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História Arcano - Capítulo vinte e sete: a verdade


Escrita por: MidoriShinji

Capítulo 27 - Capítulo vinte e sete: a verdade


A delegada estava sentada, de frente para o quadro em que estavam as informações do caso, em completo silêncio. Na sala, estava o Quarteto Fantástico: Itachi e Hinata bebendo chá, enquanto Pain procurava na internet o que precisavam, e que a namorada acreditava ser a chave do mistério em torno desse caso. Inúmeras fotos de pistas, vítimas, reportagens, anotações, tudo estava unido em um emaranhado quase incompreensível, caso se perdesse o fio da meada.

A frustração a dominava naquele momento: faltava algo, um detalhe essencial que escapava-lhe. Parecia estar na ponta da língua, e ainda sim, não fazia ideia de por onde começar a procurar por essa pista crucial. — Você achou alguma coisa, Pain? — Konan questionou.

— Mais ou menos, não sei se é o que você queria, mas foi o que você pediu: achei mais sobre o caso da menina que se matou tomando estricnina, há algum tempo. Ela se chamava Ino Yamanaka, aparentemente sofria de transtornos mentais, mais especificamente depressão. Até achei uma foto. — ele falou, virando o monitor para ela.

Naquele momento, tudo fez sentido. Uma grande epifania a atingiu ao ver o rosto sorridente daquela menina na foto, com cabelos loiros e olhos azul turquesa, a pele pálida ligeiramente avermelhada, sendo protegida por um chapéu de sol. Tudo fez sentido justamente após ler a legenda da foto, que constava por quem ela fora cedida. — Ima Kigisa, Ino Yamanaka... Com quais kanjis se escreve Kigisa, alguém lembra?

— Ima estava escrito em hiragana, já Kigisa... Se não me engano, eram os kanjis de "ajuda", um noma, e o kanji para "castelo". Tem alguma coisa de especial neles? — Itachi questionou.

Aqueles kanjis eram mais que familiares, e sua teoria estava mesmo confirmada. — Pelos deuses... Nós precisamos ir agora, não temos tempo, rápido!

Hinata ainda não havia entendido. — Por quê? Você descobriu alguma coisa?

— Sim, descobri quem é o assassino. Vamos, não temos tempo! — ela disse, levantando-se de súbito e pegando o casaco no encosto da cadeira.

(...)

Ela dirigia a viatura de maneira cuidadosa, mas a alta velocidade. As luzes e sirene ligadas faziam com que as pessoas rapidamente saíssem do caminho para que pudessem passar, o que era ótimo, embora não estivessem certos de para onde estavam indo. A delegada parecia tão concentrada que não quiseram interrompê-la pedindo explicações, mas ela subitamente resolveu falar: — Como não percebemos isso antes? Estava tudo na cara demais, e desprezamos tudo com falsos atestados de inocência. Era alguém que conseguiria ter contato com as vítimas facilmente por causa de seu status, e que usara a influência que tinha para isso. Tentou nos enganar várias vezes e quase conseguiu, quase prendemos uma inocente que estava só perturbada por causa disso... Mas como diz o ditado, a justiça tarda, mas não falha.

— Uma pessoa que tinha influência... — Pain pensou alto, sem entender exatamente ou pensar em algum nome.

— Digamos que você seja um jornalista e peça uma entrevista para um artesão de uma loja de móveis conceituada. Ou para uma madre conhecida por suas obras de caridade. Ou para uma médica esposa de um vereador polêmico. Ou para o dito vereador polêmico. É provável que eles aceitem, não? Por vaidade, ambição, qualquer razão que seja, mas aceitarão, a mídia está em todo lugar e boa propaganda é indispensável. Digamos que seu jornal, um tabloide, esteja à beira da falência, dispensando funcionários a torto e a direito, e subitamente consegue sair da lama porque tem acesso a informações importantes sobre os assassinatos de um serial killer, com fotos exclusivas que foram vendidas inclusive para outros jornais. Digamos que você tenha sido atacado, mas por um milagre, digno de intervenção divina, foi salvo pela polícia das garras de um assassino, o que certamente aumentaria ainda mais o interesse das pessoas sobre você e seu jornal, de quebra o deixando como vítima. Digamos que, por precaução, você fique em observação no hospital mais próximo e que lá esteja, coincidentemente, uma figura central em toda essa questão, um líder da desobediência civil cigana, contra a lei do vereador polêmico e insensato. Digamos que você, por já estar dentro do hospital, tenha fácil acesso ao quarto dele para matá-lo sem desconfiarem de nada, pois acham que furaram o cerco pulando a janela. Os policiais que estavam de guarda em todo o perímetro do hospital estavam certos, Pain. Ninguém entrou ou saiu por aquela janela, o assassino, o Arcano, já estava dentro do hospital, esse tempo todo era o Sai. — ela falou, séria, sem desviar os olhos da rua.

— Puta merda. — foi tudo que Itachi sussurrou, seguido de um assovio — Então esse tempo todo, ele jamais esteve em perigo como imaginamos no cemitério, era um disfarce. Tudo friamente calculado.

— E onde a Sakura-san se encaixa nisso tudo? E a moça que morreu com a estricnina? — a Hyuuga indagou.

— Aí é que está, acho que nem mesmo o Sai poderia ter previsto que a Haruno iria entrar nessa história. Na verdade, ela não tem nada a ver com isso, foi apenas uma pessoa que, num momento de tensão coletiva e desequilíbrio mental, fez uma besteira sem fim. O azar dela é que ela não tinha um álibi, e poderia ser presa por isso, se o Sai não tivesse sido tão ousado em se mostrar nessa última artimanha. O erro fatal dele foi, sem dúvida, o de todos os assassinos que agem motivados por poder e controle: arrogância. — a delegada falou — Já a moça que morreu, Ino Yamanaka, foi uma traição de seu inconsciente; ele vestiu-se como ela, não deliberadamente, e comprando estricnina por saber de seus efeitos, acabou se entregando. Na legenda da foto do site, dizia "cedida por Notícias de Tóquio", o tabloide em que ele trabalhava. A foto é dele. E Kigisa é, nada mais, nada menos, que um anagrama para Sasaki. — Konan falou. Ela estacionou a viatura: haviam chegado à casa de Sai.


Notas Finais


Noma é um sinal gráfico de repetição sonora (no caso, o "ki" foi repetido, e virou "kigi" por questões fonéticas).


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