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História Aqueles sonhos desgastados da juventude - Capítulo Único


Escrita por: Yuumei-chan

Notas do Autor


Olá.
Eu quero dizer que admiro muito esses(as) autores(as) que escrevem capítulos com mais de 1000 palavras, porque pra mim é impossível. De verdade. Não dá. Não sei o total de palavras disso aqui, mas tô sentindo que não foram as tão esperadas 1000 palavras (na verdade, foram, e eu estava determinada).

Isso aqui era pra ser KaiStal, pelo simples fato de que enquanto escrevia, não conseguia imaginar outro couple. Ainda não consigo, mas ficou com SeKai mesmo. Eu fiquei toda confusa escrevendo, pois ora escrevia KyungJeong, ora KaiBaek, ora KaiStal. E não revisei. Desculpem aí, viu. Possivelmente, terá muitos erros e eu não estou me importando agora.

A letra do final é da música Mer do Hyukoh (<3).

Boa leitura.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Naquela madrugada fria, a noite estava lá fora junto à neve que caía com um silêncio apático. E as horas não pareciam passar. Prendendo-se apenas a si.

Era o mesmo cenário fúnebre de um ano atrás. Com seu colchão puído, fino e com um leve cheiro de mofo que não chegava a incomodar se não pensasse tanto.

A realidade não se assemelhava a nada com seus sonhos de juventude. Tudo o que se pôs a sacrificar, impondo um esforço além do imaginado, perdeu-se no tempo que não parece mais passar.

O cansaço é real.

O fracasso é real.

Todo o medo era real.

E antes do temido futuro, com ansiedade no peito e sorriso não contido, Jongin só sonhava. Tudo parecia ser bonito demais na sua mente e seu interior ardia em animação.

E Jongin jura. Jura que tentou ser bom pra si mesmo, bom pro mundo, bom para ser bom, mas tudo o que conseguiu foi um trabalho numa farmácia, uma televisão quebrada e um apartamento velho alugado.

As contas acumulam-se do lado da porta, embaixo da mesa, e Jongin apenas fecha os olhos com aquela seriedade que o mundo e a rotina enfadonha lhe trouxeram.

Lembra-se de uma quarta-feira, onde o cansaço pesava-lhe as costas e a falta de dinheiro o incomodava mais do que de costume, e não pensou muito em seus atos antes de decidir ir a uma boate qualquer.

A música estava absurdamente alta e em algum momento começou a sentir uma leve dor de cabeça, o suor nas costas. Mas   a sua risada ecoava no lugar e os corpos roçavam-se ao seu de uma forma tão boa que não queria sair dali. O amanhã não chega.

Havia bebido alguma coisa alcoólica com um gosto ruim que nem chegava a recordar-se. E era fraco para o álcool, apesar de as consequências não lhe assustarem.

Estava o mais perto do que chegava a ser considerado felicidade. E talvez nem fosse, mas isso não importava. Não enquanto havia alguém apertando-lhe a cintura e impulsionando o quadril contra o seu em uma fricção tão gostosa. Nada parecia ser relevante ao seu redor.

A música torna-se apenas uma lembrança distante, ecoando por sua mente.

Sente o pulso ser puxado e, aos tropeços e risadas, é levado para algum canto escuro. Tudo parece estar bem.

As costas encontram a parede e Jongin fecha os olhos, esperando, consciente demais do contato da pele do outro na sua. Percebe nada acontecer e o membro latejar, e olha para quem está a sua frente. O rosto parece conhecido, mas Jongin quer apenas senti-lo dentro de si. Fundo, gostoso, rápido. Morde o lábio em antecipação, impaciente.

- Oh Sehun - murmurou o outro, sorrindo sorrateiro.

Depois disso, não recorda-se de mais nada. E não eram lembranças realmente boas.

Sehun aparecia constantemente em seu apartamento. À noite, de madrugada, durante o dia. Qualquer hora.

E talvez Jongin tivesse deixado de lado toda responsabilidade por influência de Sehun, que chegava enfiando-se debaixo das cobertas, puxando o mais velho para perto e cantarolando uma música aleatória.

Jongin acha que não deveria, mas se sente bem ali. Abraçado, vendo o mais novo dormir tão tranquilo. Quente.

O amanhã chega, mas o moreno ainda está li. Os minutos passam. Sabe que precisa ir trabalhar, porém sente que tudo está bem. Sem preocupações.

E os sonhos da juventude não são mais sonhos. Jongin pensa que vive por viver e espera o dia chegar, as horas passarem. Viver.

Às vezes, quando tudo parece impossível, grita, dizendo tudo aquilo que cobria sua mente por dias.

E talvez ele tenha dito muitas coisas e feito muitas, contudo, Sehun pensa que na ausência do sorriso do outro, tudo parece certo também. Com o choro, a frustração. É. Tudo bem.

Jongin sabe que o loiro é mais alguém cansado, com contas a pagar e um emprego de merda.

É. Tudo bem.

• • •

Por entre as frestas da cortina, a luz brilhante do motel em frente, entra. Na mente de Sehun tudo é alucinante, e os dedos roçam os cabelos ressecados de Jongin. Quando entreabre os olhos de forma lenta, o mais velho não sorri. A fumaça de Sehun toca a pele do moreno, em um contato quente. E um dia Jongin jurou.

Mas enquanto o loiro inspira mais da substância e o cigarro fica entre os dedos gordinhos, ele sela os lábios preguiçosamente nos do outro, e a sensação sufocante desce pela garganta e envolve o pulmão de Jongin.

De noite, de madrugada, durante o dia, o mais alto bate na porta apenas para desaparecer e corroer Jongin com a sua fumaça branca. Enchendo-o de calma e de uma alegria momentânea.

Frequentemente, Sehun não é suficiente para fazer com os pensamentos ruins desapareçam, nem para aliviar o peso nos ombros, e o moreno acaba precisando de uma tragada ou duas.

E Sehun tenta manter-se forte, seguro, ignorando a realidade de que um dia não poderá mais estar ali de madrugada nem de noite, nem durante o dia.

Jongin não tem objetivos, planos. Nada. Apenas sonhos esquecidos, umas músicas escritas em seu caderno antigo. Nada.

- Jongin - o loiro sussura.

O mais velho o fita com calma, embalado pelo sono, e sorri. Anda devagar, arrastando-se, sentindo o chão gelado trazendo-o um friozinho estranho no pé e aconchega-se ao peito de Sehun. Quente.

Esconde o rosto da curvatura de seu pescoço, roçando o nariz naquela região. Pensa um pouco no que quer falar e suspira, cansado.

- Acho que você deveria ficar por hoje.

"Nos conhecemos
Seguindo o mapa
Procurando pelo ouro

Mesmo que as razões mudem
Nunca vão congelar de novo
Mesmo que os assuntos mudem
Todos vamos permanecer os mesmos
Mesmo se encararmos o fim
Pensamentos vão permanecer como células

Tudo isso, é o que eu quero

Através de outro rio,
Alcancei o oceano antes do pôr do sol

O bombardeio começou com um rugido,
Ainda nós estamos tranquilos, indiferentes
Nós permanecemos calmos,
E procuramos outros detalhes,
Embora não seja fácil

Tudo isso, é o que eu quero."


Notas Finais


Obrigada, viu. Volte sempre. Até.

Kissus


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