História Aprendendo a Amar_ Maleo - 2X20- Tormento Eterno

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        [ Outra dimensão ]

Acordei com o sol muito quente queimando o meu rosto. Olhei ao redor estava deitado numa grama verdinha na floresta. Eu nunca estive aqui antes e não entendia o que estava fazendo aqui e como tinha chegado nesse lugar.

- Onde estou?- Falei me levantando.- Melissa? Onde você está?

A única resposta que eu tive foi o eco da minha voz.

- MELISSA! MELISSA!

Andei alguns passos e entrei em uma cidade, não uma aldeia como estava acostumado a viver, era uma cidade linda, com casas enormes, mas não tinha movimento de nada, nenhum barulho sequer, atravessei a cidade de ponta a ponta e não tinha ninguém, eu estava sozinho ali, no final tinha uma porta de ferro sem fechadura, tentei abrir de todas as maneiras mas parecia algo impossível.

- Onde esta você Melissa?

Eu precisava sair desse lugar. Eu precisava descobrir uma forma de sair desse lugar. Voltei a andar pela cidade, já era o final do dia e era estranho eu não sentir fome nem sede. Depois de rodar todo aquele lugar eu cheguei a uma conclusão: não tinha saída. Eu ficaria ali para sempre. Me sentei no chão quando o desespero aumentou, o que teria acontecido com Melissa e nosso bebê?

Ouvi de longe um barulho  de corretes sendo arrastadas, cada vez ia ficando mais perto, até que eu vi as correntes mas ninguém as puxava, elas vinham em minha direção, eu me assustei e comecei a correr, corri até sentir minhas pernas sendo laçadas, eu cai no chão e fui arrastado, me debatia tentando me livrar daquilo mas os meus esforços foram em vão, fui arrastado até a floresta, lá eu fui acorrentado em uma pedra gigante.

- ME TIREM DAQUI!!!

Mas com quem eu estou gritando?

Não tinha ninguém aqui a não ser eu e as malditas correntes, de repente meu corpo começou a pegar fogo, eu gritava de dor, senti cada parte de mim virando cinza e eu apaguei.

Acordei com o sol muito quente queimando meu rosto, estava deitado na grama da floresta.

- Mas o que diabos foi isso?

Andei até a cidade e me sentei em qualquer lugar, fiquei ali até o final do dia, ouvi correntes sendo arrastadas cada vez mais próxima de mim, e toda a cena se repetiu. Se repetiu durante dias, meses, anos, ou séculos... Até que a porta de ferro se abriu e eu pude sair daquele tormento.

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Isaac on*

- Malia eu não posso deixar você morrer.

- Eu não vou morrer Isaac.- Malia me respondeu sorrindo.- Se acalme!

- Só o Theo tem a cura para isso, se nós tivéssemos pelo menos uma bruxa para diminuir o veneno do seu organismo... Isso nos daria tempo.- Joguei no chao o copo com uísque que estava na minha mão na tentativa de minimizar a raiva.- A Ruby nos traiu e a Tracey está num sono profundo.- Apertei meus punhos causando um pequeno sangramento.

- Isaac para!- Malia segurou minha mão com todo o carinho do mundo.- Agora somos só eu e você. Restou nós dois para salvar a Tracey, o Theo, a Thammy... O mundo! Nós temos que ficar firmes.

- Daqui a pouco só vai ser eu!- Falei olhando para a mordida no pescoço da Malia.

Ruby on*

Depois do que fiz eu não podia voltar para casa deles e nem pensava em ir, não sem a solução para os nossos problemas. Aluguei um quarto numa pensão quase na saída da cidade. Minha conexão com o Michael ficava mais forte a cada minuto, eu tentei localizá-lo mas ele ainda estava oculto, e isso me irritava, estava cansada de tantos feitiços de localização, comecei a rasgar todos aqueles mapas.

- Alguém parece frustada.

Me virei para olhar o dono daquela voz.

- Como você me encontrou?- Perguntei.

- A nossa ligação permite que eu te encontre em qualquer lugar.

Corri para abraçá-lo.

- Onde está Melissa e o nosso bebê? E onde diabos eu estou? 

Respirei fundo antes de dizer qualquer coisa.

- Eu senti tanto sua falta.- Falei chorando.

- Você precisa me atualizar, eu desconheço tudo nesse lugar. 

Sorri pelo nariz.

- Deve ser porque você passou quase dois mil anos em um mundo prisão, Michael.

Contei toda a história para Michael, desde o início até agora.

- Uma menina e um menino?- Michael disse emocionado.- Nós temos que tirá-lo das mãos da Lucy. E depois eu vou atrás da Melissa com a nossa filha.

- Só não crie ilusões com o Theo...- Falei com receio.- Ele não consegue aceitar que é um Mitchell.

-Eu tenho uma neta...- Michael pareceu não se importar com o que eu disse.

Isaac on*

Liguei para todas as bruxas que eu conhecia, mas nenhuma delas se dispôs ajudar Malia com a mordida do híbrido. Só me restou uma alternativa.

- Não me considere uma traidora mas eu vou atrás da Ruby.- Malia disse indo em direção a porta.

- Era exatamente isso que o Isaac pensava em fazer...- Ruby disse entrando na casa, Malia me olhou assustada e eu olhei com raiva para a Ruby.- Eu posso ler mentes Isaac, lembra?

- Você traiu a minha confiança, traiu a Tracey.- Minha raiva era tanta que meus olhos começaram a se alternar entre o azul natural e os de lobisomem.

- Era a única maneira de trazer a solução para isso tudo Isaac.- Ruby disse firme.

- E CADÊ ESSA SOLUÇÃO?

Nesse momento um homem entrou na casa.

- Michael?- Malia disse parecendo não acreditar no que via. Nem eu estava acreditando.

- Em carne e osso.- Ele respondeu.

- O Theo mordeu você Malia?- Ruby.- Temos que nos apressar.

- Você vai matar a Lucy?-Perguntei.

- Sim, quando o Theo e a Thammy estiverem seguros.- Michael.

- E como faremos isso?- Malia já parecia derrotada.

- Eu tenho um plano.- Michael.

Ruby on*

- Thammy você pode me ouvir?

Tentei me comunicar com Thammy através dos meus poderes psíquicos. Demorou um pouco para obter resposta.

- Tia Ruby? Eu quero ir para casa.- Thammy finalmente respondeu.

- Presta muita atenção no que eu vou te dizer...

Expliquei tudo para Thammy. 

- Isso vai funcionar?- Malia.- Não vai machucá-la?

- A Thammy não vai fazer nada Malia, quem vai fazer é a Ruby.- Michael.- A Ruby vai entrar no corpo dela e ter acesso ao poder da menina. Não se preocupe, a Thammy é uma Mitchell, ela é forte!

É arriscado, mas é nossa única chance.

- Famadom Disindium Venum

Comecei o feitiço.

Lucy on*

Depois de me alimentar do Theo só faltava mais uma coisa para celar minha vitória. 

- E o que eu faço?- Theo perguntou.

- Cuide da sua filha enquanto eu estiver fora.

***

Estava no lugar correto para o ritual. Em um cemitério. Desenhei um circulo ao meu redor e comecei a recitar o feitiço.

- Incendia Encantas Venus.

Uma chama verde se acendeu no círculo desenhado, cortei minha mão e deixei o sangue escorrer no chão.

- Incendia Encantas Venus.

E a chama se apagou, senti um poder extremamente forte passar por todo meu corpo.

- Agora ninguém pode me deter.

Theo on*

Entrei no quarto Thammy estava brincando de boneca. Thammy era a única que eu me importava, Lucy disse para mim não se importar com mais ninguém e devido ao sangue dela correndo no meu organismo eu obedecia a cada comando dela.

- Papai me leva para passear de carro.- Thammy soltou as bonecas quando notou a minha presença.

- Tudo bem, mas só na garagem, você não pode sair de casa.

Achei estranho Thammy não discordar, peguei ela no colo e fomos para o carro. Lucy tinha levado com ela todos os seus demônios, claro que ela fez um feitiço para ninguém conseguir entrar na casa.

Deixei Thammy no banco do passageiro e sentei no banco do motorista.

- Coloca o cinto papai.

- Não será necessário.- Respondi sorrindo.

Thammy começou a movimentar sua mãozinha de um jeito estranho, ela olhou seria para mim.

- Durma bem!- Outro movimento de mão e minha vista escureceu.

Narradora on*

Ruby que no momento estava no corpo da Thammy quebrou o pescoço do Theo, e usando magia ela abriu o portão da casa e guiou o carro até a casa dos Raekens.

Theo on*

Acordei acorrentado, tentei me soltar puxando as correntes da parede mas senti minha pele queimar.

- Wolfsbane...- Sussurrei.

Estava fraco, quase sem forças.

- Verbena também!- Isaac

- Vocês tiveram que usar uma criança para me capturar... Vocês são patéticos.- Debochei.- Me diga... A Malia já morreu?- Isaac fez uma expressao preocupada.- Você quer meu sangue para salvá-la. Lamento mas meu sangue não esta tão puro assim.- Sorri.

- Eu sei. Por isso eu vou drenar até a última gota.- Isaac mostrou uma faca e uma seringa.