História Aqui nos céus - Você é tão fofo bravo.

- Isso o quê? - eu disse assustado

- QUE MERDA É ESSA? DEIXE-ME LEMBRAR... CHANYEOL ERA AQUELE GAROTO QUE ESTAVA COM VOCÊ NA HORA DA SAÍDA, NÉ? MAS QUE DESGRAÇADO, VOU MATÁ-LO!

- NÃO, VOCÊ NÃO VAI! VOCÊ NÃO TEM ESSE DIREITO - com as mãos trêmulas de medo, peguei o caderno da mão dele que estava com quase todas as folhas amassadas de tanto ele apertar de ódio 

- O QUÊ? ACHA QUE NÃO TENHO DIREITO? AH, MAS EU TENHO SIM.

 Ele pegou o caderno da minha mão novamente e jogou no chão. Eu achei que ele jogar meu material fora como ele sempre fazia ás vezes para me deixar com medo. Mas não... ele fez pior: me agrediu. Puxou meu braço para baixo e deu joelhadas em meu queixo, que me fazia cambalear para trás. Eu tentava me defender, mas ele era mais forte que eu. Eu estava quase desmaiando quando ele deu um soco forte na minha boca e disse:

- NUNCA me subestime 

E me largou no chão como se eu não fosse nada. Como se eu fosse apenas um chiclete jogado no chão após seu sabor acabar.

Me levantei dali e fui direto para o banheiro. Me olhei no espelho e estava totalmente acabado. Meus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, e meus lábios.. meus lábios estavam cheios de sangue. Tinham cortes no meu queixo. Minha aparência estava toda fodida por esse desgraçado que me chama de filho. Lavei meu rosto e sentei no canto da parede em posição fetal. Pensava em como eu iria sair dali, aquilo estava me corroendo cada vez mais. Pensamentos daqui, dali, de cá, de lá, até quando eu escutei batidas na porta

- O que foi? - disse com a voz embargada 

- Vou dormir. 

- Tchau!

- Quer apanhar de novo?

- Não, obrigado

- Acho bom - ele chutou a porta, e com esse chute me fez recuar.

[....]

- Baekhyun, você vai demorar?

- Não! Espera, ainda estou no meio da história!

- Então vai, rápido.

- Tá bom! 

[...] 

Lavei meu rosto novamente e saí do banheiro. Recolhi meu caderno que ainda estava no chão, pois ele não teve a mínima coragem para pegar. Minha vontade de falar com Chanyeol cresceu. Aí eu me lembrei de que tinha pegado o seu número de telefone. Vasculhei na minha mochila e vi. Corri para pegar meu celular, gravei o seu número, mas não decidi chamar porque não quis incomodar.  Liguei a TV e fiquei me distraindo com uns desenhos animados que eu amava. 

Quando deu umas duas horas da manhã, o despertador do meu pai apitou, não sei porquê. Ele se levantou e foi até a sala com as mãos fechadas. 

- Pai.. algum problema? 

- Por que você ainda não foi dormir, seu moleque?

- Por que você implica tanto comigo? O que eu faço pra você?

Nos olhamos por um tempo e o silêncio corroeu quando ele disse:

- Você não vai mais morar aqui, Baekhyun. Está fora. Hoje mesmo, e agora. 

- O- O QUÊ?

- Se levante e se arrume. Agora. Filho. 

[...]

Me arrumei e organizei minhas coisas. Cara, onde eu vou morar agora? Na rua? Bom, é  a única solução. 

Peguei meus outros pertences com a ajuda do meu pai. Ele me deu uma caixa, não muito grande. 

- O que é isso? 

- É uma lembrança que guardo da sua mãe, muito antes de você nascer - ele me olhava com um sorriso maléfico - há fotos dela aí.

- Por que você está me dando isso? 

- Para que você ainda se recorde do seu bom e velho pai.

Bom? Esse elogio não cabe á você. 

Dei uma volta pela casa. Pela primeira vez, notei que ela era morta, tinha a aparência triste pelos cômodos. Como uma casa velha sem reparos...decepcionante. 

Começou a dar trovoadas e a chuva caiu. Peguei minhas bolsas e saí dali. Ele nem sequer me deu tchau. Poxa, nem pra isso! 

Andei por aí e me sentei num banquinho do ponto de ônibus que tinha cobertura. Quando o tororó passou, andei pelas ruas que estavam totalmente desertas e frias. Coloquei as mãos no bolso do meu agasalho e continuei  andando. Eu chorava no meio do caminho. Não prestei atenção e esbarrei em um garoto.

- Presta atenção por onde anda!

- Desculpe - levantei a cabeça - Chanyeol?

- Baekhyun? - ele me olhou da cabeça aos pés - o que você está fazendo aqui com essas bolsas? Por que está machucado? Quem te machucou?

- Eu fui expulso de casa. Meu pai me machucou e.. não sei pra onde ir

- ELE TE BATEU?

- Sim..

- DESGRAÇADO!

- Calma, não... não precisa se exaltar. 

- Calma nada!

- Ei, o que você está fazendo aqui, Chanyeol?

- Eu vim levar minha mãe e meu pai para um ponto próximo daqui. Eles vão viajar e eu vou ficar sozinho.

- Oh, entendi - abaixo a cabeça - acho que vou indo procurar um lugar para me abrigar, até mais 

- Oi? Você vai morar comigo! 

- H-huh? 

- Isso mesmo, vem! 

Ele me levou até a casa dele que era linda e feliz. Eu realmente gostaria de morar ali. Ele me ofereceu um espaço para guardar minhas coisas e eu aceitei. Depois de arrumarmos, ele me ofereceu um chocolate quente e pegou uns pertences que eram da mãe dele para cuidar dos meus ferimentos. Enquanto passava um algodão no meu queixo, ele disse: 

- Pobre Baekhyun.. Eu vou vingar isso, eu prometo

- Você sabe que vingança não levará a nada. Pare com isso

- Eu vou me vingar, eu vou! 

- Por favor - eu segurei a outra mão dele que estava apoiada no meu ombro - não faça isso 

- Não farei 

- Ótimo - sorrio falso 

Quando ele terminou de cuidar de mim, me deu um beijo na testa e nós dois coramos violentamente

- Chanyeol..

- Sim? 

- Você é  tão fofo bravo.