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História Ares-1 Vs. Nemesis: a Batalha do Século - Capítulo 5: A vingança de Wesker


Escrita por: Goldfield

Capítulo 6 - Capítulo 5: A vingança de Wesker


Capítulo 5

A vingança de Wesker.

Realmente o grupo estava enrascado. Havia dezenas de zumbis caminhando na direção deles pelas três saídas disponíveis, e estavam próximos demais para serem usadas as granadas. Para piorar, o elevador não chegaria tão cedo.

"E agora?" – desesperou-se Sherry.

A resposta veio quando Chris mirou num zumbi e disparou, fazendo explodir sua cabeça. Teriam que resistir até o elevador subir, eles não tinham outra opção.

Os demais também começaram a disparar, fazendo os mortos-vivos caírem. Jill partiu dois deles ao meio atirando em leque com a Uzi, porém suas metades de cima continuaram a caminho deles, rastejando. Linda percebeu e finalizou com uma bela rajada, aniquilando aquela parte da ameaça.

Bryan mirou por um instante e disparou contra a cabeça de uma zumbi, que parecia ter sido um dia uma bela pesquisadora. Atingida entre os olhos, a mutante cambaleou para trás e caiu de bruços.

William aniquilou três mortos-vivos rapidamente, mas havia um grande número deles ali, se aproximando cada vez mais. Sherry arrancou, com um belo tiro, o braço de um zumbi com as costelas à mostra. Chris e Linda derrubaram mais cinco mortos-vivos que se aproximavam pela direita. Na barra sobre o elevador, seis luzes acesas. Mais zumbis surgiam vindos dos setores Alfa e Beta. Pelo visto centenas de pesquisadores trabalhavam naquele lugar.

"Ah, socorro!".

O grito veio de Linda, que fora agarrada pelos ombros por um morto-vivo baleado por ela. Ele vomitou ácido próximo aos pés de Malone, sendo finalmente aniquilado por um disparo certeiro de William.

"Obrigada, amor!" – sorriu a ruiva.

"Fique viva!" – foi a resposta de McDouglas.

Jill cobriu Chris enquanto este colocava mais munição na arma. Com a Uzi, a ex-integrante do S.T.A.R.S. estourou a cabeça de dois zumbis, cerrando os dentes. Antes de também trocar o pente da arma, ajeitou a boina azul sobre a cabeça e auxiliou Bryan a dar cabo de mais dois mutantes com a munição restante.

Sherry tirou de ação mais um zumbi, enquanto a sétima luz se acendia na barra sobre o elevador.

"Faltam três!" – exclamou a promotora, esperançosa.

Porém, mais criaturas se aproximavam e eles não podiam gastar muita munição, pois ainda teriam que explorar todo aquele complexo e provavelmente encontrariam mutantes mais fortes. Chris propôs:

"Vamos atirar na cabeça para poupar munição, OK?".

Todos assentiram balançando a cabeça. E a carnificina continuou, com Chris e Jill cobrindo o caminho para o Setor Alfa, William e Linda a passagem para o Beta, e Bryan mais Sherry aniquilando os zumbis que vinham da superfície.

X - X - X

"Eles vão acabar conseguindo!" – preocupou-se Deller.

"Não se preocupe" – disse Wesker. – "Se eles escaparem, encontrarão perigos ainda maiores!".

"E eu poderei soltar meus titãs...".

"Na hora certa, caro Deller!".

X - X - X

A nona luz se acendeu na barra sobre o elevador enquanto os seis invasores continuavam resistindo, tirando grande número de zumbis de ação, enquanto mais deles surgiam dos setores Alfa e Beta e da superfície. Não sabiam por quanto tempo poderiam se defender.

"Esse maldito elevador não chega!" – exclamou Bryan.

"É, e a munição do meu rifle está no fim!" – preocupou-se William.

Chris, mordendo os lábios, estourou a cabeça de um morto-vivo e olhou para a esposa. Esta, extremamente ágil, derrubou três mutantes de uma só vez. Por fim o ex-membro do S.T.A.R.S. disse:

"Precisamos poupar munição, e esses zumbis não param de aparecer!".

"Imagine só o que encontraremos nesse maldito laboratório!" – exclamou Linda.

"Chegou, ele chegou!".

Todos foram tomados por inesperada felicidade quando Bryan concluiu a frase. Atrás deles a barra estava com as dez luzes acesas, enquanto as portas do elevador se abriam. Os seis corajosos intrusos correram para dentro dele, perseguidos pelos terríveis zumbis.

"Onde está o botão para que ele desça?" – indagou Sherry, enquanto os mortos-vivos se aproximavam da entrada, gemendo.

"Aqui!" – exclamou Jill, dando um soco num interruptor verde.

As portas do elevador se fecharam, barrando o progresso dos zumbis em seu momento crítico, e o transporte começou a descer após um solavanco. Este era todo metálico e amplo, com cinco metros de comprimento por quatro de largura e três de altura. Havia uma pilha de engradados num dos cantos, todos com o símbolo da Biocom: uma seringa injetando algo num coração.

Após recuperarem o fôlego enquanto ouviam o som do maquinário trabalhando, todos acharam melhor decidir o que fazer, pois a descida não seria breve e eles teriam tempo suficiente antes de encontrarem mais perigos. Chris começou:

"Bem, acabamos todos indo pelo mesmo caminho. O que faremos lá embaixo?".

Essa pergunta era extremamente confusa. Seria melhor perguntar o que eles encontrariam lá embaixo, mas mesmo assim essa nova questão era tão difícil quanto a primeira.

"Nós precisamos vasculhar este lugar procurando pistas e esse maldito Deller!" – disse William. – "Se quiserem, eu e Linda podemos subir de volta, passar pelos zumbis e investigar aqueles outros caminhos!".

"Isso se Wesker permitir..." – murmurou Jill.

De fato, todos ficaram chocados quando souberam da nova forma do terrível Albert Wesker, principalmente Chris, Jill e Sherry, que conheciam melhor aquele miserável. Agora ele era uma máquina, um sistema de computador com poderes quase ilimitados, e faria de tudo para que nunca mais vissem a luz do sol.

"Se ao menos pudéssemos enganar aquele maldito..." – murmurou Sherry.

"Não há como me enganar, senhorita Birkin" – disse a voz de Wesker ganhando o interior do elevador, com aparente ironia. – "Sou como um deus dentro deste complexo: onipresente e onisciente. Tudo que vocês fizerem ou disserem chegará ao meu conhecimento!".

"Wesker, você é um sádico!" – exclamou Chris, com raiva. – "Se quer vingança, mate-nos de uma vez! Mas não, você sempre tem que fazer esses malditos joguinhos! Vem sendo assim desde a mansão de Spencer!".

"De fato, eu poderia muito bem liberar gás tóxico dentro desse elevador a qualquer momento se quisesse apenas matar vocês, mas esse não é meu objetivo. Eu quero que vocês sofram, tenham suas peles rasgadas e suas artérias rompidas pelos mutantes. Além disso, Deller reserva algo grande para vocês. O espetáculo está só começando!".

"Que espetáculo?" – perguntou Bryan.

Wesker não respondeu. Novamente o som do maquinário tomou o ambiente, enquanto todos olhavam assustados uns para os outros.

X - X - X

Adams entrou apressado em sua sala de operações. Com uma xícara de café numa mão e um monte de papéis na outra, o agente do FBI livrou-se do que carregava e começou a digitar rapidamente em seu computador, percorrendo os nomes que apareciam no monitor com extrema rapidez.

"A Biocom vai mandar alguém para lá..." – murmurou o federal. – "Ela sempre manda!".

O agente referia-se ao fato da Biocom estar em desvantagem em relação ao que ocorria na Sibéria e sempre que isso acontecia, ela enviava um ou mais de seus agentes para o lugar tentando reverter a situação, assim como a Umbrella. A tarefa agora era descobrir quem seria o obstáculo tanto no caminho dos invasores quanto no plano de Deller.

X - X - X

O elevador parou com um estrondo e suas portas abriram-se imediatamente. Chris e William seguiram na frente, apontando os rifles. Logo depois os outros quatro invasores saíram do transporte, receosos.

O lugar era bem parecido com aquele no qual o grupo lutara com os zumbis. Havia dois caminhos na frente do elevador: um para a esquerda, com a inscrição "Setor Gama", e outro para a direita, "Setor Ômega". Nenhum sinal de monstros.

"Oh, não!" – suspirou Linda. – "Outra bifurcação!".

Os seis olharam ao redor por alguns instantes pensando no que fazer, até que William disse:

"Chris, eu e Linda podemos subir de volta para investigar!".

"Não, William..." – murmurou Redfield. – "É muito perigoso...".

"Deixe-nos tentar, Chris!" – pediu Linda. – "Nós podemos passar por aqueles zumbis!".

"Amor, seria melhor mesmo que nos dividíssemos para procurar pistas" – disse Jill para o marido. – "Mas, nesse caso, é necessário que mais alguém suba com eles para dar auxílio!".

"Eu posso ir!" – ofereceu-se Bryan.

"Eu também!" – completou Sherry.

"OK, OK..." – disse Chris num murmúrio. – "Vocês podem subir, mas, por favor, tenham cuidado! Lembrem-se de manter contato pelo rádio!".

"Após investigarmos, nós voltaremos a descer!" – exclamou William.

"Eu e Chris daremos uma olhada por aqui!" – sorriu Jill. – "Bem, boa sorte para vocês!".

William, Linda, Bryan e Sherry voltaram para o elevador, cujas portas se fecharam pouco depois. O maquinário voltou a trabalhar, enquanto Chris e Jill se decidiam para onde ir.

"Esquerda ou direita?" – indagou Redfield.

"Direita!" – respondeu Jill.

E seguiram na direção do Setor Ômega.

X - X - X

Enquanto o elevador subia, Sherry perguntou a Bryan com um sorriso:

"Você é casado, Bryan?".

"Não, sou solteiro. Nunca tive muita sorte no amor. Já tive várias namoradas, mas nenhuma realmente despertou minha afeição".

"Eu também sou assim...".

Seguiram-se alguns instantes de silêncio. Súbito, uma voz tomou o ambiente:

"Então o grupo se separou novamente... Morrerão de qualquer maneira, juntos ou não!".

"É você, Wesker?" – perguntou William.

"Sim. Eu não conheço você, mas os S.T.A.R.S. e Sherry devem ter contado a você sobre mim, não?".

"É verdade, e posso concluir que estavam certos. Você é mesmo um idiota!".

"Meça suas palavras. Neste momento sua vida depende de minhas ações. Insultar-me pode ter sérias conseqüências".

"Wesker, por que tudo isso?" – perguntou Sherry, com ternura na voz.

"Eu terei minha vingança. Ninguém pode mudar isso. E não se preocupem, vocês não estão sozinhos neste complexo".

As últimas palavras de Wesker encheram de dúvidas as mentes dos quatro intrusos. O que ele queria dizer?

X - X - X

Após cruzarem a porta do Setor Ômega, que se abriu sozinha, Chris e Jill ganharam um estreito corredor cinza com três portas: uma do lado esquerdo, outra à direita e a última no final.

"Para onde, amor?" – perguntou Chris, sempre indeciso.

Jill esclareceu a dúvida do marido quando se aproximou da porta do lado esquerdo. Esta também se abriu sozinha, revelando um ambiente com vários armários de metal e mesas, contendo grandes pilhas de pastas e papéis. Parecia ser uma espécie de sala de arquivos.

A mulher de Chris entrou após certificar-se que não havia nenhum mutante no local, seguida pelo marido. A ex-integrante do S.T.A.R.S. disse, enquanto examinava uma gaveta de arquivos:

"Este lugar deve estar cheio de provas! Precisamos encontrá-las, Chris!".

Redfield percorreu toda a sala com o olhar, que estava satisfatoriamente em ordem, e se aproximou de uma mesa com vários documentos empilhados. Examinando alguns, viu que eram em sua maioria apenas burocracia da Biocom, sem nada que fosse realmente incriminador. Enquanto olhava para uma xícara fazia de café, Chris ouviu a mulher gritar:

"Oh, meu Deus! Chris!".

O ex-membro do S.T.A.R.S. virou-se imediatamente na direção da mulher, apontando sua arma. Não era, porém, nenhum zumbi ou coisa do tipo. Jill havia aberto um armário e dentro descobriu o cadáver de um cientista, com uma pistola numa das mãos, uma folha de papel na outra e um buraco na testa.

"Minha nossa..." – murmurou Chris. – "Que deprimente!".

Jill, enquanto o marido examinava o corpo, pegou a folha de papel que o morto tinha numa das mãos. Era uma espécie de carta, que leu em voz alta:

De Norman Ervin, a quem possa interessar.

Não há alternativa. O laboratório foi tomado por esses malditos zumbis e outros mutantes estão começando a escapar. Nenhum lugar é seguro.

É difícil dizer como essa epidemia começou, mas tenho quase certeza que foi proposital. E Deller é o principal suspeito, pois está trancado na sala de controle há dias.

Eu não quero me tornar um deles. É triste demais. Por isso resolvi acabar com minha vida antes que seja contaminado. Escolhi esta sala porque ela é tranqüila e isolada, meu cadáver não se tornará comida dos mortos-vivos tão cedo. Que Deus e aqueles que me amam me perdoem.

Adeus, mundo insano!

A mulher de Chris guardou consigo a carta, concluindo que dificilmente encontrariam algo útil ali, apesar da abundância de arquivos.

"Vamos tentar aquela outra porta?" – sugeriu Jill.

"OK, vamos lá!".

E deixaram a sala, ganhando novamente o corredor.

X - X - X

Assim que o elevador parou após a longa subida, os quatro ocupantes apontaram as armas na direção da saída deste, que se abriu. Porém, nenhum zumbi veio na direção do grupo de invasores, fato que foi estranhado por estes.

"Mas o quê?" – exclamou William, caminhando para fora.

Os demais o seguiram, e viram apenas corpos de zumbis por todos os lados, mas nenhum morto-vivo em ativa. Alguém havia limpado a área e não fora nenhum deles.

"Alguém passou por aqui..." – murmurou Sherry.

"Deller?" – indagou Linda.

William apenas continuou examinando o lugar, tentando raciocinar. Logo disse:

"Vamos nos dividir! Eu e Linda vamos para o Setor Alfa e Bryan mais Sherry investigam o Beta. Tudo bem?".

"OK" – respondeu Bryan, olhando para um zumbi caído, sem cabeça.

Ambos os grupos se separaram, caminhando cada um na direção de seu respectivo destino. Cruzaram assim as portas dos setores, que se abriram automaticamente, e seguiram em frente, pensando em quem poderia ter aniquilado os mutantes.

X - X - X

"Ele está aqui!" – exclamou Deller, olhando histérico para um dos monitores. – "A Biocom o mandou! E agora?".

"Nosso novo visitante não será problema" – riu o Wesker holográfico. – "Convencerei os intrusos a participarem de nosso joguinho!".

"Espero que ainda esteja no controle de tudo, Wesker...".

"Albert Wesker sempre está no controle! Ele nunca perde o controle!".

Assim como em vida, o novo Wesker odiava quando alguém subestimava suas habilidades de planejamento e liderança.

X - X - X

A outra sala estava cheia de engradados de ferro e caixas de papelão, era uma espécie de depósito. Logo que entraram, Chris e Jill ouviram o som de passos leves e curtos sobre o chão de metal.

"Cães..." – disse Chris, voz baixa.

Andando cautelosamente, o casal se dividiu, cada um indo para o lado de uma grande pilha de caixas. Logo os passos tornaram-se mais rápidos, e foi possível ouvir um breve rosnar.

Chris foi o primeiro que viu um dos três cães mutantes, com pouca pele e mandíbula exposta, correndo em sua direção. Rapidamente mirou e disparou, as balas partindo o crânio do animal. Menos um.

Jill confrontou-se com mais um, que, num salto, só não agarrou o braço da heroína porque esta se esquivou a tempo. Virando-se, a mulher de Chris disparou uma bela rajada com a Uzi, fazendo o cão voar longe ao ser atingido. Após um breve choro, o monstro parou de respirar, caído sobre uma poça de seu sangue.

Ainda faltava um. Chris e Jill podiam ouvir seu rosnado, porém não conseguiam vê-lo. Logo o som das patas correndo tomou o ambiente, e Redfield gritou, sem mais nem menos:

"Jill, abaixe-se!".

A mulher obedeceu, jogando-se no chão. O cão mutante saltou por cima de seu corpo, e se ela estivesse de pé teria seu pescoço partido pelos dentes da fera. Chris aniquilou a criatura, enquanto Jill se levantava, assustada.

"Obrigada, amor!".

"Não foi nada, querida!".

E começaram a vasculhar o depósito em busca de algo útil, até que Chris gritou, num dos cantos:

"Hei, Jill! Venha ver isto!".

A ex-integrante do S.T.A.R.S. correu até o marido, que estava abaixado ao lado de algumas caixas de papelão. Assim que viu o que elas continham, Jill sorriu.

"Essa munição será muito útil!" – exclamou Chris. – "Vamos levar!".

E o casal começou a apoderar-se dos bem-vindos suprimentos. As coisas estavam começando a dar certo.

X - X - X

Logo que William e Linda ganharam o Setor Alfa, encontraram três portas: uma à esquerda, com a inscrição "Sala de Força A", outra à direita, arrombada, que não era eletrônica e possuía maçaneta, com a inscrição "Depósito", e por fim uma logo em frente, no extremo do corredor, com a inscrição "Enfermaria, Dormitórios, Refeitório".

"Este setor deve ser onde os pesquisadores dormiam e se alimentavam" – concluiu Linda. – "As salas de pesquisa devem estar no Beta ou lá embaixo".

"De qualquer maneira, temos que investigar este lugar!" – exclamou McDouglas, seguindo para o fim do corredor.

Como todas as outras portas, aquela também se abriu sozinha, revelando um novo corredor em forma de "T". Havia diversas portas com números ao longo da travessia, como "001" e "002", levando a crer que eram dormitórios. No caminho para a esquerda do "T" havia uma seta com a inscrição "Refeitório" e uma entrada no final; na passagem para a direita, "Enfermaria, Dormitórios", com outra porta.

"São tantas portas!" – disse Linda. – "Por onde começamos?".

"Quieta!" – exclamou William, parando de andar.

O casal calou-se, atento e apreensivo, e um som diferente tomou o corredor. Era estranho, parecia uma espécie de passo, mas era totalmente anormal, uma espécie de clique lento e doentio. Seguiu-se uma espécie de gemido longo, porém baixo, diferente dos zumbis, como alguém agonizando. Os passos foram retomados, mas nada surgiu na frente deles.

"Que estranho..." – murmurou William.

"Amor, olhe para cima!" – desesperou-se Malone, tomada pelo medo.

Aquela coisa realmente deixou William perturbado, e olhe que ele já havia enfrentado mutantes que sugavam cérebros! O mutante estava pendurado no teto feito uma aranha, não tinha pele e seu cérebro era exposto. Suas garras eram afiadíssimas e, quando parou sobre o casal, a criatura abriu a boca e soltou mais um daqueles gemidos esquisitos, deixando cair uma baba viscosa enquanto desenrolava sua língua enorme. Nojento.

"Fique parada..." – disse McDouglas, voz baixa.

"É o tal lambedor..." – murmurou Linda, lembrando-se da explicação dos S.T.A.R.S. em Vladivostok.

De repente, a criatura desprendeu-se do teto, atingindo o chão de quatro, com extrema perfeição, e lançou sua enorme língua na direção de Malone. Esta saltou para trás, ágil, e a coisa pegajosa passou a poucos centímetros de seu tórax. Porém, a arma da jovem escapou de sua mão, escorregando uma boa distância no chão.

"William!" – gritou Linda, como que por reflexo.

"É pra já!".

McDouglas disparou uma rajada contra a criatura, que, sangrando, virou-se em sua direção. Porém, William dera azar: esquecera do conselho de atirar sempre na cabeça e agora estava sem balas para o rifle!

"Querido!".

O irmão de Thomas McDouglas ouviu trêmulo a voz da namorada, enquanto recuava pelo corredor na direção da bifurcação, fitando o terrível monstro. Ele estava ferido e por isso em certa desvantagem, mas até William pegar a pistola, não teria tempo de atirar, pois o mutante sentiria a movimentação. Precisava agir rapidamente antes que perdesse seu precioso pescoço.

Nesse momento William viu sua salvação bem ao seu lado, numa das paredes do corredor: um vidro de emergência para incêndios. Dentro havia um extintor e um machado, sendo que o desesperado jovem interessou-se pelo segundo objeto.

Rapidamente, William quebrou o vidro com um soco e apanhou o machado, antes que o lambedor pudesse reagir...

"Morre, seu filho da mãe!".

McDouglas afundou o machado no cérebro da criatura, fazendo jorrar sangue e um líquido amarelado. O mutante soltou um último e fraco gemido, contorcendo-se no chão. Linda correu até o namorado e o envolveu num forte abraço.

"Pensei que você não fosse conseguir..." – sorriu a ruiva.

"Ora, ainda não conhece a família McDouglas?".

Os dois riram por um instante. William equipou-se com sua outra arma, uma pistola 9mm, enquanto Linda recuperava sua Uzi, perguntando:

"Para onde, amor?".

"Vamos dar uma olhada nesse refeitório e na enfermaria primeiro!" – respondeu William. – "Depois podemos dar uma olhada nesses dormitórios, OK?".

"Certo!".

E seguiram pela esquerda na bifurcação, as portas sempre se abrindo sozinhas. Maldito Wesker.

X - X - X

Bryan e Sherry entraram cautelosamente no primeiro corredor do Setor Beta, com três portas situadas todas numa das paredes. Na primeira havia a inscrição "Sala de Força B". Na segunda, "Depósito" e, finalmente, na terceira, "Salas de Pesquisa, Sala de Experimentos, Sala de Conferências, Biblioteca".

"Terceira porta?" – sugeriu Birkin, num sorriso.

"OK!".

Os dois caminharam na direção da terceira entrada, sorrindo um para o outro. Algo estava surgindo entre eles, uma espécie de encantamento, apesar da situação e local impróprios. E os dois estavam adorando.

Logo que cruzaram a porta os dois intrusos passaram por uma espécie de sala de descontaminação, com chuveiros, mas tudo estava desligado. Depois ganharam um novo corredor, com apenas duas portas. Na primeira estava escrito "Sala de Química" e na outra, "Salas de Pesquisa, Sala de Experimentos, Sala de Conferências, Biblioteca".

"É melhor investigarmos as salas de pesquisa!" – disse Bryan. – "Assim saberemos o que esses açougueiros andaram fazendo por aqui!".

"Vamos lá!".

Mas algo os deteve, e era um gemido. A dupla se virou na direção do som e viu um zumbi se levantar do outro lado do corredor, num dos cantos, cambaleando até eles. Usava óculos e jaleco, estando todo ensangüentado. Pobre sujeito.

"Você ou eu?" – perguntou Jessen, já apontando sua Desert Eagle para o morto-vivo.

"Dê-me esta honra!" – riu Sherry.

Porém, antes que a promotora pudesse atirar, algo totalmente inesperado ocorreu. A grade de um duto de ventilação no teto veio ao chão, perto do zumbi, e quase que simultaneamente três estranhas criaturas saltaram sobre o morto-vivo, gritando alto. Tinham cerca de um metro de altura, membros desproporcionais, olhos grandes e grande cabeleira, sem contar os dentes afiados. Logo elas rasgaram o zumbi ao meio, fazendo grande algazarra, mastigando sua carne infectada. Bryan e Sherry assistiam tudo atônitos.

"São aqueles bebês, Sherry!" – concluiu Bryan.

"Vamos sair logo daqui, antes que a refeição deles acabe e eles nos vejam!".

A dupla seguiu pela segunda porta, enquanto os Hermes continuavam esquartejando o cadáver do cientista mutante.

X - X - X

No Setor Ômega, Chris e Jill haviam acabado de cruzar a terceira porta do corredor, entrando numa sala cheia de mesas com computadores e, felizmente, nenhum monstro. Havia outras duas portas, cada uma num canto do lugar, ao lado de armários de metal. O casal começou a pensar no que aquela sala seria.

"Jill, por favor, dê uma olhada nos armários" – disse Chris. – "Eu vou investigar essas mesas e...".

Subitamente, as luzes da sala se apagaram, fazendo os dois antigos membros do S.T.A.R.S. pegarem imediatamente suas armas. Porém, não surgiu nenhum mutante. Dois canhões de luz surgiram no teto, projetando feixes azuis sobre uma espécie de plataforma hexagonal. Logo um holograma tomou forma, e era humana: Albert Wesker.

"Seu filho da mãe!" – exclamou Chris, apontando o rifle para o holograma.

"Ora, Chris!" – riu Wesker. – "Não me faça rir! Agora eu sou um holograma! Você não pode me matar!".

"É verdade mesmo, amor..." – murmurou Jill, se aproximando do inimigo holográfico, impressionada com a perfeição da imagem.

"Você está impressionada, Jill?" – sorriu Wesker. – "Este é o meu novo corpo. Ele não pode ser destruído nem por vocês, nem por ninguém!".

O casal admirou Wesker por um instante, tomado por rancor sem igual. O terrível capitão do S.T.A.R.S., que lhes havia causado tantas adversidades, estava novamente na frente deles, imponente.

"O que você quer?" – perguntou Chris.

"Bem, eu queria que vocês vissem meu novo corpo e também soubessem que seus amigos estão lá em cima, enfrentando mais perigos que vocês. Mas também há outro motivo".

"E que motivo é esse?" – indagou Jill, irritada.

"A Biocom soube que Deller tomou o laboratório infectando toda a equipe de pesquisadores com o T-Virus, coisa que não agradou a companhia nem um pouco. Mas eles são como a Umbrella. Não aceitam a derrota tão facilmente, e por isso enviaram um de seus homens".

"Um agente?" – perguntou Chris.

"Sim, um agente. A missão dele deve ser salvar o máximo possível da pesquisa e mandar Deller para o inferno, acho. Mas eu não quero que isso aconteça, muito menos Deller".

"E nós? O que temos a ver com isso?".

"Esse agente já está no complexo, porém ele está usando algum tipo de aparelho bloqueador que impossibilita que meus sistemas o detectem aqui embaixo. As câmeras podem até vê-lo, mas ele sabe muito bem onde elas estão posicionadas e até agora eu apenas consegui vê-lo descendo as escadas, vindo da superfície".

"E quem é esse agente?" – perguntou Jill.

"Eu não sei. A câmera não conseguiu focalizar seu rosto. E é aí que vocês entram. Se me informarem quem é esse agente da Biocom, se livrando dele em seguida, eu lhes direi como fazer para acessar a rota de fuga subterrânea".

"Então você quer que nós descubramos quem a Biocom mandou e em seguida, o matamos!" – exclamou Chris, nervoso. – "Que formidável, Wesker!".

"Eu detectei sinais de sarcasmo em sua voz, Chris!" – disse o Wesker azul.

"Você é um nojento, Wesker! Agora quer fazer chantagem, sendo que se não matarmos esse agente morreremos neste lugar! Esses seus joguinhos são patéticos, você não presta!".

"Bem, a escolha é de vocês. Ou façam o que pedi ou ficarão aqui, e eu ainda estou sendo bem generoso! Não se arrependam depois!".

"Wesker, você pode ao menos nos informar onde estamos?" – pediu Jill.

"Esta sala funcionava como uma espécie de central de comunicação e armazenamento de dados. Ainda há muito para explorarem! Por enquanto, até logo, e pensem na minha proposta!".

O holograma desapareceu, ao mesmo tempo em que as luzes se acenderam. Chris e Jill se fitaram nos olhos por um instante, pensativos. Estavam mesmo na palma da mão do antigo inimigo.

X - X - X

O refeitório estava vazio e revirado. Mesas e cadeiras viradas, sangue no chão... A cozinha parecia estar ainda pior, mas William e Linda não chegaram a entrar nela. Por sorte, nenhum mutante.

"Vamos investigar outro lugar!" – exclamou McDouglas. – "Não encontraremos nada útil aqui!".

"Hei, espere!".

Linda caminhou até um dos cantos do refeitório, onde havia um papel jogado no chão. Apanhando-o, ela leu o que estava escrito em voz alta:

Ordens para a Unidade Alfa – Altamente Confidencial.

Não é possível mais adiar. Emanuel Deller traiu nossa confiança e uma operação deve ser realizada para reaver nossas pesquisas e eliminá-lo. As seguintes ordens devem ser cumpridas no complexo subterrâneo:

Encontrar os relatórios de pesquisa feitos nos últimos seis meses. Eles provavelmente estarão no Setor Beta.

Copiar os dados dos mutantes num disquete usando o computador da Sala de Experimentos, Setor Beta.

Eliminar Emanuel Deller, acionar a autodestruição e escapar pela rota de fuga subterrânea.

Grande cuidado deve ser tomado em relação aos mutantes, pois além dos "zumbis" e outras aberrações criadas pelo T-Virus, Deller soltou algumas de nossas criações pelo laboratório. Aplique tudo que aprendeu no treinamento quando confrontar uma dessas criaturas.

Jack Zenan, Chefe do Setor de Segurança da Biocom, 1/10/08.

"Quem é Unidade Alfa?" – estranhou William.

"Não sei, mas creio que cedo ou tarde iremos descobrir!".

E o casal deixou o refeitório.



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