História Ariel [Taekook] - Meu mar

Aqui sentado na areia olhando o mar, nada vem a minha mente além de Taehyung indo embora com aquele desconhecido. Lágrimas. Suspiros. Sinto-me acabado por dentro, nunca imaginei que deixá-lo doeria tanto, nem sequer pude lhe dar a pelúcia que havia comprado no aquário.

Sei que Jimin e Seokjin estam preocupados comigo, já me ligaram tantas vezes que perdi a conta e ainda sim, tudo que penso é se o garoto do mar está bem, se não lhe fizeram mal. Mais lágrimas. Mais suspiros. Quero te abraçar Taehyung, ouvir sua voz e ver seu sorriso. Volte para mim.

Algumas horas antes

Corri desesperado para casa, não sabia o que fazer, estava tonto e um sentimento de culpa me consumia, meu ruivinho fora levado e a culpa é toda minha, jamais deveria tê-lo deixado só.

Cheguei exausto em casa, não havia ninguém lá, apenas eu e a tristeza que me engolia. Jimin havia saído com seu "crush” da faculdade — Hoseok —, mesmo insistindo que não era um encontro, ninguém troca de roupa doze vezes apenas para encontrar um amigo. Espero que eles descubram o sentimento que um sente pelo outro, torço para que fiquem juntos e pensando bem, eles fazem um casal bonito.

Subi para o quarto e tentei recuperar me um pouco, não sabia para quem pedir ajuda e não queria estragar o encontro do meu amigo. O celular tocou, como mágica um nome apareceu na tela “Jin chamando” único que podia me ajudar.

— JIN — atendi aos gritos, minha voz era um misto de desespero, alívio e raiva.

— Calma...o TaeTae está aí? — perguntou Jin.

— Eu sou um idiota...é tudo culpa minha Jin...e-eu...e... — não consegui terminar a frase, as lágrimas de culpa eram dolorosas como espadas me cortando.

— Fica calmo Jungkook. O que aconteceu? — ele falou-me calmamente, numa tentativa de entender a minha frase confusa.

— Gerpardos...Taehyung — foi tudo que saiu da minha boca.

— Droga! Estou indo para aí. — desligou.

Alguns minutos após, a campainha tocou e não fiz questão de atender, não que eu não quisesse, era só porque não conseguia sequer me levantar. Jin me mandou uma mensagem pedindo para que eu abrisse a porta, mas eu respondi que ele podia entrar direto. O barulho da porta abrindo soou no andar de baixo e imaginei ser SeokJin, ele subiu as escadas e chamou por mim, apenas gritei de volta indicando que estava no meu quarto. A porta foi aberta e uma silhueta entrou por ela.

— Jungkook o que aconteceu?! — Jin veio até mim.

— Taehyung foi levado... — suspirei pesado — a culpa é minha hyung.

— Vai ficar tudo bem. Vamos resgatá-lo. — ele disse convicto.

— Se eu não tivesse deixado ele sozinho...

— Me explica direito.

Me levantei do chão e sentei-me na cama, contei tudo para o mais velho e ele ficou em silêncio, apenas escutando a história.

— A culpa não é sua, você só queria agradar ao Taehyung. Vamos descer, quero te apresentar alguém, ele vai nos ajudar a encontrar o TaeTae.

Assenti e desci acompanhando o hyung, lá em baixo tinha um homem alto, cabelo roxo e ele sorriu mostrando suas covinhas, assim que viu Jin.

— Jungkook, esse é meu marido, Kim Namjoon. — Ele é bem diferente do que imaginei. — Amor, esse é o cara que falei para você, Jeon Jungkook.

— É um prazer conhecê-lo. — me cumprimentou Namjoon.

— O prazer é meu.

Jin lhe explicou a situação e pediu que Namjoon nos ajudasse, ele concordou, principalmente por Taehyung ser um tritão como SeokJin, ele sentiu o dever de ajudar a trazê-lo de volta.

— Já sei quem devemos procurar, Chanyeol pode nos dar informações. — disse o de cabelo roxo, levantando-se do sofá.

♥Ariel♥

Entramos em um bar agitado, pessoas se agarrando e cheiro de álcool e cigarro pairava forte pelo ar. Segui Namjoon que parecia despreocupado, talvez já estivesse acostumado a esse tipo de lugar. Chegamos em uma mesa, um cara de cabelo cinza beijava uma garota que estava sentada em seu colo e atrás dele uma outra mulher fazia carinho e chupava seu pescoço. Bizarro.

— Olá Min-Ho. Cadê o Chanyeol?

— Uou...o que temos aqui, Kim Namjoon. Já faz muito tempo desde que te vi. — respondeu o acizentado, sua voz era puro sarcasmo.

— Me poupe das suas gracinhas. Preciso falar com o Chanyeol, é urgente. — Namjoon falou autoritario, seus olhos encaravam os do outro, sem exitar ou desviar.

— Você perdeu seu direito de falar conosco há muito tempo quando se envolveu com a mercadoria. — fechei os punhos de raiva, para eles SeokJin era uma mercadoria, assim como Taehyung também.

— Ok. Então Seung Joo vai saber do dinheiro desviado dele, é claro “anonimamente”.

O tal Min-Ho ficou estático, parece que aquela informação deveria ser um segredo.

— Me sigam.

Subimos uma escadaria e o acizentado falou algo para um dos seguranças da porta, que abriu a mesma dando-nos passagem. Ao entrar na sala, um cara de aparência jovem estava sentado em uma cadeira, apoiando seus pés na mesa.

— Park Chanyeol — o rapaz deu um pulo assustado, parecia ter visto um fantasma.

— Namjoon? O que faz aqui? — perguntou o Park.

— Preciso de uma informação. — respondeu, enquanto eu apenas ficava em silêncio observando tudo. Prefiro não me meter em assuntos alheios.

— E por que eu te daria uma?

— Porque somos amigos. — disse Namjoon.

— Aqui não existe amizade, pensei que soubesse disso.

— Uma informação por outra informação.

— Como assim? — perguntou-lhe Chanyeol com o cenho franzido.

— Sei onde está Byun Baekhyun.

Ele pareceu pensar.

— Prossiga — respondeu por fim. Conseguimos.

♥Ariel♥

Dirigimos até um beco escuro, tudo estava deserto. Entramos no que aparentava ser uma casa noturna, porém dentro dela, atrás do balcão de bebidas existia uma porta que levava a um túnel subterrâneo.

Um guarda nos deixou entrar depois que Chanyeol falou com ele através do celular. Parece que os únicos que tinham acesso ali eram pessoas importantes e influentes que compravam seres místicos no leilão. O guarda de antes desejou nos boa sorte, segundo ele o leilão daquela noite era especial, os Gerpardos tinham uma mercadoria especial. Bufei irritado me segurando para não socar aquele cara, Taehyung não é uma mercadoria.

Havia muitas pessoas ali, a maioria usavam máscaras não conseguia ver seus rostos, eles eram pessoas de status e ninguém podia descobrir que frequentavam um lugar como aquele, um mercado negro. Outros não usavam máscaras, segundo a explicação de Namjoon eles eram funcionários que faziam negócios para senhores muito ricos que não querem se expor.

Jin havia ficado no carro, seria arriscado demais trazer um tritão para um leilão desse. Eu e o de fios roxos usávamos máscara para não sermos reconhecidos, sentamos em uma cadeira e esperamos darem início aos lances.

Passou um lobo, uma ninfa e diversos outros seres que até então só conhecia por lendas. Nada de Taehyung, fiquei preocupado. Terminou o leilão e nada do ruivo, comecei a ficar desesperado. Talvez havíamos sido enganados?

— Vamos para aquela porta. — Namjoon me arrastou por um corredor, onde no final tinha uma porta de madeira com aparência desgastada.

Quando íamos girar a maçaneta, a porta foi aberta e dela saiu um homem, alto, cabelos castanho escuro e bom porte físico. O mais assustador, era que ao lado dele estava Taehyung, ele o acompanhava em silêncio.

Namjoon comentou alguns minutos antes de chegarmos que dependendo do cliente e da valia da mercadoria, eles faziam um acordo pessoalmente, sem lances.

— Taehyung — corri até ele que me olhou assustado. Que se dane tudo, só preciso abraça-lo.

— Você o conhece Tae? — perguntou-lhe o desconhecido.

— Sim... — Taehyung respondeu.

— Eu vim buscar ele e levá-lo de volta para casa. — falei ao homem.

— Sinto muito, Taehyung é meu agora. Estamos indo para casa, com licença.

Entrei na frente dele e o empurrei irritado. — Já falei que eu vim lhe buscar, ele não é seu e nem de ninguém. O Responsável por cuidar dele sou eu.

O cara ficou em silêncio e olhou para Tae.

— Você escolhe Taehyung, você é livre para fazer o que quiser. — ele disse.

— Vamos TaeTae, vamos para casa.

— Desculpa Kookie. TaeTae não pode. — Taehyung me respondeu e fiquei sem reação. — Seja feliz, Jungkook é lindo dentro e fora. — ele me abraçou, tirou seu colar e colocou em meu pescoço.

— Taehyung...eu...por que? — eu chorava, não conseguia mais controlar e nem esconder as lágrimas. Namjoon e o cara que comprou Tae apenas observavam quietos.

— Obrigado por cuidar do coração de TaeTae, diz isso para o Jimin e o Jin hyung também. Você é o meu mar. — ele beijou meu rosto. — Vamos Bogum hyung.

Não entedi nada, mas acompanhei sua silhueta indo ao lado daquele homem, me deixando quebrado para trás. Não Taehyung você é o meu mar, como uma onda você me bagunçou, me afogou com sua inocência e bondade e agora se foi com um desconhecido, levando meu coração junto.

Sai correndo sem olhar para trás e andei pelas ruas desertas, ouvi Jin e Namjoon me chamarem, mas não liguei. Jimin me mandou mensagens e ligou, não atendi. Desliguei o celular e fui até o único lugar que sentia vontade de ir, o lugar que jamais pensei que seria meu refúgio, a praia.