História Apenas uma Fã - Capítulo LVIII

Capítulo LVIII

Ponto de Vista da Autora

Sete meses depois – Londres, Inglaterra

Sete meses se passaram desde o casamento de Emanuele e Harry, que ainda estavam na fase de lua de mel, aproveitando a companhia um do outro e da sua família em conjunto. Apesar de tudo estar bem, nos últimos dias a preocupação estava rodeando a família; com muito esforço, Emanuele conseguiu completar os nove meses de gestação. A barriga estava enorme, parecendo uma melancia, a ruiva cogitou a possibilidade da mesma explodir por conta do quão esticada ficou. Contudo, estavam ansiosos para conhecerem as gêmeas Diana e Megan, as mais novas princesinhas da família.

Era início de mais uma madrugada, onde Emanuele passaria acordada por não ter uma posição confortável para descansar. Sentia como se uma escola de samba estivesse em seu útero, com a agitação das gêmeas. Ao seu lado da cama, estava o berço dos seus dois anjos, que estavam dormindo pacificamente – estava grata pelo casal de gêmeos terem sido solícitos com a notícia da chegada das novas irmãs. Emanuele repousou a mão em sua barriga, sentindo uma delas chutar sua enorme barriga. 

Harry estava dormindo no quarto de hóspedes, visto que o casal teve um desentendimento durante o dia e resolveram que seria melhor respirarem um ‘puro’, longe dos nervos à flor da pele de ambos. 

Levantando-se, ela caminhou em passos calmos e lento até o banheiro. Decidiu que usaria o banheiro principal – mesmo que estivesse chateada, sentia falta de Harry ao seu lado na cama. Emanuele conseguiu dar mais dois passos, sentindo uma cólica forte no baixo ventre e um líquido espesso escorrer em grande quantidade por suas pernas.

Com toda certeza do mundo, não era urina, e sim a bolsa que havia estourado e as gêmeas querendo vir ao mundo.

Ela ficou imóvel por um tempo, respirando fundo, sentindo algumas contrações vindo e parecendo rasgar seu corpo ao meio. Apesar de ter passado pela mesma situação há poucos anos, sentia-se como se fosse a primeira vez. Tentou dar alguns passos, o que não deu certo.

— HARRY! – berrou em plenos pulmões, tendo o vislumbre do rapaz aparecer todo atordoado no corredor: cabelo desgrenhado e rosto babado. — Eu preciso de ajuda.

Harry sentiu seu coração acelerar e as mãos suarem, estava estático encarando a mulher grávida. Não sabia ao certo o que deveria fazer. Após o choque inicial passar, aproximou-se de Emanuele, ajudando-a descer as escadas, colocando a mulher sentada no sofá da sala.

 — Respira e inspira e, por favor, mantenha-se calma! – pediu, enquanto procurava o celular. — Vou pegar as suas coisas e as das meninas e vou ligar para que alguém venha ficar com os gêmeos, ok? – era uma pergunta retórica, mas ele precisava externar o que pretendia fazer para não se perder no meio do caminho. — Não irei demorar muito, concentre-se apenas nas suas contrações e em não parir em casa.

Ele subiu as escadas rapidamente, discando o número de Anne rapidamente, enquanto tentava dar conta de todas as bolsas e crianças. Apesar de toda a euforia do momento, estava feliz de poder estar por perto para ganhar mais dois presentes e ter a sua família em maior número.

(...)

Nesse momento, o casal encontrava-se em uma sala de parto, aguardando pelo momento em que suas filhas iriam nascer. Harry estava ao lado de Emanuele, segurando sua mão direita e tentando lhe passar conforto e apoio; estava nervoso, até levemente apavorado. A obstetra responsável pelo parto estava tensa: era praticamente a sua primeira vez fazendo um parto normal de gêmeos, o qual é considerado uma gravidez de risco.

— Faça força, Emanuele, estou conseguindo ver o cabelo de uma delas! – incentivou a obstetra, percebendo que o cansaço estava consumindo o corpo da paciente. Apesar do nervosismo, a responsável pelo parto tentava passar o máximo de confiança possível. — Se você não conseguir ou  não estiver sentindo-se bem, podemos mudar o método do parto, ok?

Apertando a mão do Harry e respirando, enquanto sentia uma gota de suor escorrer por sua têmpora, ela voltou a atenção para a obstetra.

— Eu vou conseguir, por elas eu vou conseguir!

(...)

Após algumas horas de sofrimento e bastante luta, as gêmeas Diana e Megan estavam neste mundo. A felicidade e o amor estavam estampados no rosto de Harry, nem acreditava que estava sendo pai novamente; apesar de estar sobrecarregada, dolorida e exausta, ela estava feliz.

Harry ainda estava ao seu lado, atento a sua companheira e as suas filhas, cuidando para que nada de errado ocorresse com nenhuma das três. Apesar de terem chegado até o nono mês de gestação, as meninas eram pequenas e levemente pesadas. Emanuele estava descansando, tendo o sono justo.

Retornando a atenção para uma das gêmeas, a Megan, Harry percebeu que seu peitoral não estava subindo e descendo assim como o da sua irmã. Com o medo percorrendo o seu ser, ele colocou um dedo na frente do pequeno nariz, percebendo que nenhum ‘’ventinho’’ estava saindo do mesmo.

O desespero estava percorrendo suas veias. Saindo do quarto desesperadamente, com a pequena recém-nascida em seus braços, com algumas lágrimas ameaçando escorrer por seu rosto. Ele havia acabado de ganhá-la e não poderia perdê-la. Ele estava atordoado.

— O senhor está precisando de algo? – questionou um médico que estava de plantão.

— Sim, eu preciso que você traga minha filha de volta à vida! – disse esbaforido, entregando a pequena Megan, um pedaço do seu coração, ao médico.