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História Apenas fique - Ela teria ganhado


Escrita por: Kinders

Notas do Autor


Desculpem qualquer erro.
Boa leitura!

Capítulo 16 - Ela teria ganhado


– Pois não? – O jovem que cuidava do bar perguntou a Cosima após vê-la se sentar e descansar os braços no balcão.

– Ah… eu quero…. o que você tiver de mais forte. – Cosima respondeu sem olhar direito para o rapaz, estava tentando encontrar Felix no meio da multidão de pessoas, pegou o celular para enviar uma mensagem e dizer aonde estava, mas antes que pudesse enviá-la ele apareceu ao seu lado.

– Cosima!!!! – Cosima levou um susto com a chegada do amigo, logo sua bebida foi entregue e ela experimentou fazendo caretas – O que é isso? – Perguntou Felix tentando sem sucesso tirar o copo da mão de Cosima.

– Não faço ideia – virou a bebida de uma vez –, outra – falou para o rapaz que sorria para ela.

– Devo supor que Delphine não apareceu…

– Eu sou tão estúpida, Fee.

–Mas é claro que não é…

– Aquela vaca, desgraçada, filha de uma puta…

– Hey, calma, qual desculpa ela deu?

– Ela não deu desculpas, desligou o celular e não apareceu…

– Pode ter acontecido algo…

– Aconteceu algo chamado Rachel – Cosima encarou Felix e franziu o cenho –, você está defendendo Delphine?

– Não mesmo – um rapaz chegou ao lado de Felix e passou os braços em seu pescoço o abraçando –, é… este é Colin – Apontou para o rapaz e logo em seguida para Cosima –, Cosima.

– Oh, muito prazer – Cosima olhou para os dois – vão dançar, eu estou bem Fee, vou para a pista de dança daqui há pouco.

– Tem certeza?

– Sim, o que acha que vim fazer aqui?

Felix sorriu, beijou as bochechas da amiga e cochichou em seus ouvidos.

– 15:00 horas, morena alta, com vestido preto. – sorriu para a amiga e saiu para a pista de dança com o seu par.

Cosima pegou a bebida e disfarçadamente olhou para a sua direita, uma mulher bonita a encarava sorrindo, sorriu de volta virando toda a bebida que descia rasgando sua garganta, observou a mulher que caminhava em sua direção, a morena sentou-se ao seu lado ainda sorrindo e só parou de olhar  para Cosima quando se virou para o rapaz do bar.

– Duas dessa por favor. – Apontou para a bebida de Cosima.

– Tem certeza? – Cosima perguntou – Pode ser forte demais para você – desenhou em seus lábios um sorriso de canto de boca.

– Eu posso ser forte também – a outra respondeu –, você vem sempre aqui?

– É a primeira vez.

– Hummm – a morena pegou uma das bebidas e entregou a Cosima –, me chamo Angela – fez um brinde com Cosima e tomou a bebida –, mas pode me chamar de Angie.

– Cosima. – Se apresentou após beber o que havia no copo e fazer novamente uma careta, sendo surpreendida com um sorriso alto que a morena fez ao ver a cena.

– Quer dançar? – Angie perguntou oferecendo a mão, Cosima sorriu e aceitou.

A noite foi intensa, Felix se divertiu em companhia de Colin e Cosima dançou e bebeu muito acompanhada de Angie, era para Cosima estar feliz e relaxada, fazia tempo que não saia e não se divertia daquele jeito, Angie parecia a conhecer bem, a conversa fluía como raramente acontece quando encontramos alguém desconhecido, mas tinha um problema, Angie não era Delphine.

Cosima estava bêbada e Angela a arrastou para um canto mais reservado, as investidas tinham começado há muito tempo, ainda na pista de dança quando trocaram os primeiros beijos e Cosima já estava bêbada demais para pensar em recusar.

– Hey, o que acha de irmos para a sua casa? – Angela perguntou logo após encostar Cosima na parede, suas mãos rapidamente foram para dentro do vestido vermelho que Cosima vestia, acariciando levemente suas coxas.

– Minha casa? Por que não a sua?

– Podemos ir para onde você quiser – disse a outra dando beijos no pescoço de Cosima, que não se importava com os toques, eles o faziam bem, se sentia realmente desejada e tinha pressa.

– Ou… podemos fazer isso aqui mesmo.

Angie sorriu da ousadia de Cosima, a beijou com vontade para tirar todo o fôlego que pudesse, suas mãos subiram e alcançaram sua calcinha, Cosima sentia seu corpo formigar, estava ardendo de tesão, que mal teria fazer aquilo ali mesmo? Precisava se aliviar, além do mais Delphine a deixou novamente, queria se vingar. Delphine. Cosima abriu os olhos, vendo que o mundo a sua volta não ligava para duas mulheres se pegando em um canto qualquer daquela boate, as pessoas já estavam bêbadas demais para isso, Angie beijava seu pescoço com vontade, mas não era Delphine. Cosima não queria Angie, não podia fazer aquilo, não naquele dia, sabia que o namoro com Delphine nunca havia existido, mas se sentia culpada por estar ali fazendo aquilo, sabia que não teria Delphine, tampouco Angie.

– Angie… – Cosima segurou os braços de Angela – Pare.

Angie a olhou franzindo a sobrancelha e continuou, ignorando totalmente o pedido de Cosima.

– Angela…

– O que Cosima... – Beijou seus lábios, mas não foi correspondia – Não quer mais?

– Eu não posso Angie, me desculpe.

– É claro que você pode – Angela colocou novamente as mãos embaixo do vestido de Cosima –, pelo menos foi isso que você demonstrou a noite toda, você pode tudo.

– Por favor, pare… Angie…

Cosima estava bêbada, mas conseguia dizer não, só não sabia como iria se livrar daquela enrascada, quanto mais tentava afastar a outra, com mais força Angie a segurava. Foi quando sentiu o perfume, era como se o inverno acabasse antes da hora, dando passagem para a primavera florida, Delphine tirou a mulher de cima de Cosima com uma maestria imensa e… sangue nos olhos.

– Ela disse não – a loira estava vermelha de raiva, virou Angie para si para que pudesse vê-la, queria socar a mulher que estava agarrada a sua namorada, mas se surpreendeu ao ver quem era, não esperava encontrar a mulher que há muito tempo foi uma de suas melhores amigas – Angela? – Angela sorriu para Delphine, um sorriso provocador a chamando para  briga – Sua pilantra, não chegue perto de Cosima, nunca mais! – Delphine segurava Angela pelo colarinho do vestido elegante que usava a chacoalhando enquanto fazia ameaças, a outra apenas ria.

– Delphine, pare com isso agora. – Cosima tentou entrar no meio, mas Delphine a empurrou para o lado.

– Se você chegar perto de Cosima novamente eu te mato.

Cosima estava espantada com aquilo, Delphine podia estar com ciúmes, mas não era necessário ameaçar a outra de morte, mesmo estando raivosa e violenta, aquele era um comportamento totalmente diferente de tudo o que Cosima imaginou que Delphine seria, chegava a assustar um pouco.

­– Delphine, o que está fazendo? – Cosima tentou novamente entrar no meio. – Olhe para mim.

– Você não sabe nada Delphine – Angela se soltou de Delphine e saiu sorrindo –, você não sabe de nada – Delphine tentou ir atrás mas Cosima a impediu.

– Que merda você está fazendo, Delphine?

– Eu é que pergunto que merda VOCÊ está fazendo – Delphine sem pensar a segurou pelos braços – não tem 12 horas que estamos namorando e você já está me traindo?

­– Namorando? Nós não estamos namorando, Delphine, você é a pior pessoa do mundo e a pior namorada do mundo, eu não quero nada com você – Cosima empurrou Delphine para que pudesse se soltar de seus braços –, me solta. – assim que conseguiu, saiu de perto da loira e andou com passos largos, mesmo se sentindo tonta, em direção a saída, indagando-se como Delphine a descobriu naquele local. O que ela fazia ali? Olhou para os lados procurando o amigo que estava agarrado ao seu parceiro, nas mãos um copo cheio do que parecia ser cerveja, se aproximou interrompendo o momento dos dois – Preciso disso – Cosima pegou o copo e a levou a boca –, vou para casa, já é quase de manhã.

– Onde está a morena alta?

Antes de Cosima responder o que Felix havia perguntando, Delphine chegou tirando a bebida de suas mãos e tomando o restante.

– Acho que você já bebeu demais.

– Delphine… – Felix falou com um tom surpreso na voz – Acho que isso responde a minha pergunta. – Olhou para a amiga entendo o motivo dela estar tão agitada.

– Tanto faz – disse Cosima –, estou indo. – Saiu deixando os três estáticos.

– Eu iria atrás dela agora, Cosima não costuma beber tanto, essa parte comportamental ficou para a irmã – disse Felix –, mas estou em ótima companhia e sei que você precisa fazer isso, apenas não estrague tudo, Delphine, dê espaço a ela.

Delphine quase não conseguiu ouvir tudo o que Felix tinha a dizer, saiu seguindo Cosima, estava muito brava com ela, mas entendia as suas atitudes, não podia cobrar muito, afinal de contas, mais uma vez não cumpriu com a sua palavra, mesmo sabendo que isso não era motivo para Cosima estar beijando outras pessoas, muito menos Angie, Cosima não tinha noção de onde estava se metendo. 

Já do lado de fora da boate a puxou pelos braços, ciente de que havia prometido não fazer isso, Cosima estava bêbada e Delphine queria apenas deixá-la em casa em segurança, no outro dia quando estivesse sóbria conversaria, explicaria o que aconteceu e se precisasse ficaria de joelhos para que ela a aceitasse de volta.

– Delphine, por que está me seguindo? Já não deixei claro que você não é mais minha namorada?

A outra respirou fundo e fechou os olhos, talvez estivesse contando até 10 para se acalmar.

– O que você vai fazer, Cosima? Para onde vai?

– Vou para casa.

– Como?

– De Táxi.

– Não mesmo.

– Você não manda em mim, caramba.

– Você é minha namorada e está bêbada, não vou deixá-la pegar um táxi bêbada e sozinha.

– Não estou bêbada, só estou um pouco tonta, não sou sua namorada e não quero que você chegue perto de mim outra vez. Fique longe de mim. Apenas fique longe.

Foi o que Cosima falou antes de apagar.

 

 

 

   

 

Um filete de luz do sol entrava pela janela parcialmente fechada do quarto de Cosima, iluminando diretamente seu rosto e deixando a luminosidade do quarto um pouco mais intensa, Cosima abriu os olhos irritada com a luz, suas pálpebras pesavam e sua cabeça latejava de dor, tentava se lembrar dos últimos acontecimentos da noite anterior. Atropelamento, jantar fracassado, boate, bebidas, Angie e… Delphine. 

Merda. 

Cosima levantou-se devagar ficando sentada na cama, o movimento fez sua cabeça doer mais ainda, colocou as mãos na testa como se isso fosse aliviar sua dor, não se lembrava de como havia chegado em casa, olhou para o lado e percebeu que em cima do criado-mudo havia um jarro com água, um copo e uma cartela de comprimidos, agradeceu mentalmente a boa alma que teria colocado aqueles objetos lá, era o que Cosima mais precisava, só depois de tomar o remédio para dor de cabeça e muita água Cosima notou que ao lado do jarro de água havia um pequeno vaso com flores do campo.

– Delphine… – Cosima olhou para si e percebeu que estava somente de calcinha e sutiã – Não… não, não, não, não. – Percebeu também que não eram as mesmas peças que vestia na noite anterior, alguém cuidou de Cosima, dando banho, trocando sua roupa e a colocando para dormir – Não acredito nisso. – Cosima não se lembrava de nada, apenas que saiu da boate querendo ir para casa e depois um enorme buraco negro em sua cabeça.

Levantou-se devagar e colocou uma roupa, saiu de seu quarto e notou que a casa estava silenciosa, talvez Felix não tivesse ido para casa, nenhum dos dois trabalharia naquele sábado, Cosima andou nas pontas dos pés até a cozinha, não queria fazer barulho, queria ter certeza de que estava sozinha em casa, suspirou aliviada ao constatar que estava, sentia um pouco de vergonha de Delphine, não queria que a loira tivesse a visto bêbada, muito menos que ela cuidasse de Cosima naquele estado, estava certa de que não teria coragem de encarar a sua professora tão cedo. Tentando afastar os pensamentos do dia anterior Cosima foi para a sala e deitou no sofá, pegou no sono minutos depois acordando horas mais tarde com tapinhas em seu rosto.

– Hey, hey, daqui há pouco vai anoitecer, bichinha.

Cosima abriu os olhos, Beth estava sentada ao seu lado, sorridente, com um copo cheio de suco em uma das mãos.

– Beth – Cosima ficou sentada no sofá –, oi…

– Ah, não acredito que você conseguiu – disse Felix entrando na sala e se sentando no chão próximo a elas –, se eu soubesse que era só bater teria feito horas atrás.

– Quanto tempo eu dormi?

– Muitas horas. – Disse Beth.

– Que horas você chegou? – Cosima perguntou para Felix.

– Bem cedo, umas oito da manhã, Delphine ainda estava aqui.

Cosima bufou, revirou os olhos e deitou o corpo nas costas do sofá, suas suspeitas foram confirmadas, lógico que ela preferia que Delphine tivesse cuidado dela a qualquer outra pessoa, mas ela não precisava dar banho e trocar a roupa, por incrível que pareça era com isso que Cosima estava preocupava.

– Merda.

– Eu não sei qual é o nível da relação de vocês duas, mas você vomitou... muito, esse foi o relatório que ela me passou – disse Felix –, veja bem, eu não vi vômito algum, então… já sabe né…

– Merda – Cosima escondeu o rosto envergonhada –, que merda Fee, eu nunca mais vou ter coragem de olhar para ela.

– Não se preocupe com isso Cos. – Disse Beth.

– Isso – completou Felix –, não se preocupe, ela é que tinha que ter vergonha de te encarar após deixar você aqui esperando e ainda ir atrás de você para empatar sua foda.

– Oh, você já estava nos braços de outra? – Perguntou Beth.

– Eu não estava fazendo nada de errado.

– Claro que estava, Cos – disse Felix –, estava traindo a namorada – sorriu para a amiga que prontamente entendeu a ironia da última frase.

– Namorada? – Perguntou Beth.

– Vocês dois não estão me ajudando.

– Tome esse suco, aposto que você não colocou nada no estômago hoje – Beth entregou o copo com a bebida –, então vocês estão namorando?

– Não, eu terminei com ela.

– Ela sabe disso?

– Claro que sabe, Fee.

– Acho que não sabe, Cos – Beth respirou fundo –, mas sabe que você está brava com ela e que não a receberia aqui hoje.

– Não mesmo.

– Você quer saber o motivo?

– Que motivo, Beth?

– O que fez Delphine não te encontrar ontem a noite...

– Claramente ela a encontrou – disse Felix.

– Você agora é porta-voz dela, Beth? – Cosima parecia irritada, Beth apenas sorriu.

– Não, sou amiga, assim como sou a sua amiga – Cosima bufou, talvez não quisesse saber os motivos –, digamos que eu tenha uma dívida com ela e um dia quero pagar, por isso estou aqui, acho que isso vai me ajudar um pouco... – Beth respirou fundo –Ela recebeu uma ligação do marido da prima, parece que a coitada sofreu um acidente e Delphine teve que ir até eles.

Cosima fechou os olhos, não queria ouvir mais nada, percebeu o quanto a sua atitude foi infantil, estava ciente de que a partir daquele momento realmente não teria coragem de encarar a professora.

– Merda… e… ela está bem…. a prima dela?

– Bom... eu não sei muito bem o que aconteceu, não conheço a prima dela, mas parece que elas são bem unidas, mas se Delphine foi te procurar ontem, com certeza a prima vai sobreviver.

– Ok, Cosima – disse Felix –, não fique assim, você tinha todo o direito de estar brava.

– Sim, e Delphine sabe disso, Cos – Beth escorregou para mais perto de Cosima –, não importa os motivos, eu disse isso a ela, Delphine deve mostrar para você que você é importante como ela tanto fala, ela deveria ter ligado, deveria ter avisado.

– Ela fala que eu sou importante? – Cosima perguntou e Beth confirmou com a cabeça sorrindo – Sabe Beth, eu acho que isso tudo é um aviso do universo, ele dizendo que não devemos ficar juntas, desde que nos aproximamos não me lembro de algo bom ter acontecido e olha, faz só uma semana, ainda nem tirei os pontos da minha cabeça.

– Não diga isso Cos, vocês só precisam se alinhar e principalmente confiar uma na outra, não há relacionamento que se sustente sem confiança.

– Quantos você está recebendo para vir até aqui defender Delphine? – Felix perguntou erguendo as sobrancelhas, Beth apenas sorriu.

– Cos – Beth virou-se para a amiga –, eu conheço Delphine há mais de dois anos, ela nunca demonstrou ter interesse por ninguém, pelo menos não da forma que tem por você, dê um tempo a ela, logo vocês vão se acertar. Ela precisa de alguém que a ame e eu vou ficar muito feliz se esse alguém for você e vou ser a primeira a socar a cara dela se te magoar.

– Beth eu… – suspirou – pensei que ela estivesse com Rachel… – abaixou a cabeça pensando em como conseguia ser tão imatura, mas quem poderia culpá-la?

– Tenho outra coisa para perguntar, Cos.

– O que foi agora, Beth?

– Preciso que você me diga exatamente o que conversou com Angela.

Cosima franziu o cenho, se lembrou do encontro de Delphine com a outra e se lembrou que as duas se conheciam e que saiu faísca da conversa entre elas.

– Angela? Por que você quer saber sobre Angie? Ela é uma criminosa? – Beth sorriu e desviou os olhos.

– Cos, confie em mim, só preciso saber sobre o que conversaram.

– Vou esquentar a janta – disse Felix se levantando –, Cosima cozinhou para Delphine e agora o meu estômago agradece por ela não ter vindo ontem, janta com a gente Beth?

– Claro! – a amiga respondeu e Felix saiu da sala.

– Não falamos nada demais, ela puxou conversa comigo, nos demos bem, Delphine nos viu juntas e quase bateu nela. – Sorriu.

– Ela não te fez perguntas? Não perguntou sobre os seus relacionamentos? Sobre sua vida...

– Não… não sei, eu bebi muito ontem Beth, você sabe que não tenho esse hábito, por que tantas perguntas?

– Ah, não é nada para se preocupar, Delphine tem um pé atrás com ela e ficou com um certo receio…

Cosima revirou os olhos.

– Delphine estava com ciúmes, Beth.

– Sim, estava.

Cosima sorriu ao ver a amiga confirmar, sim Delphine estava com ciúmes dela e ela era uma idiota. Beth pegou em sua mão apertando-a.

– E o que você vai fazer neste final de semana?

– Amanhã vou para casa da Alison, vamos fazer um trabalho em grupo, vou aproveitar e dormir por lá para irmos juntas para a faculdade na segunda, a nossa turma vai ter uma aula de campo.

– Graças a Deus eu já me livrei dessa aula – Felix entrou na sala e se sentou no sofá junto a Cosima, jogando as pernas em seu colo –, só de lembrar daqueles carrapatos e mosquitos… cruzes.

– Ah Fee, não é tão ruim assim, não é como se fosse um campo de verdade, com trabalho braçal pesado, nem precisamos andar tanto.

– Ah Cosima, agradeça se nessa aula não acontecer como aconteceu com a minha turma, os técnicos não foram então nós tivemos que cavar vários buracos para colocar armadilhas, minhas unhas ficaram acabadas e era longe sim, 5 quilômetros da base, não tiveram dó da gente não...

– Você definitivamente escolheu o curso errado Fee. – Disse Cosima bebendo em seguida todo o suco que havia no copo e agradecendo em silêncio por ter a companhia de Beth e Felix naquele final de sábado.

 

   

 

– Cosima, é melhor você ir mais rápido, já estamos atrasadas.

– Alison, eu estou indo rápido e se você não tivesse enrolado tanto com as malas não estaríamos atrasadas.

­– Eles vão sair sem a gente, Cos.

– A culpa será sua e não minha.

– Mas eu precisava saber se não tinha me esquecido de nada, são cinco dias sem civilização.

Cosima entrou com o carro na faculdade e logo que chegaram ao estacionamento do bloco viu os últimos estudantes entrando no ônibus.

– Minha nosa, eles estão partindo.

– Calma, Ali – Cosima parou ao lado do ônibus –, vamos descer as malas aqui e você segura um pouco o ônibus enquanto eu procuro um lugar para estacionar.

As duas desceram e começaram a descarregar o carro, logo Art apareceu para ajudá-las brincando com o atraso das duas.

– Tinha que ser Cosima mesmo para se atrasar, quase partimos sem vocês.

–  Hey, dessa vez a culpa não é minha, Art.

– Sei... sei, me engana que eu gosto.

Com o carro devidamente estacionado Cosima correu para entrar no ônibus, se sentia mal por atrasar a turma, mas nada podia fazer, entrou ofegante no automóvel, cumprimentou o motorista e quando deu os primeiros passos viu ela, sua professora, estava maravilhosa como sempre e a encarava com um olhar apreensivo, Cosima não sabia o que dizer, sentada ao seu lado estava Rachel, com um sorriso presunçoso no rosto, Cosima decidiu que nada poderia falar naquele instante, se fosse pedir desculpas desabaria de chorar, não podia também puxar Rachel pelos cabelos e a tirar do lado de sua professora, decidiu não dizer nada, apenas ir para o fundo do ônibus, onde provavelmente seus amigos estariam.

O único lugar vazio era ao lado de Shay, Cosima olhou para Alison que entendeu perfeitamente o recado que dizia mais ou menos como ela era uma péssima amiga por deixá-la ir ao lado de uma estranha, Shay como sempre sorria alegre para Cosima.

– Oi, Shay.

– Cosima, que bom que te ver – Cosima respirou fundo, aquela seria uma longa viagem –, precisava me desculpar pelo outro dia.

– Tudo bem, Shay.

– É sério… me desculpe, Delphine não tinha me avisado ainda que tinha desistido da aposta...

Cosima olhou para Shay incrédula, Delphine tinha apostado com Shay quem ficaria com ela? Era isso mesmo que ela tinha entendido? Não respondeu nada, apenas sorriu como se soubesse de tudo, ficar calada era o melhor a fazer.

– De qualquer forma ela teria ganhado, não é mesmo?

Shay falou sorrindo e desviou os olhos para a janela colocando seus fones de ouvido e fechando os olhos.


Notas Finais


Eita!
Uma de vocês já tinha deduzido sobre a aposta =) ainda tem outra coisa que ninguém comentou, então acho que passou em branco, enquanto isso, vamos continuando :D

Próximo Capítulo:
...se preparava para acusá-la de ser uma cretina, uma filha da puta, uma mentirosa, se Delphine tentasse conversar com Cosima naquele momento ela estaria preparada para dar um fim nessa brincadeira infantil e cruel que Delphine fazia com ela desde o maldito momento em que a mais nova pisou em sua sala, naquela maldita sexta-feira, Cosima sentia que estava mais do que preparada para enfrentar a outra, mas ela não estava preparada para sentir o toque em seus cabelos, droga, Cosima não estava preparada nem um pouco para acabar com o que ela sentia por Delphine, não estava preparada para sentir um beijo em sua testa, não estava preparada para ouvir um “sinto sua falta” sussurrado em seu ouvido. Puta que pariu. Cosima não estava preparada para sentir a outra se levantar da poltrona ao seu lado e caminhar em direção a saída do ônibus levando com ela o seu cheiro de primavera e o seu coração. Cosima era fraca demais para estar preparada pra isso.


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