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História Argo: O tornado Austero. - Lonios


Escrita por: JonquilTrovador

Capítulo 5 - Lonios


Fanfic / Fanfiction Argo: O tornado Austero. - Lonios

A garoa descendia dos céus como era de costume na face Swadiana {O reino da neblina} como era chamado comumente. Chuvas a maior parte do ano no verão e outono, densas neblinas no inverno e um sutil sol matutino na primavera com flocos de neve estiando das neblinas frias e invernais.
Um leve chuvisco chamuscava a cota de malha enquanto humedecia o sobretudo branco entreamado com um dragão azul bordado no peito.  
Sor Lonios Gillus embainhava a espada media na bainha do para-lama da sela de seu cavalo de guerra enquanto seu escudeiro carregava até o garrano a bagagem de seu arsenal pessoal: Uma alabarda de campeão com um guarda mão côncavo em bacinete cônico, uma espada longa de aço, uma espada bastarda e três broqueis além de um escudo amêndoa com o dragão azul tingido. Além disso, tinha também um corcel branco de corrida para o escudeiro e outro corcel marrom para reserva além do garrano de carga. As tropas já se organizavam em trios de cavalaria no portão norte de Praven, três cavaleiros regionais haviam aderido à causa fornecendo suas reles tropas de não mais que vinte ou quinze soldados em função de somar com a guarda da cidade, ou o que sobrou dela, para ser o destacamento real.
A fileira somava duzentos soldados sendo a maioria deles infantaria e besteiros mal treinados. Eles se organizavam para viajem e o dúbio acinzentado cenário tornava o dia em Praven em somente mais um dia em Praven.
-Mi lorde- Disse Alfie o escudeiro se aproximando trazendo consigo o corcel de guerra- Partiremos de imediato?
-Sim- Disse Lonios- Tome teu cavalo, somemos as fileiras.
-Sim meu senhor.
A alameda do portão norte era de terra batida e transformava-se em rios com o suco da chuva cinza que caia, as tendas de comerciantes e mercados ao longo dela se escondiam nos sombrios muros das muralhas com animais e crianças correndo pela chuva até chegarem em elevações para poderem fitar as linhas de batalha.
-Observam-nos como se fossemos algo- Disse Lonios.
-Eles possuem patriotismo mi lorde, honra à nação e ao rei- Confortou Alfie.
-O rei está longe reclamando para si um país que não têm direito, o povo a nada tem e se perdermos a nada terá.
A resposta fez Alfie engolir seco e continuar a marcha se adequando a cavalaria do destacamento, Lonios seguiu a frente dos duzentos com o escudeiro hasteando seu estandarte acima dos demais. Na ultima fileira de infantaria conde Deglan mantinha sua bandeira de ondas simétricas em fundo amarelado tremeluzindo sob destaque para as cinquenta tropas disponíveis que forneceu de seus feudos próximos a Praven, mais a frente conde Clais com o estandarte amarelo areia e vermelho carmim transpassado por um arco se sustentava a viva imponência com o maior numero de tropas fornecidas. A ultima linha do destacamento regional ficava com meros vinte ou trinta bandoleiros fornecidos por conde Rafarch do leão galês e somente estavam ali por intermédio de Tirian o filho único do mesmo, este que estava na cidade para iniciar seus dias de corte.
Os demais estavam sobre o leão negro rugindo ao fundo vermelho carmim da família real Portarlington.   
Quando passaram pelos portões Lonios avistou dezenas de Pravianos os observando havia ferreiros, crianças e velhas com cestos em mãos. Os besteiros nas ameias fitavam com olhares transpassados e por vezes fortuitos. Lonios, Alfie e os representantes dos condes Clais, Deglan e Rafarch se colocaram sobre a colina além das amuradas para reger a formação de viajem, o dia estiou e um tímido sol amarelo reluzente matinal se dobrava a face de Lonios quando se preparava para mostrar os planos aos demais generais.
-Meus senhores- Anunciou Lonios- A formação de trajeto se dará...
Ele se interrompeu quando observou que Vadym não estava entre eles, não se daria ao luxo de seguir sem o mesmo “Novamente se perde...” -  Senhores peço desculpas, mas tenho de ir ali, continuem a reger as escaramuças.
Com os generais e o escudeiro para trás Lonios esporeou o corcel de guerra através da planície em volta da capital, passando pelo bosque arborícola em volta das muralhas Pravianas e saindo sobre colinas verdejantes ascendendo e descendendo por depressões erosivas minimalistas e dúbias. O sol há tal hora já era calmo, contudo estridente. Eis por fim que em vinte minutos ou mais chegara a uma reclusa e deteriorada capela em meio a toda planície e floresta. O sol da manhã reluzia sobre as pedras melancólicas e torres depredadas pelo tempo, os vitrais que contavam toda historia de nosso senhor, mesmo rachados ou perfurados não perdiam o encanto e o eco dos cânticos. Lonios amarrou o corcel em um poste dentro do jardim esquecido à frente da igreja, ao descer se dirigiu até as portas de madeira podre pelos tempos e musguenta pelas chuvas. Atravessou por dentro do recinto onde dezenas de bancos destruídos eram fraternais com o piso abatido e os degraus até o púlpito com raízes enraizadas através das fissuras, o telhado estava parcialmente destruído no leste do espaço e as telhas de barro descansavam eternamente entre os destroços, as colunas mantinham o resto do teto em arco com semelhança de sua abóboda com a celeste e no fim além da cruz de cristo no paredão terminal se revelava uma pequena porta por onde Lonios seguiu até estar no silencioso e esquecido jardim de outrora, atrás do convento. Quando passou pela porta avistou Vadym sentado no chão com a mão sobre os joelhos fitando o além de suas memorias com os olhares amarelados e fixos no bosque além deste.                               –Vós perdestes meu discurso de guerra- Falou Lonios se aproximando a lentos passos pelos degraus do jardim- Escrevi muito bem dessa vez.
-Já vi dezenas de teus discursos, sei muito bem de que tu podes fazer algo inspirador.
-Eles iriam ter que aderir sendo as falas ruins ou boas, mas cristo deu-me capacidade para lutar e pensar tal como transmitir em falas e letras no que diz respeito ao assunto de guerra.
-A guerra muitas vezes mostra-se como um veemente desejo fisiológico- Disse Vadym com seus longos e trançados cabelos encaracolados hasteando ao vento- Tal como o sexo, a fome e o sono são necessidades que todo homem ou mulher tenha em vida. Em algum lugar do coração, mesmo que não sejamos honestos para admitir, disfarçamos em nós um incansável desejo pela violência.
-De fato- Lonios teve de concordar, nunca tinha visto só que dessa vez percebera que estava animado para confrontar os pagãos no norte, era bom matar os inimigos de Deus e de si próprio, concluiu que uma vida de politica e paz eram em grande quantidade monótona. Há dez anos esteve com as tropas de Harlaus na Itália nas guerras papais e não podia dizer que estava menos ansioso hoje do que no dia em que os senhores de vila pregaram os cartazes de contratos voluntários para se alistar nas escaramuças, na época era simplesmente um camponês de estrada filho de um veterano falecido eis que chegou a uma vila de nome Elberl e lá fez seu destino.
-Nós- Disse Vadym- Somos carniceiros, buscamos podridão e buscamos os prazeres da carne.
Uma pausa se instalou... Em tudo ali e no mundo somente se ouvia o cantar dos pássaros e som das folhas tremeluzindo com o vento do mar e a doce melancolia do calmo sol além da campina.
-O que você quer Vadym?- Disse Lonios- qual seu objetivo na vida?
Vadym o olhou com uma face tristemente alegre.
-Áh- Tremeluziu- A pergunta que vale ouro, no ministério do conselho todos acreditam que sou um grande conspirador, aquele que move a maquina politica de Praven (Todos menos você) O que o grande conspirador quer?- Vadym olhou novamente paras as florestas- Eu busco a simplicidade, busco a paz e busco fazer a paz e a prosperidade. Não é a toa que decidi juntar-me a ti nessa investida contra os nórdicos, se me sobressair poderei então exigir um feudo a meu pai.
-Acha que darás a ti um castelo?
-Não, irá me dar uma vila qualquer nas florestas, eu como tal farei essa vila ser um exemplo de que no homem ainda á humanidade...             
                   



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