História Aqueles Olhos (ROMANCE LÉSBICO) - Como o ódio mútuo começou

                     Alguns meses atrás...

Aqui estou eu, terminando de me arrumar enquanto minhas amigas me esperam impacientemente para irmos a uma festa de uma amiga da Ash. Espero que valha a pena ir á esta festa. Terminei de me arrumar e o Táxi já estava esperando lá em baixo.

- Ash, de onde você conhece essa tal de Amy? – Questiono.

- Ah, em uma das minhas viagens á Londres. Não se preocupem, meninas. Vocês vão adora-la. – Diz mexendo em seu celular e desviando o olhar rapidamente para mim e para a Troian.

Chegamos à balada onde iria acontecer à festa, e nosso nome estava na lista. Entramos e Ash já foi nos levando para a mesa onde sua amiga estava junto com um casal. Cumprimentamos todos e sentamos junto com eles.

Ash tinha razão, Amy era um amor e eu a adorei. Mas a irmã e o maridinho, eu não fui muito com a cara deles. A mulher que se chama Rose, às vezes me olhava de um jeito, mas deixei pra lá e resolvi curtir a festa.

Já eram umas duas horas da manhã, e eu já estava um pouco alta por causa da bebida.

Percebi que uma garota não tirava os olhos de mim á noite inteira, então fui falar com ela. Depois de um tempo, fomos para a pista de dança e quando dei por mim, já estávamos nos beijando. Ficamos dançando e nos beijando por mais um tempo, depois me despedi dela e fui ao banheiro.

Chegando ao banheiro, assim que abro a porta, meu corpo vai de encontro com outro, e acabo indo parar no chão com a pessoa.

- Meu Deus, me desculpa! Você se machucou? – Pergunto preocupada.

- Além de sapatão, você não tem olho na cara, garota?

- Como é? – Pergunto sem acreditar no que acabei de ouvir.

Fiquei boba, quem essa mulher pensa que é para falar comigo desse jeito?

- Ah, também é surda, né? Olha aqui sua aberração, você poderia ter me machucado. Vê se olha por onde anda da próxima vez.

- Quem você pensa que é para falar comigo desse jeito, hein? Pelo visto, educação faltou em casa.

- Eu falo do jeito que eu quiser, garota. Eu realmente não entendo como minha irmã pode andar com um tipo de aberração feito você e seu bando.

Meu sangue ferveu com essa mulher, e em um reflexo, acabei batendo com força em seu rosto. Ela me encara como se não estivesse acreditando no que acabou de acontecer.

- Você perdeu o juízo foi garota? Como se atreve a me bater? – Diz furiosa com a mão no rosto.

- Isso é para você aprender a não ofender mais as pessoas sem motivo.

- Eu vou te processar, sua aberração! Quem é você para encosta a mão em mim? – Se aproxima falando com o tom de voz alto.

- Isso processa mesmo, que eu também te processo por homofobia. Não sei se você sabe, mas homofobia é crime.

Antes que ela falasse alguma coisa, e eu perdesse a cabeça outra vez, saio o mais rápido possível daquele banheiro e vou em direção à mesa onde estávamos, peguei minha bolsa e falei próximo ao ouvido da Ash:

- Ash, estou indo pra casa, tá bom?

- Mas por quê? A loira da pista de dança te deu um pé na bunda, foi? – Diz aos risos, mas ao perceber que eu estava seria, seu sorriso morre.

-Shay, o que foi? Aconteceu alguma coisa? – Troian me pergunta com um ar preocupado. Mas antes que eu pudesse responder, senti uma mão puxando meu ombro com força, me fazendo virar. Quando me viro, sinto cinco dedos em meu rosto com tanta força que até virei meu rosto para o lado.

- Isso é para você aprender a nunca mais encostar essa sua mão nojenta em mim!

- Rose, você enlouqueceu? – Amy perguntou olhando seria para irmã, e depois olha preocupada para mim.

- Amor, o que é isso? Por que bateu na garota? – O marido da maluca pergunta confuso.

- Essa aberração que se acha no direito de bater em mim e sair como se nada tivesse acontecido.

- Você que pediu! – Esbravejo. – Não mandei ficar me ofendendo sem motivos. Espera, tem motivo, sim, e é por homofobia! – Digo com muita raiva olhando em seus olhos.

- Rose, o que deu em você? Você nunca foi de se importar com isso. – Amy a olha sem entender nada.

- Eu que não sei o que deu é em você, Amy. Como pode andar com esse tipo de gente? Isso me dá nojo.

Perdi minha paciência, então peguei minha bolsa que estava caída no chão e saí daquele lugar o mais rápido possível. Por sorte estava passando um Taxi na porta, entrei e fui direto para casa.

Chegando em casa, fui direto para meu quarto me deitar antes que meu irmão Taylor, me veja e faça um interrogatório sobre essas marcas no meu rosto.

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Duas semanas havia se passado já do ocorrido na balada. Encontramos mais algumas vezes com a Amy, e ela me pediu desculpas pelo que a irmã dela fez, mas falei para ela esquecer aquilo, assim como eu já havia feito.

Hoje começa minhas aulas na faculdade e estou muito ansiosa, porque vou fazer um curso que sou apaixonada, que é a psicologia, e como de costume já estou um pouco atrasada. Pego minhas chaves e desço para garagem do prédio, entro no carro e vou direto para faculdade.

Foi um pouco difícil achar uma vaga para estacionar, mas consegui. Tranco o carro e vou em direção a Ash e Troian que acabaram de chegar também.  Pegamos nossos horários e fomos para a sala, pois já estava quase na hora de começar.

Entramos na sala e já havia algumas pessoas, cumprimentamos todos e fomos em direção ao fundo para sentarmos.

Como havia alguns minutos antes do professor entrar, eu peguei meu celular e fiquei conversando com alguns amigos no WhatsApp. Após alguns minutos, começo a ouvir uma voz familiar entrando na sala e dizendo que era nossa professora.

Sabe aquela sensação horrível quando você está em um pesadelo e não consegue acordar? Pois é, assim que me senti quando levantei minha cabeça e constatei de que realmente era um pesadelo, e um dos piores que já tive em toda minha vida.

- Isso não pode ser verdade. É brincadeira, né? Só pode ser brincadeira. – Digo olhando para a professora que até então não havia notado a minha presença.

- É amiga... Você se fodeu. – Ash falou rindo e eu olho seriamente para ela, mas a idiota continuou com aquela cara de cínica.

Olho para frente novamente e dou de cara com aquele par de olhos azuis me fuzilando, e pela cara que ela está fazendo, pelo visto não está nada feliz por me encontrar ali.

- É... Será um longo ano pela frente. Espero estar viva no final – Penso comigo mesma.