História Are you my clarity? - Surprise

- Parabéns, Pequena Chloe. Você está mesmo crescendo. –Segurou o rostinho de Chloe acariciando rapidamente com o seu polegar. O tom de voz não era como o de Piper, mas havia sinceridade ali. 

Xx

O apartamento cheirava a lavanda e talco, tão agradável. Alex pedira para que a camareira limpasse ali. Vause sabia que seu chef do tráfico não estaria de bom humor, pedir para que a camareira limpasse ali era uma tentativa de acalmar os ares, talvez. A noite chegou mansa e Alex já o esperava. Ligou a TV e minutos mais tarde ouviu um ruído na porta. Era ele.

- Como vai, Alex? –Sebastian cumprimentou-a adentrando a sala do quarto. Kubra estava sem seus capangas dessa vez, mais um sinal de que o assunto era realmente sério.

- Estou bem, Sebastian. Entrem. –Fez sinal com a mão. –Sentem. Aceitam algo para beber?

- Sim. –Kubra adiantou-se. Estava de cara fechada. Sentou-se.

- Obrigado, mas estou bem. –Sebastian agradeceu.

Após alguns minutos os três reuniram-se na sala do apartamento. Sebastian apresentou os gráficos e alguns extratos do banco o qual Kubra tinha as contas. Três contas haviam sido quase esvaziadas.

- Isso nunca aconteceu antes, eu não sei como foi possível. Mas sei que foi uma retirada feita por alguém. Não tem a ver com o banco.

- Isso é impossível. –Kubra estava nervoso.

- Ninguém mais tinha acesso as contas? Ninguém mesmo? –Alex tentava ajudar.

Kubra batia o dedo sobre o joelho com se pensasse naquele instante. Seu rosto tomou um semblante indecifrável. Ele lembrava-se de algo.

- Alex, você lembra que antes dessa merda toda eu confiava muito em Joe?  Ele era como meu braço direito. Se esse filho da puta conseguiu ter acesso ao meu notebook? Ele estava sempre comigo, você sabe. Levou as drogas as quais o confiei e algum dinheiro. Mas ele poderia ter levado mais. Ele pode ter levado informações minhas. Eu não consigo pensar em mais ninguém.  Joe sempre quis se igualar, e mesmo assim eu o permiti trabalhar comigo. Puta merda, foi ele. – Bateu com certa força na própria coxa. O homem agressivo voltara. Alex estava de boca entreaberta. Aquilo era merda demais. Mas era uma merda que poderia mesmo ser verdade. Joe era um dos que Kubra mais confiava, sempre ia onde Kubra ia, cuidava das coisas para Kubra. Merda. Isso pode mesmo ser verdade.

- Em algum momento você esteve com Joe e o seu notebook no mesmo ambiente? Quero dizer, será mesmo possível? Por que isso pode mesmo ter acontecido. E como sabemos que ele já o passou a perna... –Sebastian maquinava junto com os dois parceiros de trabalho.

- Ele me passou a perna, mas será a primeira parte que irei arrancar do seu maldito corpo. Ele não perde por esperar. –Kubra parecia calmo dessa vez. Era como se decifrasse um mistério confiado à ele. –Continuaremos investigando, mas o alvo principal...

- É Joe. –Alex completou. Pensara em Piper nessa hora.

- É Joe. Sim. –O moreno tinha um sorriso totalmente debochado nos lábios.

Alguns minutos depois Sebastian havia partido. Kubra ficou para que pudesse conversar um pouco mais com Alex. O moreno demonstrou empolgação, as coisas pareciam correr bem. Ele já cantava vitória.

- Mas... Kubra, fora Joe, você não desconfia de mais ninguém? E os outros rapazes que o seguem?

- Tenho mais motivos para desconfiar de Joe. Aquele rato se infiltrou no meio de nós e olha o que aconteceu. Eu sabia que não devia confiar num filha da puta bajulador do caralho. Mas as coisas não estão perdidas, ainda temos Piper e a filha dele. –Tomou mais um gole de sua bebida antes de se levantar. –Cuide de Piper. Filtre tudo o que puder. Continuaremos assim, continuarei mantendo contato, Joe será pego e quem estiver com ele também. –Afastou-se abrindo a porta do quarto de hotel e partiu.

Alex trancou a porta após sua saída. Mirou o resto de sua bebida sobre o centro ali próximo e o virou de uma só vez. Buscou por seu casaco e desceu para o estacionamento.

Xx

As luzes do apartamento estavam acesas, mas as luzes recém colocadas na árvore de natal era o que mais chamava a atenção da pequena Chloe. A bebê estava como de costume acomodada no sofá entre almofadas enquanto Piper aprontava rapidamente sua árvore de natal. A loira adorava a data. Lembrava-se de sua família e de como eram sempre agradáveis as ceias de natal que passava junto aos pais e seu irmão. Prometeu a si mesma que os veria o mais rápido possível. Queria apresenta-los à Chloe, eles certamente se apaixonariam pela bebê.

A Guirlanda com pequenos sinos e pinhas ficara tão agradável na porta do apartamento. Pensou na noite anterior, com Alex. Parecia que ela deveria estar ali. Que tolice. –Pensou – O telefone tocou e Chapman atendeu.

- Senhorita Chapman? –A voz era de Cris, o Porteiro.

- Sim, Cris.

- Alex Vause está aqui. Posso deixá-la subir? –O sorriso manso tomou conta dos lábios da florista naquele exato momento.

- Sim. Pode deixá-la subir.

Olhou Chloe no sofá, aproximou-se dando um beijo rápido na pequena testa. A bebê fez manha coçando os olhinhos. A campainha tocou e a loira de shorts boxer e regata cinza atendera a porta dando de cara com Alex. Os lábios carnudos ofereceram-lhe um sorriso.

- Alex, entre. –Abriu caminho. A morena logo entrou no apartamento, aparentava estar frio lá fora. Piper trancou a porta indo em direção à Alex. –Está passeando ou...?

- Eu vim vê-la. –Olhou Chloe.

- Veio ver Chloe? –Sorriu. –Que gentil!

- É... Trouxe-lhe algo. É para quando ela acabar com o outro, você sabe... –Sorriu. A morena aparentava nervosismo. Piper recebeu a pequena caixinha de presente das mãos de Alex e agradeceu. Caminhou até Chloe e abaixou-se de modo que ficasse de sua altura. Mostrou-lhe o presente.

- Ei, você ganhou isto. –Sorriu. –Vou abrir pra você. –O papel de cor lilás foi sumindo e a caixinha com um peixinho de borracha era exibida nas mãos de Piper. Alex sentou-se no braço do sofá.

- Awww! Isso é muito lindo, Alex. Obrigada. –Olhou Alex com olhar agradecido. Sentia-se tão próxima à ela. –Espera. –Levantou-se. –Você ainda está aqui, que horas você vai embora? Digo, de Manhattan.

- Eu precisarei ficar por mais uns dias.

- Oh, entendo. –Sorriu. Foram as melhores palavras que pudera ouvir naquela noite.

A bebê Chloe já dormia no conforto da cama de Piper. Alex observava a árvore de natal com certa atenção. Sentiu o apartamento ficar quente e retirou sua jaqueta ficando apenas com uma blusa leve. Piper voltara do quarto onde deixara Chloe.

- Está com fome? –Alex tirou a atenção da árvore de natal.

- Não, estou bem. Eu já vou indo. Só vim entregar o presente de Chloe.

Piper sentiu ser atingida por pedras de gelo naquele momento. Alex era tão instável. Por alguns momentos era tão carinhosa, em outros ela fechava-se completamente e fazia Chapman sentir-se uma boba. Chateou-se.

- Ok. Tchau. –Disse indo em direção a cozinha como se não se importasse com a ida de Alex. É claro que ela se importava, queria que ela ficasse por mais algum tempo, mas não insistiria. Ela que fosse embora, Chapman sentia que precisava mesmo desligar-se dela, sentia que estava indo rápido demais. Vause não fazia o tipo que se prendia a ninguém e o quanto antes Piper entendesse isso, melhor seria para ela mesma.

Alex olhou Piper séria. Ela nunca havia sido tão indiferente em relação à morena. Levantou-se buscando seu casaco.

- Tchau? –Levantou uma sobrancelha ainda olhando Piper caminhar para a cozinha.

- O que? –Piper não entendera.

- É assim? Cansou de ser boazinha? –Riu.

- Foi você quem disse que veio apenas para entregar o presente. O que quer que eu diga? –Alfinetou.

- Oh, eu não conhecia esse seu lado. –Fingiu-se magoada. –Ok, estou mesmo indo. Nós vemos por aí, Chapman.

- Espero que não! –Alex ficou de boca entreaberta logo dando espaço para um sorriso.

- O que houve? –Largou a jaqueta no sofá.

- Não houve nada. –Piper parecia uma criança birrenta. Alex apenas sorria.

- Chapman, Chapman... Está chateada comigo? –Piper parou o que fazia para olhar Alex. Agora fora a vez dela de levantar uma sobrancelha.

- E eu tenho algum motivo para estar chateada com você, Alex?

- Você quer um?

- O quê?

- Um motivo.

- Alex, essa conversa está... –Vause aproximou-se como uma sombra. Seus lábios interromperam qualquer coisa que pudesse ser dita por Piper naquele momento. Suas mãos já passeavam pelos seios pequenos da loira e sua língua a invadia com vontade. Juntou seu corpo ao de Piper rapidamente e gemeu baixinho quando sentiu uma mordida demasiada forte em seu lábio inferior.

- Você fica tão gostosa brava. –Beijou-a novamente. Suas mãos vasculhavam a cintura fina da florista que já suspirava com os toques.

- Achei que você estivesse indo embora. –Brincou, recebendo novamente a língua quente dentro de sua boca. Vause sorriu diante do comentário de Piper. A loira nunca havia tido a chance de tocar em Alex, o desejo de fazê-lo voltara a consumi-la novamente. Ela tinha de fazer. Empurrou o corpo alto até a bancada de mármore ali próximo. Separou alguns utensílios que estavam por perto e tratou de desabotoar rapidamente a calça de Vause que já entendia exatamente o que Piper desejava. Sorriu. Provocante. Desceu a peça de roupa até o chão junto com a calcinha. Ficou de joelhos de modo que seu rosto ficasse totalmente exposto ao sexo de Alex. Afastou as pernas da morena e passou o dedo do meio sobre seu sexo que já estava molhado em excitação. Trouxe o dedo para a boca sem retirar os olhos dos de Alex que mordeu o lábio achando a cena fodidamente excitante. Chapman deliciava-se com o gosto de Alex sobre seu dedo. Levou os lábios até o sexo exposto e o sugou sem demora. Alex apoiou o corpo sobre a bancada de mármore atrás de si.

- Oh, Meu Deus. –Vause mordia os próprios lábios com força. Piper sugava a carne macia e satisfazia-se com o gosto e o prazer de poder tocar Alex intimamente com a boca. O gosto dela era maravilhoso, tão doce. Fez pressão com a língua enquanto os lábios acariciavam a pele macia do sexo molhado. –Assim... –Alex controlava-se para prolongar a sensação de ser sugada tão gostoso por Piper, mas o corpo já apresentava sinais de que o orgasmo não demoraria. Chapman abriu ainda mais as pernas para um contato ainda mais intenso e penetrou um dedo em Alex.

- Você é tão quente por dentro. –O comentário fez Alex gemer manhosa. A mulher durona, segura de si e uma das melhores traficantes do seu chefe do tráfico agora estava completamente desarmada e entregue aos prazeres que uma mulher como Piper lhe proporcionava.

- Oh, Deus. Não pare, Piper... –As mãos de Alex pousaram sobre os cabelos loiros fazendo pressão sob seu sexo que apresentava estar próximo ao seu ápice. –Oh... –O corpo tremeu e relaxou diante da sensação. A respiração estava totalmente alterada e o coração descompassado. Piper limpou-a com a boca vagarosamente e assoprou sobre o sexo antes de subir encontrando seus olhos. Beijou-a novamente sugando seu lábio inferior. Subiu sua calcinha e calça assim que ela recuperou-se do orgasmo maravilhoso que havia lhe proporcionado.

- Obrigada por isso. –Alex sorriu.

- Sem problemas. –Piper sorriu de volta. Parecia um pouco mais confiante, menos tímida, talvez.

- Eu estava indo embora... Mas... –Puxou a loira pela cintura colando novamente o corpo ao seu.

- Mas...? –Piper sorriu. É claro que ela ficaria. Agora ela ficaria.

- Mas, eu não tenho ninguém tão gostosa quanto você no meu quarto de hotel.

- Então, a que você tem lá é menos gostosa que eu? Pobre Alex. –Riu, desejando que aquilo fosse mesmo uma brincadeira.

- Ela costumava ser. –Continuou a brincadeira. –Mas estou mesmo mudando meus conceitos. E sabe do que mais? –A campainha tocou anunciando alguém. As duas se separaram como num susto e Piper caminhou até a sala. Alex veio logo depois. Olhou pelo olho mágico para ver de quem se tratava numa hora daquelas. Respirou fundo olhando para Alex e sussurrou um “desculpe”. Abriu. Nervosa.

- Pipes!  –O rapaz apressou-se em abraçar a loira que logo envolveu os braços sobre o pescoço recebendo um selinho demorado do moreno.