História Apenas uma Fã - Capítulo XXVII

Capítulo XXVII

Dois meses depois...

Dois meses se passaram desde o fatídico ocorrido com Harry e Emanuele, a perda do bebê não foi fácil de ser superada – e talvez nunca seja – e, mesmo depois de dois meses o seu coração tem um enorme vazio, mas com a ajuda daqueles que amam tudo começou a se ajeitar. Os estudos dela chegaram ao fim e agora ela está focada em sua carreira como modelo – mesmo que o sonho de cursar Arquitetura e Urbanismo ainda esteja fresca. Os meninos da banda estão se preparando para uma turnê pela Austrália – lembrando que na estória o grupo ainda está completo.

Emanuele se mudou para a casa de Harry, foi uma decisão difícil para Noemi aceitar, mas quando algo era decidido por ela era difícil reverter. Gemma já contou para todos sobre sua relação com Niall e sobre sua gestação; ela está ansiosa para descobrir o sexo de seu bebê, assim como para seu casamento com Niall.

Emanuele — Londres, Inglaterra

Acordei com a Nina arranhando a porta. Abri meus olhos e pude ter certeza de que Harry não estava na cama comigo. Retirei a coberta do meu corpo e me levantei e caminha até a porta, abri a mesma e pude ver a cadelinha entrar pela mesma toda contente. Fiz um carinho em sua cabeça e logo sai do quarto, desci as escadas e pude ouvir um barulho vindo da cozinha. Adentrei o local e pude ver Alba fazendo seu serviço.

— Bom dia Alba! – depositei um beijo em sua bochecha e sentei em uma das cadeiras. — Você viu o Harry hoje?

— Bom dia Manu. Harry saiu cedo hoje e foi para a academia do condômino. – disse calma atenta nos legumes que ela estava cortando. — O que você quer para o café da manhã? Você precisa manter a sua alimentação balanceada.

— Vou tomar minhas vitaminas e irei para academia. Assim que eu voltar como algo. – rumei para as escadas. — E ainda preciso ir ao médico com Gemma.

Voltei para o quarto e logo fui para o banheiro, onde fiz minhas higienes matinais. Assim que terminei minhas higienes voltei para o meu quarto e coloquei uma roupa confortável de academia. Peguei meu celular e fones e logo saí do quarto, voltei para a cozinha e dei de cara com Harry.

— Que desencontro. – comentei rindo e tomando minha vitamina que Alba havia feito. Uma fofa. — Bom dia, Hazz. – selei nossos lábios.

— Bom dia! Se você acordasse cedo, nós poderíamos treinar juntos. – dei de ombros. — Não demore, ok? Quero ter um tempo com você antes de viajar amanhã.

Concordei e sai de casa. O dia está lindo, o sol está perfeito assim como a paisagem natural que o céu nos oferece. Cumprimentei as pessoas que passaram por mim e logo eu estava na academia.

(...)

Fiz todos os meus treinos e sai da academia com meu corpo todo suado e grudento. No caminho de volta senti alguns olhares tortos de vizinhas solteiras de Harry, que nunca foram com a minha cara; a maioria delas já teria dormindo com ele. Difícil. Não demorei muito e logo estava em casa, Nina veio correndo em direção com seu rabinho balançando; abaixei-me e lhe dei um pouco de carinho. Ergui meu corpo assim que vi Alba descendo as escadas com um cesto de roupa sujas.

— Quer ajuda? – perguntei mas não esperei sua resposta, peguei o cestos de suas mãos e ela me agradeceu com um sorriso. Alba e Olívia são como Cátia e Cláudia para mim e, falando nelas, daqui algumas semanas irei para o Brasil e confesso que estou ansiosa para rever elas. — Onde está Harry?

— No quarto, terminando de arrumar as malas. – disse e logo pude sentir meu sorriso murchar. Alba passou a mão por meus cabelos. — Coloca um sorriso no seu rosto e vai aproveitar o dia com seu namorado! Vá tirar todos os seus atrasos. – concordei enquanto ria fraco, assim como ela.

— Do que essas belas moças estão rindo? – Harry perguntou descendo as escadas e logo chegando à cozinha. — Imagino que já estão comemorando a minha ida. Sinceramente, pensei que vocês me amassem. – disse dramático, limpando suas falsas lágrimas.

— Para de drama! – ela levou sua mão ao peito, fingindo indignação. — O que você está fazendo é drama, querido! Você sabe que eu sentirei sua falta. Quem irá me proteger nesse breu que você chama de casa? – comentei e ele riu.

— Você é muito medrosa! – revirei os olhos e lhe me mostrei o dedo do meio. Ele me devolveu o mesmo gesto. — Mas aqui... Será que as australianas são gostas? Ou turbinadas?

Respirei fundo e disse: — Come uma delas e descobre sozinho, porra. – esbravejei e saí da cozinhando com os olhos em puro ódio. Fiquei extremamente irritada com sua pergunta desnecessária. Pude ouvir seus passos e tratei de apressar os meus. Assim que entrei no quarto tentei fechar a porta mas Harry foi rápido. — O que você quer?

— Não acredito que você ficou irritada. – tentou me abraçar, porém me afastei e cruzei os braços. — Não fiz por mal, me desculpe você é a única mulher gostosa que eu quero perto de mim. – ele se aproximou, tentando me abraçar.

— Não Harry, eu ‘tô grudenta e fedorenta. – o afastei de mim. Caminhei até a porta do banheiro e olhei diretamente para Harry. Comecei a retirar todas as minhas peças, porém lentamente e de costas para ele. Pude ouvir sua respiração torna-se mais densa. Olhei por cima do ombro e pude ver Harry retirar as roupas. Sorri para ele e virei-me corretamente, tombei a cabeça e disse: — Agora vamos tomar um banho... Antes que a Gemma chegue aqui.

(...)

Estava terminando de me arrumar, visto que Gemma já está me esperando na sala. Iriamos para o seu pré-natal. Terminei de me vestir e peguei todos os meus pertences, incluindo a chave do carro que comprei com o salário de modelo. Harry estava dormindo e Alba já tinha cumprido seu horário de trabalho. Desci as escadas e pude ver Gemma. O caminho foi calmo e logo estávamos no hospital.

— Está ansiosa? – não lhe dirigi o olhar, mas pude perceber que ela estava com um belo sorriso em seu rosto alvo.

— Muito. – respostou rápido, pondo as mãos no pequeno volume em sua barriga. — Não vejo a hora de completar meus quatros meses para descobrir o sexo do meu bebê. – concordei com ela, vendo o elevador subir os andares. — Me pergunto se você e Harry vão tentar engravidar... Mesmo com a sua pouca idade.

— Não sei se estamos prontos para engravidar, tem diversas questões envolvidas. – paramos no balcão para Gemma se identificar. — Harry vai começar a turnê amanhã e não vamos poder aproveitar juntos. Além do mais eu quero esperar mais uns anos para ter o meu primeiro filho. – a moça entregou os documentos dela e nós sentamos. — Quero poder planejar e ter certeza de que quero ser mãe.

Continuamos conversando e logo entramos na sala. Fiquei ao longe observando a consulta, vendo a felicidade de Gemma ao saber do seu bebê. Senti uma leve tontura e me sentei, venho sentindo essas tonturas há uma semana. A consulta logo acabou e saímos. Senti uma forte dor na cabeça e me apoiei em Gemma que me observou assustada.

— O que aconteceu? – pareceu preocupada.

Respirei fundo e me recompus. Neguei com a cabeça e lhe dei um sorriso, ainda sentindo umas pontadas em minha cabeça. Saímos do prédio e levei Gemma para a casa do Niall e, antes de ir para casa, decidi ir para o shopping. Estacionei meu carro e logo eu estava no meio das pessoas, algumas me paravam e pediam fotos e outras acenavam. Iria para a praça de alimentação, mas no meio do caminho vi uma loja de roupas de bebê e não hesitei em entrar.

— Boa tarde, posso lhe ajudar em algo? – a bela moça de longos cabelos negros perguntou, aproximando-se de mim com um sorriso.

Concordei com a cabeça e ela sorriu mais ainda. Primeiro dia de trabalho imagino.

— O que procura? Roupas para recém-nascidos? Bebês com mais de três meses? Para menina ou menino? – disparou todas as perguntas caminhando pela loja comigo ao seu lado.

— Roupas de recém-nascido para ambos. – lhe respondi com a mesma simpatia que me foi ofertada. Caminhos para essa sessão em específico e encantei-me com todas as peças que vi. — Todas essas roupas são perfeitas.

Escolhi um macacão lilás com alguns desenhos de flores e borboleta e outro macacão verde com gatinhos na frente. Observei outras peças e logo caminhei para o caixa.

Harry — Londres, Inglaterra

Emanuele está demorando em chegar o que fazia com que a minha cabeça imaginasse diversas coisas. No entanto, todas as minhas preocupações sumiram assim que ouvi o destrancar da porta; ela estava radiante e com duas sacolas de lojas de roupa infantil. Ela passou pela sala e seguiu para cozinha.

— Onde você estava e por que você trouxe roupa para bebês? – questionei entrando no mesmo cômodo que ela.

— No shopping. – respondeu e virou-se para mim. — Eu ia tomar um sorvete, no entanto passei em frente a uma loja de roupas infantis; entrei e resolvi comprar. Apenas. – ela concluiu e caminhou em direção das escadas. — Já arrumou suas malas?

— Sim, está tarde e amanhã iremos levantar cedo. – a segui e logo entramos em nosso quarto. — Vamos tomar nosso último banho juntos pela última vez antes da turnê. – dei um tapa em sua bunda. Será difícil ficar longe dessa mulher por tanto tempo. Entramos no banheiro e tivemos uma banho calmo e gostoso, apenas com carícias. Terminamos o banho e saímos do banheiro, nos vestindo e deitando na cama. — Lavou os pés direito?

— Óbvio. – deitou-se ao meu lado e virou seu corpo para mim, ficando de frente comigo. — Sei que somos novos e tudo mais, mas você acha que devemos tentar ter outro bebê? – encarei-a um pouco assustado. — Se fosse um acidente, eu digo...

A encarei por um momento.

— Você está grávida? – ela negou rapidamente, parecendo perdida. Meu coração se acalmou e eu fiquei um tanto desanimado. — Você está pensando em engravidar? Seria uma bênção se uma vida estivesse sendo gerada dentro do seu ventre, mas se você não quer por agora, podemos adiar esse acontecimento.

Emanuele — Londres, Inglaterra

Acordei com o despertador de Harry. Tateei a cama mas não senti seu corpo e meu coração se apertou ao lembrar que eu não sentiria seu corpo por longos meses. Sentei-me na cama e desliguei o despertador, logo me levantei e caminhei até o banheiro para fazer as minhas higienes pessoais. Senti algumas lágrimas se formarem em meus olhos; nunca ficamos tanto tempo afastados e vão ser por duas vezes: as turnês e um desfile que irei fazer em Milão. Assim que terminei com a minha higiene e logo fui me vestir e depois me arrumei como me sentia confortável.

— Que cheiro ruim! – comentei me afastando de Harry que entrou no quarto. Peguei meu celular e o observei. — Troque de perfume.

Ele me olhou surpreso: — Ruim? Você adora esse perfume... O que aconteceu? ‘Tá tudo bem?

— Sim, Harry. – abri a porta e logo saí do quarto. — Vamos parar de conversa fiada. Coloque suas bugigangas no meu belo conversível e vamos para o aeroporto, baby.

(...)

Lágrimas estão escorrendo por meus olhos. Não queria ter que solta-lo, mas seria necessário. Ele me encheu de beijos e carinhos. Trocamos algumas carícias e fui me despedir dos meninos, assim como ele foi se despedir da mãe e da irmã.

— Não precisa chorar, eu irei voltar. – seus longos dedos limparam as minhas lágrimas. Segurei em suas mãos e fiz um leve bico. — Irei te ligar sempre e iremos trocar mensagens.

— É bom mesmo. – sorri e novas lágrimas escorreram. Harry selou nossos lábios em um beijo demorado e carinhoso. Ele beijou minha testa e se afastou.

— Eu te amo.

Assim ele me soltou e eu o vi indo para o avião. Gemma me abraçou e me fez algumas carícias como consolo, assim como fiz com ela. Seu noivo também está partindo.

Uma semana depois...

Preocupação. Atrasada. Essas são as duas palavras que não saem da minha cabeça durante toda essa primeira semana que Harry esteve fora. Minha menstruação está atrasada e eu estou com medo de estar grávida. Gemma está aqui comigo, assim como Anne que veio para ficar comigo na minha casa com Harry. Respirei fundo e peguei o teste da mão de Anne, ela sorriu.

— Vai lá, estaremos aqui independente de qualquer que seja o resultado.

Balancei a cabeça em concordância e entrei no banheiro. Li as instruções que estavam na bula do teste. Abri o que Anne me deu e logo fiz todos os procedimentos e, com menos de um minuto, as cinco listras subiram. Grávida. Estou grávida do meu segundo filho com um homem que amo. Soltei um enorme grito e sai correndo banheiro com o teste em mãos.

Anne e Gemma me encaram sorridentes, mesmo sem saber o resultado.

— POSITIVO! – berrei e subi em cima da cama, pulando freneticamente. — ESTOU GRÁVIDA!