História Aquele que Amo - Você foi rápido

O despertador tocou alto me fazendo resmungar, me sentei na cama e esfreguei os olhos, olhei em volta, meu quarto estava escuro e a porta fechada. 

A uns meses atrás eu acostumava acordar com a minha mãe abrindo a porta, gritando pra mim levantar logo, me cegando com a luz forte que atingia meus olhos com violência. 

Agora, eu acordo sozinha, não há barulho, não a gritos, só a escuridão do quarto, e uma luz fraca do meu celular, que mostrava meu despertador berrando ainda. 

O desliguei e levantei, sai do quarto e fui direto pro banheiro, tirei meu pijama e entrei em baixo da água morna. Tomei um banho de 15 min, me sequei e voltei enrolada na toalha. 

Eu fitava meu guarda roupa a uns 5 min, o que usar no primeiro dia de aula? Fiquei ali mais um tempo, se minha mãe estivesse ali ela já falaria algo como "A roupa não vai sair caminhando pra você poder vesti-la Rebecca!" 

Decidi colocar uma calça jeans, uma blusa azul marinho com uma frase em inglês estampada na frente, que eu nem imaginava o que significava,  um tênis qualquer. Arumei meu cabelo e coloquei um pouco te rímel. 

Olhei no relógio e eu ja tinha que ter saído de casa, peguei minha mochila, celular e fones. Fechei a porta e sai, o dia estava amanhecendo, não era cedo, era 7:00 da manhã, o sol estava saindo de trás das nuvens arescem. 

Eu estava nervosa, fazer amizades novas não é muito meu forte, bem... Tudo bem que se eu não conheço a pessoa eu sou envergonhada, mas depois que me conhece eu viro um demônio de tão chata. Não é todos que me aguentam. 

Eu cheguei na frente da escola e recebi muitos olhares. Não entendi o porquê, mas tudo bem. Olhei no mural. E vi minha sala..  hmmm, sala 9. Onde fica isso? Esperei bater o sinal e subi as escadas, procurei a sala nove. Não foi difícil de achar. 

A sala estava fechada, logo vi uma mulher alta, Magra, cabelos negros de aproximar. Ela me lançou um Sorriso e abriu a sala nove. Atrás dela tinha uns 17 adolescentes falando alto e matando saudades. 

Todos entramos na sala e eu me sentei em uma carteira da parede, estava com vergonha, todos pareciam se conhecer. E parecia que todos me olhavam fixamente. 

-Bom dia, chegou o esperado momento da volta as aulas.- a professora disse e ouve uma falação logo em seguida. Ela apenas riu. -Okay... Okay...todos queríamos mais dias de acordar as dez. 

-Ta louca? Todo mundo aqui acordava meio dia, uma hora. -Um garoto alto falou e todo mundo concordou. 

-Okay. Ahm... Bem. Vamos fazer um círculo com as cadeiras, quero que vocês se olhem nos olhos. -ela Disse empolgada. 

Ouve murmúrios e reclamações. Acabamos todos pegando uma cadeira e sentando em um círculo. Eu olhei em volta. E muitos me olhavam. Ruborizei violentamente. 

-Vamos nos conhecer? -a professora disse animada. 

-Todos já se conhecem. -uma garota disse. 

-Mas temos uma aluna nova, ela não conhecê ninguém, por favor. -ela Disse revirando os olhos. 

E começou... Meu nome é... Tenho... Estudo desde... Bla blá blá. E chegou minha vez. Respitei fundo..

-Sou Rebecca, tenho 16 anos, ahm... - fiquei meio confusa no que mais falar. 

-Você morava aqui? -A professora perguntou 

-Não, cidade ao lado. -eu disse e sorri. 

-Porque veio pra cá? -ela perguntou interessada. 

-Vim morar com meu pai. -eu disse e sorri sem graça. 

-Separados? -perguntou novamente. Eu ja estava muito envergonhada. 

-Ahm...sim. -eu disse e baixei o rosto por provavelmente estar parecendo um tomate ambulante. olhei em volta e um garoto me olhava, seu olhar era perturbador e vergonhoso.

-Tudo bem, próximo. -ela Disse.

E assim foi, todos se apresentaram e logo depois ela nos deixou por conta, para conversar, fazer qualquer coisa.  

Eu não tomei iniciativa de falar com alguém, todos tinham seus grupinhos. Os garotos divididos em 3 grupos, as garotas e 2. E eu, observando. 

Fiquei na minha observando todos, eram diferentes dos meus outros amigos. Eram espontâneos, divertidos, risonhos. 

Estava viajando nos meus pensamentos até que o sinal tocou. Eu peguei minha mochila e joguei mas costas, segui todos para a nossa próxima sala, deixamos a mochila lá e fomos pro intervalo. 

Eu fiquei sozinha, não tinha falado com ninguém. Todos no recreio me olhavam e conversavam. Acho que não é uma escola que recebe alunos novos todos os dias. 

Logo depois do intervalo, teve uma palestra de regras da escola, sobre como tratar os professores, notas, e várias outras coisas. 

Quando fomos pra sala acabamos sendo liberados, tinha apenas mais 30 min de aula ainda. 

Como o primeiro dia tinha caído na sexta, só teríamos o fim de semana e eu só veria aqueles rostos novamente na segunda.

Respirei fundo quando sai pelo portão, eu tinha ficado calada tanto tempo que acho que tinha desaprendido a falar. 

Notei na volta pra casa, que tinha uma lancheria a duas quadras da escola. Tinha também uma pracinha, dois mercados, uma loja de roupa, um escritório de advocacia, uma mecânica, um restaurante e muitas casas. 

Me joguei no sofá, o sol estava muito quente lá fora, tirei meus tênis e fiquei de meia, manti a casa fechada. Fui até a geladeira e pra minha infelicidade não tinha comida congelada, resmunguei e fui até meu quarto. 

Após ter colocado um short e colocado novamente o meu tênis. Sai de casa com apenas meu celular e dinheiro. Caminhei um pouco rápido até a lancheria. 

Me joguei em uma cadeira feliz por ainda estar viva e não ter derretido. Ri com a minha imaginação de eu derretendo enquanto caminhava. Olhei o cardápio é escolhi um Xis salada duplo. 

Mexia no meu Facebook quando chegou um pedido de amizade, Rodrigo Plowzart. Era o garoto do olhas perturbador. Vi ele na minha sala, aceitei, e após alguns segundos veio uma mensagem.

Rodrigo Plowzart: Oie

Rebecca: Oi

Plow: Você é a garota nova né? 

Rebecca: é assim que estão me chamando? 

Plow: Sim... 😓

Plow: Você me passa seu número?

Rebecca: pra?

Plow: Querem fazer um grupo da nossa turma...

Rebecca: ahh... ****-****

Plow: Obrigada. 

Rebecca: por nada. 

Eu comi meu xis e fui pra casa em seguida, quando cheguei fui olhar filme. Sai da cama quando meu pai chegou as 7 da noite. Desci as escadas correndo e dei um pulo na sala, o assustado. 

-Boa noite. -eu disse e lhe dei um beijo na bochecha. 

-Oi querida. -ele disse e sorriu. -O que vamos jantar? 

-Pensei em pizza. - eu disse. 

-Adoro essa idéia. -A voz de Simoni invadiu a sala. A olhei e sorri, dei um beijo em sua bochecha. 

-Então? -perguntei esperançosa. 

-Okay, pode ser pizza. -ele disse e riu. 

-Uhuuuu... -eu disse com os braços erguidos. 

Pedimos uma pizza média, ela chegou uma hora Depois. A comemos e cada um contou seu dia, mas o alvo de perguntas foi feita diretamente a mim. Queriam saber como foi a escola, sobre amigos. Muitas coisas. 

Contei tudo que aconteceu e eles ficaram desapontados por eu não ter falado com ninguém. 

-Eu sai de lá e desconfiava nem ter mais voz. -eu disse e eles riram. 

Conversamos várias coisas, depois eu arrumei a cozinha e fui dormir. Sabia que o dia de amanhã me arrancaria muitas energias.