História Apenas não rebata (CANCELADA) - Então... É isso?

Chegou em casa, tentando disfarçar sua expressão abatida, mas estava difícil. Edward conseguiu ficar extremamente chateado por causa de uma frase. Mustang nem fez questão de disfarçar, o que custava ser um pouco mais delicado? Ele não iria morrer por isso e talvez Edward não estivesse desse jeito. O próprio nunca fora de escolher as palavras mais delicadas, sempre preferiu ser direto independente do assunto tratado, mas nunca fora cruel como Roy havia sido. Ele nunca pensou apenas palavras pudessem machucar tanto. Perceber o total desinteresse o machucou de uma forma da qual ele não esperava, foi como se Mustang estivesse jogando em sua cara que ele não significava nada.

E pensar que Edward conseguiu passar pelo clico “raiva, negação, paixão e tristeza” em menos de dez dias, deve ser um novo recorde.

O jovem, ainda pensativo, subiu as escadas, dirigindo-se a seu quarto, onde encontrou um Alphonse tentando se concentrar em uma redação, então achou melhor não interromper e foi arrumar suas coisas. Colocou a mochila em cima de sua cama e a abriu, tirando alguns livros e cadernos da mesma.

- Esta prateleira está bamba, qualquer dia ela vai cair na minha cabeça. – acabou comentado, colocando os livros que não seriam usados no dia seguinte na pobre prateleira bamba. Logo olhou para o irmão, percebendo que não era o único abatido da família - Que cara é essa, Al?

- A May vai voltar para a China. – Alphonse respondeu num tom triste

Será que Edward pode ir junto? Estava querendo sumir por uns tempos e essa parecia uma boa oportunidade. Será que ele cabe na mala? Nunca pensou que sua pouca altura pudesse lhe ser útil algum dia.

- Sinto muito. – falou, dando tapinhas no ombro do mais novo

- Eu fiquei bem triste. – Alphonse falou o óbvio, afinal, quem ficaria feliz ao saber que namorada vai sair do país? - Mas a gente vai manter o namoro, só que... Só que ela vai estar na China, tirando isso vamos continuar tudo igual. Ainda bem que existe Internet. – abriu um pequeno sorriso e agradeceu mentalmente aos avanços tecnológicos - E eu vou economizar para poder viajar pra lá nas próximas férias, só não sei se o papai vai me deixar ir para China desacompanhado. – fez uma breve pausa, passando a encarar Edward e começou a notar que as coisas também não estavam muito para o lado do mais velho - Você também não parece muito bem, Ed. Aconteceu alguma coisa?

- Nada demais. – respondeu, dando de ombros - O Roy falou umas besteiras e eu fiquei chateado, só isso.

- Foi só isso mesmo?  - o mais novo perguntou, arqueando uma das sobrancelhas - Geralmente você fica com fica com raiva, com muita raiva. – começou a descrever as reações do irmão para... Para quase tudo que acontece, na verdade - Aí você grita para todo mundo ouvir, mas não fica chateado desse jeito.

- Está tão na cara assim? – Alphonse acenou com a cabeça como resposta - Tudo bem, o burro da história sou eu mesmo. – falou mais para si mesmo do que para o irmão. Edward não só sentia-se oficialmente merecedor do troféu de maior idiota do mundo, mas também o de maior idiota da galáxia - Não quero falar sobre isso, ok?

- Ok. – o outro concordou, respirando fundo - Acho que hoje não foi um bom dia para nós.

- Não foi nem de longe.

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Já que não poderia ir para a China, ele poderia ao menos não ir ao colégio, certo? Parece que não, pois lá estava Edward na sala de aula, esperando a professora Riza chegar. Ás vezes parece que só existe aula da geografia ou é apenas impressão sua? Torcia para que ela se atrasasse, esse tempo antes da aula estava sendo um de seus poucos momentos de paz.

- Edward, meu caro irmão de time. – Tiger se aproximou, acabando com seu momento de paz mais uma vez

Será que professora Riza pode chegar agora? Geografia não é tão irritante assim.

- Eu posso te fazer algumas perguntas? Prometo que não serão mais do que cinquenta.  – o maior perguntou

“Não serão mais que cinquenta”. Ele vai ditar um vestibular? Só pode!

- Pra quê são essas perguntas? – quis saber antes de qualquer coisa, pois se tratando de Tiger todo cuidado é pouco

- Sou eu quem faz as perguntas aqui. – o capitão simplesmente o ignorou e deu início as perguntas - Primeira pergunta: você já reparou no quanto meu irmãozinho, solteiro, Lyon Kess, é bonito, gente boa, inteligente e solteiro? Ah, e você sabia que ele está solteiro?

Mas que raio de pergunta havia sido aquela? Tiger estava mesmo tentando empurrar Edward para seu irmão?  Vale lembrar que o capitão nem sabe sobre sua sexualidade, se soubesse seria capaz de trancar os dois quarto e gritar “se peguem!”. Ele não poderia ter um irmão de time um pouco mais normal?

- Tiger! Você prometeu que não faria isso! – antes que pudesse responder a pergunta mais estranha que ouviu em sua vida, Lyon entrou de repente, gritando com seu irmão e correndo até ele.

- Espera aí! – Tiger interrompeu - Você estava me seguindo pra saber se eu ia cumprir a promessa?

- Claro que eu estava, eu não confio em você. – Lyon, com o rosto vermelho como um pimentão, agarrou o braço do mais velho, puxando-o em direção a porta - Vem aqui fora um minutinho, a gente precisa ter uma conversa sobre cumprir o que a gente promete.

Aquela cena havia sido estranha, muito estranha mesmo, estranhíssima.

Lyon parecia muito nervoso, será que.... “Isso é coisa da sua cabeça, Edward. Coisa da sua cabeça, da sua cabeça, da sua cabeça”, pensava. Não faria o menor sentido Lyon gostar dele. A sexualidade do “irmão do irmão de time” não segredo para ninguém, mas, mesmo assim, o que o faria gostar justamente de Edward? Os dois só brigam desde o dia em que se conheceram e, até onde ele sabia, socos não fazem ninguém gostar de alguém... Ou fazem? De qualquer maneira, algo entre eles jamais poderia acontecer. Para Edward, Lyon não passava de um mimado irritante que não aceitava que alguém merece mais o posto de titular do que ele. Além disso, Lyon o odeia e não faz questão de disfarçar isso. Provavelmente Tiger quer passar mais tempo com Winry e quer desencalhar o irmão para ficar mais tranquilo.

Edward e Lyon são o casal mais impossível da face da Terra.

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Estavam lá, treinador e pitcher, mais uma vez. O mesmo galpão, os mesmos beijos, os mesmos toques e o mesmo martelinho em sua cabeça. Embora a outra resposta tivesse o destruído, estava disposto a tentar falar sobre um encontro mais uma vez e assim o fez.

- De novo essa história? – Roy bufou, mostrando mais uma vez seu poder de magoar Edward com apenas uma frase. O menor o encarava, observando sua expressão que mostrava tanto descaso e... E ainda assim conseguia achar aquele homem tão atraente. Qual era o seu problema?  - Se for ficar me cobrando toda hora, é melhor acabarmos por aqui.

Não! Ele não poderia ter dito isso. E Edward achava que não poderia ouvir uma resposta mais destruidora do que a anterior.

- Então acabamos aqui. – Edward falou secamente, abrindo a porta do galpão e indo embora

Normalmente faria um escândalo, mas não queria demonstrar qualquer coisa na frente de Roy, afinal também tinha seu orgulho. Não poderia deixar que seu misto de raiva de tristeza fosse visto, ele não iria se rebaixar de tal maneira.

 - Vai à merda, Roy Mustang. – murmurou para si mesmo enquanto caminhava para casa, mordendo o lábio inferior

Não dava para acreditar no que estava acontecendo.  Edward quem havia colocado um ponto final nessa história, certo? Embora não fosse sua vontade, ele sabia que insistir naquilo só o faria mal. Sentia que seria melhor sofrer agora do que prolongar algo que não estava dando errado desde o começo, ainda que quisesse fazer tudo dar certo. Por que tudo tem de ser tão complicado?

- Vá à merda, Roy Mustang. – falou ainda para si mesmo, num tom um pouco mais alto do que da última vez

Mas ele não havia feito nada de errado, não é mesmo? Era tudo culpa daquele técnico filho da puta, daquele sem coração. A culpa era toda de Roy Mustang.

- VÁ À MERDA, ROY MUSTANG!

Gritou no meio da rua e não estava nem aí. Agora que aquele desgraçado não conseguia mais ouvi-lo, ele iria berrar, chorar e xingar até tudo o que está sentindo passar.