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História Aqueles Seus Olhos Azuis - Missão Encontro


Escrita por: pixieprince

Notas do Autor


;)

Capítulo 10 - Missão Encontro


Aqueles Seus Olhos Azuis

Capítulo X - Missão Encontro

Por ter chegado por último no banco, Dave se viu obrigado a pagar um refrigerante para John – “Ainda bem que eu trouxe bastante dinheiro pra bancar esse gordo” -, e lá foi ele até a lanchonete do parque. Ao olhar as opções de bebida, e sabendo que o amigo iria querer uma Pepsi, o sardento coçou o queixo, pensando. Era a época das férias de verão, e estava quente. Para matar o calor e a sede, ele bem podia comprar algo para si também, e uma coca gelada ia bem naquela temperatura. Hum...

Enquanto matutava em uma pose de filósofo grego diante da placa com o “cardápio”, ao seu lado uma garota baixinha e morena, de cabelos alaranjados, comprava dois milk-shakes de baunilha. Ao pegar as bebidas e virar-se para sair, ela parou os olhos muito verdes em Dave, e ficou ali, encarando-o.

O loiro parou de coçar o queixo em concentração ao sentir o olhar queimando sobre si, e virou-se.

-...qual foi? –ele perguntou, estranhando a garotinha- Perdeu seus pais?

E, depois disso, Dave teve um arrepio com o sorriso felino e rasgado que surgiu no semblante da garota com orelhinhas felpudas de gato, que antes lhe parecia tão ingênua.

-Sabia que era você. –ela disse, e no mesmo segundo Dave percebeu quem era. O nome da menina era Nepeta Leijon, e ela podia parecer sensível e inocente pra quem quer que olhasse, mas os mais próximos dela sabiam que não se mexia com Leijons. Essa garota em especial era famosa na escola de John, onde estudava, por ser geralmente uma adolescente muito gentil e leal ao amigos – mas a turma do 5C sabia bem que não se fodia com ela, pois na época em que estava nessa classe, no meio da aula de inglês, Nepeta furara os dois olhos de um colega com lápis muito bem apontados que colocara entre os dedos, imitando o Wolverine. Ao ser confrontada, com uma expressão neutra de gatinho que não sabe o que fez de errado, ela respondeu que cegara o menino porque ele dera risada de suas orelhas falsas. Simples assim.

Por essas e outras, grande parte da escola tinha medo de Nepeta, e a minoria era indiferente quanto à ela. Na honesta opinião de Dave, e baseado no que John, Rose e Jade haviam dito sobre ela, a menina só não saía por aí matando todo mundo que a irritasse em um estado psicopata porque tinha Equius Zahhak pra cuidar dela. Ele era um aluno de intercâmbio na mesma escola que Egbert, era repetente, não falava muito, e dizia-se que tomava bomba. Era bem possível, o antebraço do cara ela da grossura das duas pernas de Dave juntas.

-Tá, garota-gato, você me achou –o loiro disse, tentando parecer despreocupado- O que foi? Vai extorquir dinheiro de mim?

-Claro que não, Dave! Miah, por que bully você me toma? –ela fez uma carinha ofendida. Dave suspirou e coçou a nuca:

-Olha, eu estou meio ocupado. O que você quer?

Ela o fitou estoicamente, como se analisasse a alma do rapaz com aqueles olhos ferinos:

-Vou ser rápida e direta, já que você está com pressa: quero meu OTP pra ser canon.

Ah, lá vinha ela com aqueles papos estranhos. OTP? Canon? Que porra era essa?

-Tradução? –pediu Dave, impaciente.

-Quero que você peça ele em namoro –ela respondeu, fazendo o sardento engasgar- E tem que ser hoje.

-O quê?! –ele olhou para os lados, temendo que algum conhecido ouvisse- Como assim? Pedir quem em namoro? Do que porra você está falando, sua menininha doente?

-Você sabe muito bem do que estou falando –disse Nepeta, estreitando os olhos- Do John. Você o ama, não é? Você se confessou pra ele, não é? É, eu sei disso, e sei que você foi rejeitado purr ele também... –ela desviou o olhar, e continuou, antes que ele perguntasse como diabos ela sabia tanto de sua vida pessoal- Vou ser honesta, eu purrferia você com o Tavros. Mas fazer o quê, não é? Ele está mais a fim do Gamzee do que de você. –ela suspirou- E isso é triste. Eu espurrava eles sendo pra sempre moirails. Mas não posso evitar o amor verdadeiro. De todo modo –ela o olhou novamente- Você purrecisa pedir ele em namoro hoje. Se não beijá-lo, vai perdê-lo, e eu sei disso porque tem muitas garotas de olho nele, Strider.

Ele iria perguntar como caralhas tinha muita mulher atrás de John, com aquela aparência de nerd anêmico que ele tinha, mas Nepeta o interrompeu:

-Não fale nada. Eu sei o que vai dizer. E eu insisto pra que você o beije hoje.

-E você manda em mim? –Dave estava se irritando. Nepeta olhou para o cardápio da lanchonete e deu um sorriso de canto pervertido:

-E sabe o quê? Dividir um drinque é bem romântico. Você deveria fazer isso com ele, e ainda fazer o sacrifício de tomar Pepsi só pra compartilharem.

-Eu odeio Pepsi –ele respondeu.

-E ele odeia pinto –ela retrucou, o olhando- E mesmo assim você está tentando.

-Ah, cala a boca, sua psicopatinha! –Dave explodiu enfim, batendo um dos pés no chão- Você não tem o direito de dar pitaco na vida dos outros, muito menos de interferir em relacionamentos alheios! Você é só mais uma esquisitona que tenta me forçar a ficar com ele, mas sabe o quê? Eu sou o dono da minha fodida vida, por mais lixo que ela seja, e eu sei o que faço e não faço. E eu sei quando ele vai estar pronto pra avançarmos, e eu sei quando é a hora certa de beijá-lo ou pedi-lo em namoro ou o que merda seja. Eu sou o dono do meu tempo, falou? E você não vai controla-lo.

Nepeta o fitou por um tempo, com os olhos estreitos, e por um segundo, Dave tivera medo do que ela podia fazer. A garota chegou a abrir a boca para retrucar, mas nesse momento, uma voz profunda chamou por seu nome. Quando ela e loiro se viraram, uma sombra os cobriu, e parado ali, estava ninguém mais, ninguém menos que Equius, o garoto esquisitão do tamanho do Hulk, que todos se perguntavam como sabia segurar um lápis com aqueles dedos de rabanete. Seus óculos escuros quadrados estavam arranhados, como sempre, e isso sempre dera aflição em Dave.

-Nepeta –repetiu o garotão, suando um pouco- Comprou os milk-shakes?

-Sim, Equius! –ela sorriu, mudando completamente o tom de voz, e lhe estendendo a bebida- Aqui o seu.

-Por que a demora? –ele perguntou, mordiscando o lábio inferior- Eu estava preocupado.

Ele era até bem inseguro, pensou Dave. Nepeta apontou para ele e o sardento tomou um susto.

-Ah, eu levei um tempinho a mais porque encontrei o Dave e parei pra conversarmos.

Equius o examinou com os olhos como se analisasse sua alma, como se conseguisse enxergar o sangue correndo em suas veias. Dave sentiu um calafrio.

-V-vermelho –ele gaguejou, e puxou a melhor amiga pelo ombro- Nepeta, vamos, eu não te quero perto desse...plebeu. –ele cuspiu a palavra, como se fosse um pecado.

-Ei, eu sou pobre mas sou limpinho, viu? –Dave pôs a mão no peito, ofendido.

-Vamos logo –insistiu o alto, como se temesse que o loiro fosse pular em Nepeta e ataca-la a qualquer momento. Eles acabaram se afastando, mas quando estavam a alguns passos de distância, a garota das orelhas de gato virou a cabeça em quase 180° graus e estreitou os olhos, sussurrando:

-Eu estou te vigiando, Dave Strider. O tempo todo.

E saíram. O sardento murmurou um “esquisita” meio perturbado e virou-se para o balconista, pronto para pedir. Planejava pegar uma Coca e uma Pepsi, mas no último segundo...

Dividir um drinque é bem romântico”, repetiu a voz de Nepeta em sua mente. E, convencido por aquela vozinha de criança, ele acabou sendo persuadido, e reconsiderou. Voltou ao banco perto do lago com uma lata de Pepsi e dois canudos, um azul e um vermelho. Ao chegar, John, que estava encostado nas costas do banco de madeira, encarando o céu, se virou para ele e sorriu.

-Ah, Dave, até que enfim! Achei que tinha se perdido no caminho –ele riu.

-Nah, você não viveria sem mim. –respondeu o sardento, jogando-lhe a lata, que ele pegou.

-Pepsi? Ah, Dave, você me conhece mesmo, não é? –ele colou a latinha ao rosto, piscando os olhos como uma garota apaixonada, e deu risada da própria brincadeira em seguida. Dave revirou os olhos. O moreno abriu o lacre, e já ia colocar a boca ali quando o outro o interrompeu:

-Ei, calma lá, neandertal.  Eu trouxe canudos. –ele os estendeu, e John agradeceu:

-Ah, valeu! Umm, espera, por que tem dois?

-Ora, achei que fosse legal a gente dividir –respondeu simplesmente- Afinal, é um encontro romântico, né?

-Hã... –John pareceu desconcertado, e desviou o olhar, puxando os próprios cabelos para trás com a mão livre, em um gesto de embaraço- Acho que...sim? Mas você já não fez isso com a Terezi? –baixou os olhos, parecendo ferido por aquela lembrança. Dave sentiu-se mal de repente, e ignorou o revirar do estômago para explicar:

-Hum, é, mas foi na base da piada. Aqui é sério e tal. –ele arrepiou-se quando os olhos azuis encontraram os seus, apesar de John ainda ter a cabeça baixa- Quer dizer, se você quiser. Tudo bem se você não--quer dizer, eu entendo, mas eu só--...

-Dave –ele o interrompeu, fechando os olhos para suspirar e abrindo-os de novo, o encarando diretamente- Eu...tudo bem. Não me importo em dividirmos.

O revirar foi substituído por borboletas rapidamente. A sensação ainda era de enjoo, mas uma náusea boa, que tirava seus pés do chão e fazia a pulsação acelerar. Dave conhecia aquele sentimento muito bem, pois vivia tendo-o perto de John.

-Maneiro –ele respondeu, tentando não sorrir demais. Colocou os canudos na abertura da lata e aproximou-se, ficando a poucos centímetros do moreno. Pegou o canudo vermelho e botou-o na boca, enquanto John fazia o mesmo com o azul.

Ah, meu Deus, estava acontecendo. Estava acontecendo mesmo! Era impossível se aproximar mais sem tocá-lo de alguma maneira, e seus olhos estavam tão perto...e, Dave admitia, eram mais bonitos assim. Ele percebeu vários tons diferentes de azul em sua íris, que não notara antes, da distância que costumava ficar daqueles dois presentes para a humanidade. Eram simplesmente...sonhadores. Duas bolhas de sonho azuis e redondas.

Enquanto Dave fitava seus olhos, John parecia hipnotizado por suas sardas. Mirava-as com algo estranho brilhando no fundo dos olhos, como se quisesse tocá-las. O loiro desejou internamente que ele o fizesse.

-Eu gosto dos seus olhos. –ele disse de repente, tentando soar romântico. Elogios eram românticos, as gatas gostavam de elogios. E ele nunca vira ninguém falhar falando bem dos olhos alheios.

-Eu gosto das suas sardas. –foi a resposta, e Dave largou o canudo de vez- Parecem estrelas.

-Minhas sardas parecem bolas de ar explodindo a temperaturas extremamente altas? Oh, puxa, obrigado –Dave brincou, e John sorriu com o canudo entre os dentes. Estava adorável.

Eles ficaram mais um tempo bebendo (era uma lata bem grande) e, perto do final, John tirou a boca do canudo e comentou:

-Achava que você não gostava de Pepsi. –voltou a beber. Foi a vez de Dave soltar o canudo para responder:

-Não gosto. Esta merda tem gosto de cu de mendigo.

Dessa vez, John quem engasgou. Voou um pouco de bebida da lata, e ele se afastou, rindo e tossindo ao mesmo tempo, a mão no rosto, tentando impedir que saísse Pepsi pelo nariz.

-Ai meu Deus, Dave, você é ótimo! –ele gargalhava, e Dave tivera que rir também, internamente orgulhoso de sua própria piada. Gatas adoram caras que as fazem rir, ele concluiu mentalmente.

-Meh, eu tento. –ele sorriu de canto, e se aproximou- Nossa, John, você se lambuza todo pra beber. Olha só, tá mais sujo que uma criança. Vem cá –ele tirou um guardanapo do bolso, que comprara junto com a bebida, e enquanto segurava a lata em uma das mãos, segurou o rosto de um John que parava lentamente de rir. Ele limpou debaixo do nariz do garoto, e em volta de sua boca, e aproveitou para recolher uma gota do refrigerante que escorria por seu pescoço.

E só quando subiu os olhos que percebeu que John estava corado. Bem, não era pra menos – eles estavam extremamente próximos, ninguém estava em volta, os pássaros cantavam músicas de amor dos anos 70, tinha Pepsi na lente dos óculos de Dave...ok, não era pra tanto. Mas realmente tinha Pepsi nos óculos de Dave, e foi o que John comentou, parecendo nervoso:

-Ahn...respingou um pouco nos seus óculos.

-Depois eu limpo. –ele deu de ombros, não saindo de onde estava. John estava encurralado pelo banco, e era fácil empurra-lo contra ele se Dave quisesse.

-Desculpe por...isso.

-Tudo bem. –o sardento tomou coragem para segurar o rosto do outro com a mão do guardanapo, e lentamente aproximou-se- Não faz mal se foi você...

John se aproximou também, e por um segundo, Dave sentiu vontade de sair pulando de ansiedade, porque ia acontecer. Calma, Dave Strider, mantenha a calma, fique frio, eu sei e você sabe que vai acontecer, mas temos que ficar relaxados...ai, caralho, você vai beijar o John! Nós vamos beijar o John! Puta que pariu, é o melhor dia da minha vida!

Mas, no último segundo, John parou.

-....o que é isso? –ele perguntou, a boca a milímetros da de Dave. O sardento se afastou, e conseguiu ouvir um barulho estranho, de folhas roçando umas nas outras, e vozes femininas...

-Ai, chega pra lá, assim eu não consigo ver!

-Não importa que não esteja vendo, Jade, se você chegar esse cabeção pra lá e me deixar tirar a foto, vamos poder admirar esse momento histórico pra sempre.

-Sshhh! Rose, eles vão acabar nos ouvindo!

-Nos ouvindo? Você que não para de sussurrogritar!

-Agora você que está sussurrogritando!!

-Por culpa sua!

Dave e John se olharam com uma expressão de tédio. Ah. Não. Mesmo.

Eles se aproximaram da moita que se movia como se tivesse coelhos, e encontraram o que temiam ver: Rose e Jade, agachadas atrás das folhas, discutindo, e Rose com uma câmera digital em mãos.

-Ora, ora, ora –disse Dave- Se não são mais duas stalkers irritantes pra completar minha cota do dia.

-Ah! Dave!! –Jade olhou para cima, dando um sorriso amarelo- Ahaha...ha...dia bonito hoje, não? Bom pra passar perto da natureza...

-Não é o que estão pensando –soltou Rose imediatamente, com uma expressão neutra- Estamos simplesmente observando pássaros, e apenas isso.

-Observando pássaros? –Jade olhou para ela- Achei que a desculpa era que estávamos fotografando insetos pra um projeto de ciências do seu clube de verão... –foi interrompida por uma cotovelada no estômago de Rose, e curvou-se sobre si mesma.

-Jade! –exclamou John, parecendo desapontado- Como pôde? Achei que você fosse como uma irmã pra mim...

-E eu sou, John! –ela o olhou, nervosa- E por isso mesmo eu só queria te ver feliz ao lado de um garoto legal que nem o Dave e...f-foi a Rose que me convenceu a vir espionar vocês, eu juro!

-Ah, então agora a culpa é minha?! –Rose parecia irritada.

Dave não viu oportunidade melhor para acabar com os dois dedos de Pepsi que restaram; virou a lata na cabeça das duas meninas, banhando-as em refrigerante sabor cu de mendigo.

-Acalmem as periquitas –ele mandou, enquanto as garotas olhavam para si mesmas, chocadas- E podem ir explicando: que conversa é essa de nos espionar?


Notas Finais


:3c


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