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História Are you my clarity? - Mon frère


Escrita por: itsmejubs

Notas do Autor


Cês tão estranhando eu estar postando tão rápido?? Estranhem mesmo, que daqui a pouco meu tempo livre acaba hahahahaha Boa leitura!

Capítulo 28 - Mon frère


-- Se algum tempo atrás me dissessem que uma coisa dessas aconteceria, eu nem acreditaria -- fiz um carinho naqueles cabelos loiros enquanto ela estava deitada no meu peito, de olhos fechados. -- Eu e você, juntas, aqui nessa cama... Muita loucura pra tão pouco tempo.

 

-- E se você pudesse voltar no tempo, faria diferente? -- ela não me olhou quando falou. Acho que estava quase dormindo, sua voz estava mole, distante. 

 

-- Faria -- respondi, sem conter um sorriso, e agora sim ela me olhou. Me fitou interrogativamente. Esperei que essa fosse sua reação.

 

-- Sério? 

 

-- Claro. Teria te agarrado muito antes. Esperei muito tempo, tive medo, fui idiota. Desde o primeiro dia que te conheci eu já queria ter te beijado.

 

-- É mesmo? -- um sorrisinho começou lento e depois ganhou todo o seu rosto. -- Também tive essa vontade. Mas nunca imagine que um dia fosse rolar. Te achei linda mas sabia que era impossível. Sabia que daria muito problema ficar com você.

 

-- E deu, não é? -- continuei sorrindo, mesmo constatando o quão difícil nossa realidade era. Ela também não desfez o seu sorriso. -- Mas eu faria tudo de novo. Me fez bem. Você despertou um lado em mim que eu não conhecia antes, e não tô só falando de sexualidade. Sabe... Sei lá. é como se eu estivesse vivendo a vida de verdade pela primeira vez.

 

Sara se ajeitou melhor na cama, ficando de bruços, e apoiou o queixo nas duas mãos. Olhos azuis, esverdeados, o tom mais lindo do mundo mergulhando no meu castanho. Passei de leve a mão pelo seu rosto. 

 

-- Você me fez sentir de novo uma coisa que eu achava que nunca mais sentiria -- ela começou, e por algum motivo estranho, senti minha garganta dar um nó. Queria simplesmente chorar, embora ela nem tivesse falado muita coisa ainda. Sempre fui frágil para declarações, ainda mais se viessem dela. -- Juro que não achava que fosse me apaixonar de novo. Depois que minha mãe morreu, achei que o único sentimento que teria pelo resto da vida era saudade, dor, e teria todos os dias que tentar conviver com ele. É difícil ser otimista quando se sente assim, sequer imaginar que algum dia vá conhecer alguém que te tire disso. Quero que você saiba que mesmo que a gente tenha se conhecido do jeito errado, eu sou muito grata a você. Mesmo que um dia você caia na real que eu sou muito chata e você não me suporta mais, e me dê um pé na bunda, vou continuar te agradecendo. Você realmente não tem noção de como eu estava quebrada antes de te conhecer, e mesmo não sabendo disso, você me juntou de novo. Obrigada, Renata.

 

Não consegui mesmo engolir o nó na garganta. Deixei que as lágrimas fluíssem, não tinha vergonha de chorar na frente dela. Não depois daquelas palavras. Eu tinha ideia de que ela sofria pelo passado, acho que senti isso naquele primeiro olhar que trocamos naquela escada. Mas não imaginava que isso a sufocasse tanto. Meu coração acalorou porque é bom saber que a gente faz feliz a pessoa que a gente ama. Nunca senti isso tão forte antes.

 

-- Eu é quem deveria te agradecer, meu amor... 

 

Não tinha palavras para dizer, então a puxei para um beijo. Calmo, recheado de sentimentos. Afaguei sua nuca enquanto ela ajeitava o corpo em cima do meu, aumentando nosso contato. De uma maneira muito brusca, fomos cortadas daquele momento com um barulho muito alto da porta da frente batendo do lado de fora.

 

-- Porra -- murmurei baixinho, tremi com o susto que levei. -- Quem foi que chegou batendo a porta assim?

 

-- Eita, preciso me vestir -- Sara levantou rápido da cama e começou a catar as roupas no chão. Eu ri, ela sempre ficava nervosa quando estava lá e alguém chegava em casa. Mas dessa vez decidi levantar e me vestir também, para ir lá fora ver o que estava acontecendo.

 

Depois que estávamos prontas, abri a porta do quarto e saímos. Ninguém na sala. Não era hora de a minha mãe voltar do trabalho ainda, e ela provavelmente teria me chamado se visse que eu estava em casa. Então supus que fosse Guilherme. Cautelosamente, fui andando até a cozinha e confirmei minha suspeita.

 

Meu irmão estava de costas, as mãos apoiadas no balcão da pia, de cabeça baixa. Parecia nervoso, deu pra perceber que sua respiração estava acelerada pelo modo como suas costas subiam e desciam. A mochila estava jogada a seus pés.

 

-- Gui? -- chamei, meio preocupada. Ele me olhou de lado, por cima do ombro, mas sem virar totalmente o rosto.

 

-- O que foi? -- num tom rude, rouco. Parecia que estava chorando, ou tentando esconder o choro.

 

-- Aconteceu alguma coisa? -- perguntei, ainda na porta da cozinha. Decidi não me aproximar porque sabia que ele ficava acuado quando se aproximavam dele assim. Olhei para Sara, ela tinha o mesmo olhar tenso, preocupado. Fiz um sinal com a mão para que ela relaxasse.

 

-- Não aconteceu nada -- pelo jeito, aconteceu sim. Guilherme virou de vez e aí sim eu o vi melhor. Estava chorando, os olhos vermelhos e inchados, mas não era a única coisa que chamava atenção em seu rosto. Um enorme hematoma perto do queixo, o supercílio partido e sangrando um pouco. Meu. Deus.

 

-- Você brigou de novo??? -- dessa vez eu me aproximei, não me contive. Sara continuou no batente da porta, parada. Cheguei bem perto dele e toquei no machucado, ele fez uma careta e se contraiu. -- Tá doendo muito? Quer ir ao médico?

 

Cheguei a um ponto em que eu sabia que se enchesse meu irmão de perguntas sobre aquilo, ele me mandaria tomar naquele lugar e sairia de casa de novo. Detestava ser pressionado, dar satisfação sobre a vida. Então agora eu só tentava amenizar as consequências. Contornar o problema já não era mais algo da minha alçada.

 

-- Não, eu preciso é esconder isso antes que a mãe chegue -- ele murmurou. Parecia muito mais cansado do que realmente bravo. -- Você não tem nenhuma maquiagem que possa esconder isso não? Só até a hora do jantar, pra ela não ver.

 

-- Não vou te ajudar a esconder isso, Gui! Nossa mãe precisa saber, isso não tá certo. Por que você brigou de novo? Com quem foi?

 

-- Não é de sua conta -- e se desvencilhou de mim, foi saindo da cozinha. Parou a meio caminho, olhando desconfiado para a Sara, e grunhiu: -- Ah, oi.

 

-- Oi -- ela abriu um sorriso lindo. Acolhedor. Até eu me senti mais tranquila por ela estar ali. Como é que ela conseguia fazer isso apenas sorrindo? 

 

Guilherme saiu da cozinha, passando por ela rápido, e se dirigiu ao quarto, batendo a porta de novo com força. A loira veio até mim:

 

-- Isso te afeta também, né? -- me abraçou e deu um beijo na minha testa. Relaxei minha cabeça em seu ombro e afundei meu nariz em seu pescoço.

 

-- Muito -- suspirei. -- Queria que ele se abrisse comigo. Que me contasse o que está acontecendo. Queria poder ajudá-lo, Sara, de verdade. Me dói ver meu irmão assim.

 

Ela segurou meu rosto com as mãos e me fez olhá-la.

 

-- Quer que eu vá falar com ele? -- ela sugeriu. -- Acho que agora é uma boa hora.

 

-- Não custa nada tentar. Mas não se ofenda se por acaso ele te expulsar de lá na voadora. Ele fica insuportável quanto tem essas crises.

 

-- Não se preocupe -- um beijinho nos lábios e ela saiu andando.

 

-- Se precisar de alguma coisa, eu vou estar aqui na sala, tá? Me chama se ficar tenso. Pode sair a hora que quiser também.

 

Sara piscou pra mim e bateu algumas vezes na porta do quarto de Guilherme. Ele demorou pra responder. Ela me olhou, como quem pergunta se deve bater de novo, e eu assenti com a cabeça. Mais duas batidinhas. 

 

-- O que é? -- meu irmão gritou de lá de dentro.

 

-- Guilherme? É Sara, a amiga da Renata. Será que eu posso falar com você rapidinho?

 

Trocamos olhares ansiosos. Alguns segundos de silêncio e ouvimos a fechadura destrancando e a porta abriu. Ele olhou pra Sara completamente confuso, o cenho franzido.

 

-- Conversar comigo? -- ele perguntou, a voz tão baixa que quase não saía. Olhava hipnotizado pra ela. Já até imaginava o que ele estava pensando: "o que uma mulher dessas quer conversando comigo?"

 

-- É -- ela sorriu de novo. -- É rápido. Será que você me deixaria entrar?

 

Guilherme me lançou um olhar de "eu sei que isso é obra sua" e deu espaço para ela entrar no quarto. Bingo! Sorri pra ele, ele devolveu com um muxoxo antes de entrar também e fechar a porta. Esperei alguns segundos, lógico, e corri na ponta dos pés até lá. Encostei o ouvido cuidadosamente na porta e tentei ouvir alguma coisa. 

 

Sara's POV

 

-- Sei que você deve estar achando super estranho eu estar aqui, né? -- perguntei, pra tentar quebrar o clima tenso que estava ali. Olhei em volta do quarto. Alguns pôsteres de bandas de rock colados na parede; alguns troféus dourados em cima de uma cômoda grande;  um violão no chão, encostado perto da cama. Bem decorado. Me lembrou meu quarto de adolescente quando morava em Goiânia.

 

-- Um pouco -- percebi que Guilherme era mais um rapaz de murmúrios do que de frases inteiras. Renata um dia havia dito que ele era bastante comunicativo quando não estava em meio a uma crise dessas. Queria tentar trazer à tona esse lado dele. -- Sobre o que você quer conversar?

 

-- Posso me sentar? -- apontei pra cama, ele assentiu. Não tirou os olhos de mim sequer por um segundo, estava meio desconfiado. Sentei no colchão. -- Bom, eu quero conversar porque acho que eu e você temos muitas coisas em comum.

 

-- Temos? -- ele soltou uma risadinha. Colocou as mãos no bolso da calça e encostou o corpo na cômoda. -- Você não tá dando em cima de mim não, né? É bom demais pra ser verdade.

 

-- Você é bem bonito, mas não -- eu ri também. Ele segurou o sorriso por mais alguns segundos. Que bom sinal, pelo menos estávamos quebrando o gelo. Guilherme era um rapaz bonito mesmo. Aparentava ser mais velho para a idade que realmente tinha. Era alto, os cabelos castanhos curtos e os olhos parecidíssimos com o de Renata. Era a coisa mais parecida nos dois. -- Nossas coisas em comum são mais por outro motivo. Esse rosto machucado aí -- eu apontei, ele imediatamente fechou a expressão, mas eu já esperava isso -- eu também já tive. Muitos, inúmeros.

 

-- Você? -- ele ergueu uma sobrancelha, desdenhando. -- Não entendo onde quer chegar. Tá claro que você é muito patricinha pra entrar numa briga. Daquelas que mal sabe dar um tapa.

 

-- E se eu te disser que não? É só a cara mesmo. Eu era muito boa de briga. Apanhava mas batia muito também. 

 

-- Nas ruas?

 

-- Em qualquer lugar. Bastava mexerem comigo. Eu tinha o pavio curto, então não era difícil me tirar do sério.

 

Guilherme se afastou da cômoda e caminhou até mim. Ficamos frente a frente, ele em pé e eu sentada. De repente, ele ergueu uma mão e em questão de um piscar de olhos tentou me dar um soco. Segurei seu punho no ar com a mesma rapidez que ele fez o movimento. O barulho de nossas mãos se chocando foi alto.

 

-- Uau -- ele falou, relaxando e deixando o braço cair. Eu não esperava que ele fizesse isso e nem ele esperava que eu revidasse. -- Você luta bem mesmo. 

 

-- Precisava de uma prova? -- sorri.

 

-- Precisava. Não tô engolindo esse papo de você vir aqui falar essas coisas. Foi mal. Dá pra ir direto ao ponto?

 

-- O ponto é: eu queria saber se você briga pelos mesmos motivos que eu costumava brigar. 

 

-- E em que isso faz diferença?

 

-- Você gosta de voltar pra casa com esses roxos aí pelo corpo? Eu não gostava muito. Doía mais por dentro do que por fora -- eu falava calmamente, queria passar a ele a segurança de que eu não estava ali para julgá-lo. Queria compreendê-lo.

 

-- É claro que não gosto. Ninguém gosta. Mas às vezes é necessário.

 

-- Eu sei que é, já passei por isso. Mas uma hora eu cansei de verdade. Isso desgasta muito. Parei de lutar com os outros quando descobri que o que me espancava não vinha de fora, vinha de dentro.

 

Ele me encarou firme por alguns segundos, depois baixou a cabeça.

 

-- Eu não consigo evitar. Na maior parte do tempo eu sinto raiva, sabe? Muita. Não consigo fazer com que ela diminua, então meio que procuro uma válvula de escape. O único momento em que não sinto essa raiva é quando estou descontando ela em alguém.

 

-- Era assim comigo também. É como se o mundo não ligasse pra gente, não desse a mínima pro que a gente sente. Precisamos devolver o modo como ele nos trata, né?

 

-- Exato -- ele me olhou de novo, dessa vez como se tivesse entendido que eu era igual a ele. Que tinha achado uma pessoa que o entendia. -- Não queria que fosse assim, mas eu SÓ consigo me aliviar se for assim. É mais fácil.

 

-- E se eu te disser que é muito melhor você enfrentar o que te faz brigar do que brigar por isso? Porque essa testa partida aí vai melhorar daqui a alguns dias, mas seu coração não. Você vai continuar com essa raiva amanhã, e depois de amanhã... E vai ser sempre assim até você acabar com ela.

 

-- O que te fazia sentir raiva? -- Guilherme agora realmente parecia interessado na conversa.

 

-- Praticamente tudo. Eu tinha raiva de mim mesma, de quem eu era. Primeiramente, eu passei a vida inteira sem saber quem era o meu pai. Conheci ele faz pouco tempo. Durante muito tempo eu acreditei que ele me rejeitou, que eu não era boa o suficiente pra ele, que ele não me queria. Minha mãe tentava criar a nós duas sozinha, o que era muito difícil, e eu me sentia um fardo pra ela também. Eu não tinha paz em casa e não conseguia tê-la fora dela, então eu estava constantemente em ebulição. Nada me tranquilizava. E você? Por que briga?

 

-- Pelo mesmo motivo, talvez -- as mãos nos bolsos, ele olhava para o tênis agora. Parecia acanhado de se abrir assim. -- Eu não gosto de mim mesmo. Acho que as pessoas muito mais me suportam do que realmente gostam da minha presença. Tá todo mundo sempre com pena... Coitadinho do Gui, o pai dele não dá moral; coitadinho do Gui, não consegue ir bem na escola; coitadinho do Gui, a irmã dele é tão melhor...

 

-- Você acha que a Renata é melhor do que você?

 

-- Lógico que é -- ele bufou. -- Ela é a filha perfeita. Só tira notas altas, é sempre educada, sempre cercada de amigos, a miss simpatia por onde passa. Tem o namorado perfeitão da escola, todo mundo gosta dela... Eu sei que ela é melhor e não preciso de ninguém pra ficar me dizendo isso.

 

-- Já te disseram isso alguma vez?

 

-- Não, mas eu sei. Sei que meu pai liga pra ela toda semana, mesmo que às vezes ela esqueça de atendê-lo. Ele quase nunca me liga, só quando é data especial, quando é pra reclamar de algo ou quando eu ligo pra ele. Quando saímos juntos, eu e ele, parece que o tempo todo ele quer forçar a ser algo que eu não sou.

 

-- Como o quê, por exemplo? -- eu só instigava para que ele falasse e desabafasse.

 

-- Quer que eu seja um desses mauricinhos pé no saco que estudam na escola. Todo engomadinho, todo perfeitinho, o orgulho do papai. Não sou assim. E acho que ele não aceita que eu seja assim.

 

-- Já parou pra pensar que talvez ele não queira que você mude totalmente, e só fale essas coisas porque está preocupado? Quando eu chegava em casa assim, depois de passar a noite em claro na rua, minha mãe chorava o dia inteiro. Sozinha. Depois que se acalmava, vinha conversar comigo e pedia para eu mudar. Não porque ela não gostasse de quem eu era, mas sim porque tinha medo de me perder. Medo de o meu jeito me levar a caminhos sem volta.

 

-- Meu pai não tem medo de me perder. A gente só sente isso quando gosta de alguém.

 

-- Eu também achava que o meu pai não gostava de mim. Quando soube quem ele era, não queria nem vê-lo. Mas me dei uma oportunidade, porque a gente só entende o outro quando baixamos nossa guarda. Se eu o tivesse conhecido na época em que sentia muita raiva, essa época em que eu vivia brigando, provavelmente teria dado um soco nele também.

 

Guilherme deu uma risadinha fraca.

 

-- Você é a irmã do Eric, não é? Você apareceu aqui há poucos meses.

 

-- Isso mesmo. Pensei se vir pra cá não seria estragar minha vida de uma vez por todas, mas acabou se tornando uma das melhores coisas que fiz. Mas isso só aconteceu porque eu me abri pra essa possibilidade. Esqueci a raiva, a mágoa que sentia, e deixei que as coisas boas entrassem.

 

-- Você tá dizendo que é pra eu esquecer tudo e simplesmente "deixar que as coisas boas entrem"? -- repetiu, irônico, fazendo soar como se o que eu tivesse dito fossem palavras de uma drogada qualquer.

 

-- Isso mesmo -- sorri de novo.

 

-- Só pode estar louca.

 

-- Apesar de isso soar muito estranho, vai por mim. Funciona. Tenta fazer isso por algum tempo. Se não der certo, você vem tirar satisfação comigo. Mas já vou avisando que eu não costumo perder briga.

 

Ele deu um sorriso de canto de boca e assentiu com a cabeça. Provavelmente não faria nada do que eu havia dito, mas eu esperava que aquilo ao menos despertasse uma pulga atrás da orelha dele. Que ele pensasse naquele assunto, porque talvez não tivesse surgido na mente dele antes. Levantei da cama, acho que o que eu pretendia já estava feito. Me aproximei dele e estendi a mão:

 

-- Combinado?

 

Guilherme apertou com firmeza e balançou minha mão.

 

-- Você é completamente doida, loira.

 

Sorri pela última vez e saí do quarto. Encontrei uma Renata aflita sentada no sofá, apertando as mãos inquietamente. Os olhinhos brilhando de expectativa. Linda demais. Achei que ela ia me perguntar como tinha sido, mas em vez disso correu do sofá e pulou nos meus braços, me abraçando com força.

 

-- Você tava ouvindo tudo atrás da porta, né? -- eu perguntei, já imaginando a resposta. Aquele abraço tinha significado.

 

-- Muito obrigada. Eu te amo.



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