História Apenas mais uma história - Uma nuvem, uma revista, e um sorriso!

Tudo parece igual, o mesmo, a mesma musica toando no despertador (Fade do Alan Walker), eu adorava essa música, mas agora me dá raiva sempre que eu escuto, uma dica importante, nunca coloque uma musica que você gosta para te despertar ás 5:30 da manhã, sério; calma, não era disso que eu estava falando, onde eu estava mesmo? Ah sim, o mesmo  espaço vazio na minha cama, o mesmo latido dos cachorros do vizinho, quando o cara do jornal passava na rua, a mesma cara de bosta inchada, quando eu me olhava no espelho, tinha tudo para ser mais um dia monótono na minha rotinha monótona. Ah se eu pudesse voltar 2 anos atrás, eu diria para meu eu naquele dia, para se alegrar, por que aquele dia mudaria nossas vidas.
  Nossa que falta de educação a minha, esqueci de me apresentar, meu nome é Thomas Martin, 27 anos, atualmente trabalho com produção de multimidias, tenho 1,87m, cabelos curtos e negros, tenho olhos cinzas, gosto de frequentar a academia, me manter em forma sabe, normalmente isso ajudaria muitos homens a conquistar varias mulheres, mas não pra mim, sempre fui muito timido, e nunca fui muito bom na arte da conquista, não que me importasse muito com isso, sempre achei um disperdicio de tempo sair por ai, passar noites em festas e baladas só para poder conquistar mulheres, que no dia seguinte, eu nem lembraria do nome...espera, eu me perdi de novo, desculpem, mas eu acabo viajando muito fácil nos meus pensamentos, enfim, estou aqui, por que eu já li alguns livros, e já vi vários filmes, sobre o amor, o romance, como é se apaixonar, mas em sua grande maioria, sempre são retratados na visão da mulher, então vim contar uma história, minha história de amor, espero que seja tão bom pra vocês, quanto foi pra mim.
  Então vamos voltar 2 anos atrás em 18 de setembro de 2015, uma sexta feira, o dia em que todo mundo no país levanta feliz, ultimo dia da semana, assim poderiam curtir o final de semana, mas não pra mim, pra mim era apenas mais um dia como qualquer outro, mal levantei e o Zeus já veio em minha direção, ah sim, Zeus é meu cachorro, um lindo pug de cor creme, todo dia ele fazia questão de me lamber assim que eu me levantava da cama, peguei a bolinha dele, e joguei o mais longe que consegui, para conseguir um pouco de espaço pra poder seguir com a minha rotina, que era banho, ir na varanda ver as senhorinhas de idade se esforçando mais que o necessário fazendo exercicios, a dona Ana sempre travava as costas, e gritava desesperada, eu sempre me diverti vendo isso, então eu tomava meu café, e torcia pra ter algum trabalho na minha caixa de entrada, se não tivesse eu iria para minha corrida matinal, no caso de hoje, eu tinha uma reunião em uma empresa grande, para fazer a edição de um comercial, era o primeiro trabalho grande que consegui em alguns meses, então vesti minha melhor camisa social branca, uma gravata azul marinho (era a unica que eu tinha), e um colete cinza, uma jeans preta, e meu tenis branco, olhei no espelho e torci para minha falta de senso de moda, não incomodar ninguém naquele dia. Então saí em direção do mesmo ponto de sempre, e antes que eu tivesse a oportunidade de colocar o meu fone de ouvido, a dona Cida, a maior fuxiqueira do bairro chegou, e não perdeu sequer um segundo:
  - Bom dia Thomas, você não vai ACREDITAR o que aconteceu com o filho d...
"Eu tenho que aprender a colocar os fones antes de sair de casa", pensei,"Olha só aquela nuvem parece uma enorme pedaço de pizza", completei em pensamento, e então me perdi no meus pensamentos, enquanto a dona Cida disparava fofocas sobre o filho de alguem, pelo tom de voz e pela sua exressão facial parecia algo realmente sério, quase que desejei estar prestando atenção, quase. Para minha sorte o ônibus passou antes que ela pudesse fazer alguma pergunta sobre o assunto, deixei ela entrar no ônibus primeiro, sabe pra parecer que eu era educado, mas na verdade quera que ela entrasse, escolhesse o lugar dela, para mim ficar o mais longe possivel do lugar que ela escolhesse, e assim eu o fiz, sentei no canto e finalmente coloquei meus fones, e fechei meu olhos, e então uma dor enorme cortou meu coração, a imagem da Nanda apareceu por de trás dos meu olhos, Fernanda era minha ex-namorada, não fazia um mês ainda que tinhamos terminado um relacionamento que durou pouco mais de dois anos, um dia ela estava dizendo "Eu te amo" e no dia seguinte "Acho que esse relacionamento não vai dar certo", foi a unica coisa que ela disse, antes de pegar sua mala e fechar a porta do meu apartamento nas suas costas. Era uma dor que eu me esforçava o máximo para poder esconder, ainda mais dos meus amigos, que viviam me dizendo que ela não era mulher pra mim, e insistiam em tentar me fazer sair, ir "caçar" como eles costumam dizer, e naquele exato momento Will, o mais insistente deles, acabara de me manda uma mensagem:
  - Eae cara, tá na foça ainda? Você não ta chorando pelos cantos por causa daquela vadiete não né?
  Eu fiquei com uma imensa vontade de mandar ele tomar no cú, mas, aí seria como dar corda para continuar me enchendo o saco, e de certa forma ele estava certo, mesmo que eu não quisesse adimitir no momento, e se eu tentasse ignorar a mensagem, em poucos segundos ele iria me ligar, então respondi:
  - Não!
  - Que bom - Ele disse - Porque a Mel conseguiu umas entradas VIP's para aquela balada que venho te falando faz um tempo, é hoje irmão, e nós vamos!!!
  Antes que eu pudesse dar uma desculpa, ele completou:
  - Você me deu sua PALAVRA, que se eu conseguisse a entrada de graça você iria mano, qualé, quer dizer que você não tem palavra, é isso mesmo?
  "Droga!" Pensei, sempre odiei quando usavam meus principios contra mim, ele estava me provocando, e não tinha como revidar, mas talvez não fosse tão ruim, era uma balada dos anos 70, o som era bom, eu não precisava ficar muito, umas duas horas não iria me matar, e também ia tirar ele do meu pé.
  - Tudo bem cara, eu vou - Respondi - Você sabe que eu sou um homem de palavra, e odeio quando vocês duvidam de mim.
  - Ae carai!!! - Ele disse, parecia empolgado - Fecho então, as 22hr e vou pegar a Mel, aí colo na sua, vamos pegar o Dih, e vamos, bele?
  - Ok! - Respondi - As 22 estarei pronto!
  Então voltei a fechar os olhos,mas dessa vez pensei em formas de sair mais cedo, sem que eles me enchessem muito o saco, e quando me dei conta, já estava no meu ponto, levantei correndo do meu lugar e desci a escada, 1 segundo antes do motorista fechar a porta por detrás de mim. Eu estava a menos de 500 metros da empresa, mas ainda faltavam um pouco mais de meia hora para a hora marcada, decidi então atravessar a rua e passar na banca de jornais que tinha do outro lado, era uma banca pequena, um tanto antiga, com tantas revistas e livros, que não cabiam dentro dela, chegando nela, procurei pelo dono, mas não tinha ninguém lá, então disse "Bom dia" para ver se alguém aparecia, e então de trás de um montante enorme de revistas saiu um pequeno senhor, meio curvado, por causa da idade provavelmente, mas, com o rosto iluminado, por ver um cliente.
  - Bom, dia meu jovem - Apressou-se em dizer - Em que eu posso ajudar?
  - O senhor não teria aí a nova edição da revista Guitar Player? - Fazia um bom tempo que eu havia abandonado meu hobbie de tocar, apesar de ainda ter meus equipamentos musicais, ele estão em um canto da casa, pegando poeira, mas gostava de me manter por dentro do assunto.
  - Claro, claro - Ele disse enquanto se esticava todo, e retirava a revista da prateleira - 14,90 - Completou.
  Paguei a revista, e saí em direção da empresa, mas antes que eu pudesse olhar na capa o conteúdo da revista, sinto um trombão no meu ombro, e a minha revista caiu no chão, me abaixei pra poder pegar ela, e xingar o infeliz que não estava prestando atenção por onde andava, ouvi um pedido de desculpas, e quando levantei meu rosto pra olhar pra pessoa, todo o meu corpo congelou instantaneamente. 
  - Foi sem q...
  Foi tudo o que eu consegui ouvir, enquanto encarava ela, seus olhos castanhos pareciam perfurar meu coração, seu sorriso, puta que pariu, o sorriso dela era tão lindo, e mais radiante do que o sol que já dava a cara naquela manhã, seus cabelos negros corriam do lado dos seu lindo rosto perfeito, como se estivesse alisando a pele perfeita de suas maçãs do rosto, eu não conseguia falar nenhuma palavra, eu estava estupefado, enquanto isso, ela continuava falando, como uma expressão de preocupação, e ao mesmo tempo parecendo se divertir, com qualque que fosse a cara que eu estivesse fazendo no momento. Quando finalmente consegui ter controle sobre os meus sentidos novamente ela já estava se levantando e dizendo:
  - Mais uma vez, desculpa - Disse enquanto se virava. 
  E então ela se virou novamente, e sorrindo deu um tchuazinho com a mão, e então se misturou ao resto das pessoas na rua, eu não conseguia me levamtar, apenas fiquei observando aquele anjo deslizar entre as pessoas e sumir da minha visão.
  E a única coisa em que eu conseguia pensar era naquele sorriso, naquele sorriso perfeito.