História Apenas mais um bruxo - O legado de Hecate

Naquelas férias de inverno, Jessie convidou Gregory, Laila e Kim para uma visita a Namíbia. Lestrange iria visitar sua vó paterna, e por vez, conhecer a história do espírito das águas Mami Wata. E de certa forma seria bom sair da Europa  durante aquele inverno penoso. Gregory, Kim e Laila confirmaram que iriam, mas só se fosse depois do Natal. Nenhum deles tinham ficado em Hogwarts para passar o Natal, preferiram passar a data em casa com a família. Jessie então foi comprar as passagens de navio para a Namíbia.

- Sinto muito senhorita! - disse o rapaz do caixa. - Mas a Namíbia está sobre a administração da África do Sul, desde 1920. Temos somente passagens até  Porto de Elizabeth.

- Ah sim, pode ser então- respondeu Jessie desanimada. Tinha se esquecido que a Namíbia estava sobre administração sul-africana. Como ela morava em um vilarejo bruxo  no interior da Namíbia, não tinha tinha muito acesso ao o que estava acontecendo na política do país.

As passagens eram para o dia 26 de Desembro,e a viagem demoraria 2 semanas. Para não demorar mais, o pai de essie prometeu instalar uma chave de portal e Porte de Elizabeth, na África do Sul. Com a chave de portal, ela e os amigos chegariam ao vilarejo em questão de segundos, mesmo que desconfortáveis.

Nayane tinha prometido viajar para à Itália durante as férias para ensinar o Patronum a Paulo, ele estava apavorado com com os dementadores do Ministério.

Diogo e Jhon, ficaram em Hogwarts acompanhados de Álvaro e Caio, dois amigos novos da Grifinória que eles conheceram em uma das visitas a Hogsmeade.

Chegando o dia da viagem, todos chegaram ao porto bem cedo. Para não dificultar o uso da chave de portal e Porto de Elizabeth todos trouxeram poucas malas.

Durante as duas semanas de viagens os quatro jogaram diversos jogos trouxas e bruxos. Na hora de dormir, cada um seguia para seu quarto. Para que eles não dormissem tarde, ou ficassem sem comer, ou fizessem alguma bobagem, a mãe de Jessie contratou uma espécie de "babá" para acompanha-los durante a viagem. A Srª. Furbbes, era exigente, e na opinião de Laila um tanto intrometida, com um sorrisinho irritante, ela ela seguia eles por toda parte, e nas horas mais inconvenientes ela perguntava:

- Lindinhos, estão com fome?

Até Gregory já estava de saco cheio dela.  Nessas horas ele se sentia muita sorte de ter tido Maísa Ransay como baba na infância, antes dela virar cozinheira.

Passando-se uma semana, eles cruzaram a Linha do Equador; as tempestades de nevasca já estavam para trás a muito tempo, agora o que reinava no céu era o azul anil, e não mais as nuvens cinzas. Quanto mais desciam os trópicos, mais calor ficava. Após alguns dias de calor e de muita vontade de pular nas águas frescas do Atlântico por parte dos quatro, finalmente eles chegaram à África do Sul.

- Jessie, você sabe onde está a chave de portal?- perguntou Kim, exausto.

- Não, mas a Srª. Furbbes sabe- respondeu ela- , pela primeira vez ela realmente será útil!

Todos concordaram rindo.

A Srª Furbbes levo-os para um bairro no subúrbio de Porto Elizabeth. Laila comentou com Jessie que achava que Srª.Furbbes havia se enganado de local, ninguém morava naquele local; as casas e as lojas abandonadas davam a eles a impressão de estarem em uma cidade fantasma.

Sem muita demora, a Dona Furbbes apontou para uma máquina velha e enferrujada de lavar roupas, muito comuns em lavanderias. Próximo a máquina, um cavalo  observava eles. Deveria ser a única criatura viva naquela região, pensou Gregory; de repente o cavalo se transformou em um homem; o homem tinha a pele muito escura e usava uma espécie de vestido com símbolos triangulares e retangulares, que provavelmente deveriam pertencer a cultura africana.

- Olá, queridos visitantes!- disse o homem alegre- Eu sou Louis Bermann, funcionário do Congresso sul-africano de Magia. Recebemos a algumas semanas um comunicado do Sr. Amani Faraji de que hoje vocês quatro chegariam hoje. Aqui está o portal. Tenham um boa viagem!

- Obrigado!- disseram os quatro. Em seguida todos colocaram  a mão sobre a maquina de lavar.

- Falta um minuto para a chave de portal se abrir- avisou Bermann, consultando um relógio de bolso. - Faltam dois segundos, e já!

Todos eles fecharam os olhos e não sentiram mais a firmeza do solo abaixo dos seus pés. Eles caíram num buraco escuro, que a cada longos segundos que se passavam,  parecia não ter mais fim.

Após  longuíssimos dez minutos de frio na barriga, eles infelizmente voltaram a sentir a solidez do solo, mas de uma maneira bem mais desagradável do que esperavam: caíram de cara no chão de terra seca.

Todos sentiam muitas dores pelo corpo, aquele contato com o chão foi chão foi muito inesperado.

- Vocês chegaram crianças!- gritou uma voz fraca porém, contente.

- Vó Zaila!- disse Jessie enquanto corria em direção à sua vó para abraça-la.

A vó de Jessieera uma cópia de Jessie mais velha. Ela usava um vestido igual ao do Louis Bermann, porem o dela belo, talvez por ser mais colorido. Ela era baixa, igual a Jessie. Seus cachos já estavam quase todos grisalhos, mas os poucos que resistiam a esse sinal da idade eram muito castanhos; diferente da neta, Zaila prendia o calo para trás. Ela era a única do vilarejo que usava um cajado que tinha forma de serpente.   

Laila, Kim e Gregory andavam a passos lentos, observavam todas as construções e a floresta que cercava o vilarejo. As casas eram feitas somente de madeira, mas tinham detalhes muito trabalhados e bem feitos. No centro do vilarejo havia uma estátua de uma mulher, que Gregory não tardou a reconhecer, era Mami Wata.

- Vó, esses são Gregory Diggory, Laila Trelawney e Kim Minseok, meu príncipe- disse Jessie, com as bochechas coradas.

- Prazer em conhece-los, crianças!- falou Zaila, com uma voz animada. - Principalmente você, Kem Minseôque.

Todos riram, inclusive Zaila.

- Uma hora eu pegarei o jeito- disse a vó de Jessie, ainda sorrido. - Você tem um rosto diferente. Nunca vi esses traços, mas muito bonitos! Você veio de onde?

- Eu vim da Coreia do Sul, na Ásia- respondeu Kim, carinhoso. - Se um dia der, eu a levarei lá!

- Eu adoraria, espero que eu esteja viva para isso!- comentou Zaila, em tom irônico.

- Gostei da senhora, Zaila- disse Lailla,Kim e Gregory ao mesmo tempo.

Quando começou a anoitecer, Gregory, Kim, Laila e Jessie foram para a casa de Zaila, que ficava próxima a estátua de Mami Wata. Chegando lá, Lestrange e os amigos começaram a contar histórias que eles todos viveram juntos em Hogwarts, e em  todas as férias que passaram juntos desde que se conheceram, até que chegaram ao duelo próximo à macieira. Jessie contou à vó que Mami Wata a protegeu durante todo o tempo que ela esteve "separada" do corpo.

- Eu sabia que esse dia um dia iria chegar!- lamentou Zaila.

- O que era para chegar, vó?

- Assim que você nasceu, eu pedi para Mami Wata para que te protejesse.

-Ela me avisou que você poderia ter dois destinos,em um deles você seguiria para o caminho  o bem, e outro você seguiria para  o  caminho  do mal. Mas se você fosse para o caminho do mal, ela se recusaria a lhe dar a proteção. Porém, no mal você nem precisaria de proteção, seria um caminho fácil e seguro, mas se você seguisse para o caminho do do bem, estria sujeita a vários riscos, mas não seria qualquer pessoa que lhe trariam esses riscos.

- Então seria quem?- perguntou Jessie, interessada.

- Seria alguém que tivesse pelo menos uma gota do mesmo sangue que você, no seu caso, o sangue olimpiano.

- Zaila, Jessie é filha de algum deus ou deusa grega?- perguntou Gregory, espantado.

- Não ela, mas Beatriz Lestrange, a mãe de Jessie sim- falou a vó de Jessie séria. - Minha neta queria- começou ela com carinho- , você nunca se perguntou porque tem um sobrenome inglês?

- Não, para mim era de alguma família de colonizadores ou extrativistas do passado - respondeu Jessie, que parecia não acreditar no sua vó  acabara de contar: sangue olimpiano. 

- Não Jessie, Lestrange é o sobrenome de Magnum, seu avô materno. Ele veio da cidade inglesa de Birmingham. Na época que ele atingiu a maturidade, o Reino Unido era a maior potência mundial, ainda mais depois da Revolução industrial. Então era a chama do ocidente,a moda da vez, os novos costumes e maioria das mercadorias vendidas em todo o ocidente vinha do Reino Unido. O Olimpo estava sobre a cidade de Londres, isso até o final da última Guerra Mundial dos trouxas, se eu não estiver enganada!

- Sim vó, mas o que isso tem a ver com meu avô materno Magnum?

- Calma minha querida já estou chegando nessa parte!- disse Zaila sorrindo.- Seu avô Magnum, era um homem muito belo, sim muito belo, era ruivo até a barba, tinha olhos verdes escuros, era muito musculoso e alto - a vó de Jessie parou por um segundo para pegar fôlego, parecia estar apreciando cada detalhe de suas recordações. - Ele era bruxo, chegou a estudar em Hogwarts, onde foi ordenado para a Grifinória. Ele era muito corajoso e habilidoso com espadas. Como era de uma família sangue-puro muito rica , assim que ele fez 17 anos de idade, seus pais o presentearam com uma espada de metal de duende, feita pelos mesmos duendes que fizeram a espada de Godric Gryffindor, ele batizou a espada de Espada Magnum. Mesmo sendo muito bom em matérias como: Transfiguração,Poções e Feitiços, sua maior paixão era História da Magia. Assim que se formou em Hogwarts ele estudou para ser curandeiro, mas só ficou no ramo da cura por cinco anos, depois disso decidiu pegar todo dinheiro que tinha e viajar pelo mundo. Ele sempre teve vontade de conhecer outras escolas de bruxaria e outras sociedades bruxas. Hecate havia sentiu muita atração por ele enquanto ainda estava em Birmingham. Olha que Hecate não é de sentir atração por qualquer um! Mas eu a entendo muito bem, não deve ser fácil resistir a um ruivo daqueles de 22 anos. Hecate, deusa da magia, bruxaria,noites e da Lua,seguiu Magnum em sua primeira viagem que foi para cá. Primeiro ele foi para Angola, mas depois veio para essa região. No caminho para cá, ele participou de uma  festa que uma vila Namibiana fazia. Na festa tinham várias moças bonitas interessadas em Magnum, Hecate aproveitou a oportunidade e se transfigurou para ficar igual a mais bela das jovens que na festa estavam. Transfigurada, ela se aproximou de Magnum e começou a dançar, ele era um pouco tímido, mas passando um certo tempo, ele entrou no jogo dela. Na festa havia alguns europeus que  extraiam diamantes na região durante o dia; quando a festa já estava no final,  Magnum e Hecate ( ainda  transfigurada) estavam se beijando havia horas, um dos ingleses tentou agarrar Hecate a força, Lestrange retirou sua espada da mala e duelou com o homem que estava armado, no final Magnum venceu o homem. Hecate ficou bastante orgulhosa e tornou a beija-lo com mais intensidade. Os dois foram para uma pousada juntos e lá passaram a noite juntos- terminou Zaila, com um olhar distante e distraído.

- Mas vó...- Jessie começou a falar- Como você sabe disto tudo? E Hecate é uma deusa Grega, minha mãe não é tão branca assim.

-Hecate permaneceu com aquela forma durante toda a gravidez. Porém, ela era uma deusa grega, tinha pressa em retornar para perto do Olimpo. Assim que Beatriz fez 2 anos, Hecate tomou sua forma original e fugiu, Magnum viu tudo. Antes de partir, ela enfeitiçou a filha para que continuasse com as características da jovem Namibiana, mas as habilidades, e os poderes ela não poderia retirar de Beatriz. Você Jessie, é um legado da deusa grega Hecate - concluiu Zaila, séria.- Ah! - lembrou Zaila. - Foi o próprio Magnum que me contou esta história antes de falecer, e Mami Wata me contou alguns detalhes que ele não sabia.

- E o que isso tem a ver com aquela história dos caminhos de Jessie, Zaila?- perguntou Gregory.

- Como eu tinha dito, ela só teria a proteção de Mami Wata somente se eu garantisse que ela seguiria pelo caminho certo e do bem, já que ele era o caminho mais arriscado. Mas para conseguir essa proteção pra minha única neta, tive que prometer que ficaria o resto de minha vida aqui nesse vilarejo, recebendo e cuidando de todos bruxos que estivessem fugindo de perseguições e conflitos que surgiram  em todas as partes do continente desde as colonizações. Desde então batizei o vilarejo de Vila de Mami Wata. Aqui todos teriam a proteção de Wata, e o vilarejo é invisível a olhos não bruxos.       

- Magnum veio morar aqui?- inquiriu Jessie.

- Não, ele permaneceu na casa grande e confortável que tinha construído para viver junto a Hecate. A casa fica aqui perto. Quem descobriu o vilarejo foi Beatriz, quando ela tinha 20 anos. ela se apaixonou pelo meu Amani,e um ano depois se casaram e tiveram tiveram você, Jessie, no ano seguinte. Assim que a filha se casou, Magnum retornou a Grã-Bretanha, mas desta vez foi morar em Godric´s Hallow, onde permaneceu até falecer. Antes dele falecer, pedi para sua mãe que evitasse falar dele para você, na hora certa contaria tudo para você, minha neta querida. Eu tentei evitar que você saísse do nosso vilarejo, porque aqui, você estaria sobre a proteção de Mami Wata. Foi difícil deixar você ir para Uagadou, mas foi mais difícil ainda deixar você ir com seus país para Londres. Eu não tinha escolha, era uma oportunidade única para meu filho, e pensei que já tinha te protegido o bastante. Cada mês que se passava eu entrava em contato com seus pais para saber estavam as coisas, mas há algumas semanas, Mami Wata veio me visitar em sonho; dizia que você estava sendo atacada em sua escola, mas que não era para eu me preocupar, porque ela iria te proteger contra o Avala..

-Avada Kedavra- corrigiu Laila.

- Isso!- concordou Zaila. - E foi o que aconteceu, aqui está você firme e viva como eu queria. Agora o pior já passou! 

Depois que Zaila terminou de contar suas histórias, ela Convidou Gregory e Laila para ajudarem ela na cozinha. Diggory sentia que ela queria deixar Jessie e Kim sozinhos. Os dois foram para varanda.

- Que história inacreditável, não é?- perguntou Kim.

-Sim, se não fosse contada por minha vó eu não acreditaria- respondeu ela, pensativa. - Será então

que tem outro legado de Hecate em Hogwarts, ou nas proximidades?

- Não sei!- respondeu Kim. - Mas não deixarei ninguém mais te atacar!

Jessie olhou em seus olhos, ele fez o mesmo, e então se beijaram.