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História Arcano - Capítulo dezoito: encontrado


Escrita por: MidoriShinji

Capítulo 18 - Capítulo dezoito: encontrado


Em menos de dez minutos, eles haviam chegado ao local combinado, e, como esperado, encontraram uma equipe de policiais ali, pronta para entrar. Todos eles afirmaram que, desde que chegaram ali, ninguém havia entrado ou saído do lugar. O celular de Orochimaru ainda estava dando sinal de que estava ali dentro, o que poderia ser uma pista bastante promissora, ou assim preferiam acreditar, pois significaria que ele estava ali dentro e poderiam, por fim, colocar um ponto final em toda aquela maluquice. Talvez Orochimaru nem mesmo fosse culpado, mas pelo menos poderiam ter uma certeza definitiva daqui para frente, apesar de improbabilidade de não sê-lo. Afinal, o que o cabelo dele estaria fazendo junto ao corpo da esposa falecida que fora brutalmente assassinada?

A operação então começou, motivada pela esperança.

Cercando todos os lados do armazém, os policiais entraram pela porta da frente, que já havia sido arrombada antes, não por eles. Lá dentro, tudo estava absolutamente escuro, o que dificultava a visão, mas eles tinham lanternas para facilitar a busca. De repente, viram alguma coisa no centro do armazém vazio. Era uma cadeira... E alguém estava sentado nela. Todos correram de imediato para lá, iluminando o centro com todas as lanternas que tinham disponíveis, e a surpresa que se seguiu não podia ser maior.

Amarrado numa cadeira, estava Orochimaru. Morto, com dezenas de facadas espalhadas por todo o seu tronco. Havia um forte odor de putrescina e cadaverina, que sabiam muito bem o que era, mas que ainda sim causava a mesma náusea de sempre. Decomposição. Orochimaru estava morto muito antes de sequer terem lançado seu rosto nos jornais do Japão inteiro em busca dele, na mais fútil das perseguições. Durante todo esse tempo, haviam sido enganados pelo assassino, que os fizera ir atrás de uma pista falsa, assim como todos os habitantes do país. Seus olhos também haviam sido atingidos por duas facadas, mutilados além do reconhecimento, e a pele que já dava sinais de apodrecimento (indicando que ele estava morto há mais de vinte e quatro horas) também se enchia de vermes, que rastejavam e devoravam os restos de carne pálida como a morte. Era uma cena grotesca, que parecia ter saído de um circo de horrores ou de algum pesadelo, mas que era absurdamente e inescapavelmente real.

— Será que foi queima de arquivo? — alguém questionou, na multidão de agentes da lei.

— Não... — a delegada disse, ajeitando as luvas de silicone nas mãos; o que havia colocado apenas por precaução se tornara útil, mesmo que fosse apenas uma mera possibilidade. Ela abriu a boca dele, sentindo a carne mole e apodrecida desfazer-se e soltar líquido, que fazia com que o cheiro ficasse cada vez mais intenso. Ela só não estava preparada para que sua boca já estivesse cheia de larvas, mas mesmo assim, contra seu instinto mais urgente de vomitar, sabia que precisava continuar. Havia encontrado algo, a sua pista, a prova de que aquilo não era queima de arquivo ou um assassinato qualquer. — Olhem dentro da boca dele. — Konan falou, puxando algo — É uma carta de tarot. Isso não é queima de arquivo: o Orochimaru era suspeito porque queriam nos levar para uma pista falsa.

— Qual é a carta? — Pain perguntou.

— O Imperador. Quarto arcano maior. Bem, não poderia ser mais adequado... Aqueles que recebem o título de imperador são casados com imperatrizes. — ela observou. Sentia o estômago doer e se revirar ao mesmo tempo, com todas aquelas coisas acontecendo.

— Vamos, precisamos chamar a Hinata aqui. E eu acho que nós dois precisamos de um café. Um café bem forte... — ele respondeu, sorrindo e a guiando pelos ombros para fora dali. Tirando a luva suja, a delegada sentiu um grande alívio, não apenas físico como psicológico, e só então conseguiu pegar o telefone para chamar a legista oficial desse caso tão estranho.

(...)

A quinta-feira mal havia começado e já estava movimentada em níveis absurdos. A morte de Orochimaru foi divulgada, o que era inevitável, mas a essa altura não importava mais. Tóquio estava em pânico, e com todos os motivos para isso, pois ainda havia um assassino a solta que conseguia escapar independentemente das armadilhas que eram montadas pela polícia, de maneira impressionante. Por conta disso, o policiamento foi reforçado, e as pessoas eram aconselhadas a não se descuidarem: não andar na rua desacompanhado tarde da noite, evitar lugares desertos ou abandonados, não receber desconhecidos em casa ou mesmo pessoas que alegavam ser de alguma companhia de serviços sem identificação ou credencial, dentre tantas outras coisas. Era a primeira vez que a cidade via em primeira mão uma carnificina tamanha, e algo precisava ser feito para parar isso. As pessoas não mais estavam tentando se manter calmas, e muitos estavam por um fio de querer cumprir a promessa do vereador e expulsar os ciganos da cidade, que alegavam serem os autores dos assassinatos. Se a situação não fosse resolvida logo, uma coisa era certa, uma guerra civil iria começar.

Hinata ainda estava fazendo a autópsia do corpo do político quando alguém bateu na porta da delegada Shimizu. — Tem dois senhores aqui que querem ver a senhora, delegada — falou um policial — Deidara Iwa e Sasori Akasuna, eles disseram. Mando entrar?

Ela estranhou aquilo, assim como os dois investigadores que também estavam na sala, mas assentiu positivamente, movida pela curiosidade. Em uma situação tão bizarra assim, tudo sempre pode ficar mais estranho, ela pensou, e acaba de ficar.



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