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História Arcano - Capítulo vinte e cinco: veneno


Escrita por: MidoriShinji

Capítulo 25 - Capítulo vinte e cinco: veneno


A autópsia havia sido finalizada depois daquele dia longo, cansativo e cheio de surpresas desagradáveis. Hinata entrou na sala da delegada com o rosto sério e pediu um chá, depois de tudo que havia visto naquele dia: — Itachi, se você puder pegar um chá de camomila para mim, por gentileza.

— Claro, claro. — ele respondeu, levantando-se e indo até a garrafa de água quente prepará-lo.

— E então? — a delegada perguntou, ansiosa.

— Bem... Eu acho que esse é de longe o pior caso que eu já vi. Sei que tivemos coisas grotescas, brutais e insanas nesse caso e que a cada nova vítima eu digo isso porque está ficando pior, e considerando outros casos também, mas isso passa dos limites. Encontrei, ao todo, dezoito ferimentos, e todos eles formavam uma espécie de linha, ou melhor, um arco, vamos assim dizer, na parte baixa do abdômen da vítima. Os ferimentos estavam bem próximos, e foi difícil identificá-los porque a pele rasgou de tão frágil, mas tenho certeza disso. Como ele estava deitado, a intenção era mais que óbvia, fazer com que, no momento em que ele fosse levantado, os órgãos caíssem para fora do corpo. — a Hyuuga disse. O noivo preparara o chá, trazendo a xícara para ela. A jovem murmurou um "obrigada" e bebeu um primeiro gole satisfeita.

— Isso é, honestamente, terrorismo. Não tinha necessidade disso, mas era preciso fazer a cena toda parecer um espetáculo, um filme do Tarantino, de tão sangrenta. Alguém iria levantá-lo, e com certeza, essa pessoa iria ficar aterrorizada. Ele está demonstrando poder, que pode fazer o que quiser e não vai escapar. Nós precisamos prender esse cara de uma vez! — Pain falou, indignado.

— Eu sei disso, mas que suspeitos nós temos? A Haruno estava presa, não podia ter feito nada disso, o Orochimaru está morto, as outras pessoas ligadas às vítimas têm álibis... Estamos em um beco sem saída. O método bate. Muu era um senhor idoso, praticamente um líder espiritual com sua resistência pacífica, o Hierofante em pessoa. — Konan admitiu — Enfim, Hinata, algum detalhe a mais?

— Não, acho que não. A hora da morte confere com o tempo em que o corpo foi encontrado, quinze, vinte minutos antes de termos entrado na sala. Exame toxicológico parece besteira, considerando que o sangue dele já devia estar cheio de analgésicos como morfina, ainda mais por estar entubado, mas mandei fazer por precaução. Não houve nada de positivo para as outras vítimas, então... Ah, não, acho que nisso eu me enganei. O resultado do exame toxicológico da Tsunade Senju chegou, e fiquei um pouco surpresa de ter dado positivo para uma substância chamada estricnina. Antigamente era usada como veneno de rato, mas acabou sendo proibida em vários países, e aqui no Japão sua venda é regulamentada, você não pode comprar sem deixar dados completos em uma loja, por exemplo. A quantidade não era suficiente para matar ninguém, mas talvez para causar convulsões, e com isso, ela pode ter sido capturada dessa forma. Bate com o que encontraram junto com o corpo do marido, também era estricnina. — Hinata sugeriu.

— Alguém poderia ter derramado isso numa bebida dela, por exemplo? — o Uchiha indagou.

— É pouco provável, porque a estricnina é pouco solúvel em água, mas é solúvel em substâncias orgânicas, por exemplo, mas seria facilmente notada porque é muito, muito amarga. Se ela tivesse comido nigauri, em pequenas quantidades o gosto poderia ter sido diminuído...

— Nesse caso, as suspeitas vão para as pessoas que trabalham na casa. — o ruivo rapidamente concluiu.

— Pode ser, é uma possibilidade. Quantas pessoas trabalhavam lá?

— Além do mordomo, uma cozinheira e uma faxineira. Nós investigamos os álibis de todos eles, parecem bem sólidos, mas ela pode ter comido em algum restaurante, algo assim, e seria impossível descobrir. Em todo caso, é mais fácil tentar descobrir onde e quem comprou a estricnina: aqui em Tóquio, apenas oito lojas têm autorização da fiscalização para vendê-la, se não estou enganada; talvez até menos... Vou mandar pesquisarem compras dessa substância no último mês, se não encontrar nada, aumentarei o prazo. — a delegada falou, se levantando e agradecendo com um sorriso — Hinata, você não faz ideia do quanto ajudou esse inquérito agora, de verdade.

(...)

Por fim, como esperado, conseguiram encontrar apenas uma loja em três meses, em toda a cidade de Tóquio e região metropolitana, que vendera estricnina. Tal resultado já era esperado, considerando que era um veneno pouco conhecido, pouco utilizado, e de venda restrita; a última vez que um caso de polícia ficou conhecido por seu uso foi o suicídio de uma garota recém saída da adolescência, há quatro anos. O Quarteto dirigiu-se então à loja onde o veneno fora comprado por alguém, e encontraram um pequeno armazém em Nerima prestes a fechar. O empregado, do lado de fora, estranhou a viatura policial estacionar ali. — Ei, que porra está acontecendo aqui? — ele perguntou, confuso.

— Delegada Shimizu, décima terceira delegacia de Tóquio. O senhor é Hidan Yuuga, com quem falamos no telefone? — Konan disse, mostrando o distintivo policial.

Ele lembrou-se de tudo na hora. — Ah, saquei, saquei, podem entrar, não reparem na bagunça, sabe como é...

Eles o acompanharam até o lado de dentro da loja, e de uma gaveta no balcão, pegou uma caderneta e começou a procurar pelo nome enquanto tagarelava. — O filho da puta da meu chefe, o Kakuzu, sempre enche meu saco dizendo para anotar tudo, até o que nem precisa de registro para vender, só por segurança, eu sempre reclamo, mas anoto do mesmo jeito, e não é que dessa vez essa porra serviu mesmo para alguma coisa? Ah, me perdi, merda, qual é mesmo o nome do veneno? É, hm, estricnina, certo. Está aqui.


Notas Finais


Nigauri, para os que não sabem, é um fruto da família do pepino. A parte exterior é muito amarga, mas a parte "carnosa" que cobre as sementes, quando o fruto amadurece, é doce e fica bem vermelha. O consumo do nigauri é comum na Ásia num geral, e no Japão, maior na região de Okinawa, onde chamam de "goya". Mais informações: https://pt.wikipedia.org/wiki/Momordica


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