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História Apenas mais uma de amor - Laços


Escrita por: PostModernGirl

Notas do Autor


Tá aí, capítulo novo.
Nem demorei tanto! Haha
Enjoy!

Capítulo 25 - Laços


Fanfic / Fanfiction Apenas mais uma de amor - Laços

- Você está aí? – A voz de Chiara soou abafada no apertado recinto.

- Estou aqui – respondeu sofregamente Aizawa, cuja voz deixou evidente o cansaço do policial.

Há três dias no cativeiro, os dois prisioneiros podiam sentir a dor e incômodo causado pelas amarras, mas agora anestesiados pelo corpo já acostumado a elas. Seus braços e pernas roxos pelo atrito das correntes.

- Posso ouvir perfeitamente o que fazem lá em cima. Eles já fizeram o primeiro contato com os outros e esperam um tempo pra pedirem o resgate. Como imaginamos, será o caderno.

- Ryuzaki não dará o caderno em troca de nossas vidas. E mesmo que ele o faça e Light seja preso, há alguma coisa de muito errada.

- Supondo que foi o próprio Light quem planejou tudo isso, o objetivo dele talvez não seja recuperar o caderno, ou não somente isso -. A voz da ruiva soou rouca.

- Talvez seja um chamariz para distrair Ryuzaki enquanto Light descobre uma forma de matar a todos nós – retrucou o policial.

- Ou ele planejou tudo de forma a se livrar de todos de uma vez. Entretanto, como eu e L somos imunes, ele provavelmente irá nos matar da forma tradicional, ou induzir alguém a fazer isso.

- Seguindo o seu raciocínio, se Kira pudesse controlar os atos de uma pessoa de forma que ela matasse outra, ele já teria usado isso pra matar L, o que significa que se os sequestradores estão sendo controlados por Kira, eles não podem nos matar. Alguém deve vir aqui terminar o serviço! – Apesar da frieza e do treinamento de policial que tivera, Aizawa não podia deixar de sentir temor pelo que poderia acontecer em seguida.

- Isso mesmo. Eu não sei se vamos conseguir escapar dessa vez... – disse a ruiva quase sussurrando, como se falasse pra si própria.

- Apesar de ter decidido arriscar a vida pelo caso Kira, agora que estou em uma situação de risco real, não consigo parar de pensar no quanto não quero morrer. Espero poder ver a minha família novamente. – A voz dele soava triste e resignada.

- Às vezes só quando nós estamos de cara com a morte é que percebemos o quanto são fortes os laços que nos prendem às pessoas que amamos. E também as coisas que somos capazes de fazer por elas.

- As coisas que dizem que fazemos pelas pessoas que amamos na verdade estamos fazendo por nós mesmos. Você não se arriscou e saiu com vários homens diferentes por amor ao seu noivo, mas sim pra se sentir melhor – Apesar da alfinetada, as palavras saíram de Aizawa mais como um observação.

- Você me acha uma vadia, não é mesmo? – Chiara deu um sorriso estreito.

- Não vou negar que no começo não gostava de você. As mulheres daqui do Japão são educadas pra serem exatamente o oposto de você. Mas com o passar do tempo eu aprendi a te respeitar pela sua coragem. Você não mede esforços pra defender aqueles que ama.

- Eu também confesso que demorei um pouco pra me habituar a forma como vocês homens daqui do Japão enxergam o mundo. É um pouco diferente do que eu estou acostumada. Vocês tem um compromisso com a coletividade que eu nunca tinha visto. Isso é admirável.

Um pequeno silencio selou a amistosidade da conversa. Ambos estavam felizes em poder compartilhar um com o outro o que sentiam em um momento tão extremo.

- É uma pena estarmos tendo essa conversa nestas condições -. Aizawa agora tentava se ajeitar numa posição mais confortável.

- Não sei mais quanto tempo vou aguentar presa nessa coisa -. Chiara tentava em vão mudar de posição.

- De que coisa está falando? – Perguntou Aizawa surpreso.

- Numa espécie de suporte de madeira. Você também não está preso?

- Eu estou com os pés e as mão acorrentados, mas não estou preso em nada. Consigo me virar de um lado para o outro e até engatinhar um pouco. Por que eles imobilizariam apenas você?

- Eu não sei... Mas não importa, acho que estou começando a ter uma ideia....

_____________________

No quartel-general da força tarefa, os policiais trabalhavam a todo o vapor na procura pelo cativeiro e sequestradores de Chiara e Aizawa. Enquanto Mogi e Matsuda examinavam fitas, O Sr Yagami andava de um lado pro outro examinando papéis, e Light pesquisava alguma coisa em seu computador.

Sentado em sua cadeira, L mantinha o polegar encostado nos lábios, o olhar distante. Já faziam 72 horas desde o sequestro, todas elas sem dormir. Em sua cabeça, a imagem de Chiara sorrindo enquanto tomava sorvete com ele de madrugada era sobreposta pela imagem dela presa em correntes naquele porão úmido e escuro. A perturbação que isso lhe causava fazia seu estômago revirar, causando-lhe uma sensação de vazio que ele não conseguia distinguir se era físico ou emocional. O detetive não podia deixar de se sentir culpado pelo estado em que a ruiva se encontrava. E mais ainda, não conseguia se perdoar por ter caído na armadilha da qual sempre fugiu. L nunca havia se aproximado de ninguém, e além de sua própria inaptidão em criar laços com as pessoas, o detetive não queria ter um ponto fraco, alguém pelo qual seus inimigos pudessem atingi-lo.... E agora aqui estava ele, atingido por Kira exatamente onde ele menos imaginava que um dia poderia ser vulnerável. Mas dessa vez, não era pelo envolvimento com Chiara que ele se arrependia, mas sim por não ter previsto essa atitude de Kira. Ele não imaginou que seu inimigo poderia dar um passo dessa magnitude. A quase confissão de Light como Kira foi a jogada mais ousada desde que L decidiu se apresentar à Light na universidade. Assim como o detetive na época, Light deve estar muito confiante em um plano para acabar com todos para poder ter feito algo tão ousado. L havia entendido perfeitamente o recado de Light: o adolescente quer terminar logo com tudo. Sequestrar Chiara foi a forma de Light dizer que está na hora de dar um fim definitivo nesse jogo. Além disso, ele demonstrou que, se necessário, é capaz de atrocidades maiores do que simplesmente escrever nomes em um caderno. L poderia simplesmente prender Light agora, junto com Misa Amane, mas assim ele não teria nenhuma prova incontestável contra Light. Além do mais, prendê-lo agora poderia tirar qualquer esperança de Chiara e Aizawa serem resgatados vivos. O melhor passo seria aceitar o desafio e responder à altura. Se Light debochou dele a ponto de sequestrar Chiara e “confessar” ser Kira, o detetive não poderia deixar por menos. Prever o plano de Light e planejar um contra-ataque à altura agora era uma questão de vida ou morte – literalmente.

“É, Light. Se você pensa que pode vir aqui e debochar de mim dessa forma, está muito enganado. Você pode estar se achando muito esperto agora, mas eu vou ganhar esse jogo!”, pensou.

- Ryuzaki, temos um novo recado dos sequestradores! – Roger fez-se ouvir pelo computador.

- Transmita – ordenou L.

Surgiu no telão à sua frente, apenas uma tela preta, e uma voz com filtros ressoou.

- L, como havíamos combinado, estou entrando em contato novamente para repassar os detalhes da troca. Devo dizer que é imprescindível que seja feito como eu estabeleci aqui, sob a pena de toda a equipe da força tarefa ser morta. De acordo com a minha investigação, vocês são seis. Daqui a exatos cinco dias, às 13 horas, quero que todos vocês estejam presentes e com o caderno no local que indicarei à vocês apenas trinta minutos antes do horário combinado, por questões de segurança. Como garantia de que isto não é uma armadilha, e que se me entregarem o caderno, ninguém será morto, a pessoa que receberá o caderno não serei eu, mas sim um criminoso sob meu controle, que estará sozinho. Como você já deve saber, não posso controlar uma pessoa de forma a fazê-la matar outra, então vocês estarão seguros. Entregue o caderno a ela e em seguida libertarei os prisioneiros. Caso você trapaceie ou não esteja no local e hora combinados, lhe enviarei na manhã seguinte os corpos dos prisioneiros, mas espero que tal medida extrema não seja necessária. No mais, aguarde o meu próximo contato.

O monitor foi desligado. Os homens da sala olhavam com olhos arregalados, numa mistura de medo e revolta com tudo o que foi dito. Eles sabiam que os próximos dias não seriam fáceis.

L levantou-se da cadeira.

- Escutem – Falou firmemente o detetive, prendendo a atenção de todos. - Kira decidiu me confrontar diretamente para conseguir o seu caderno de volta. Neste momento, estamos no impasse entre salvar as suas vidas e entregar a Kira a arma com a qual ele tem cometido os seus assassinatos em massa. Sei que todos aqui se esforçaram e arriscaram suas vidas para conseguirmos tudo o que conseguimos até aqui, mas acredito que com tudo o que sabemos, não seria interessante que suas vidas fossem sacrificadas em nome de termos esse caderno em mãos. Sendo assim, acredito que irão concordar comigo que a melhor escolha é entregarmos o caderno e salvarmos as suas vidas, inclusive as de Chiara e Aizawa que estão agora em cativeiro.

Um burburinho se espalhou pela sala.

- Ryuzaki, eu concordo com você. Não que tema pela minha vida, mas acho que não vale a pena sacrificarmos nossas vidas nesse momento, até porque as mortes não pararam, o que significa que ainda há outro caderno em circulação – ponderou o Sr. Yagami.

- É, o chefe tem razão. Além do mais, eu não quero morrer agora – acrescentou Matsuda.

Light, até agora calado, esforçava-se para conter o riso com o que via.

“É, Ryuzaki, então você decidiu entrar no jogo... Que belo teatro! Devo dizer que desde que comecei esse jogo contra você não me sinto tão entusiasmado como agora. Nos próximos cinco dias, seremos você e eu, você fingindo não saber que eu sou o Kira e que sou o responsável pelo sequestro da sua namoradinha, além de planejar matar todos vocês, e eu fingindo que não sei que você entendeu o recado e está planejando me desmascarar. A grande questão é: quem vai conseguir acabar com o outro primeiro. Dessa vez não tem mais volta, daqui a cinco dias tudo acaba. É ganhar ou perder. Olho com olho, vamos ver quem pisca primeiro?”

- Ryuzaki, quero que saiba que estou aqui para o que você precisar – disse Light de pé, em frente a L.

- Obrigada, Light, é bom poder contar com você – respondeu o detetive olhando-o nos olhos.

L caminhou na direção da sala de Roger, que estava no antigo lugar ocupado por Watari.

- Roger, preciso que contate secretamente todos os membros d equipe à exceção de Light. Marque a reunião para um horário em que ele não esteja aqui.


Notas Finais


Olho com olho, vamos ver quem pisca primeiro?
Cenas para os próximos capítulos...


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