História Apenas um Pedaço de Bolo - Cake - Capítulo Único

                               É Incrível o tamanho interesse das pessoas.

      Um dia, eu era fraco, solitário e ignorado, e sofria por conta disso.
 Agora, as pessoas querem minha atenção,apenas por eu ter voltado mais seguro de mim e "bonito".

   Um exemplo: eu era um bobo apaixonado que corria atrás da Docete, enquanto ela me esnobava. E quando precisava de minha ajuda, fingia se importar comigo.

     Quando soube que ela mudaria de escola, e começaria a estudar na Sweet Amoris, uma escola bem popular na França, fui logo pedindo minha transferência.
    No primeiro momento que eu vi ela, eu corri á seu encontro. E, para minha surpresa, eu fui completamente pisoteado. Ela me ignorou completamente, me deixando com uma geada no coração.
 
     Sempre era a mesma coisa, ela me maltratava e eu continuava que nem um idiota atrás dela.
 Até que um dia eu acordei para a vida, e decidi mudar completamente. Estava cansado das pessoas me desvalorizarem apenas por eu ser um adolescente inocente, por eu não enxergar interesse nem malícia alguma nos outros.

     E foi assim que pedi para meu pai me levar para o colégio militar. Eu iria mudar, não iria ser mais esse garoto fraco, iria ser um homem de verdade.
   Foi preciso de 1 ano e meio para eu mudar tudo que não me agradava em mim. 
Minha aparência; não tinha mais o corte de cabelo “tigela”, meu corpo magrelo de antes deu lugar a músculos. Abandonei o óculos fundo de garrafa, e passei a usar lentes.

   Outra coisa que mudei foi minha personalidade, parei de me importar tanto com os outros e dei mais atenção a mim. Mas, eu fingia que não me importava, porque querendo ou não, eu tinha um coração mole.
 Eu ainda sinto que amo a Docete, e me odeio por isso. Ela havia me magoado completamente, e eu ainda tenho sentimentos por ela. Eu sou tão idiota.

               Voltei para Sweet Amoris.

      Entrei ouvindo cochichos das pessoas, olhares sobre mim, mas, ninguém me reconheceu, o que já era de se esperar.
 Passei pelo corredor e ela veio me dar ás boas-vindas. A mesma garota pela qual me apaixonei, a mesma garota que me fez ter raiva de mim mesmo, a mesma garota que não importa o que aconteça, eu sempre vou amar.

   Mas, eu precisava dar o troco. Por mais que me doesse eu á ignorei e segui meu caminho.

 
                                                       *

    Eu já havia resolvido na diretoria as papeladas da minha transferência. Peguei meus horários e vi que a primeira aula, de história, começaria daqui cinco minutos. Assim, entrei na sala e vi que tinham poucos ali. Violett, Kim, Nathaniel e Íris.  Íris sempre conversava comigo por mensagens, eu a considero minha melhor amiga. Ela não me desprezou pelo meu jeito, nem me abandonou.  Porque eu não fui me apaixonar pela Íris?

 
     Lysandre, seguido de um menino de cabelos pretos e outros azuis, provavelmente entraram em Sweet Amoris logo assim que saí,  adentraram a sala. Depois, a Docete, que trajava um vestido bege com babados pretos, que batia no joelho e um salto alto preto. Confesso, ela estava bem bonita.

     A Docete se sentou na carteira vaga ao meu lado, me lançando uma piscadela e um sorriso malicioso. O que aconteceu com a Docete? O que aconteceu com a Docete que eu me apaixonei? Ela definitivamente não era assim antes de vir para Sweet Amoris. Eu acho que agora, eu não sinto mais amor pela Docete, é apenas uma obsessão ridícula minha. 

     Fechei a cara, e apenas a ignorei. 

—   Eu gosto de caras difíceis, Baby   —   Docete murmurou com um sorriso. Que nojo eu estou sentindo dela.
Professor Faraize entrou, e passou a ensinar a matéria.  Mas foi parado com Castiel e logo depois Ambre e suas amigas. Que ganharam uma advertência por chegar atrasados.

—   Alunos, não sejam maus educados, e dêem as boas-vindas para o aluno novo. —  Professor Faraize disse ao fim da aula, olhou um papel que estava em sua mão e sorriu alegremente - Ele já estudou aqui, vocês devem se lembrar, o nome dela é Kentin.

     Violett veio me cumprimentar tímida, seguida de Kim. Íris veio com um sorriso que não cabia no rosto.

-—   Ken! —  Ela  me chamava  de Ken, mas ela era uma exceção, eu só deixava ela - Estava com muitas saudades de você, quando você disse que mudou, confesso que não acreditei. Parabéns, você está muito bonito.  - Falou me abraçando. 

— Íris eu também estava morrendo de saudades. Novidades? —  Retribui o abraço apertado dela.

-— Temos novos alunos. Um de cabelos pretos que só fica jogando videogames, o nome dele é Armin. E o outro de cabelos azuis, é o Alexy. Eu acho que você já reparou que ele é gay. —  Me apresentou os dois garotos que eu não sabia quem eram  —   Ken, eu vou ir pro intervalo. Você quer lanchar comigo?

 
— Me desculpe Íris, mas eu não vou poder. Amanhã eu prometo que sim, ok? — Ela assentiu me dando um beijo na bochecha e saindo. Observei Docete e vi que ela ainda estava em choque observando minha conversa com a Íris. 

      Outros alunos vieram me cumprimentar, e seguiram o seu caminho. Mas agora foi a minha vez de sair.
Andava pelos corredores, enquanto eu tinha o foco no celular.  Algo tirou minha atenção, e foi a Docete que estava parada em minha frente. 

 —  Ken... Deixa eu me explicar  —Me suplicou com a voz baixa, enquanto fazia uma expressão fofa. 

— Docete, não me chame de Ken. E sim pelo meu nome que é Kentin.

 
— Porque eu não posso? —  Fez uma careta  raivosa —  A Íris te chamou de Ken e você não fez nada. Antes de seu pai te levar para o exército, eu que te chamava assim! —  Falou com a voz de choro e uma cara emburrada.

 
      Ri debochado do seu teatrinho.

— Docete, aprenda que você não é a Íris.  —   Segurei seu rosto com minha mão direita   —   E você falou bem, você me chamava de Ken antes. E sobre o que você disse anteriormente, realmente não temos nada para conversar. 

— Ken-Kentin... —  Começou a chorar  —  Eu não queria te magoar Kentin, por favor vamos voltar a ser amigos, eu gosto muito de você. —  A falsidade de Docete passava dos limites, eu acho que posso fazer minha vingança agora. Então, eu iniciei um beijo nela. Primeiramente ela parecia surpresa, mas logo depois sorriu achando que eu entrei no seu jogo e retribuiu o beijo. Ficamos assim por mais um tempo, até o ar nos faltar. As pessoas costumam falar, que quando amamos alguém e a beijamos, sentimos algo diferente.  As famosas borboletas no estômago.  E eu não senti nada disso. Eu não amava a Docete, eu apenas achava.

 
    Reparei na Docete que me olhava maldosa. Mas antes que ela falasse algo, eu me pronunciei.

— Docete, eu sou apenas um pedaço de bolo pra você, certo? Pois saiba, que para mim, você é apenas um pedaço de carne, um pedaço de carne inútil, um pedaço de carne como qualquer outro.  —  Eu disse saindo e a deixando ali, estática.