5 anos depois.
- Ande com isso Cecily! – a menina, com agora 16 anos, estava agitada na cadeira aguardando a irmã fazer o penteado.
- Fique quieta Magdalena. – ela riu da agitação da irmã. – Ou isso vai ficar esquisito. – ela olhou bem o penteado.
- Ok. – Magdalena se ajeitou na cadeira.
A irmã havia crescido e se tornado uma das mulheres mais lindas, e cobiçadas do condado inteiro, e essa noite estava se preparando para o primeiro baile na vila que iria.
- Então, como estou? – dois segundos após Cecily ter terminado o cabelo, Magdalena levantou em um pulo.
- Linda. – Cecily comentou meio babona.
- Maravilhosa! – a tia, que era praticamente uma mãe para as duas bateu uma palma. – Agora anda, ou chegaremos atrasadas.
- Boa sorte! – Cecily abraçou a irmã e deu um beijinho na bochecha dela.
- Você não vem mesmo?
- Você sabe que eu não gosto muito dessas comemorações. Vá e divirta-se por nós duas.
- Irei! Vou te contar tudo e quem sabe te arrumo um marido também.
Magdalena saiu saltitante do quarto enquanto acenava e desapareceu ao virar o corredor, Cecily era todo sorrisos para irmã mais nova.
- Você deveria ir Cecily, é uma ocasião especial.
- Não gosto muito de público. – ela se sentou na cama.
- Você precisa conhecer alguém Cecily... – a senhora se aproximou e sentou ao lado dela. - ...sua irmã logo arruma um marido, e eu não sei quanto tempo vou durar. Você vai viver sozinha e para sempre nesse castelo horroroso?
- Não é tão horrível assim esse lugar. Aprendi a gostar. Ainda mais se o dono daqui não aparecer, ai teremos um problema.
- Cecily, você é uma garota inteligente, gentil....
-...e horrível. – as lágrimas formaram-se embaixo dos olhos dela. – Ninguém jamais vai se apaixonar por alguém com uma aparência dessa tia. – ela mordeu os lábios.
- Não é verdade, minha querida.
- É sim, sabemos disso. – ela respirou fundo.
- Cecily... – ela acariciou o rosto da menina.
- Ande logo tia, ou a senhora vai se atrasar e quando chegar na carruagem encontrará uma Magdalena totalmente descabelada. – ela riu e a tia também.
- Fique com Deus minha querida.
A tia saiu e, em seguida, Cecily fechou a porta e abriu o livro que estivera lendo. Essa era a vantagem de morar naquele enorme castelo que nunca, nesses 5 anos, recebera a visita de seu dono, uma biblioteca inteira somente para ela.
No meio da noite Cecily se levantou da sua cama e foi até a cozinha pegar um pouco de água, aquele lugar poderia dar medo em muitas pessoas, mas não nela que adorava aquele silencio e escuridão.
- Boa noite senhorita, poderia... – ela levou um susto quando viu uma figura bem mais alta que ela cair na cadeira e ofegar. - ...me dar um pouco de água?
- Minha nossa... – rapidamente ela pegou o copo em que estava bebendo e estendeu até ele, por conta da escuridão, não conseguia ver muito bem o rosto. - ...aqui está.
- Obrigado. – ele bebeu de uma vez.
- O senhor está bem?
- Cansado apenas. – ela notou que ele tinha um sotaque diferente, percebendo que não era dali.
- Tem certeza? Parece muito mais que cansado, quer que eu chame alguém?
- Já disse que estou bem. – ele foi meio ríspido e ela recuou.
- Me desculpe. É que o Conde pode se rum tanto ríspido caso um de seus hospedes são seja tratado corretamente.
- O que te faz pensar que sou um hóspede, mocinha?
- Nunca o vi por aqui, senhor. Teria reconhecido por conta do seu sotaque.
- Acho que seu senhorio não iria gostar nada de ter uma das empregadas dele vagando por ai no meio da noite reparando nos hospedes.
- Se ele aparecesse com certeza acharia estranho, mas visto que ele queimou uma vila inteira do próprio condado, não sei se ele acharia tão estranho assim.
- Como é?
- Nada, falei demais. O senhor precisa de mim para algo mais?
- Não, pode se retirar.
- Com licença, boa noite senhor.
Cecily saiu correndo de volta ao quarto, ela tinha a pequena mania de falar demais, e isso podia lhe causar grandes problemas.
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- Cecily, acorda! – uma mulher alguns anos mais velha que sua tia a sacodiu.
- Amelia? – ela arregalou os olhos e se levantou. – O que você está fazendo aqui?
- É uma emergência. Preciso de você lá em cima o mais rápido possível. Se troque e suba para o quarto principal.
Amelia saiu do quarto e Cecily, rapidamente, colocou um vestido azul sem graça, meio surrado, ajeitou o cabelo em um penteado rápido e saiu correndo para o quarto do andar de cima, aonde encontrou a mulher meio aflita.
- O que aconteceu Amélia?
- O Conde está aqui. – ela segurou nas mãos de Cecily. – E eu sei dos seus problemas com ele, mas preciso dos seus conhecimentos até o médico chegar. O Conde está ferido gravemente.
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