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História Arcanum - Reencontros ( Parte 1 )


Escrita por: Lavian

Notas do Autor


Olá! Demorei bastante, quase um mês. Mas vamos ao que interessa: o capítulo. Esse saiu mais curtinho.

Beijos =* fofas

Capítulo 20 - Reencontros ( Parte 1 )




Sentada com as costas encostadas na cabeceira da cama e com Clara adormecida em seu peito, Marina deixou seu olhar vagar pelo cosmos. Seus olhos conseguiam avistar formas que vários conjuntos de estrelas faziam, alem de, uma vez ou outra, seguir brilhos que cortavam o espaço.

As mãos finas e delicadas afagavam os fios castanhos do cabelo da morena. O seio branco era acariciado pela respiração pesada e profunda de Clara, que estava exausta. Marina interrompeu, por alguns segundos, o carinho que fazia na amada para depositar um beijo terno e demorado no topo da cabeça da mesma.

Aos poucos, sua memória foi invadida pelos momentos há pouco vividos. As sensações que tomaram seu corpo; o toque sutil e quente de Clara, assim como o contato do corpo da mesma com o seu; o perder de sua virgindade; o tirar da castidade da namorada também... lembranças que ficaram guardadas eternamente.

A felicidade era plena em Marina, que sorrindo, alargava-o ainda mais quando lembrava-se dos gemidos da morena ao seu contato, de quando seus seios eram sugados com desejo, dos beijos cálidos trocados... enfim. O bem-estar que sentia fez sua mente cogitar algo: "Será? Será que... que pode voltar ao normal? Indagava consigo mesma em seus pensamentos.

Desde a guerra que participou, a branca adquiriu um trauma: pesadelos com as pessoas que morreram, assim como os familiares dos mesmos, que atormentavam-na nos seus sonhos; sonhos estes que, antes, eram reservados para "reencontrar" seus falecidos pais. Apesar do reaver dos seus familiares não passarem de quimeras mentais, era a única forma de vê-los e matar a saudade que sentia, e ainda sente.

Porém, os pesadelos nunca mais deixaram-na reencontrar seus familiares. Por esse motivo, ela lançou um feitiço sobre sí mesma para nunca mais precisar dormir.

Os olhos cor-de-mel agora transbordavam um rio de lágrimas. Marina, com muito esmero, deitou Clara no colchão sem acorda-la. A mesma não esboçou nenhuma reação: estava fadigada. A branca deitou por trás da amada e retirou os fios castanhos da nuca da mesma, deixando o local agora exposto.

Os lábios rosados da primordial acariciaram, com vários beijos ternos, a nuca bronzeada da mulher amada. Não houve resposta de Clara, que se não fosse pela sua respiração profunda, Marina julgaria que ela estava morta. Com um simples gesto de dedos e um pouco de concentração, a branca desfez o encanto que impossibilitava a nescessidade de dormir.

Seu braço enlaçou a cintura da morena e trouxe-a mais para perto. Seus corpos, agora totalmente colados, formavam uma conchinha. As narinaz da primordial eram invadidas pelo aroma perfumado de Clara. Seus dedos desenhavam figuras desconexas sobre a barriga sarada da namorada.

Não foi rápido; nem demorado. A branca sentiu o sono invadir-lhe, deixando seu olhar pesado e cansado. Ela tentou não resistir as investidas que seu corpo sofria, assim, entregando-se à letargia.


Em algum lugar...


O sol brilhava forte sobre o desanuviado céu. As planícies eram verdejantes, assim como as árvores. Sobre o solo, flores, das mais variadas cores e espécies, brotavam em várias áreas; nem parecia que era outono, e talvez não fosse. Ainda nas proximidades, um rio azul e límpido cortava a campina ao meio.

Das águas, de temperatura agradável, emergiu uma bela mulher de longos fios negros e brancos. O simples vestido que usava estava encharcado e colado ao corpo, marcando suas sinuosas e perfeitas curvas. Sem pressa alguma, ela fora nadando para as margens do rio, aproveitando o banhar do líquido primordial sobre sí.

Seus pés delicados, descalços e molhados em contato com o solo, sujavam-se com terra e pedaços de grama; isso não era um incômodo para a mulher de pele alva como leite, na verdade, ela adorava esse toque direto com a terra.

Seus olhos cor-de-mel seguiam o migrar dos pássaros no céu. Suas orelhas afiladas e levemente compridas ouviam a música das aves e do vento forte e aprázivel que contornava seu corpo. Lentamente, suas vestes fora secando com os raios do sol.

Seu cabelo, ainda úmido, entrelaçou-se entre seus fios: formando um uma gigantesca trança única, deixando a mecha de fios brancos solta. Esse pedaço do seu cabelo de cor incomum, teve seu tamanho reduzido pouco a pouco: ficando na altura do seu queixo.

Seu sorriso branco era resplandecente. Seu semblante mostrava toda sua alegria, seu prazer, sua felicidade. Algo havia acontecido para a mulher está imersa nesses sentimentos. E caminhando entre rodopios no vale de cores verdes e coloridas, seus movimentos pararam, assim como a procura do seu olhar por tudo que ali admirava: uma imagem chamou-lhe bastante atenção.

Sua delicada face fora cortada pelas lágrimas que transbordaram dos seus olhos. Não era uma imagem que havia feito isso, e sim duas. Ela, que rodopiava lentamente sobre a planície; agora corria em disparada na direção que seus olhos prenderam-se. Um homem trajando vestes simples, de cabelo loiro e um tanto longo, olhos verdes, pele levemente bronzeada e corpo atlético, sorria incansavelmente para a moça de apressada corrida. A outra figura era uma mulher, vestindo um longo vestido azul, de cabelo curto e negro, pele alva e delicada, corpo delgado e olhos cor-de-mel; se não fosse pelas linhas de expressão, o cabelo e algumas poucas rugas, ela seria uma irmã gêmea da mulher chorosa ao longe...

Marina: Mãe! Pai! — Sua voz, um tanto quanto desacreditada, confundia-se com os soluços que escapavam da sua garganta. Seus passos aumentaram, estava apressada, a saudade corroia-lhe por dentro. — MÃE!!! PAI!!! — Sua voz agora soou estridente, ecoando por toda a campina.

Depois de uma longa corrida, a jovem mulher saltou sobre o pai, que segurou-a firme em um forte abraço. O rosto do homem fora alvejado por vários beijos carinhosos da filha em seus braços...

Enrico: Que saudades, minha menina. — Disse o homem, pondo-a no chão sem desfazer o abraço.

Catarina: Ela está tão linda. — Aproximou-se da filha. — Estávamos com muita saudade, Marina. — Depositou um beijo na bochecha da primordial.

Marina: Mãe! — Agora o alvo do abraço e dos beijos fora a mãe. — Eu estava com saudades. — Com o rosto enterrado no pescoço de sua genitora, a branca deixou-se ser levada pelo choro desmedido que afogou sua face e banhou a pele da mãe. — Precisamos conversar... conversar tan... tanto... — Disse entre soluços e entreolhando seus pais.

Enrico: Mas primeiro temos que dar um jeito nesse seu choro. — Abraçou ambas as mulheres que amava e trazendo-as para sí. Depois, depositou um beijo nas bochechas de cada uma.

Catarina: Você está maior desde há última vez... e esse cabelo? Também cresceu ou é impressão minha? — Perguntou ao desfazer o abraço e notou a filha sorrir alegre.

Marina: Acho que cresceu um pouco sim. — Respondeu pegando a longa trança nas mãos e mostrando aos pais.

Enrico: Bem... isso não é o importante no momento. — Iniciou segurando ambas as mãos da filha. Os fios longos caíram rapidamente, quase tocando o solo.

Catarina: O importante é saber como vai você... como vai sua vida... enfim... queremos saber o que está acontecendo na sua vida. — Completou o raciocínio do marido e roubou as mãos da filha com as suas.

Marina: A história e bem longa... — Avisou, prolongando a última palavra.

Catarina: Não tem problema. — Soltou uma das delicadas mãos da filha, segurando apenas uma, e rumou em certa direção, trazendo a filha consigo e sendo seguida pelo homem.

A primordial iniciou a história, desde o ocorrido há quase dois mil anos, quando participou da guerra que mudou completamente os rumos da sua vida. Cada detalhe fora dito pela boca da branca; seus pais ouviam atentamente cada palavra enquanto andavam pela planície. O motivo de nunca mais ter sonhando com seus familiares também fora contado: pesadelos com os mortos e seus familiares.

As lágrimas cortavam a suave face alva de Marina: relembrar tal momento da vida era doloroso, não só pela perda do "contato" com seus pais; mas também pela insuficiência de ter evitado a morte de muitas pessoas.

Não era apenas Marina que chorava, mas seus pais também. E nesse momento de profundo desalento, principalmente por parte da primordial, Enrico e Catarina abraçaram-se à filha para tentar superar a dor que fora compartilhada com eles.

Os passos agora eram mais lentos devido ao momento. Os pais da branca resolveram aconchegarem-se sob uma grande árvore frutífera: uma macieira de tamanho fora do padrão. A grande sombra protegiam-nos do brilho intenso do sol.

Após terminar de contar aquela parte da história, Marina narrou sobre o seu congelamento. Novamente, com riqueza de detalhes, a primordial expôs as descobertas em relação ao seu lider durante a guerra: Garibaldi. Bem como quando foi caçada pelo mesmo após o acontecimento.

Catarina e Enrico continuavam a escutar com atenção todas as palavras proferidas pela filha. Os progenitores da primordial ficaram assustados com os relatos de Marina, que parecia está vivendo, novamente, cada momento enquanto dizia o ocorrido. Seus pais, seguraram, cada um, suas mãos e apertaram-nas levemente, tentando transmitir forças à mulher.

Mais um momento de pausa para Enrico e Catarina digerirem as informações recebidas sobre a vida da filha. Sem falar nada, a mãe da primordial trouxe a cabeça da branca para repousar em seu peito e começou a cantarolar de boca fechada. Marina identificou, apesar de não ter as palavras que quase sempre ouvira, a música: quando estava estressada, triste ou com medo, sua mãe cantava para espantar esses males.

Pareceu mágica: há segundos, Marina estava imersa na triste história do seu passado; agora, era a felicidade do que estava vivendo há dias. Essa felicidade tinha nome: Clara Fernandes. Subitamente, a imagem de sua namorada associou-se com a árvore acima de sí. Sua trança desfez-se e uma mecha do seu cabelo subiu pelo cáule da macieira como uma serpente: enroscando-se. Ao chegar nos galhos, os fios negros arrancaram uma maçã bastante vermelha e desceram.

A fruta estava suspensa à sua frente pelo seu cabelo, há pouquíssimos centímetros do seu rosto. Um grande sorriso formava-se em seus lábios e ela jurava ver a imagem da amada na casca da maçã. Seus olhos brilhavam intensamente. O sentimento de pura plenitude invadiu-lhe outra vez, tomando-a.

Seus pais logo notaram a súbita alteração de semblante da branca, que agora era só sorrisos...

Catarina: Será que eu e seu pai podemos saber o porque desse lindo sorriso do nada? — Indagou trocando um olhar com o marido. O sorriso da filha logo fora desfeito, e seus pais perceberam tanto isso quanto a queda da fruta vermelha sobre o solo.

Enrico: Alguma coisa errada, minha filha? — Perguntou ao avistar a rápida alteração da face alva da primordial.

Fora imediato a mudança do semblamte de Marina. Enrico e Catarina haviam perguntado o motivo do brusco sorriso que a filha havia dado há poucos instantes. Ela teria que contar que estava, não somente apaixonada por outra mulher; mas que também amava e namorava-a.

O medo da reação que seus pais poderiam ter apoderou-se de sí. Sua mente falhava em tentar encontrar alguma maneira de falar sobre esse relacionamento "proibido".

De repente, mergulhada no temor, Marina viu tudo ao seu redor, inclusive seus pais, enegrecer, sem deixar nenhuma cor. Seus olhos abriram. À sua frente: lençol, fios de cabelo castanho, o cosmo estrelado. A nuca de Clara não estava mais no seu campo de visão, a posição de conchinha havia sido desfeita: a morena estava de frente para a primordial e dormia com o rosto colado ao seio macio e cálido da mesma; uma de suas pernas estava entrelaçada as da branca; um dos seus braços enlaçava a cintura fina da amada.

A branca sorriu para a mudança de posição da namorada, e sentia a respiração profunda da amada massagear seu pomo. Seus dedos finos e delicados repousaram sobre o cabelo castanho desgrenhado e afagou-os com ternura.

Na face da primordial, um deslubramte sorriso desenhava-se. Apesar do final não tão agradável, ela havia voltado a sonhar com os seus pais. Embora curto, um pouco da saudade milenar fora matada, e Marina sabia qual... ou melhor, quem era a causa disso: Clara Fernandes.

Como em sinal de agradecimento, a branca beijou, com imensa demora, o topo da cabeça da namorada. Seus olhos fecharam-se com o contato, e uma lágrima fugiu por alguma brecha imperceptível. Seus lábios, ainda perdidos no carinhoso beijo, desenhavam-se em uma silenciosa declaração: amo-te.

Seu olhar subiu outra vez, em sua visão, as estrelas e o obscuro universo. Ela, ainda presa nas memórias do seu sonho, jurou ter avistado as figuras dos seus pais: sem dúvidas, uma certa ilusão mental.

Na sua cabeça, agora, vinha outras lembranças: a da "noite" de amor com Clara, a perda da sua virgindade para a namorada, a retirada da castidade da sua amada. Um turbilhão de imagens apoderou-se de sua mente, mostrando todas as cenas que seus olhos presenciaram, e os que não presenciaram também.

A primordial lembrou-se do explêndido sabor da pele dourada e do viciante gosto salgado do suor da mesma. O deleitoso aroma que fugia do corpo da namorada roubava-lhe os sentidos: "como ela é cheirosa..." pensou mergulhada em um sorriso.

Marina, perdida em lembranças, cheiros e nas estrelas em torno de sí; decidiu, com muita relutância, sair do entralaçar do corpo bronzeado. Mesmo com bastante cautela, ao desfazer o contato, ela percebeu Clara resmungar palavras desconhecidas.

Os olhos castanhos foram revelados lentamente. Sua visão estava pesada e levemente confusa devido ao sono. A morena, mesmo com dificuldades, avistou as curvas do corpo branco e esguio de Marina, que estava sentada de joelhos sobre a cama...

Clara: O que foi, amor? — Indagou à namorada. Sua voz era arrastada devido à sonolência.

A primordial viu a cena e culpou-se internamente por não ter tido mais cautela na hora de desvenciliar-se do corpo de Clara...

Marina: Nada, Clarinha. Eu só queria voltar para o quarto. — Respondeu pegando uma das mãos da morena e depositando carícias no local com seus dedos.

Clara: Mas não estamos no quarto? — Perguntou outra vez, ainda sobre os efeitos do sono.

Marina: É... mais ou menos... eu diria. — Levou a mão dourada até a boca e depositou um beino terno nas costas do lugar.

A branca repousou delicadamente a mão da amada sobre o colchão e, em seguida, fez o mesmo com a sua, só que contra o símbolo azul que flutuava sobre a cabeceira da cama...

Clara: Mari... não vai... fica... — Disse manhosa ao sentir o contato das mãos delicadas e brancas desfazerem-se da sua.

Marina: Calma, amor. Eu vou ficar agrradinha em você. — Comunicou dengosa, pressionando o símbolo azul, que era rijo, apesar de não parecer.

Após alguns segundos de pressão, a primordial percebeu tudo ao seu redor, exceto a sí, Clara, e a cama; ondular e desaparecer lentamente. Aos poucos, o quarto fora voltando: as paredes, o teto, o chão, as portas... depois do reaparecer dos aposentos, Marina deitou-se de barriga pra cima ao lado da namorada...

Marina: Vem, amor. — Pediu, colocando o braço da morena em torno da sua cintura.

Clara: Amo você... — Sussurrou ao repousar a cabeça sobre o seio da namorada. A morena jogou uma de suas pernas sobre as pernas da branca, entrelaçando-se na amada.

Marina: Eu também amo você. — Disse e sentiu a humana apertar-se ainda mais em seu corpo, aconchegando-se na maciez da sua pele alva.


————————X————————


À deriva em um sonho qualquer, Marina acordava lentamente. Perdida entre o real e o abstrato, ela sentia a respiração suave de Clara acariciar seu peito. Delicadamente, desfez o enrosco do seu corpo com o da amada para não acorda-la: sucesso.

Levantou-se da cama e decidiu fazer sua higiene corporal. Após o isso, a primordial fora ao grande roupeiro localizado no quarto e escolheu uma das peças presentes: um tipo de manto azul e bastante sedoso. Enrolou, em sua cintura, a faixa que completava a peça.

Uma, duas, três batidas na porta do quarto foram dadas em um ritmo lento. Antes de abrir a porta, Marina fora até a cama e cobriu quase todo o corpo da namorada, deixando descoberto somente a cabeça, com um dos lençois sobre cama. Depois, aproximou-se da porta e abriu-a...

Servo: Café da manhã... madame. — Avisou uma estranha criatura humanoide feita de madeira, trajando vestes de serviçal, de voz presa, e portanda na mão uma bandeja com várias guloseimas.

Marina: ...obrigada. — Após rápidos segundos, agradeceu a gentileza do ser e pegou a bandeja das mãos do mesmo.

Servo: Disponha. — Disse e foi embora.

A primordial viu a criatura subir na plataforma metálica e descer com a mesma. Marina fechou a porta e analisou o conteúdo na bandeja: algumas espécies de massas circulares, grandes e fofas, com um tipo de cauda marrom por cima e com pequenos grãos esbranquiçados sobre a mesma; uma jarra com suco, aparentemente de laranja, e dois copos...

Marina: Acho que eu vou comer também. — Mordeu uma das massas e foi ao "céu" com o sabor adocicado do alimento: a cauda penetrando todos os cantos da sua boca. — Isso... é muito bom!. — Degustava a guloseima em mãos enquanto caminhava na direção de Clara. — Amor... amor... — Abandonou a bandeja sobre a cama e chamou a amada entre beijos na bochecha...

Clara: hum... — Gemeu sonolenta, ainda de olhos fechados.

Marina: Café da manhã, linda. — Deu um último beijo na namorada e sentou-se sobre a cama, apoiando a bandeja em seu colo.

Clara: Eu quero... — Disse sem esboçar nenhuma reação, continuando no estado de quase inércia.

Marina: Mas que mulher preguiçosa! — Fingiu incredulidade.

Clara: Eu não sou preguiçosa... apenas estou cansada... — Resmungou.

Marina: Isso é desculpa. Mas tudo bem, eu como tudo. — Disse e voltou a sua total atenção ao estranho alimento adocicado.

Clara: Opa! — Deu um "pulo", sentando-se ao lado da amada e puxando as cobertas para cima de sí, envelopando seu corpo.

Marina: Não tem nada ai que eu não tenha visto para você esconder. — Disse olhando de soslaio para a morena e devorando o doce.

Clara: Boba. — Beijou a bochecha da branca e olhou para os doces sobre a bandeja. — O que é isso? — Indagou intrigada, pegando uma das guloseimas.

Marina: Não faço idéia, mas é maravilhoso. — Respondeu quase chorando com o sabor da comida.

Clara: Deixa eu ver... — Abocanhou um generoso pedaço. — Céus! — Exclamou assombrada. — Isso é divino!

Marinha: Uhum. — Concordou de boca cheia.

Ambas as mulheres alimentaram-se entre, beijos, carícias e brincadeiras. Após terminado, Clara fez sua higiene enquanto Marina esperava-a. Vestida com um grande robe vermelho, a morena retirou-se do quarto com a amada.

Clara ficava espantada a cada dependência do palácio que passava. Seus olhos brilhavam com a beleza de cada detalhe...

Clara: Esse lugar... é lindo. — Varria todas as direções com os seus olhos.

Hórus: Muito. — A pequena ave apareceu do nada, voando lentamente, agora, ao lado da morena. — Bem... não temos tempo para conversas, você precisa falar com uma certa pessoa. — Avisou sério, chamando a atenção das duas mulheres.

Clara: Quem é você? — Perguntou espantada. — E quem quer fala comigo?

Hórus: Eu sou Hórus, e quem quer falar com você eu mestre, Hadriel. Ah... Alaberd pegou o corpo da ruiva e levou para um dos quartos. Ele pediu para avisar a você Marina, para que fosse auxiliá-lo: ele vai analisa-la. — Avisou a branca, guiando as duas mulheres por entre os cômodos da construção.

Marina: Tudo bem. — Concordou. Já sabia o que seu mestre iria fazer.

Hórus: Ótimo. Ela já está à sua espera. Vou pedir para que Lelo leve você até lá.

Poucos minutos depois, os três chegaram de frente a uma grande porta dupla metálica. Lalo, Lelo e Lolo já esperavam-os...

Lalo: É chegada a hora. — Disse ao ver a morena.

Clara: Quem são eles? — Indagou intrigada com a aparência das três criaturinhas.

Hórus: Criações do meu mestre. — Disse parando de frente com a porta. — Lelo, por favor, guie Marina até os aposentos onde Alaberd encontra-se. — Pediu ao pequenino.

Lelo: Certo. Acompanhe-me. — Pediu para a primordial.

Marina: Tchau, amor. — Pegou a mão da amada e beijou as costas ternamente. — Depois vejo você. — Disse e seguiu os curtos passos da criatura branca.

Hórus: Bem... só vocé pode abrir essa porta. — Avisou a morena.

Clara: Apenas eu? Como assim? — Perguntou confusa, olhando para os três seres.

Hórus: Você é a escolhida. Somente o escolhido pode abrir esta porta. — Explicou.

Clara: Escolhida? Eu...

Hórus: Minhas explicações serão bastante vagas. Somente meu mestre poderá explicar detalhadamente. — Avisou com sinceridade, e a morena notou isso claramente.

Clara: Tudo bem. — Disse convencida, ficando frente a frente com a grande porta. A mesma não possuía maçaneta, então a morena apoiou suas mãos sobre a superfície metálica e empurrou-a.

Aconteceu tudo muito rápido, a apreensão nos olhos das duas criaturas pequenas e também nos da ave foram alteradas para o espanto: a porta abriu rapidamente e sugou, com mesma velocidade, Clara para dentro de uma intensa luz não ofuscante. Após esse evento, a porta fechou-se perante os olhos dos três seres, que entreolharam-se assustados, sem entender, sem esperar por isso. Em seus pensamentos, acharam que poderiam ver seu mestre novamente, entretanto, não fora isso que aconteceu.

Clara foi transportada para um lugar totalmente branco, não havia nada lá além dela. A morena estava assustada, disseram-na que veria alguém; todavia, a informação parecia errada.

Caminhando pelo alvo infinito, ela notou, através do silêncio do local, uma voz grave ecoar, iniciando-se baixa e depois subindo o volume...

Hadriel: Finalmente... reencontramos-nos. — Disse a voz.

Clara: Quem é está ai? — Indagou, olhando em todas as direções possíveis. — E como assim reencontro? Eu conheço você? — Disparou mais perguntas à procura do portador da voz, mas sem obter sucesso em sua busca.

Hadriel: Eu conheci você há muito, muito tempo. — Afirmou a voz.


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Fora daquele lugar, Marina chegou até os aposentos onde Alaberd estava com o corpo de Vanessa. Ela adentrou no quarto após a retirada de Lelo, que voltou para onde estava seus irmãos e Hórus...

Marina: Mestre... — Viu o primordial compenetrado em algum magia: com o corpo da ruiva deitado sobre a cama, ele tinha uma das mãos sobre a testa da mulher. A branca resolveu ficar em silêncio, não queria atrapalhar seu mestre.

Alaberd: Quando Hórus falou que você trouxe um dos corpos, eu quis vê-lo. Acabei notando uma estranha atividade espiritual sobre ela. — Cortou o silêncio ainda concentrado, de olhos fechados.

Marina: Atividade espiritual!? — Perguntou intrigada e aproximando-se do corpo da ruiva. — Que tipo de atividade? — Pôs a mão sobre a barriga da mulher, mas não notou nada de diferente, seu grau no reino espiritual era baixo para perceber uma provável anomalia.

Alaberd: Essa! — A mão do primordial ergueu-se, retirando o espírito da mulher de dentro do corpo da mesma. Marina espantou-se com o que viu: diferentemente de amarelado, o espírito da ruiva estava totalmente enegrecido.

Marina: O que é isso!? — Indagou assustada com o que via.

Alaberd: Desconheço, mas, de alguma forma, estava a controlar o espírito dela.




Notas Finais


Desculpem-me pela demora, mas trabalhar, estudar, pensar na estória e escreve-la deixa o processo mais lento. De qualquer forma, obrigada pela paciência. Beijos =*

Desculpem os erros.


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