História Apenas uma Fã - Capítulo XXXVI

Capítulo XXXVI

Emanuele — Rio de Janeiro, Brasil

Acordei com meu corpo molhado de suor e a minha respiração extremamente ofegante. Sentei-me na cama e olhei para lado, vendo Harry dormindo plenamente. Passei a mão em meus cabelos e olhei meus pulsos, certificando-me de que eles não estavam cortados. Dei um longo suspiro e retirei a manta de meu corpo. Caminhei em passos lentos até o banheiro, onde entrei e tranquei a porta e, assim mesmo, entrei embaixo do chuveiro – com roupa e tudo. Que merda de pesadelo foi esse?

‘’Lis e Harry atracando-se na bancada da cozinha, como dois animais famintos e no cio. Os toques, os sussurros e os beijos trocados entre eles quebraram o meu coração em diversos pedaços’’.

Afastei esses pensamentos assim que ouvi batidas na porta. Respirei fundo e fechei o registro sabendo que Harry estaria na porta me esperando. Retirei as roupas molhadas e me enrolei na toalha que estava ali. Mesmo sabendo que o que eu sonhei não aconteceu de fato, seria difícil de encará-lo.

— O que houve? Você acordou cedo demais. – foram as primeiras palavras que saíram da boca dele assim que eu abri a porta. Não o encarei, apenas saí do banheiro. — Emanuele, o que aconteceu?

— Nada. – disse simplista e ele me encarou. Peguei roupas limpas e secas e caminhei em direção ao banheiro, no entanto Harry segurou meu braço e me fez encará-lo. — Já disse Harry, não aconteceu nada, está tudo bem, não crie coisas na sua cabeça.

— Tem algo acontecendo sim, você está sendo indiferente. Diz-me: por que você acordou quatro e meia da manhã? Quero que você compartilhe comigo as coisas que te incomodam.

O encarei e então decidi contar tudo, nos mínimos detalhes enquanto ele escutava tudo sem se pronunciar.

— Foi isso... Desculpe-me por pensar essas coisas de você, Harry. – levei minhas mãos para o meu rosto, escondendo a minha vergonha. Harry segurou minhas mãos e as beijou.

— Não precisa pedir desculpas, eu já tive sonhos assim e senti-me mal por pensar coisas assim de você. Eu tenho muito medo de perder você. – e assim ele me abraçou, fazendo-me com que as minhas inseguranças fossem embora.

(..)

O sol estava se pondo e as nuvens já estavam desaparecendo do céu. Sentar no balanço e sentir a brisa sempre me trouxe sensações boas. Harry foi visitar Anne e eu preferi ficar em casa, não estava com cabeça para sair de casa e interagir com outras pessoas. Pude ver ao longe Cátia se aproximar e sentar-se ao meu lado.

— O que está passando por essa cabecinha? – ela passou os dedos por minhas madeixas. Encostei-me em seu ombro. — Como os bebês estão?

— Tudo está correndo bem com eles e isso me deixa extremamente feliz. – e continuamos conversando sobre como a minha gravidez estava correndo. Pude ver ao longe Lis conversando no celular e observando minha conversa.

Harry — Rio de Janeiro, Brasil

No caminho de volta o sonho que Emanuele me contou estava martelando na minha cabeça. Não entendo o motivo dela se sentir tão insegura ao meu lado. O céu está escuro e sem estrelas, e o carro estava em uma velocidade alta e desnecessária.

— Você não está correndo muito, Carlos? – perguntei passando a mão pelo cinto de segurança, averiguando se tinha como torna-lo mais resistente. Pude ver algumas gotas de chuva desenharem nas janelas do carro. — Você está correndo muito, diminua a velocidade Carlos!

Uma risada cínica e um olhar debochado estavam presentes na face de Carlos. Engoli em seco.

— Você está certo, eu estou correndo muito... – ele comentou e Harry viu-o retirar o cinto de segurança e soltar o volante. A porta do motorista foi aberta e Carlos sorriu, virando-se para trás. — Sua parada final é aqui, Harry.