Capítulo LVI
Ponto de Vista da Emanuele Riachuelo
Apesar do sol ainda estar nascendo, Harry e Emma já estão acordados, enquanto eu estou na função de tentar colocar o Lorenzo para dormir. São exatamente 05h45 e, por conta da asma dele ter atacado, nenhum de nós quatro conseguimos dormir. Infelizmente, algumas das doenças e alergias que ele possui herdou geneticamente de mim. E, mesmo que seja algo do qual eu não possuo controle, sinto-me levemente culpada ao vê-lo assim. Após conseguir fazê-lo dormir, após horas de agonia, sentei-me no sofá, relaxando meu corpo. Senti um par de braços pequenos e aconchegantes envolverem meu pescoço e, logo em seguida, a cabeça de Emma encostou-se em minha clavícula.
— Ainda com sono, minha pequena? – perguntei enquanto passava minhas mãos levemente em suas costas, sentindo-a balançar levemente a cabeça. Consertei seu corpinho, deitando-a de forma correta em meu colo e nos cobrindo com a manta que estava no sofá. Direcionei meus olhos para o seu pequeno rosto, podendo vislumbrar a mesma chupando o seu dedão; os olhos estavam fechados, o corpo todo aconchegado e a respiração tornando-se leve. — A mamãe irá cantar para você poder dormir melhor, ok? – comecei a cantarolar versos de uma música de ninar, nunca retirando meus olhos dela.
Em poucos minutos, Emma entrou no reino dos sonhos, deixando o polegar escorregar da sua boca, caindo ao lado do seu corpo. Levantei-me devagar e caminhei em passos curtos e suaves, evitando fazer movimentos muito bruscos para não acordá-la. Adentrei o quarto que ela divide com Lorenzo, colocando-a em seu berço, cobrindo seu corpo em seguida. Senti dois braços envolvendo a minha cintura e um sorriso largo apareceu em meu rosto. Virei-me, dando de cara com Harry totalmente descabelado.
— Bom dia, querido. – saudei baixinho, guiando-nos para fora do quarto.
— Bom dia. – a voz rouca matinal de Harry é algo quente, que me deixa levemente animada. Fiquei na ponta dos meus pés, alcançando assim o seu rosto e dando-lhe um beijo calmo, carregado de saudade e um leve desejo. — Não vamos aprofundar algo que não vamos poder concretizar.
Dei uma leve risada, concordando e descendo as risadas.
— Vamos na casa da sua mãe hoje? – questionei adentrando a cozinha, abrindo a geladeira e retirando de dentro um mamão. Cortei o mesmo ao meio, preciso me alimentar bem mas, se continuar comendo desenfreadamente não irei entrar em meu vestido de noiva. Ri, balançando a cabeça levemente.
— Sim, iremos. – comentou sentando-se ao meu lado, apoiando os cotovelos no balcão. Sorrindo, ele levou seu olhar para a minha barriga. — Você acha que serão dois meninos, duas meninas ou um casal? Eu gostaria que fossem dois meninos, assim teriam quatro rapazes para vigiar a Emma.
— Coitada da menina, Harry. – ri levemente, tapando a minha boca. — Ela será uma menina muito responsável e independente, não vai precisar de ninguém para vigiá-la. – Harry riu e levantou a minha blusa, fazendo um carinho na minha barriga. Afastei o meu corpo, recebendo um beijo no local. — Nossos filhos são muito sortudos em ter você como pai. – segredei enquanto acariciava seus cachos. — E parando para pensar um pouco, nós fomos bem rápidos… Fizemos quatro filhos em menos de dois anos!
Rindo, ela ergueu o rosto, dando um selar em meus lábios. — Não posso fazer nada se somos como dois coelhos.
(...)
— Cuidado, Emma! Assim você irá bater a cabeça na quina da mesa. – disse pela décima vez, aproximando-me da menina que estava ostentando um enorme sorriso; seus pés estão descalços, o vestido lilás ainda no corpo pequeno e o laço combinando há muito fora esquecido. — Você quer fazer uma visita ao hospital?
— Não, mamãe. – respondeu, toda murcha.
— Então evite correr dentro de casa, querida, você pode escorregar e se machucar muito. Por isso é importante obedecer quando a mamãe diz que não é para fazer algo. – conclui, depositando um beijo em sua testa. A atenção de Emma voltou-se para David e Lorenzo, saindo de perto de mim logo em seguida. — As crianças dão trabalho…
Comentei enquanto me sentava de frente para Gemma e Anne, que riram em concordância, enquanto Harry havia engatado em uma conversa animada com Niall.
— No entanto, isso não me impediu de engravidar novamente, principalmente de mais duas crianças, não é mesmo, querida? – comentou Anne, rindo em seguida. Acompanhei a mesma, levando a mão esquerda ao meu ventre.
— Isso foi um acaso do destino. Porém, não tenho arrependimento algum! Meus primogênitos ainda são pequenos, mas sei que me auxiliaram com os irmãos que estão para chegar. – levei o olhar para onde meus pequenos estavam, sorrindo levemente. — O amor que eu sinto por eles e que eles sentem por mim é extremamente gratificante. As noites mal dormidas, os choros, as risadas… E eu jamais mudaria uma vírgula da minha história, porque ela é linda independente de todas as nuances.
Ponto de Vista da Autora
Os dias passaram ligeiramente, toda Londres estava ciente de que dali alguns dias ocorreriam o casamento do cantor da boyband com a jovem brasileira, mãe dos seus filhos. O nervosismo estava correndo nas veias de ambos que estavam cortando laços nesse momento tão especial, para que todos os sentimentos pudessem ser intensificados.
Felizmente, tudo estava pronto e perfeito da forma como foi planejado. O casamento seria ao ar livre em uma fazenda localizada em um vilarejo distante da capital; flores brancas e em tons róseos discretos estariam espalhados por toda a entrada do local. Mesas e cadeiras brancas com laços róseos enfeitaram o ambiente onde a festa ocorreria; tudo pensamento com extremo carinho e amor, da forma que Emanuele sempre desejou, visto que seu noivo deixou em suas mãos, para que tudo fosse feito ao seu gosto.
Se ela fica feliz, é o suficiente para que ele também fique. Afinal, assim é o amor, correto?
— Eu não deveria ter comido tanto nos últimos dias! – lamentou Emanuele, com princípio de lágrimas nos olhos.
— Não é para tanto, Manu.
— Você diz isso porque não é você, Gemma. Estou grávida e comendo desesperadamente e eu deveria ter me controlado, pois faltam apenas dois dias para o meu casamento. Vai ser preciso ajustar o vestido novamente.
Com muita calma e paciência, a costureira conseguiu deixar o vestido perfeito para o corpo atual de Emanuele. Sorrindo com orgulho, a senhora afastou-se da moça para que ela pudesse observar o seu reflexo no espelho.
Estava perfeita naquele vestido que estava abraçando seu corpo por completo. Sorrindo, ela levou as mãos ao rosto.
— Eu estou perfeita.
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