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História Aprendendo a Amar - Noites perdidas


Escrita por: sakurauchiha16

Capítulo 1 - Noites perdidas


O rangido da cama, apesar   de parecer um pouco distorcido, meu corpo era chacoalhado num movimento de vai e vem, uma de suas mãos grossas e frias, insistia em passear pelo meu corpo  sem a minha permissão, a outra tapava minha boca de uma forma possessiva, a ponto de fazer minhas bochechas ficarem marcadas com seus dedos. Tudo que eu sentia naquele momento era nojo, nojo de mim, nojo dele. As lagrimas já não corriam mais, talvez meu corpo já houvesse se acostumado com aquele abuso sem fim, meu cérebro simplesmente congelava, eu só conseguia me odiar por dentro. Ao menos uma vez por semana ele vinha ao meu quarto, se esgueirando , não  por medo dos empregados, mas pela vergonha de ser pego.

 

A noite estava linda lá fora, a lua cheia iluminava meu quarto, pro meu infortúnio eu conseguia vê-lo mexendo-se sobre mim, ele não era nenhum velho, havia acabado de completar os 40 anos, não possuía barriga nem nenhuma característica que denunciasse sua idade. Tinha um bigode nojento na cara, não era um anjo de bonito, mas também não era feio, e se contar com a sua fortuna nada o impedia de ter uma linda mulher, então porque não o fazia? Porque não se casava novamente, não me importaria se ela me odiasse, se me mandasse pra um internato, pra o outro lado do mundo, para qualquer lugar longe daquele homem. Até agradeceria a ela por isso.

 

Quando terminou ele olhou em meus olhos,  como sempre fazia, e sorriu satisfeito. Ah como eu o odiava, durante tantos anos eu o amei tão inocentemente que seria capaz de lhe doar meu coração caso precisasse. Mas isso mudou depois que minha mãe nos abandonou, não faço ideia de pra onde ela foi, desde então tem sido esse inferno. Meu padrasto havia virado um monstro.

 

eu sempre o amara como um pai, ele me ensinou a andar de bicicleta, a nadar e até mesmo a bater nos meninos que viviam me importunado na escola. era meu herói. Só descobri que não tínhamos nenhum tipo de laço sanguíneo durante uma discussão entre ele e minha mãe

 

Me virei pro lado esperando que ele se vestisse e me deixasse em paz de uma vez.  Olhei pra janela de onde vinha um vento gelado, as cortinas balançavam, me convidando assim como todas as noites a me jogar dali e dar um fim a todo esse sofrimento. mas eu ainda não tinha essa força toda, a capacidade de tirar minha própria vida. 

 

 

Era manha e como eu sempre fazia estava afunda na banheira,  precisava colocar minha mente no lugar ou enlouqueceria, já havia perdido as contas de quantas vezes havia tentado fugir daquele lugar,mas quando chegava em um determinado ponto eu não sabia o que fazer, e ele sempre me achava. A verdade é que eu não tinha pra onde ir, pra onde fugir. Não tinha parentes ou amigos, ninguém com quem contar. Era por isso que ele sempre me achava. Todas as vezes ele fazia a mesma coisa. Me arrastava até o quarto, me amarrava a uma cadeira e se sentava na minha frente, passava horas ali me olhando sem dizer uma palavra, depois de um tempo ele começava o espancamento.

 

Depois do ultimo eu havia decidido ser um pouco paciente, eu planejaria tudo nos conformes, e assim estava fazendo, tentando por o plano em pratica. Levantei-me da banheira e caminhei até o espelho  observando os estragos que ele havia feito dessa vez.  Haviam marcas por toda parte, talvez fosse por eu ser pálida demais, me machucava fácil.

 

Vesti uma roupa leve, estava calor, e desci até a cozinha, Martha estava fazendo o café da manha, ela era nossa cozinheira. era uma bela mulher, de seus 40 e poucos anos, possuía olhos tão azuis quanto uma safira, o que ofuscava totalmente as pequenas rugas que começavam a aparecer em seu rosto fino. Martha sempre me olhava atravessado, claro que todos naquela casa deviam saber o que acontecia ali, mas por medo de perder o emprego, não falavam nada,  há algum tempo eu contei pra antiga governanta o que realmente acontecia dentro daquela casa, na manha seguinte ela veio ao meu quarto me pediu desculpas e foi embora. Como eu disse antes, não havia esperança pra mim, todos tinham medo do dinheiro e do poder que meu padrasto possuía. 

 

-O que vai querer hoje querida? - ela me perguntou com a voz calma e entorpecida de sempre, e mesmo que falso eu insistia em acreditar q ela sentia algum tipo de afeto por mim. 

 

-Um pão de queijo por favor... - ouvi o som inconfundível dos sapatos de couro, batendo contra o piso da cozinha, parando atras de mim.

 

-Bom dia querida. - ele beijou o topo da minha cabeça, como sempre fazia quando se aproximava de mim. Quem visse de longe, pensaria que aquilo era um lindo gesto de carinho. As aparências realmente enganam. Não respondi. Ha meses que havia decidido não lhe dirigir a palavra alem do necessário, não havia por que gastar vocabulário com um ser tão desprezível. Ele se dirigiu até a cafeteira, tinha prazer em preparar seu próprio café, forte como fel.

 

Peguei meu pão de queijo com Martha e a vitamina de morango que ela fazia pra mim todas as manhas. comi o mais rápido que pude, odiava a forma como ele ficava me encarando por cima da xícara fervente, parecendo reviver a noite anterior, sorrindo sádico em certos momentos.

 

Tentei ignorar , como todas as manhãs, aquele gesto nojento dele, comi meu desejum e voltei rapidamente pro quarto. fiquei alguns minutos sôfregos esperando o som do motor do carro dele se afastar da nossa casa. assim que deixei de ouvi-lo peguei minha mochila e sai. 

 

Meu padastro odiava a ideia de me deixa sair de casa sozinha, então eu tinha que dar meu jeito pra ter um pouco de liberdade. passei furtivamente pela empregada que limpava as estantes da sala. o sol estava quente, mas não me impediria de caminhar até o ponto de ônibus, para longe daquela casa por algumas horas.

 

Sempre agradeci o fato de o ônibus parar exatamente em frente a casa do meu amigo loiro, detestava andar demais debaixo do sol escaldante. Passei um tempo enorme tocando a campanhia até Naruto aparecer, com a cara toda amassada, as roupas caídas no corpo e o cabelo todo bagunçado. 

 

-Devia ter vergonha de estar dormindo uma hora dessas. - ele revirou os olhos e entrou, eu o segui né. Conheci Naruto ainda no primário, ele adorava puxar meus cabelos e me chamar por nomes esquisitos. Na verdade nem lembro porque, ou como, me tornei amiga dele.

 

-O que você quer hein? - ele parou no caminho para cozinha me olhando dos pés a cabeça. - o que foi isso? 

 

-Isso o que? 

 

-Isso ai no teu pescoço? - ele se aproximou afastando uma mexa do meu cabelo, encostando os dedos gelados no meu pescoço, me fazendo ter um leve arrepio.

 

-Não foi nada. - me afastei um pouco dele ajeitando o cabelo, tentando esconder novamente as marcas roxas ali. Naruto, por certa inocência sorrio debochado pra mim. Eu nunca contei a ele o que acontecia dentro daquela casa, no começo eu tinha vergonha e sentia uma certa culpa também, tinha medo do julgamento dele, do olhar de piedade, agora eu tenho medo que Naruto acabe sendo preso por assassinato. Nós nunca tivemos nenhum relacionamento sério, não vou negar que já ficamos, varias vezes. Porem decidimos que não estragaríamos a amizade que tínhamos com coisas tão banais quanto um namoro, Além do mais, Naruto não é o tipo de pessoa que se deva namorar, pior que cachorro, pega tudo que tiver uma vagina. 

 

-Então senhorita santinha, pode me dizer o motivo da sua visita a um homem solteiro, essa hora da manha? - ele foi até a geladeira e pegou uma caixa de leite, bebendo diretamente da caixa. pensei em reclamar, indicar todos os malefícios que aquele simples ato poderia causar. mas não tinha tempo nem paciência pra nada disso.

 

-Você disse que ia arrumar o apartamento, lembra? - ele me olhou de esguelha. - vim aqui pra ter certeza que você ao menos está tentando procurar. 

 

Desde os 16 anos que nós dois havíamos decidido fazer faculdade juntos, na mesma universidade, não foi nenhum pouco fácil fazer com que Naruto conseguisse as notas necessária. mas com muito sofrimento, e influencia de seus pais, nós dois estramos em stanford na Califórnia. Longe, bem longe daquele monstro. mas claro que não será assim tão fácil, Naruto é de uma família bem "abastada", ou seja, não falta dinheiro, o problema é que eu não tenho um centavo, então decidimos morar juntos por um tempo, até eu arrumar um emprego.... claro que será um pesadelo, mais nada comparado ao meu inferno diário.

 

- Ah sim... Não se preocupe com isso já está tudo certo, vamos dia 26 então esteja pronta. 

 

-O Que? como assim esteja pronta? pra onde vamos? - ele sorriu enfiando uma fatia de pão com requeijão de um vez só na boca.

 

-Pra Stanford é lógico.

 

-Você me entendeu naruto... eu quero saber como é o lugar, onde é, grande ou pequeno, quantos quartos...

 

-Tá, tá... não sei pra que tantos detalhes... - minha falta de paciência começava a transparecer, fazendo Naruto recuar um pouco. - vamos ficar na casa de um amigo meu por um tempo.

 

-Um amigo? que amigo? 

 

-Você não conhece. 

 

-E você quer que eu vá morar na casa de uma pessoa que eu nem conheço Naruto? você devia parar de fumar esses "baseados", estão fazendo mal pro teu cérebro. 

 

-Relaxa... Sasuke é legal, e também, ele vive trabalhando você praticamente nem vai ver ele.

 

-o Plano não era esse...

 

-Mas é esse agora. - ele me cortou na cara de pau. admito que eu não tinha direito de escolhas, nem de reclamar de nada. - se não quiser é só pedir ao seu padastro, ele tem muito dinheiro, não seria problema pra ele arrumar um lugar pra você lá.

 

-Já disse que não quero nada dele Naruto.

 

-Sei, sei... esse teu orgulho besta ainda vai te matar Sakura, seu padastro parece ser legal, te criou esses anos todos, mesmo você não sendo filha dele, não acho que ele negaria te pagar um bom apartamento.

 

-Não quero ouvir isso... -  mais uma vez eu sabia que ele não fazia aquilo por mal, era a mais pura inocência, mas não deixava de machucar. ele ficou um bom tempo me encarando, não tive coragem de corresponder, tive medo que ele visse em meus olhos o desprezo que eu sinto por aquele homem, que ele começasse a fazer perguntas a quais eu não queria ter que responder. 

 

ele veio Até mim e me abraçou, passando os braços pela minha cintura e beijando o topo da minha cabeça, aquilo possuía um sentimento totalmente diferente do que meu padrasto fizera de manha. Ali havia carinho. Sempre adorei o cheiro que Naruto possuía, não sei explicar bem, só sei que era acolhedor, e todas as vezes eu queria ficar com ele colado em mim pra sempre só pra poder sentir aquele cheiro bom.

 

-Desculpe - me assustei com aquilo, não esperava um pedido de desculpa, aliás nãos havia motivo aparente pra ele se desculpar. - pode ir comigo até o centro? Tenho que comprar um mala.
Acenei que sim com a mente ainda atordoada, com a recente proximidade. - E-eu... vou com você... pra Stanford... - ele sorriu pra mim.
- Até parece que eu iria sem você. - admito que ainda não sei como vou conseguir sair daquela casa. Minhas pernas tremem de medo só de imaginar o que Kisashi (meu padrasto) será capaz de fazer quando descobrir, mas essa é a unica e ultima chance que tenho, então vou me agarrar a ela com unhas e dentes.


Notas Finais


espero que gostem :3 não deixem de cometar. bjinhos :*


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