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História Arabella - 50. Não seria eu...


Escrita por: igabz

Notas do Autor


Hi, babes. Desculpem pelos sumiços, mas irei concluir arabs agora.

Capítulo 51 - 50. Não seria eu...


ARABELLA

“Se não fosse os danos, não seria eu. — Clarice Falcão”

 

Às vezes quando eu começava a ler aqueles livros que havia muito enrolação, ou aquele tipo de livro que no primeiro pensamento da personagem principal sobre o “cara” já começava a querer que eles tivessem filhos e ficassem velhinhos juntos, eu simplesmente pulava pra ler o final. Certo, isso não é o “certo” e pode estragar a graça do livro para alguns. Porém para mim dava mais animo pra ler. Fiz isso com A seleção, eu ficava tão agoniada sem conseguir gravar todos os nomes daquelas mulheres que teve um momento que liguei o foda-se e fui ler o final do terceiro livro quando ainda estava no meio do primeiro. Sorri balançando a cabeça, acho que acabou virando mania, tenho que ficar me controlando para não começar o livro já lendo o final hoje em dia.

Engraçado eu estar sorrindo no meio da rua depois de sair do consultório da minha psicóloga, quando simplesmente começou a chover assim que coloquei os pés fora do prédio. Eu deveria estar irada por estar completamente me molhando? Dane-se. Chuva não é algo ruim, em suma.

Claro que chegar ao casarão completamente encharcada não faria bem a saúde, quando eu era mais nova tinha uma tendência insana a gripar, e por isso eu ficava naquele efeito sanfona, emagrecia, engordava. Hoje em dia isso não acontece, porém não engordo mais com facilidade, e nem gripo.

Quando estou relativamente ansiosa ou nervosa simplesmente começava a divagar sobre coisas aleatórias da minha vida, coisas que em algum outro momento se alguém até chegasse a me perguntar eu não saberia responder ou não lembraria. Mas nessas horas, simplesmente lembro-me de tudo, ou quase.

Hoje é aniversário do Gabriel.

E por causa dos últimos acontecimentos acabei ajudando Julie a organizar uma festa, eu e ela não tivemos o “primeiro encontro” lá muito bom e foi uma cooperação familiar dessa vez, realmente gostei de ser incluída na família do Gabriel. Será uma festa surpresa na casa da mãe dele, até então ele deve estar achando que não vai dar de eu ir passar algum tempo com ele hoje, pela manhã fiquei ajudando a organizar a casa e o Louis ajudou a não fazê-lo chegar perto da casa de Julie hoje, então Gabe vai me ver na casa da mãe quando for à hora. Eu havia comprado meu presente semana passada, Gabriel tem alma de artista. Ele desenha, escreve, canta, fotografa e tudo isso muito bem, apesar de ultimamente não fazer muito além de fotografar. Com tudo isso dos meus problemas o foco ficou tão em mim, como eu iria agir com isso, como funcionaria aquilo sob o meu ponto de vista e afins, que quase esqueço o aniversário dele. E quase me esqueço dele. De certa forma.

Quando eu era mais nova, tinha isso de me obrigar em aniversários a sempre mandar textos enormes para as pessoas falando tudo àquilo que eu não falava, porém pensava. Com o passar do tempo comecei a perceber que é meio “errado”, claro, eu era uma pessoa mais fechada em questões de sentimentos e muito aberta a brincadeiras e interagir com as pessoas, desde que elas não quisessem aprofundar a amizade e possíveis outros relacionamentos. Mas é tão bom, quando supostamente aquele dia não tem nada de especial e você faz ele se tornar exatamente isso com uma pequena atitude que só deixaria para algum tipo de data comemorativa. A vida é tão frágil e única. Aquilo de não deixar para amanhã serve sempre. Serve muito.

Eu já tinha noção do que daria pra ele. Sendo uma boa stalker tinha que saber, não é? Fiquei com um pouco de receio de não encontrar, já que foi uma coleção em comemoração aos 250 anos da Faber Castell e foi lançada ano passado, acho. Entretanto encontrei o que queria. A completa mesmo sairia muito cara, vinha mais de 350 instrumentos artísticos e eu com certeza não teria aquele dinheiro todo. Então comprei uma que era muitíssimo mais em conta. Acho que não tem presente mais original, nunca que eu ia pensar estar dando pro meu namorado de presente de aniversário “lápis de colorir”. Vai, além disso, mas resumindo de forma mais popular. Certo, eu nunca pensei em namorado também, então...

Cheguei ao casarão encontrando o Louis na sala com a Lucy. Eles formam um casal tão lindo. Existe casal mais fofo? Ele sentado no sofá e ela com a cabeça sobre as pernas dele, pareciam ver um filme. A me ver Louis começou a rir.

— Não sou palhaça, idiota — resmunguei. O bom é que minha bolsa é de um material que não deixa as coisas dentro molharem. Nem sei onde inventaram isso, mas fico grata.

— Que isso, bebê? Que agressividade! O Gabriel pode curtir isso, mas eu gosto de afago, carinho... — Louis falou, enquanto a Lucy se levantando e vinha na minha direção.

— Por que não chamou um táxi ou ligou pra gente? — perguntou ela pegando a minha bolsa. Repirei fundo.

— Porque ficou parecendo coisa armada. Não dei nem dez passos depois que sai do consultório e começou a chuviscar, parecia que não iria descer esse dilúvio do céu — choraminguei tombando a cabeça no ombro dela.

— Mas é muito bebê mesmo, tinha ligado para o papai aqui ir te buscar filhinha — Louis se intrometeu me fazendo corar. Ok... Isso foi estranho. E um estranho constrangedor. Lucy olhou pra mim e começou a sorrir.

— Então você é tipo o Daddy dela é? Bom saber — Lucy simplesmente começou a sorrir descontrolada. Corei ainda mais. Odeio que ela me leia também, piranha.

— Ei! Claro que não! Que isso mulher, ela é minha filha, minha irmã... Eu não falei no sentido de querer foder ela, que loucura é essa que...

— Relaxa Louis, ela tá zoando com a tua cara — falei me sentindo ainda mais constrangida. Tomei minha bolsa das mãos da Lucy subindo correndo a escada, mas antes ainda gritei: — Vou precisar de carona pra casa da mãe do Gabe.

Retiro tudo o que eu disse, eles são insuportáveis.

Coloquei a roupa molhada em um canto enquanto pegava uma toalha, não ia poder tomar banho quente, meu cabelo ia ficar uma merda e quero estar bonitinha hoje. Meu homem merece.

Às vezes ainda tenho meio vergonha de usar alguns termos relacionados ao Gabriel, até namorado por vezes não falo na frente de outras pessoas. Nunca curti me expor seriamente, eu sempre zoava com tudo mesmo quando algumas pessoas achavam que eu estava falando sério. Porém é aquilo, brinco muito, mas quando falo seriamente, é exatamente isso.

Enquanto banhava fiquei pensando no que teria que fazer hoje ainda, antes de ir pra casa da Julie teria que falar com meu pai. Acho que nunca tinha visto senhor Christian tão feliz quando falei que estava indo em uma psicóloga, ele literalmente gritou no meu ouvido. Impossível não rir junto dele. Eu e meu pai não tivemos o melhor relacionamento do universo, era uma disputa de quem estava certo, de quem mandava, de quem elevava mais a voz... E hoje em dia, aprendemos, a saber, ouvir um ao outro. Qualquer rancor que eu tenha criado em algum momento no passado deixou de existir.

Não sei ainda sobre o que pensar sobre meu passado. Sei que de certa forma tenho que tirar algum tipo de aprendizagem, não foi um erro meu. É tão mais difícil aprender com os erros dos outros. Creio que me conformar nunca irei conseguir, assim como sei que conversando com a psicóloga ela me abriu a mente sobre várias coisas. Assuntos que tinham um fio ligado ao o que aconteceu no meu passado. Sei que nunca irei confiar nas pessoas de primeira, não vou me abrir assim tão facilmente. Brincar eu sempre brinco com todo mundo quando me sinto a vontade. Faz quase dois meses que comecei a me consultar, foi tudo no momento certo.

Sei que trauma não é algo que tem cura, não irei esquecer. Ao menos hoje em dia não é algo que guia minha vida mais. Não preciso ficar nessa necessidade de ter piedade de mim. Quando você se acostumada a se sentir triste, com o passar do tempo fica querendo se sentir assim.

Sai do banheiro, já aproveitando e fazendo fitagem no cabelo, teria que secar com o difusor, ele nunca iria ficar seco em menos de duas horas. Tem vezes que demora o dia todo. Se existe algo que eu odeio, é sair com o cabelo molhado.

É tão bom a sensação de se sentir bem dentro do seu próprio corpo, sentir que é você, sentir que não precisa mais daquela piedade, que sorrir não é algo forçado e é muito bom. Qual é? Não é de hoje que sorrir se tornou algo tão natural, tão real pra mim. Mas parece que só agora a minha ficha sobre as coisas realmente caiu. E eu ter sabido que estava me ajudando sem saber, me animou tanto com tudo. Que tudo está tão bem... E não pretendo ficar criando dramas pra chorar. Só pra sorrir.

Eu realmente tenho as melhores pessoas do universo ao meu redor, melhores dentre todos, melhores pra mim, eles não foram minha cura ou algum tipo de remédio, eles só foram eles mesmo e eu os amos tanto. Mesmo zoando e amando xingar eles... Sorri balançando o corpo enquanto ouvia Good Life do OneRepublic, porra! Essa música... Tem sempre aquelas músicas que você passa anos sem ouvir, mas começa a melodia e você já começa a sorrir e sentir a nostalgia.

Não mudaria nada no meu passado. Não gostaria de voltar lá e fazer o que quer que fosse diferente. Se não fossem os danos, não seria eu. E eu gosto de mim desse jeitinho, meio doida, demonstrando amor dessa forma meio torta, sempre pensando coisas boas dos meus amigos, mesmo que nem sempre falando. Se eu sou assim, é assim que eu devo ser.

Coloquei a música para repetir, com um sorriso enorme no rosto que vi ao passar em frente ao espelho. Eu posso não ter mudado tanto, posso nem sempre aprender com meus erros, posso não ser a pessoa que vai ser a sociável, posso ser exatamente o que eu quiser. E quero ser desse jeito.

Meu estado de espírito não era algo explicável, apenas me sentia a pessoa mais limpa de todos os mundos existentes no universo. Sinto tanto orgulho de mim, tanto orgulho. E é a melhor sensação que qualquer pessoa pode sentir de se mesma, orgulho das suas atitudes, orgulho de mesmo não agindo da forma “correta” você tenta de alguma forma. Ca.ralho, eu to mega feliz!

Depois de quase pronta, peguei meu notebook começando uma chamada de skype com meu pai. Não poderia demorar muito, já que faltava menos de uma hora pra ir à casa da mãe de Gabe. Toda vez que vou banhar e mexer no cabelo, é umas duas horas só pra ele, demorei pouco dessa vez.

— Oi melhor pai do mundo! — exclamei o fazendo gargalhar.

— Oi melhor filha do mundo!!

— Pai, o senhor deveria ao menos tentar ser mais original, fica me copiando, muito feio — murmurei franzindo a testa e ele riu ainda mais.

— Você sabe que eu te amo demais, não é?

— Queria saber é quem não me ama demais? Fala sério, sou incrível — brinquei fazendo nós dois rimos.

Fiquei alguns longos minutos conversando amistosamente com o meu pai, eu realmente o amo muito. Ele é incrível e eu não seria contra se ele gostasse de alguém e chegasse a tentar algo sério... Porém acho que isso não está incluído em nenhum plano dele. Depois da chamada de skype encerrada me olhei rapidamente no espelho, com certeza não estava indo para essa festa na intenção de chamar atenção, claro que iria de qualquer jeito, mas realmente queria ficar invisível o máximo possível, o que já não seria muita coisa considerando que grande parte da família do Gabriel vai está lá e não fui realmente apresentada a quase ninguém. Eu e o pai dele nos seguimos no instagram, isso hoje em dia pode ser considerado “conhecer” alguém? Quero dizer, não temos essa rede social pra postar fotos incrivelmente perfeitas mostrando a vida rica e corpo perfeito. Então talvez sim.

Basicamente só conhecia a mãe e pai dele, fora o irmão que eu realmente poderia me considerar próxima. Ficou combinado de o Louis enrolar o Gabriel então possivelmente eu teria que ir de táxi, sem caronas. Sai do meu quarto olhando a hora, teria que chegar antes do aniversariante.

Não foi tão difícil esconder a surpresinha do Gabriel, ele é meio lento para algumas coisas. Foi confortável organizar tudo com a família dele, pensei que fosse me sentir envergonhada ou sufocada afinal não tive o melhor encontro com Julie sendo minha sogra, mas resolvemos qualquer problema que poderíamos ter, de qualquer forma.

— Louis me ligou avisando que um táxi logo estará aqui — informou Lucy me surpreendendo já pronta, para ir? Pensei que ela não fosse.

— Então quer dizer que você vai? — perguntei com um sorriso no rosto e ela deu de ombros.

— Aprendi a gostar do chato do Gabriel, tenho que marcar presença — murmurou e eu sorri puxando ela pra perto.

— E eu não entro no pacote? — Saímos do casarão ficando na frente esperando o táxi chegar.

— Você sempre estará, você é o pacote mais incrível que papai Noel deixou na minha lareira — falou dando um sorriso amarelo, revirei os olhos percebendo o dito táxi aparecendo na rua.

Ela ama muito o natal. Ainda está meio longe pra ele.

 

[...]

Era engraçado como eu me sentia relaxada com a família do Gabe, eles eram amistosos. O irmão dele não pode estar aqui hoje, Julien estava ocupado em Londres, mas havia muitos familiares dele por ali. Os pais são separados e o pai se casou de novo e tiveram gêmeos, mas acabou se separando de novo. O convívio do Gabriel quando criança era complicado, ele não teve lá bons exemplos, os pais brigavam muito e acabava deixando os filhos presenciarem. Talvez por isso um dos sonhos do meu namorado seja casar, ele não teve lá influências boas, mas quer fazer sua própria família e deixar claro que ele não iria deixar os erros deles interferir no que ele queria ou iria fazer.

Eu tenho muito orgulho do Gabriel, lá no inicio não me apaixonei por sua beleza, até então desconhecida, ou pela forma como falava putaria, foi unicamente por seu carisma, a forma como ele prega o que quer e não deixa as pessoas derrubarem isso. Ele foi um garoto forte e se tornou um homem mais ainda.

Fui rapidamente apresentada para alguns familiares, inclusive os meios-irmãos gêmeos do Hayes, eles com certeza não poderiam negar o sangue, o DNA do pai deles era forte o suficiente para isso.

Não demorou em todos se calarem, Lucy ficou sempre por perto, ela estava perdida da forma como eu esperei que ficasse, mas a avó do Gabe pareceu gostar bastante dela, ou ela da senhora. Tudo ficou em absoluto silêncio e as luzes forem apagadas, Gabriel estava chegando. Quando ouvi a voz do Gabriel respirei pesadamente. A chave sendo girada na fechadura, parecia que tudo estava acontecendo em câmera lenta e meus sentidos olfativos extremamente aguçados.

— Louis isso está tudo muito estranho, por que estamos na casa da minha mãe há essa hora? Cara, era pra você ter me deixado em casa a...

— Surpresa!! — Todos gritaram dentro da sala, fazendo um Gabriel ficar assustado olhando para todos nós. Até que seus olhos recaíram sobre mim, enquanto alguns familiares o abraçavam ou davam as mãos, seus olhos ainda estavam queimando a minha pele.

Louis me puxou para um abraço assim que estava perto o suficiente e retribui com toda a intensidade possível. Não demorou muito para eu sentir um hálito quente batendo contra a minha nuca.

— Acho que o aniversariante merece um abraço também, não é? — Sorri. Nunca iria levar na inocência quando o Gabriel usava aquele tom, exatamente aquele de quem não queria nada, talvez porque já soubesse que tem tudo.

Girei sobre os calcanhares o abraçando fortemente, sentindo seus braços apertarem meu corpo contra o seu. Puxei seu rosto com as duas mãos em cada lado do mesmo, dando um beijo suave em seus lábios. Sorrindo corada em seguida, ao perceber que algumas pessoas nos observavam atentamente demais. Então deixei minha cabeça sobre seu peito. E senti seus dedos passeando por entre os cachos da minha cabeça.

— Você me enganou direitinho com isso de não poder passar o dia comigo — murmurou e eu sorri balançando a cabeça.

— Sou uma ótima atriz!

O olhar que ele me lançou me dizia tantas coisas, aquele típico olhar de quem está sentindo coisas boas em relação a você, não é como se isso fosse explicável, você apenas olha e sente isso. Logo algumas pessoas a mais chegaram para cumprimentar ele e me distanciei, sentindo uma mão acariciar a minha enquanto me puxava. A avó do Gabriel, ah eu sabia o quanto aquela senhora significa pra ele, além dela ser tão carismática... Acho que Gabe puxou bastante pra ela, já que não conheci o seu avô que morreu.

— Os deixe que daqui a pouco meu neto vai sentir sua falta — ela murmurou fazendo me sentar ao seu lado, eu sorri sem saber muito que fazer.

— É aniversário dele, entendo todo mundo querendo um segundo da atenção do aniversariante — murmurei de volta e ela sorriu, deixando mais evidente suas rugas. Eu amo idosos, mais do que posso imaginar, idosos e crianças é meu tipo de pessoa em festinhas, são os que eu mais me dou bem.

— Ah! Meu neto fez uma bela escolha — sorriu batendo levemente na minha mão, sorri querendo entender o que ela havia dito. Seus olhos brilhavam na minha direção e assim foi o restante da noite.

Uma sensação de felicidade me rondava e eu não conseguia parar de esbanjar um sorriso, ganhei mais atenção do que deveria principalmente pela brincadeirinha boba do Louis com o Gabriel, sobre a gente casar e ele e a Lucy serem os padrinhos das vinte crianças. WTF? Vinte? Ca.ralho! Ele queria matar minha va.gina, quero dizer, apesar de ser elástica não tem como vinte cabeças saindo pelo seu órgão não danificar de alguma forma. Sorte o Gabe não ser cabeção, pensei rindo.

Foi uma noite amistosa, de realmente comemoração e boas risadas compartilhadas. Sentia-me tão leve e feliz com as coisas, e claro, maioria das vezes envergonhada pelos meus amigos sempre estarem sacaneando com a minha face. Quando tudo terminou era quase uma da madrugada, Louis estava nos levando de volta considerando que ele não havia bebido exatamente para fazer isso.

— Arabella não vai descer com o namoradinho? — Ouvi o Louis perguntando assim que Gabe desceu do carro. — Sexo de aniversário é tão bom quanto de reconciliação, gatinha — completou me deixando realmente vermelha. Que idiota!

Mas antes que eu pudesse responder o que fosse a porta do carro estava sendo aberta e uma mão sendo estendida para mim. Revirei os olhos pro Louis saindo, entretanto não antes de devolver na sua moeda.

— Lucy, se você me ama vai dar um gelo no pintinho nanico do Louis por uma semana no mínimo — sentenciei deixando uma Lucy gargalhando para trás. Ele queria medir armas? Muito bem, meu armamento era maior.

Entramos na casa, deixando o vento frio para traz. Realmente ali dentro estava quentinho.

— Por que eu estou aqui, realmente? — perguntei e Gabriel sorriu para mim.

Existe uma coisa que eu amo muito: Quando o sorrido dele é direcionado exatamente para mim. Mesmo quando o mesmo está conversando com outra pessoa e então de repente ele me olha e sorri. Ah, meu coração derrete completamente.

— Porque eu pretendo acordar no dia após meu aniversário com minha namorada. Isso lhe incomoda senhorita? — Perguntou e eu dei de ombros.

— Ah sim. É que eu estou com a luz vermelha acessa pra sexo e não pretendo abrir as pernas assim — retruquei o fazendo fazer uma expressão de ofendido, claramente falsa.

— Desta forma a senhorita faz pensar que só lhe trago aqui para comer-lhe, mademoiselle — respondeu e foi impossível não rir do tom que ele usou.

— Babaca — resmunguei dando um sorriso amarelo em seguida. — Acho que te dei intimidade demais — conclui fazendo expressão de pensativa.

— Vou nem falar o que você me deu muito...

— Gabriel! — ralhei fazendo nós dois rimos no final, jogados no sofá comigo tentando agredi-lo de alguma forma.

— Qual é, amor? Eu estou cansado demais pra cogitar transar e eu realmente só queria um tempo apenas eu e você — afirmou começando a espalhar beijinhos por todo o meu rosto.

Sorri me deixando cair na armadilha. Ao menos sabia que o caçador era de confiança.

Eu ainda sabia que não seria fácil, mas eu esperava que fosse possível, não sendo impossível a gente dá um jeitinho, não é mesmo?

Ficamos em silêncio por um longo tempo, comigo deitada entre suas pernas e ele deitado atrás de mim. Suas mãos grandes cobriram as minhas enquanto faziam uma caricia gostosa.

— Será que seu pai iria implicar com nós dois viajando sozinhos? — perguntou me fazendo ficar toda torta pra olhar nos olhos dele.

— Nós já viajamos juntos, para onde seria? — Ele sorriu voltando a mexer despreocupadamente com minhas mãos.

— Talvez um desses lugares onde dê de ver uma aurora boreal. E não viajamos apenas eu e você para um lugar onde ficará apenas eu e você — sentenciou me fazendo rir levemente.

— Ah! Ele te idolatra, deixaria você me levar pra lua se quisesse — resmunguei e senti o peito do Gabe mexer atrás de mim com a gargalhada que ele deu.

— Como é que você diz? Todos me amam ou é impossível não me amar?

Apenas revirei meus olhos, sem ele poder ver.

— Você é insuportável!

— Mas falando sério, quero viajar pra ver uma Aurora Boreal contigo, era algo meu e virou nosso, não é? — inquiriu ele e corei lembrando-se do que ele fala.

— Nosso por que segundo você vê uma aurora boreal nos meus olhos quando me faz gozar? — Girei meu corpo completamente encarando seu rosto pleno.

— Eu sou muito bom no que faço, você gosta bastante...

Gabriel me puxou pelo pulso, fazendo nossos rostos praticamente colidirem, com uma das mãos ele virou meu rosto deixando meu pescoço completamente disponível para seus pensamentos devassos, então sinto sua barba pinicar minha pele enquanto o mesmo beija e simplesmente arrasta aqueles pelos curtos por toda a extensão daquela área.

Acabei rindo e ele me acompanhando. Nós éramos tão... Sem explicações. Às vezes no inicio parecia que não seria algo muito importante, então nós nos tornamos ainda maiores juntos. Ah, eu quero continuar sendo uma va.dia sortuda por muito tempo. Para o resto da minha vida.


Notas Finais




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