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História Are you mine? - Prazer em te conhecer, mas não quero ser sua amiga.


Escrita por: writecms

Notas do Autor


Boa leitura! Espero que goste.

Capítulo 1 - Prazer em te conhecer, mas não quero ser sua amiga.


A última caixa da mudança pareceu a mais pesada. Como minhas mãos não estavam disponíveis, fechei a porta do carro com uma bundada. O porteiro teve a gentileza de abrir a porta da recepção pra mim mais uma vez. Eu sorri e fui até o elevador. Apertei o botão com certa dificuldade e o elevador estava descendo. Que demora. E a caixa a cada minuto pesava mais 40 quilos. E eu sentia o suor na minha testa. Foi uma péssima ideia ficar com essa blusa de manga jeans. Isso é Rio!

O elevador abriu e eu tive o desprazer de ver um casal se pegando. Qual é, são 11h da manhã. Eles, que não me notaram, continuaram aquele beijo barulhento e babado e eu tive que fazer algo. Hrã hrã. Fingi uma engasgada e eles me olharam.

– Que ânimo, hein.

Não poderia ter dito algo pior. Ele deu uma risada e ela me olhou com a pior cara possível, o puxando para fora. Ótimo, porque tudo que mais quero agora é chegar em casa. Apertei o botão do oitavo andar e subi.

Entrei no apartamento e praticamente joguei a caixa no primeiro espaço que vi livre no chão. Me joguei no sofá mas foi em vão.

– Filha! – minha mãe gritou.

Revirei os olhos e fui até ela, na sacada.

– Alto, né? – ela disse.

– Seu grito? Muito alto.

Falei e nós rimos.

– Gostou? – perguntou, ainda olhando a paisagem.

Além de vários prédios enormes, há alguns metros tinha a praia, que deixava a visão ainda mais maravilhosa.

– E como não gostar?

Falei com um sorriso no rosto, ainda admirando a paisagem. E foi aí que ouvi meu estômago falar mais alto.

– Mas acho que já tá na hora da gente conhecer a cidade, inclusive um restaurante que vi no final da rua.

Ela riu.

– Nós já temos compromisso pra esse almoço – olhei disappointed but not surprised. – A vizinha nos convidou pra almoçar. E falando nisso, daqui uma hora temos que estar lá. Por favor, não se atrase.

– E tem como se atrasar quando eu vou só pro apartamento da frente?

– Com você, tem.

(...)

Droga, estou atrasada. Como eu consegui cochilar por 1 hora? Me levantei depressa e corri pra tomar banho. Lavei o cabelo depressa, e quando sai do banho, penteei rapidamente. Sai do banheiro e já vi minha caixa de lingeries, logo peguei um conjunto preto que vi e fui procurar minha caixa com roupas. Porque ela some logo agora? Gritei minha mãe mas ela deve estar no banho, então continuei procurando. Deixei minha toalha no sofá e a caixa estava na cozinha, ufa.

Peguei uma camiseta branca e um short jeans desfiado, coloquei sobre o balcão mas decidi levar a caixa de uma vez para meu quarto. Mas que péssima ideia. Peguei-a de mal jeito e acabei caindo no chão, o que me fez levantar dando risada. Mas olhei pela janela e quase tive um infarto. O menino do elevador (também) estava rindo de mim, e, pera ai: que falta de privacidade é essa????? Nossas janelas são praticamente coladas. Isso não pode ser verdade. É um karma. 

Puxei a cortina da janela sem pensar duas vezes senti meu rosto ardendo de vergonha. Ou raiva. Vesti minha roupa e fui para o quarto da minha mãe, dizer que eu estava pronta, mas tive uma linda surpresa: ela já tinha ido.

E como eu não me lembrava qual apartamento ela tinha dito, tive que ir na sorte. Como só tinham 3 no mesmo andar,  eu tinha 50% de chance de acertar. Mas calm down, isso quer dizer que também tem 50% de chance de eu ter que almoçar com o idiota do meu vizinho. Puta que me pariu. Tentei calcular qual era o apartamento dele, que dava direto na minha cozinha, mas não deu muito certo porque minha barriga estava muito vazia para meu cérebro funcionar.

Fui até a porta do 803, e quando ia bater, escutei uma outra porta abrindo atrás de mim, me virei e você já imagina quem apareceu com aquele sorriso debochado no rosto.

– Apartamento errado, vizinha.

Revirei os olhos, e fui até ele.

– Você só pode estar me zoando.

Minha mãe apareceu atrás dele.

–  Oi, filha. Eu ia te chamar mas o Rafael se ofereceu pra ir lá pra mim...

–  Nossa, muito educado! –  falei, passando por ele e entrando.

– Que nada, seria um prazer.

Olhei acirrado mas não queria discutir com ele. Fui apresentada à Raquel e ao João, pais do mala. Raquel pediu que Rafael chamasse o irmão no quarto, e ele foi. Quando chegou, era um gato. Os dois. Mas Rafael me faz raiva, então desconsidero. Nossos pais novamente foram pra cozinha, e ficamos sós na sala.

– Oi, prazer.

Prazer.

– Marcos – apertamos as mãos.

– Agatha – falei sorrindo.

Ele tinha cara de uns 16 anos, não que fosse problema. Não pra mim.

– É a gostosinha da janela que te falei – Rafael disse.

– Eu não acredito que você disse isso – falei olhando pra ele.

– Não liga, Agatha, esse dai só fala besteira.

Nem tinha percebido.

(...)

O almoço foi maravilhoso. Principalmente porque Rafael não estava na mesa. Ele saiu sabe-se lá pra onde. (E dane-se.) Quando acabamos, me ofereci para lavar as louças. Não que eu quisesse, mas quem sabe bancando a educada recebo mais convites para almoçar outras vezes. Mas eles disseram que não precisava, então tudo certo. Estávamos indo embora e minha mãe pediu que eu pegasse seu celular na cozinha. Quando ia, quase esbarrei em Rafael, no corredor. Ele ia dizer algo mas entrei na cozinha. Pegou um prato e se sentou, eu fiquei olhando do balcão.

– Veio me fazer companhia? – ele perguntou.

– Você merece – falei, sorrindo.

Ele sorriu.

– Mas se você quisesse companhia tinha vindo na hora, ao invés de ficar por ai com suas namoradinhas.

– Tá me vigiando? – perguntou irônico.

– Foi só um palpite.

– Por isso que você errou. 

Peguei o celular da minha mãe e fui até ele.

– Para de me olhar pela janela!

– Nem se eu fosse cego.

Dei uma risada da frase idiota e fui embora. Eu e minha mãe arrumamos mais algumas coisas e ela me disse que ia sair cedo amanhã, no caso, domingo, para terminar os toques finais da sua nova clínica. Disse também pra eu arrumar algo pra fazer.

– Acho que vou à praia – falei.

– Ótimo. Se você quiser chamar o...

– Nem termina essa frase.

Ela riu.

– Mas ele disse que...

– Boa noite, dona Ana.

Falei, entrando no quarto. Me joguei na cama e só queria dormir por umas 20h seguidas. E foi o que fiz.

Acordei às 13h e tomei um banho rápido. Coloquei meu maiô vinho de crochê e um short jeans. Almocei num restaurante na avenida e atravessei para ir à praia. Coloquei a canga no chão e tirei meu short. Me sentei e fiquei olhando aquela visão maravilhosa. Além da praia ser linda, uns 6 garotos estavam jogando vôlei e era quase impossível dizer qual era o mais bonito. Mas eu tenho tempo para escolher.

O sol já estava forte então me deitei, também já estava na hora de bronzear minhas costas. Me deitei e fiquei sentindo aquela paz. Mas não demorou muito para fazer jus a frase: tava bom demais pra ser verdade. Rafael, Marcos e uma garota ruiva estavam chegando e caminhando em minha direção. Tapei meu rosto disfarçadamente com meu short e fiquei com a cara coberta. Ele não me viu, ufa. 

Foi aí que senti uma bola caindo nas minhas costas. Tirei o short do rosto e me virei, os jogadores estavam me olhando, e um deles veio até mim. E com aquele corpo, tomar uma bolada valeu até a pena.

– Pô, desculpa – ele falou.

– Tudo bem.

Eu me levantei com a bola na mão e o entreguei. Percebi que Rafael estava nos olhando.

– Valeu – ele falou e sorriu. – Posso saber seu nome?

– Agatha – nos cumprimentamos.

– Arthur – me olhou. – Então, Agatha. Já estamos acabando o jogo, posso te pagar uma água de coco?

– Claro – falei sorrindo.

Ele voltou ao jogo e eu olhei para Rafael, que veio até mim.

– E então, é uma por dia?

Falei, olhando para trás dele, onde a garota estava. Ele riu.

– Se ela não fosse minha prima... Ou lésbica.

​– Ah... Então tá explicado porque vocês ainda não estão se agarrando.

Peguei minha canga e sacudi, a guardando na bolsa.

​– Já tá indo? ​– ele falou.

​– É. Arrumei uma coisa melhor para fazer.

​Pus meu short e ele continuou me olhando.

​– O que você vai fazer mais tarde?

​Eu fingi pensar em algo.

​– Vou procurar saber dos lugares que você não vai e começar a frequentar.

​– Tô falando sério ​– ele riu.

​– Eu também.

Ele deu um sorriso torto.

​– Então você é difícil? ​– ele se aproximou.

​– Não é que eu seja difícil ​– aproximei nossos lábios ​–, só não sou pro teu bico.

Ele achou mesmo que eu ia beijá-lo, e aquilo me fez sorrir.

​– Você tá enganado se acha que vai acontecer alguma coisa entre a gente - falei, e ele sorriu irônico.

 ​– Você que tá enganada se acha que não vai acontecer nada.



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