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História Aqueles Seus Olhos Azuis - How Do I Live


Escrita por: pixieprince

Notas do Autor


rsrsrsrs

Capítulo 11 - How Do I Live


Fanfic / Fanfiction Aqueles Seus Olhos Azuis - How Do I Live

Aqueles Seus Olhos Azuis

Capítulo XI - How Do I Live

Por causa do clima quente, as roupas e cabelos das meninas haviam logo secado, ficando grudentas como se tivessem passado cola. Dave não conseguiu sentir pena de seus fios de açúcar, em compensação; estava ocupado demais plantado diante do banco como um agente da CIA, os óculos escuros dando um efeito especial, os braços cruzados e tensos. Conseguia esconder bem e parecer calmo, mas estava genuinamente puto. Quer dizer, ele não tinha sido só espionado esse tempo todo pelas duas melhores amigas, mas elas tinham uma câmera e a audácia de atrapalhá-lo quando estava prestes a beijar sua paixão platônica de quase três anos! Ele poderia virar-lhes a cara e nunca mais falar com as duas. Mas, no fundo...sabia que não deveria fazer isso. Elas deviam ter uma boa razão para aquilo, além de só conseguir material pra punheta mais tarde. Não, merda, espera...elas não eram homens, então...ah, foda-se, perdi o tempo da piada.

Ao lado de Strider, John estava na mesma posição, fitando as amigas intensamente, embora seu rosto estivesse um pouco mais visível do que o do sardento. A vergonha era compreensível.

Jade e Rose, pelo contrário, se encontravam sentadas no banco, cada uma na frente de seu respectivo “irmão”, as cabeças baixas, as mãos no colo, os pés se sobrepondo, claramente desconfortáveis. Pareciam réus – e provavelmente se sentiam como uns.

–Então? –Dave instigou, após um pigarro.

–Dave, nós sentimos muito... –começou Jade, sendo rapidamente interrompida pelo mesmo que falara primeiro:

–Eu e o John queremos explicações, não arrependimentos. O que estavam fazendo ali, quer dizer, qual era a droga da ideia de vocês?

Rose quem se pronunciou dessa vez, em sua voz baixa:

–Nós possuíamos um objetivo nobre, posso garantir. É de praxe que eu e Jade Harley, como garotas românticas e boas amigas dos dois, iríamos gostar de ver-lhes se dando bem em sua vida amorosa. –ela olhou para eles, mas apenas por algum tempo, pois ao encontrar os olhos faiscantes de Egbert, baixou a cabeça novamente- Por isso, pensamos que seria uma boa ideia acompanha-los em tal encontro...mas a uma certa distância.

–Em resumo, nos espionaram para ver o que ia dar. –Dave ergueu as sobrancelhas- Nesse caso, por que as câmeras?

–Queríamos eternizar o momento! –Jade sorriu, olhando para cima- Torná-lo imortal! É algo importante, e a ideia foi só tirar uma foto pra lembrar pra sempre. Mas, quando vimos que ia acontecer mesmo, ficamos muito animadas... –ela uniu as mãos e voltou a baixar o olhar.

–Sim, confesso que me exaltei e peço desculpas. –Rose olhou para todos- Aos três.

–Tudo bem, Rose, não esquente –Jade sorriu de lado para ela.

–Tá, certo –John finalmente se pronunciou- Mas se era só isso, por que mentir? Por que inventar desculpas para caso fossem pegas? Se não era exatamente errado o que estavam fazendo, e só queriam nos ver nos dar bem...por que nos enganar? –ele parecia magoado.

Jade engoliu em seco e olhou para seus pés, umedecendo os lábios – o que lhe dava alguns segundos de vantagem – antes de responder:

–Ficamos nervosas. Com medo que vocês acabassem entendendo tudo errado e nos odiando...eu não aguentaria se você me odiasse, Dave... –ela fungou e o sardento perdeu a pose completamente. Harley estava chorando?! O sardento se aproximou meio relutante e pôs a mão em seu ombro, melado de refrigerante.

–J-Jade? Não chore, por favor. Ah, cara... –ele olhou para Rose e John como se pedisse ajuda, mas eles encolheram os ombros, sem saber exatamente o que fazer. Lalonde deu uns tapinhas nas costas da amiga. Egbert afagou seus cabelos grudentos como se faz com um cachorrinho. Strider continuou com a mão em seu ombro, que tremia levemente. Ela cobria o rosto.

–Jade, nós não te odiamos... –murmurou o moreno do grupo- Muito menos o Dave. Né, Dave? –olhou para o amigo, inquisitivo.

–Ah! É, não, quer dizer, sim, quer dizer, claro que eu não te odeio, Jade. Nunca odiaria. –ele mordeu o lábio inferior quando ela ergueu a cabeça, mas diante da surpresa de todos, Jade deu um sorriso.

–Fico...feliz. –ela disse, e todos suspiraram de alívio- Eu posso ganhar um abraço?

–Absolutamente. –respondeu Rose, sorrindo, antes de abraça-la. John fez o mesmo, e logo depois, Dave também; era uma confusão de braços e apertos e logo todos sorriam, envolvendo-se no calor mútuo. Após um tempo, John começou a rir, e quando questionado, disse:

–Ew...vocês duas estão meladas de Pepsi, me sinto abraçando uma bala.

E os quatro deram risada, até mesmo Dave não conseguiu evitar. Era verdade, e antes que também ficassem sujos, os garotos se afastaram.

–Bem, suspeito que eu e Jade devamos nos retirar agora. –disse Rose, passando a mão nos braços como se fosse adiantar de alguma coisa- Não devemos mais atrapalhar o encontro de vocês. Vamos? –ela se levantou e ofereceu a mão à amiga, que aceitou de bom grado e também se ergueu- Aproveitem o resto da tarde, os dois. Jade, a câmera?

–Está comigo –disse a morena, então olhando para os amigos e sorrindo- Nos vemos outro dia. Não esqueçam das amigas quando estiverem namorando, sim? –ela riu, deixando os outros dois corados e desconfortáveis- Aproveitem bem...huhuhuhu –ela riu estranho, com o que deveria ser um olhar malicioso.

–Sim. Estamos de saída agora. –completou Rose. Quando passavam pelos dois, então, a loura se aproximou de repente de Dave e sussurrou a seu ouvido- Por sinal, admirei muito sua tentativa de romantismo. Estás indo bem, só deverias ser mais discreto. –e, com um riso baixo, se afastou, de braço dado com Jade. Strider enrubesceu e xingou-a em silêncio, mesmo que agradecendo pela dica bem lá no fundo. Então estava indo bem? Era um alívio saber disso por Rose Lalonde, a expert dos relacionamentos, de longe, a única pessoa de seu grupo comum com um relacionamento saudável e bem-resolvido. Mesmo que Karkat fosse melhor guru do amor do que ela.

Quando as garotas já haviam sumido de vista, John pareceu suspirar de alívio. Quando Dave se virou para ele, o rapaz estava coçando a nuca, e ele achou aquilo incrivelmente adorável.

–Puxa, que dia... –o de óculos de grau sentou-se no banquinho, esticando as pernas e deixando a cabeça pender no encosto- Bicicleta, Pepsi, stalkers, Jade chorando...parece que de uns tempos pra cá minha vida virou de cabeça pra baixo e cada dia é mais louco que o outro. É só comigo? –ele olhou para Dave, endireitando a cabeça. Pego de surpresa, o sardento apenas encolheu os ombros. John lhe fez um sinal para que sentasse a seu lado e ele assim o fez. Não muito perto, não muito distante...a mão de John estava abandonada sobre o banco de madeira e era tentador não passar o braço por seus ombros. Os lábios eram convidativos. Os olhos azuis perdiam-se no lago logo à frente, e um suspiro escapou por entre seus dentes levemente tortos.

–....Dave. –ele o chamou, tirando Strider do transe em que estava, o fitando.

–Hum? –foi a inteligentíssima resposta.

–Só eu que sinto que...tudo tem mudado demais? Tudo que antes era simples e fácil começou a ficar difícil, eu não entendo mais as coisas, está tudo meio confuso, minha cabeça é uma bagunça...é isso o que eles chamam “crescer”?

–Está meio atrasado, Egbunda. –ele acertou um peteleco na têmpora do amigo- Você já passou da puberdade, vai fazer dezesseis anos.

John riu e esfregou os dedos sobre o local atingido, mesmo que não doesse. Deu um sorriso meio triste em seguida, baixando o olhar.

–É, eu sei...mas às vezes sinto que não meus hormônios, mas minha mente ainda está em polvorosa, entende? Penso demais, faço de menos...talvez esteja até virando um covarde. –o olhou- O que acha?

–John, eu me declarei pra minha paixão de dois anos via mensagem às três e caralha da manhã. Quem é o covarde aqui?

Ele riu mais abertamente.

–Certo, certo, você venceu... –um sorriso pequeno, mas honesto, brotou em seu rosto, e Dave pôde distinguir um corar suave em suas bochechas quando ele olhou para a superfície do lago- Aquilo foi...bem sério, né?

–Muito.

–Então, dois anos...isso é desde que tínhamos treze. –John o olhou, curioso- Daquela época em diante, Dave? –o sardento concordou e ele prosseguiu- Quando descobriu?

–Um pouco depois do meu aniversário –ele disse, batucando o dedo sobre a lente do óculos escuros em seguida- Lembra que foi você que me deu isso aqui? Pois é. Eu nunca mais tirei da cara.

–Nem no banho? Nem pra dormir? –John riu, e Dave riu junto.

–Não, nesses momentos eu tirava. Mas fora isso, estava usando eles sempre.

–É...legal saber disso. –foi a resposta, enquanto os olhos azuis se moviam novamente em direção ao horizonte- Significa que você gostou. Eu fico feliz. –sorriu para o nada e Dave quase o beijou. Devia ser ilegal ser fofo desse jeito.

–Bem... –ele suspirou e jogou a cabeça para trás- Fico feliz que esteja feliz. É tipo um ciclo da felicidade.

–Você é bem bobo às vezes. –John riu.

–Eu? Você que é o Egbobo, o rei dos bobos, aqui, John. –lhe deu um cascudo fraco, de brincadeira- Todo esse tempo e nunca percebeu que eu estava amarradão em você? Devia ter visto através da ironia, cara.

–Sua ironia é impenetrável –respondeu o moreno- Nenhum aprendiz da artes irônicas, como eu, consegue captar o duplo sentido nas frases de um mestre Jedi como você.

–Nah, viu só? Você já está aprendendo. Se bem que isso foi mais sarcasmo do que qualquer outra coisa –ele sorriu de lado quando John bufou:

–Ah, me dá um tempo.

Um silêncio confortável seguiu-se, a folhagem se balançando com o vento e buzinas de bicicleta ao fundo, apenas, e as respirações dos dois enchendo o ar. Estava realmente um belo dia para ficar no parque, Dave pensou, olhando o céu azul. Como os olhos dele. O sardento se virou, e John estava também de olhar pregado do firmamento, a boca meio aberta como se aquela imensidão o impressionasse e apavorasse. Dave não conseguiu não rir da sua cara de besta.

–Hã...o que foi? –John olhou para ele, como se tivesse saído de uma hipnose.

–Nada, nada –Dave fez um gesto com uma das mãos, logo largando as duas no banco- Hey, que tal ouvirmos uma música pra relaxar? Logo temos que voltar pra casa, quer dizer, tenho que te deixar lá antes do jantar, conforme seu pai...por isso, acho que devíamos aproveitar ao máximo o tempo que temos –ele sorriu e tirou o mp3 do bolso- Três minutos, o que me diz?

John sorriu com seus dentes avantajados. Pegou um lado do fone e colocou na orelha, chegando mais perto para não puxar o fio.

–Você tem as melhores ideias, Dave.

–Eu sei, né? Fazer o quê, sou demais. –ele fez o mesmo, e se aproximou alguns centímetros a mais.

–E modesto –riu o outro, revirando os olhos em seguida- REVIRAR DE OLHOS.

–Eu estou vendo que você está revirando os olhos, John, não precisa dizer –Dave disse, escolhendo a música- Parece a doida da Nepeta Leijon.

A música começou. Era “How Do I Live (Bunny Back in the Box Version)”, e o moreno não demorou a reconhece-la, pois quase deu um pulo no banco quando o fez.

–Ah! How do I Live! Dave, é uma das minhas músicas preferidas, como soube? –ele olhou para o outro e sorriu, e foi retribuído, com um sorrisinho sem mostrar os dentes.

–Presto bastante atenção no que você gosta.

John corou e desviou o olhar. Balançava os pés no ritmo, a cabeça também se movia um pouco, mas não muito, ou podia bater no rapaz a seu lado. Parecia aproveitar a canção, e não demorou muito para Dave, mais para agradá-lo, começar a murmurar:

Without you
There'd be no sun in my sky
There would be no love in my life
There would be no world left for me
And I
Baby I don't know what I would do
I'd be lost if I lost you
If you ever leave baby
You would take away everything real in my life

John pareceu surpreso. Olhou para ele e Dave sentiu os olhos azuis que tanto amava queimando sobre si, com um misto de choque e curiosidade. Primeiro, como assim ele sabia a letra? Segundo, de onde viera uma voz tão boa pra cantar? Terceiro, caramba, ele estava corando? Tudo isso passava pela cabeça de John naquele momento e ele sabia – não era nem preciso ler sua mente. Era algo estranho mesmo, e ele compreenderia se John o fizesse tais perguntas, mas em vez disso, ele apenas sorriu e o acompanhou. Veio o refrão, e eles estavam cantando juntos, no meio do parque, a plenos pulmões:

And tell me now
How do I live without you
I want to know
How do I breathe without you
If you ever go
How do I ever, ever survive?
How do I
How do I
Oh how do I live?...

Veio então aquele solo de guitarra de Nick Smalley, e John, entusiasmado e levado pelo calor do momento, imitou os sons com a boca e ainda mimicou os gestos, como se tocasse uma guitarra invisível. Ele fazia perfeitamente, mas de qualquer jeito foi engraçado; Dave logo se viu rindo da situação, e alto. John olhou para ele, revirou os olhos e acabou sorrindo. Quando o sardento conseguiu recuperar o fôlego, o solo mais zoado tinha terminado, e ficara apenas o som agradável da guitarra, sem a voz de Michael Bowman atrapalhando. Tanto John quanto Dave agora sorriam bobamente para o nada, envolvidos naquela melodia, os pés acompanhando...então, o loiro olhou para o lado de soslaio, e encontrou duas safiras pregadas em si. John tentou disfarçar voltando a olhar para o lago, mas Dave baixou o rosto e encontrou sua mão, que parecia se aproximar timidamente de si, aos poucos. Não teve dúvidas: aproximou a sua também e segurou a de John, que não demorou a entrelaçar seus dedos. A mão do moreno estava suada e era meio desconfortável depois de um tempo, mas droga, aquilo era bom. Ele se sentia em contato com o garoto que amava, era agradável, quente e...tinha uma certa, não sei, fagulha. Uma faísca entre os dois. Algo que dizia a Dave que aquilo daria e estava dando muito certo. Ele agradeceu mentalmente à Rose, Bro, e até à tã-tã da Nepeta por terem o ajudado a chegar ali, e nossa, ele tinha que se ajoelhar diante deles pra mostrar o quanto estava grato por aquela posição com John agora. Algo que ele não tivera realmente esperanças que ia conseguir, mas porra, estava acontecendo, e ele tinha certeza que não era um sonho.

Para ficar ainda melhor, John estava gostando. Podia ver por seu sorriso, o rosto corado e os olhos baixos. Era como se ele fosse sua primeira paixãozinha, ainda na infância, e aquilo era amável. Ele quase apertou as bochechas do outro. A última estrofe foi murmurada junta...

And tell me now
How do I live without you
I want to know
How do I breathe without you
If you ever go
How do I ever, ever survive?

...e era isso. A música acabou, começou um dubstep no lugar, e John tirou o fone, consequentemente, tendo que soltar a mão de Dave para tal. E tudo o que o sardento conseguiu pensar foi: “Por que essa música não tem uma versão de dez horas?!”.

–Eu...preciso ir pra casa. –disse John, unindo as mãos, impedindo Dave de segurá-las de novo. Merda.

Ele ergueu os olhos vermelhos para o céu, que começava a colorir-se de laranja e rosa. Estava entardecendo, o jantar seria servido e o sr. Egbert ficaria bem bravo se o filho não estivesse na porta de casa em pelo menos meia hora.

–Humm, é. –concordou o loiro, se levantando- Não quero irritar meu sogro, né? –ele riu quando John se ergueu, corou e o censurou com um “Dave!” exaltado- Relaxa, estou só brincando –lhe deu um “pedala”- Quer dizer, ou não, depende de como vai terminar essa novela em que eu vivo. Vai que no final você percebe que caiu nos meus encantos e corre para os braços? –sorriu, cheio de si, deixando o rosto do outro da cor de um pimentão- Cuidado, Egbert, pra não pegar fogo. Guarde isso pra mais tarde. –ergueu e baixou as sobrancelhas rapidamente, diversas vezes, e riu quando John deu um tapa na própria testa- Tá, agora eu parei. Vamos logo, senão seu pai corta meu pau fora.

Eles pegaram o skate e a bicicleta, e logo puseram o pé na estrada, sem mais comentários adicionais. O vento os impedia de conversar no caminho, e o céu começava a escurecer. Eles andavam em direção ao horizonte, como se fugissem do azul profundo, indo para o lado ainda claro. Nesse passo, não demoraram a chegar na porta da casa de John, e bem a tempo: faltavam dez minutos para o jantar, até tinham certa vantagem sobre o sr. Egbert.

–Bem...fico aqui. –disse John, descendo da bicicleta e a largando no jardim- Obrigado por hoje, Dave, foi bem legal, apesar de tudo. –sorriu, e o loiro podia jurar que havia corado também.

–Idem –respondeu- Apesar da Jade e da Rose e sua interrupção nada sensível, eu gostei de passar a tarde contigo –deu de ombros- Foi como nos velhos tempos.

–Sim, foi –ele concordou, diante da porta de entrada- Então...

–Então...

Suspiro. John olhou para baixo, para cima, para o lado, parecia indeciso sobre algo, ou procurando uma borboleta.

–Algum problema? –perguntou Dave. O que diabos ele tinha?

–Ah...nenhum, desculpe –John olhou para ele.

–Está esperando alguma coisa? Esqueceu a chave?

–Humm, meu pai não costuma trancar a porta... –ele passou a mão pelos cabelos- É só que... –suspirou novamente.

Dave demorou, mas finalmente pegou a dica, ou achou que pegou. Subiu no degrau onde estava John, e esticou a mão para tocar seu rosto delicadamente. O outro não pareceu surpreso. Dave puxou-o de modo sutil pelo pescoço, como se não quisesse assustá-lo, mais se curvando em sua direção do que realmente o aproximando de si, e só parou ao sentir o contato. Fechou os olhos, seus lábios confortavelmente pressionados contra os de John, que deslizara as mãos trêmulas para o bolso da calça. Os dois estavam nervosos; nenhum teve coragem de abrir a boca. Eles se afastaram, e constataram, ao mesmo tempo, que beijavam de olhos fechados. Sorriram. Estavam corados.

–Até...mais tarde? –disse John em tom de pergunta.

–Pode ser. –respondeu Dave, um pouco abobado- Eu te chamo depois do jantar.

–Certo, falou –ele levou a mão à maçaneta, a olhou e então abriu ainda mais o sorriso. Olhou sobre o ombro, para o loiro que se afastava devagar andando de ré- Obrigado, Dave. Por tudo.

–De nada. E...até que você não beija mal.

John entrou em casa. Dave ficou algum tempo ainda sorrindo para a porta fechada, e devia estar com uma bela cara de pateta. Ah, que se foda, ele tinha beijado John, não tinha? Tinha. Beijado John Egbert. Certo, até ele estava impressionado – como assim! Conseguira mesmo arrancar um beijo de John não-sou-um-homossexual Egbert? Parece que as mesas tinham virado, e a seu favor.

Se fosse outra pessoa, teria pulado de alegria e saído gritando, mas como era Dave Strider, o garoto legal, ele simplesmente se recuperou do sorriso abobalhado, deu as costas e subiu no skate. E, enquanto se afastava, nomeou “How Do I Live” sua música preferida de todos os tempos.


Notas Finais


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