laura a xingou quando viu o sorriso de satisfação que agora dominava o rosto da loira – Quase me tirou sangue.

- Da próxima vez eu faço sangrar mesmo para você aprender a falar comigo direito.

Nessa hora foi a vez de Taylor pegar Laura desprevenida e como já não estivesse mais imobilizada, ela conseguiu erguer o tronco e ficar sentada na cama. Prepon continuava encaixada sobre suas pernas. Mas a loira não se importou, pois já não queria mais que ela saísse de cima de si. Agarrando-a pela nuca junto com alguns tufos de cabelo, Schilling disse em seu ouvido, não sem antes aplicar uma leve mordida em sua orelha:

- Tá achando que é tão mais forte assim que eu Laura Prepon? – o cabelo foi puxado com força ainda maior – Eu também sei intimidar quando quero. Eu também gosto de bater, não é só você.

Com a outra mão livre, Taylor deu um tapa um tanto quanto forte no lado esquerdo do rosto da morena.

A primeira reação de Laura foi o choque. Mas os olhos arregalados rapidamente foram substituídos por um olhar repleto de ameaça subentendida. Ela reassumiu o controle da situação e empurrou a loira para a cama novamente. Abriu os botões da blusa que usava e rapidamente livrou-se dela. Ajeitou-se, deitando sobre o corpo de Taylor e a beijou com tamanha voracidade que surpreendeu até ela própria. Dessa vez Schilling não ofereceu nenhuma resistência e as línguas se encontraram trazendo à tona toda a tensão sexual que tinha sido bloqueada naqueles dias. O beijo acontecia como se uma batalha estivesse sendo travada para definir quem teria a dominação final e quem seria subjugada.

Mesmo enquanto aquele atrapalhado encontro de bocas, lábios e línguas se desenrolava, Prepon conseguia perceber que o corpo da loira se remexia embaixo do seu, o sexo dela procurando contato com o corpo da morena. E quando conseguia, sem nenhum pudor, Schilling se esfregava com vontade em Laura.

Já prevendo o quanto a namorada estava excitada, Laura desceu a mão até sua coxa. Afastou a calcinha para o lado apenas o suficiente para ter livre acesso ao que lhe pertencia e disse no ouvido da loira:

- Eu espero que você esteja pronta – antes mesmo de terminar a frase, Prepon deslizou dois dedos para dentro de Taylor, entrando o mais fundo que podia.

O grito que a loira soltou preencheu todo o quarto. Prepon sabia que aquele grito era de prazer e não de dor, pois seus dedos estavam completamente encharcados com a umidade dela.

Sem conseguir falar mais nada e apenas arfando de prazer, a loira começou a movimentar os quadris, rebolando embaixo da Laura. Depois de algumas estocadas, Prepon cessou o vai e vem dos dedos e observou a loira abrir os olhos com uma expressão confusa.

- Não para...

- Eu não estou com pressa – retirando os dois dedos de dentro dela, Laura levou-os à boca um por um, lambendo todo o líquido ali contido – Você é deliciosa demais.

Os olhos da loira estavam vidrados observando o que a namorada fazia. Por isso ela teve nova surpresa ao sentir os dedos voltando pra dentro dela.

- Laaaauraaaa – o nome da morena saiu na forma de um longo gemido.

Mais algumas estocadas. Taylor movimentava-se contra a mão de Prepon e de novo os dedos foram retirados abruptamente.

- Merda!! Me fode sem parar. Eu tô ficando desesperada...

- Eu sei... Mas eu não podia te deixar sem provar essa delícia também – Prepon levou seus dois dedos até os lábios da loira. Ela prontamente abriu a boca e chupou com vontade o que a morena lhe oferecia, sentindo seu próprio gosto e elevando seu tesão às alturas.

Laura não resistiu e voltou a beijá-la com uma intensidade fora do comum. Foi só quando precisaram parar um pouco pra respirar, que Taylor conseguiu dizer:

- Tira toda essa roupa. Quero sentir você.

Prepon obedeceu às ordens sem pestanejar e enquanto tirava o tênis, a calça e suas roupas íntimas, Schilling se livrou da calcinha e do sutiã que ainda usava.

Estando as duas agora completamente nuas, Laura abriu as pernas de Taylor o máximo que conseguiu e se ajeitou entre elas. Decidida a matar de uma vez por todas a fome que sentia daquela mulher. Passando a língua por toda a extensão da boceta da loira, ela sentia seu próprio sexo se contorcer de prazer. Trabalhando firmemente no clitóris já inchado com lambidas, chupadas e leves mordidas, Prepon levava Schilling à loucura.

- Eu quero te chupar também – Taylor conseguiu dizer entre um gemido e outro - Eu preciso da sua boceta na minha boca.

Habilmente, Laura mudou de posição e em poucos segundos já trabalhava novamente no sexo de Schilling enquanto a loira passava a língua por sua entrada completamente úmida.

As duas mulheres se dedicavam a dar prazer uma a outra, ao mesmo tempo em que também eram retribuídas. Taylor foi a primeira a se aproximar do orgasmo e quanto mais Prepon o sentia próximo, mais fundo penetrava sua língua nela. E mesmo depois que ele veio, tomando o corpo da loira com fortes espasmos, a morena não tirou a boca do meio de suas pernas. Ela fazia questão de sugar cada gota do gozo de Schilling.

Apesar de sentir-se enfraquecida após o forte orgasmo que experimentara, a loira voltou a chupar Prepon com vontade. Enquanto a língua trabalhava no clitóris, ela deslizou um dentro para dentro da morena. Sentindo que a namorada se abria totalmente para ela, Schilling não demorou a introduzir um segundo e um terceiro dedo. Ainda inclinada sobre o corpo de Taylor, Laura se agarrava a suas pernas, tentando encontrar algum equilíbrio, mas isso era praticamente impossível sentindo-se totalmente preenchida daquele jeito. À medida que Schilling acelerava as estocadas, Prepon também acelerava os movimentos de seus quadris e não conseguiu prolongar aquela sensação maravilhosa por muito mais tempo. Logo, ela também gozava de forma intensa. E bem no meio de um dos melhores orgasmos da sua vida, Taylor deu uma mordida em sua virilha que a deixou completamente zonza de prazer.

- Chegaaaa – a morena se rendeu – Você vai me matar desse jeito.

Com muito esforço, Prepon conseguiu sair de cima dela e deitar a seu lado na cama. Nenhuma das duas conseguiu se mexer ou falar o que quer que fosse durante um período longo. A exaustão mental era ainda mais poderosa do que o cansaço físico.

Taylor foi a primeira a conseguir se recuperar. Apoiando o rosto em uma das mãos ela olhou dentro daqueles olhos verdes,  totalmente apaixonada.

- Maluca... doida... louca... desequilibrada... – a loira ia soltando aquelas palavras com um sorriso bobo estampado no rosto o tempo todo.

Laura sentia-se tão feliz que em nenhum momento ficou ofendida com os xingamentos. Pelo contrário, soltou uma de suas gostosas gargalhadas e agarrou Taylor puxando-a para cima de si.

- Você tem razão, eu devo ser isso tudo mesmo porque só assim explicaria o tanto que eu te amo, mesmo com todo o trabalho que você me dá – Prepon disse abraçando-a enquanto acariciava seus cabelos – Eu não sei onde estava com a cabeça quando me envolvi com você, Taylor Jane.

- Ah... para de drama. Você sabe muito bem onde estava... levando aquela sua vidinha hetero muito da sem graça, com aquele namorado chiclete que era insuportável de chato e se achando muito superior a todas nós. Zero emoção. Quem foi que trouxe um pouco de diversão pra essa sua vida tediosa?

A resposta de Laura foi um tapa bem dado na bunda da loira.

- Porra, Laura... esse ardeu.        Tudo isso é porque não gosta de ouvir verdades?

Outro tapa, ainda mais forte e estalado.

- Cacete, para... vai ficar vermelho.

- Você pode até ter razão, só que ainda merece uma surra pela palhaçada que armou essa semana. Minha raiva diminuiu, Schilling... mas ainda não passou totalmente. Prepare-se que vai ter mais.

Sabendo o quanto as ameaças daquela mulher poderiam se tornar realidade facilmente, Schilling tratou de levantar.

- Vem, vamos tomar um banho. E não podemos demorar porque se a Tasho pega a gente nessa situação, nós nunca mais teremos um segundo de paz na vida.

Laura riu e foi atrás dela no banheiro.

O banho foi realmente rápido, mas graças a Taylor que conseguiu resistir bravamente às investidas da morena debaixo do chuveiro.

        

Quando Lyonne voltou, elas tinham acabado de entrar na cozinha. Laura começava a caçar os raros ingredientes disponíveis que poderiam ser úteis, enquanto Schilling estava sentada no banco alto em frente ao balcão vendo a namorada movimentar-se por ali de forma tão graciosa.

Tá tudo aqui de acordo com o encomendado – Natasha já chegou mostrando as várias sacolas que trazia.

Olhando as duas mulheres, ela rapidamente entendeu o que havia acontecido.

- Vocês não sabem como estou orgulhosa das minhas meninas. Nunca me decepcionam.

Taylor a olhava como se ela estivesse falando grego.

Laura nem se dava a esse trabalho, continuava concentrada no que estava fazendo.

- Tudo que vocês precisavam era de uma trepada bem dada pra se acalmarem – as duas coraram ao ouvir a provocação de Lyonne – E mesmo que esses cabelos molhados não denunciassem isso, só o fato de estarem no mesmo ambiente sem gritos e sem caras fechadas já seria indício suficiente.

- Traz logo isso aqui e para de falar tanta besteira – Laura apontava as sacolas.

Com um sorriso de satisfação no rosto, Natasha foi até elas e fez questão de dar um beijo carinhoso em cada uma.

- Amo vocês, suas putas.

 

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As duas semanas seguintes foram de adaptação para o casal. Depois de todo aquele desespero inicial, Laura e Taylor decidiram se empenhar para que a nova etapa de suas vidas desse certo. E de certa forma isso foi estimulado pelo vazamento precoce da novidade na mídia, o que apenas fortaleceu a cumplicidade entre elas. As duas nem podiam reclamar do assunto ter se tornado público tão rapidamente, afinal a tal mudança não foi realizada de maneira nada discreta.

Assim que a notícia de que Laura Prepon e Taylor Schilling estavam morando juntas se espalhou, elas voltaram a ser bombardeadas de todos os lados: imprensa, fãs, curiosos, colegas... Dessa vez nem os amigos e a família tinham sido devidamente informados ainda, pois tudo acontecera de forma bastante repentina. Só que as duas já estavam experientes pelo que acontecera anteriormente e nem se deram o trabalho de negar porque não queriam repetir o mesmo erro. A cada vez que eram paradas por um paparazzi ou que seus agentes eram questionados por algum veículo de comunicação, elas se limitavam a dizer que era verdade e que estavam sim dividindo o mesmo teto.

E de novo, como quando assumiram que estavam namorando, logo o assunto passou a ser notícia antiga e outros escândalos mais bombásticos ganharam notoriedade.

É verdade que essa mudança de foco também aconteceu pelo início do período das festas de fim de ano. As pessoas estavam mais preocupadas em cuidar da própria vida naquela época.

Taylor já havia prometido ao irmão que passaria o Natal com ele e por mais que Laura quisesse muito estar com ela naquela data, sabia que não seria justo pedir à namorada que desistisse de seus planos. Os dias que ficaram longe foram de extrema tortura para elas e passaram praticamente o tempo todo conectadas através de mensagens e ligações. O momento que viviam era de romantismo extremo e quem as conhecesse somente agora jamais imaginaria as brigas terríveis que tiveram durante aqueles poucos meses de relacionamento.

  Para felicidade de Laura, Schilling aceitou passou o Ano Novo com ela e sua família. A loira ficou tão encantada com aquela convivência familiar, durante os três dias que passaram juntos, que muitas vezes precisou se refugiar em algum canto com lágrimas nos olhos. Ela sentia-se envergonhada por se emocionar tão facilmente frente a situações que para eles eram completamente naturais. Porém esse encantamento não foi unilateral. A mãe, os irmãos e os sobrinhos de Prepon amaram Taylor. Era a primeira vez que tinham oportunidade de conviver tão de perto com a namorada da morena e a doçura da loirinha os cativou irremediavelmente. O fato de Laura estar vivendo um relacionamento homossexual já era totalmente irrelevante aos olhos deles. E os membros mais extrovertidos da família não se privaram de deixar claro que preferiam Schilling a qualquer um dos namorados anteriores de Prepon.

 

Com toda essa agitação de final de ano, foi só no mês de janeiro que Taylor e Laura conseguiram se dedicar integralmente ao estabelecimento de uma rotina. O apartamento passou a ter uma nova cara com a contribuição de Laura. O closet de Schilling foi dividido com a morena e as peças menos utilizadas pelas duas foram deixadas no armário do quarto de hóspedes. A decoração da sala e do quarto também sofreu algumas modificações, nada radical.

O fato era que Taylor fazia de tudo para mimar e agradar a morena. Ela queria realmente que tudo desse certo e assumira para si a maior responsabilidade a fim de que isso acontecesse. Prepon percebia cada pequeno esforço da loira para que se sentisse à vontade e tomasse aquele apartamento como seu também. E tinha de confessar que estava amando todos aqueles cuidados. Nenhum passava despercebido, mas não fazia grandes alardes para que as coisas ocorressem naturalmente.

Laura, inconscientemente, sempre esteve na posição oposta. Sempre achou que era mais forte, mais responsável e mais equilibrada emocionalmente que Taylor e por isso assumia o rumo das coisas na maior parte das vezes. Mas naquele primeiro mês juntas, a situação se inverteu.

E alguns episódios dessa nova dinâmica entre elas ficariam eternamente marcados na memória da morena.

 

O primeiro exemplo disso ocorreu logo no início. Como ainda não estava totalmente por dentro da rotina diária da namorada, Prepon levou duas semanas para perceber um certo padrão: toda segunda, quarta e sexta Schilling ficava fora por mais ou menos três horas na parte da tarde. Ela sempre inventava uma desculpa qualquer e Laura acreditava. Mas no fim dessas duas semanas estava claro que a loira tinha alguma espécie de compromisso nesses dias e horários. Apesar da curiosidade, a morena decidiu por não perguntar nada e aguardar mais um tempo até que o mistério fosse desvendado espontaneamente. Confiava na namorada e sabia que qualquer que fosse a razão daquelas saídas, não seria nada que a desapontasse.

E Prepon tinha total razão. Mais duas semanas se passaram e em determinada noite, quando chegou em casa depois de uma reunião de trabalho, o segredo foi esclarecido.

Mal colocara a chave na porta, Laura sentiu um cheiro maravilhoso vindo de dentro do apartamento. Entrando, foi direto pra cozinha e viu Taylor mexendo no forno. Havia algo muito errado ali, desde quando a loira assava alguma coisa?

- Amor, o que tá fazendo?

- Ah, você chegou antes da hora – a expressão de Taylor era desolada.

- Sim... as coisas foram resolvidas mais rápidas do que eu esperava. E aí eu volto correndo pra casa pra ficar com minha namorada e sou recebida com essa cara de decepção?

- Desculpa – Schilling foi até ela e após um beijo longo continuou: - Tô preparando uma surpresa para você.

- Surpresa? De comer? - a morena foi espichando o pescoço tentando ver o que ela preparava.

- É... mas vai ter que esperar ficar pronto. Não falta muito. Pode tomar um banho com calma e quando voltar o jantar estará servido.

- Eu já te disse hoje o quanto te amo? - Laura abraçou Taylor e enfiou o nariz nos cabelos loiros aspirando o perfume doce que ela exalava.

- Duas vezes. Quando acordou e antes de sair de casa.

- É? Então já estourei a cota diária.

- Não... quero ouvir de novo – Schilling fez dengo.

- Eu te amo muitãoooo.

- Eu te amo mais ainda – a loira a apertou ainda mais forte, mas logo se desvencilhou dos braços da morena: - Merda... tenho que controlar o tempo. Vai lá, Lau. Não me atrapalha, anda.

- Nossa, o amor acabou rápido hein? 

Laura foi pro quarto rindo sozinha. Achou tão fofo o empenho da namorada em cozinhar pra ela que prometeu a si mesma comer tudinho e elogiar o sabor do prato que ela tinha inventado de fazer, por pior que ele pudesse estar.

Quando voltou para a sala a mesa estava posta e o vinho servido. Com um sorriso estampado nos lábios que derretia o coração de Prepon, Taylor apresentou seu cardápio: salada com mix de folhas, um molho a base de queijo e quiche de legumes, a fonte do cheiro maravilhoso que Laura sentira ao chegar. A aparência dos pratos era maravilhosa e a morena estava positivamente surpresa com a habilidade recém-descoberta da namorada. Por alguns segundos, Prepon chegou a duvidar que aquele banquete havia sido preparado unicamente por ela.

- Espero que você goste. Vai ser minha cobaia e quero que use de toda a sinceridade na sua avaliação – Taylor falava de forma tímida.

- Tá tudo lindo, amor.

 - Mas não basta estar lindo. Tem que estar gostoso. Não pode mentir, Lau...

Prepon trouxe a namorada para seu colo e a beijou com tamanha ternura que foi difícil para as duas se separarem novamente.

- Vou te servir – a loira ficou de pé.

 - Serviço completo?

 - Sempre.

A expectativa de Laura já tinha sido superada só pela dedicação que Taylor demonstrara em preparar aquele jantar. E a morena, de verdade, não esperava muito mais. Tinha consciência que a culinária não era um dos fortes da namorada e não dava a mínima pra isso. Assim, quando colocou a primeira garfada na boca, não estava preparada para o sabor espetacular que experimentou. Aquilo não estava bom, estava perfeito. O tempero, a textura, os ingredientes... não havia nada errado.

Foi só ao final da refeição que Laura sentiu necessidade de sanar suas dúvidas:

- Taylor... eu tenho que perguntar. Foi você mesma quem fez tudo isso? Pode falar, bebê. Se não foi, eu vou continuar achando lindo da mesma forma.

- Laura... eu não minto para você. Isso quer dizer que gostou? - a loira perguntou com um olhar expectante.

 - Eu amei, Tay. Tá divino... como você conseguiu?

- Hum... eu aproveitei o tempo livre e comecei um curso de culinária – Schilling falou como se estivesse revelando um segredo muito íntimo.

 - Hã? - Laura demorou a processar a informação – Você tá falando sério?

- Tô. É frustrante não saber fazer praticamente nada enquanto você me enche de refeições maravilhosas. Me inscrevi em um curso aqui mesmo no bairro. No início achei que não ia conseguir aprender nada, mas conversei com a professora e pedi que me ensinasse pelo menos uma receita completa. Estou a três semanas repetindo esse prato pra que ele saísse certinho.

Quando Taylor terminou de falar, Laura já estava aos prantos. As lágrimas desciam em profusão por seu rosto. Era uma mistura de sentimentos: amor, admiração, gratidão, instinto de proteção... naquele momento ela sentia-se a pessoa mais feliz do mundo por ser digna do amor daquela criatura encantadora à sua frente. E por mais que tentasse, Prepon não conseguia pronunciar uma palavra sequer.

- O que é, Lau? - foi a vez de Schilling trazer Laura para seu colo – Por que está chorando tanto? Para, por favor.

A loira tentava enxugar as lágrimas da morena, mas elas não paravam de cair. Taylor encheu o rosto dela de beijos até conseguir que aquele choro parasse.

- Ei... parou? Se eu soubesse que sua reação seria essa não tinha feito nada.

- Tay, às vezes acho que não mereço você.

- Que besteira é essa agora?

- Ninguém nunca fez algo tão singelo e ao mesmo tempo tão grandioso por mim.

- Você faz muito mais por mim, meu amor.

Laura passou a noite inteira meio abobalhada a cada vez que lembrava o gesto e o empenho da namorada em agradá-la.

 

Uma semana depois, mais uma atitude de Taylor deixou Laura extasiada. Elas compareceram a uma premiação de teatro. A loira tinha muitos amigos nessa área e quando convidou a namorada, ela prontamente aceitou acompanhá-la. O evento ocorreu normalmente e elas estavam tão felizes que decidiram ir à festa que aconteceu posteriormente. Schilling parecia empolgada e isso era motivo suficiente para que a morena também ficasse animada.

Porém, mal chegaram, Laura notou uma agitação incomum na loira. E quando ela se pronunciou, Prepon teve certeza que havia algo errado:

- Lau, mudei de ideia. Acho melhor irmos pra casa.

 - O que houve?

- Nada... mas me bateu um cansaço e amanhã temos que acordar cedo.

- Tay, sem essa. Não precisamos acordar tão cedo assim e você é uma péssima mentirosa. Me fala o que houve.

A loira ficou muda. Laura então deu uma rápida olhada ao redor e não demorou muito para notar o motivo do desconforto de Schilling: Chloe estava presente.

- Você quer ir embora por causa dela? – a morena arqueou as sobrancelhas de maneira inquisitiva.

- Eu não quero problemas, Lau.

- E porque acha que eles acontecerão?

- Porque vocês duas vivem se arranhando e não sei se ela já engoliu o fato de eu estar com você.

- É só ela não mexer contigo. Basta a mocinha ficar na dela que eu fico na minha.

- Jura? – Taylor ainda não parecia convencida.

 - Claro, amor – Laura  a abraçou para provar que estava tudo bem.

Obviamente, a morena ficou atenta. Não estava nem um pouco à vontade com a presença de Chloe no mesmo ambiente que elas, mas jamais lhe daria o gostinho de ir embora por sua causa.

Na maior parte do tempo elas ficaram perto de alguns amigos de Schilling. Beberam, dançaram, conversaram... Tudo transcorria normalmente. Por uma ou duas vezes, Laura percebeu que a garota as olhava de longe, mas não se importou nem um pouco com isso. Sentia-se tão orgulhosa por conta de seu relacionamento com Schilling que percebeu o quanto era desnecessário qualquer embate com aquela menina.

Taylor ficou o tempo todo ao lado de Prepon e a apreensão inicial foi passando à medida que notava o distanciamento de Chloe. Ela foi ficando tão relaxada com a situação que achou que não haveria nenhum problema em deixar a namorada conversando com alguns amigos seus, só um pouco, enquanto ia ao banheiro.

A morena decidiu ir até a varanda, enquanto a namorada estava ausente, para apreciar um pouco da paisagem disponível ali no vigésimo andar do edifício. Ela não foi sozinha, umas das amigas de Taylor a acompanhou. Mas assim que iniciaram uma conversa, encostadas no parapeito, a mulher foi atender uma ligação e se distanciou um pouco. Pelo visto essa foi a deixa que Chloe esperava e, como se estivesse à espreita, ela rapidamente se materializou ao lado de Laura.

- Oi Laura... como vai?

- Sem essa, Chloe. Não estou com a menor paciência para formalidades. Vamos pular essa parte? Não tenho nada para lhe dizer e não tem nada que você porventura queira falar que me interesse. Então, se me der licença, vou voltar para o salão.

- Ei, pra que tanta ignorância? – a garota tentou retê-la segurando em seu braço.

- Olha, nem de longe você me viu ainda sendo ignorante. Nunca mais ouse tocar em qualquer parte do meu corpo ou eu vou mandar qualquer resquício da minha educação pro espaço. Vai procurar alguém da sua idade pra conversar, vai menina...

- Eu não tenho nada contra você, Laura. Você é uma mulher talentosa, bonita, elegante... só acho que não é a pessoa certa para Taylor. Ela merece alguém que lhe dê o devido valor. Você não faz bem a ela, desculpe ter de lhe dizer isso.

Laura não conseguiu evitar uma gargalhada. E repentinamente toda a raiva e ciúme que ela já tinha sentido por Chloe, desapareceram. Na verdade, a morena sentiu até um pouco de vergonha de si mesma por algum dia ter alimentado esses sentimentos por aquela menina, por algum dia ter achado que elas estavam em uma disputa pela atenção de Taylor. Chloe era ainda tão inexperiente e imatura... o que mais ela tinha a oferecer além de sua beleza e juventude? Ainda tinha tanto a aprender...

- Eu concordo com você. A Tay merece alguém bem melhor que eu. Mas o que eu posso fazer se ela diz o tempo todo que me ama e que é a mim que ela quer? Que sou eu que a faço feliz? – o ar de superioridade tomou conta de Prepon – Se fosse você a escolhida, mesmo sabendo que não estava a altura dela, conseguiria ficar longe?

Pela primeira vez, Laura conseguiu deixar a garota sem resposta e estava adorando isso. Porém não teve tempo de desfrutar por muito mais tempo aquele prazer. Schilling apareceu feito um furacão, já com o dedo na cara de Chloe:

- Sai de perto da minha mulher. Eu já falei pra esquecer que eu existo, Chloe. O que está querendo? Eu amo a Laura, você entendeu? E nenhum de seus joguinhos sujos vai funcionar contra a gente – virando-se para a namorada ela questionou: - Lau, ela falou alguma merda para você? Ela tá te perturbando? Me fala...

Prepon achou tão engraçado aquela reação de Taylor, que partira em sua defesa antes mesmo de saber o que estava acontecendo, que seu instinto foi simplesmente abraçar a namorada.

- Ei, senhorita bravinha... está tudo bem. Fica calma e para de dar vexame que já tem gente olhando.

Foi só quando finalmente separaram seus corpos que elas perceberam que Chloe havia evaporado. A garota literalmente sumira.

 - Está tudo bem mesmo? – a loira perguntou ainda desconfiada.

 - Sim, Tay. E mesmo que não estivesse, foi bom saber que minha protetora estava a postos pra me defender.

- Estava mesmo – a cara de brava que a loira fazia deixava Laura ainda mais apaixonada – Essa garota não desiste? Quando eu vi as duas juntas já imaginei você matando ela como prometeu e eu tendo que te visitar na cadeia.

- Idiota... – Laura a abraçou novamente e dessa vez complementou o gesto com um beijo nada comportado.

Chloe não foi mais vista durante o tempo que elas permaneceram na festa. E ao imaginar que a garota tinha ido embora, Laura sentiu até um pouco de pena dela. Era apenas uma menina tentando se autoafirmar e que não aceitava perder a namoradinha pra uma mulher mais velha e que ainda por cima sempre fora heterossexual.

Mas o importante daquela história toda era que Prepon sentiu que estava dando um grande passo para se livrar do ciúme enlouquecedor e do sentimento de posse que nutria por Taylor. Aquela simples atitude da namorada, de defendê-la a qualquer custo antes mesmo de se inteirar do que estava ocorrendo, lhe passou muito mais segurança do que todas as vezes em que ela disse que não tinha mais nada com Chloe.

 

E entre tantos outros exemplos diários, um terceiro episódio do qual Laura sempre se lembraria durante aqueles primeiros meses em que elas decidiram dividir o mesmo teto, aconteceu em meados de fevereiro.

Durante as pausas nas gravações, por mais que mantivessem contato, as garotas de Orange nem sempre conseguiam se encontrar. Muitas delas tinham trabalhos paralelos, outras aproveitavam o tempo livre para se dedicar à família e havia aquelas que saíam de Nova York. Por isso, quando Natasha decidiu dar uma festa em sua casa para reuni-las novamente, Laura e Taylor ficaram bastante empolgadas. Depois da festa em Los Angeles, o grupo nunca mais havia conseguido se encontrar. Natasha, Yael e Uzo eram presenças constantes no apartamento delas. Danie e Samira também tinham ido lá uma vez. Mas era a primeira oportunidade depois do evento de encerramento de temporada que todas, ou pelo menos a maioria, se juntariam novamente.

Schilling estava tão animada que conseguiu contagiar a namorada. Elas se ofereceram para ajudar Natasha nos preparativos. Prepon jamais se esqueceria do apoio que a amiga lhe dera, mas Lyonne prontamente recusou. Disse que elas ainda estavam em lua de mel e que convocaria outras ajudantes.

Taylor escolheu as roupas, tanto a dela quanto a de Laura, fez planos de cantar no clássico karaokê, deu ideias a Natasha, sugeriu músicas. A loirinha estava em um momento tão feliz de sua vida que sentia necessidade de passar aquela alegria para todos a sua volta. Prepon assistia a tudo feito boba, orgulhosa de sua garota.

No entanto, no dia anterior ao tal evento, Laura foi pega por uma gripe das mais fortes. Ela tossia, espirrava, teve febre e a preocupação de Schilling era enorme. Primeiro, claro, pela saúde da morena e depois, pela possibilidade dela não conseguir ir à festa. Utilizaram-se de todos os métodos disponíveis: remédios, chás, banhos, simpatias... mas no dia seguinte a morena acordou ainda pior. Elas acharam melhor ir a um hospital e o diagnóstico foi mesmo o de gripe. O doutor receitou alguns remédios, alguns ela já estava tomando por conta própria, e recomendou repouso.

Ao se dar conta que Laura não poderia comparecer à festa, Taylor ficou pra baixo, mas sua prioridade era a recuperação da namorada. No momento em que soube da intenção da loira de não mais comparecer à festa, Laura protestou, mesmo doente, e elas tiveram uma pequena discussão. Prepon não admitia que ela faltasse por sua causa. Sabia o quanto Schilling estava ansiosa por aquela noite e não havia nada que ela pudesse fazer em casa. Laura tentou convencê-la de que já estava medicada e que dormiria cedo, então não havia necessidade que a loira ficasse de babá. Só que não era fácil convencer a loirinha teimosa.

Foi só quando a morena ameaçou se arrumar e comparecer, mesmo no estado em que se encontrava, se Taylor não fosse sozinha, que Prepon conseguiu encostá-la na parede. Laura deixou claro que ela tinha duas opções: ou ia sozinha ou iam as duas juntas.

Schilling deu-se por vencida e, mesmo contra sua vontade, foi se arrumar. A despedida durou quase meia hora e Prepon só conseguiu expulsá-la do apartamento após prometer que ficaria grudada no celular a noite inteira em contato com a loira. E Taylor avisou que não ficaria mais de duas horas na festa.

Todo o esforço necessário para aquela negociação cobrou seu preço no momento em que Laura ficou sozinha. Deitada na cama, ela tremia de frio e imaginou que a febre voltara com força total. Na mesma hora arrependeu-se de ter feito tanta questão que Taylor fosse à festa, queria muito que ela estivesse ali naquele momento. Mas sabia que não era justo. Não era como se estivesse com uma doença grave ou morrendo. Era só uma gripe. Como tantas outras que já tivera.

A morena ligou a televisão e procurou qualquer programa que lhe prendesse o mínimo de atenção a fim de se desligar um pouco do mal estar que a possuía. Todo seu corpo doía, a cabeça latejava e nem dois edredons eram suficientes para aplacar o frio que sentia.

Não havia se passado nem meia hora quando Laura, mesmo deitada de costas para a porta e sem ouvir um barulho sequer, sentiu uma energia poderosa ali dentro do quarto. Assustada com aquela sensação, ela se virou para a entrada do cômodo e achou que estava delirando ao ver Schilling parada, de braços cruzados e com a cara de quem tinha chorado tanto a ponto de estar com os olhos vermelhos.

- O que aconteceu, Tay? Tá tudo bem?- Prepon estava sobressaltada, temia que algo grave tivesse acontecido para trazer a namorada de volta tão rapidamente.

Antes de responder, a loira pulou na cama:

- Não me manda pra lá, por favor. Eu não vou conseguir ficar longe de você. Eu não quero ficar lá, quero ficar aqui. Já avisei a Tasho e ela entendeu. Não está com raiva da gente. Por favor, deixa eu cuidar de você – ela falava em meio à lágrimas que brotavam em profusão.

- Vem cá, bebê... pode ficar aqui. Vem... – Laura a puxou para junto de si.

- Lau, você tá pegando fogo. Por que não me ligou? Sua febre deve estar muito alta.

A morena deu de ombros. Apesar de ainda se sentir péssima, ter Taylor ali ao seu lado novamente era um analgésico melhor do que qualquer outro que pudesse tomar.

 

 

 

 


Notas Finais


Meninas,
chegamos ao fim do penúltimo capítulo. Só falta um agora.
Até eu já tô sentindo uma saudadezinha antecipada dessa estória.

Será que consigo manter o padrão na próxima fic? Tomara que sim. Isso aqui virou um dos meus vícios esse ano.

Desejo de coração um feliz ano novo e que 2017 venha repleto de coisas boas para todas nós.
Bjssss


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