História Aprendiz de cupido - As três mosqueteiras parte V

 Depois daquele dia eu não parei de ir à lanchonete, mas não era apenas por causa do Milk shake, era por causa do garçom... Depois do que ele fez por mim naquele dia, parecia que eu simplesmente era puxada pra cá.

Ele às vezes vinha conversar comigo e ficávamos papeando quando não tinha clientes, o que era difícil, por causa da beleza dele, todas as garotas da escola vinham aqui; o que me deixava com um pouco de ciúmes, mas tudo bem, era normal ter ciúmes de amigos, né?

Mudando de assunto; durante esse tempo que conheço Pedro, eu aprendi muitas coisas, como por exemplo: a Liza, irmã do Pedro (o garçom) era uma garota bem simpática, mas muito tímida; por isso quase nunca aparece e quase ninguém sabe que ela existe, porém, ela tem uma luz própria, coisa que raramente tem em alguém. Como vou dizer... Ela pode ser extremamente tímida, mas quando a conhece, sabe que ela é muito simpática, e quando não a conhece; você já percebe que ela tem algo diferente, como uma luz saindo dela.

O senhor D’ Noronha, conhecido pelos mais próximos como Henrico, é um homem de meia idade que tem um senso de humor único, mesmo depois do que aconteceu com ele...

Depois que conheci melhor a família D’Noronha, percebi que eles não gostam de falar muito da mãe, eu nunca perguntei a eles, mas soube que a mãe era uma mulher que não gostava de compromisso, e só se casou com o senhor D’ Noronha por causa do dinheiro da família dele, e na gravidez de Pedro e Liza, ela quis abortar no primeiro instante, mesmo todo mundo a auxiliando pra ela pensar melhor sobre isso.

Depois que teve Liza, ela começou a trair muito o senhor D’Noronha, que nunca pôde falar sobre isso, pois ficava ocupado demais cuidando das crianças e sobre o restaurante que iria fazer na época, e quando engravidou, fugiu com o cara com todo o dinheiro que conseguiu roubar do senhor D’Noronha, claro que como um pai muito apegado aos filhos, ele correu atrás dela pra saber de quem era o filho; e acabou descobrindo que ela o abandonou no hospital, o senhor D’Noronha queria muito ver de quem era a criança, mas quando o bebezinho de cabelos ruivos abriu os olhinhos escuros, ele soube que nenhum exame de sangue iria dizer ao contrario quanto ele não ser seu filho.

- oi prima – dei um sobressalto quando ouvi essa voz familiar.

- oi primo – cumprimentei meu primo Felix, quem nos visse não acreditaria de primeira que somos primos – oi Niko – falei pro garoto que estava em uma cadeira de rodas agora, mas mesmo acontecendo essas coisas ruins com ele, dava pra perceber que o mesmo continuava com a mesma aura alegre de sempre.

- oi, namorada do meu irmão, conhecida pelos mais próximos como Biatriz – falou tentando disfarçar a vontade de rir, essa família é muito doida mesmo, pensar que eu iria namorar Pedro, somos apenas amigos, sem falar que ele é mais velho e isso seria pedofilia.

- muito engraçado seu espertinho, mas e aí? Já se acostumou com essa sua nova... Condição? – perguntei cuidadosamente.

- uhum, não é tão difícil, mas ainda vou pra fisioterapia e tentar melhorar minhas pernas.

- sério? Que ótimo.

- em qualquer lugar, sempre tem esperança prima, sempre tem esperança – filosofou meu primo.

- uhum, agora me leva pra perto da escola? Preciso alimentar meus cachorros – falou Niko de supetão, eles podem ter seus momentos fofos, mas meninos continuam sendo meninos...

- ok, mas só se você me recompensar com um beijinho depois.

- Felix, sua prima esta aqui – falou Niko agora todo corado.

- tudo bem, é legal ver um casal gay interagindo na minha frente.

- ih, já tá parecendo a Ailyn, acho que vocês iriam se amar se se encontrassem – comentou brincalhão, mas eu percebi que Felix pareceu estatístico no lugar por um segundo.

- os cachorros agora são seus? – gritei pra ele ouvir, enquanto Felix empurrava a cadeira de rodas.

- eles ainda vêm morar aqui viu? – gritou ele lá de fora, ri com seu comentário ao mesmo tempo em que vi uma pessoa entrar na lanchonete.

Uma pessoa que a luz foi apagada de si: Arthur.