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História Armadilhas do Amor - Amigos


Escrita por: NessaFN

Notas do Autor


Hello, mais um capítulo, enjoy

Capítulo 28 - Amigos


Fanfic / Fanfiction Armadilhas do Amor - Amigos

Contorno a pista de dança, evito olhar para os lados, quem estiver me observando deve pensar que eu estou muito encantada com meu par de sandálias de salto alto.

De cabeça baixa eu me dirijo para a saída do salão de festas, os dois armários –seguranças- enfiados em ternos pretos dizem algo ríspido quando eu passo por eles, eu dou de ombros, sem realmente prestar atenção no que disseram e saio do salão.

A suave brisa da noite sem estrelas acaricia a minha face, eu fecho os olhos para apreciá-la melhor e tentar colocar a minha cabeça ordem.

Durante todos esses anos eu pensei que a minha primeira vez tivesse sido mágica, inesquecível, que tivesse sido com o Kiba, mas durante todos esses anos eu estive redondamente enganada, a minha primeira vez foi uma experiência terrível e não foi com o Kiba e sim com o Sasuke, o senhor jabuticabas foi quem tirou a minha virgindade!

-Tcs... Abro os olhos e pigarreio para limpar a garganta. –Como encararei o Sasuke depois dessa descoberta?

Decido que não devo me preocupar com isso agora, a passos rápidos, mas graciosos eu me encaminho para o estacionamento e chegando ao local eu me lembro de que não estou de carro. Droga!

Solto uma baforada de ar pela boca e olho com inveja para aqueles inúmeros carros caros estacionados ali. Eu posso roubar um deles. Com a mesma rapidez que este pensamento surge ele desaparece.

Maneio a cabeça, não faço ideia de como surgiu esse pensamento, talvez eu tenha uma faceta marginal, que sempre esteve a espreita com suas mãozinhas traiçoeiras enfiadas em luvas pretas e seu rosto bonito –idêntico ao meu- oculto por uma toca, com buracos para seus olhos e boca.

Não seja ridícula Ino, é apenas o desespero falando por você! Suspiro brevemente e opto por chamar um uber, olho para a minha mão esquerda e depois para a minha mão direita. Merda! As minhas mãos estão vazias. A nécessaire está no carro do Sasuke, vou ter que arromba-lo.

Como uma delinquente eu caminho até o Toyota C-HR revealed -eu o chamo de Toyota prata, é mais fácil- eu não irei realmente arrobá-lo, apenas verificarei se as portas estão devidamente trancadas e se sim eu me  sentarei em seu capô e esperarei com que a festa acabe, com certeza eu estarei mais calma e conseguirei encarar o senhor jabuticabas com naturalidade.

Porém eu sou uma anta e esqueço completamente de um pequeno detalhe, carros caros possuem alarme, é por isso que quando eu tento forçar a porta do veiculo, o alarme é ativado, ele soa e entrega minha posição.

...

Imediatamente a porta do motorista do carona estacionado ao lado do Toyota prata se abre e por ela sai uma garota miúda, dona de longos e negros cabelos escorridos.

Pela face amassada a Kumiko estava cochilando e pela expressão de poucos amigos recém-adquirida na face alva dela, eu atrapalhei este cochilo.

-O que aconteceu, tentaram roubar o carro? Kumiko pergunta impassível, se ela está preocupada ou amedrontada com o possível furto, Kumiko consegue camuflar com perfeição essas emoções.

-Não. Respondo meio abobada, eu estou assustada com a repentina aparição dela, a última vez que a vi, Kumiko estava dançando com um cara muito mais alto que ela, se bem que se comparado a Kumiko todos são muito mais altos. –Eu é que me encostei a ele sem querer. Concluo constrangida.

Kumiko assente e volta para o interior do Opala diplomata 2016, minutos depois Kumiko retorna para o exterior e noto uma chave de carro em uma de suas mãos.

Ela aperta um dos botões do controle acoplado a chave e no mesmo instante o alarme é desligado.

Eu olho intrigada para Kumiko. Ela tem a chave do carro do Sasuke? Por quê?

-Esse Toyota é meu Ino... Kumiko responde a pergunta que eu não fiz, parece até que ela invadiu a minha mente e leu meus pensamentos. –Eu o emprestei para o Sasuke, mas não sou louca o suficiente para deixar as chaves nas mãos dele o tempo todo, aquele garoto é muito imprevisível.

-Ah. Abro a boca e ah é a única coisa que sai pelo menos agora algo faz sentido, o carro não é do senhor jabuticabas, por isso eu nunca o vi com ele. Mas se o Toyota é dela, de quem é o Opala? Não consigo conter minha curiosidade, deve ser as doses de catuaba falando por mim. –E de quem é o Opala? Pergunto olhando para o carro preto, no qual minutos atrás Kumiko tirava um cochilo.

-Ele também é meu... Kumiko diz banalmente. Ah claro, de quem mais seria? –Eu tenho uma única paixão na vida, carros, e por isso eu os coleciono! Os olhinhos puxados da Kumiko brilham excitados. Ricos e seus hobbies! É a única coisa em que eu consigo pensar. –Mas o que veio fazer no estacionamento, como eu você cansou de se socializar?

-É, mais ou menos isso. Digo afobada.

- Te entendo, as festas da minha família costumam serem um pouco entediantes... Kumiko faz uma careta engraçada, gira nos calcanhares a acena uma de suas mãos. –Vou voltar para o meu cochilo Ino, divirta-se.

Eu a chamo antes que ela retorne para o interior do opala preto, lentamente ela se vira e torna a ficar de frente pra mim.

-O que foi? Pergunta.

-É que eu quero chamar um uber, mas o meu celular está dentro da minha nécessaire e ela está dentro do Toyota, será que você poderia abrir a porta pra mim? Kumiko assente e abre uma das portas da frente do carro prata.

A minha necessaire está jogada sobre o banco do carona, eu apanho a pequena bolsa e Kumiko fecha a porta do Toyota.

-Obrigada. Agradeço pelo favor.

-Por nada. A expressão de indiferença dela chega a ser irritante, acho que essa é uma característica da família Uchiha. –Ino você quer uma carona? Kumiko oferece e antes de responder eu ouço uma vozinha em minha cabeça, ela diz que não se deve aceitar carona de estranhos. A Kumiko é prima do Sasuke e é uma mulher menor do que eu, nem se ela quisesse conseguiria fazer algo comigo!

Segura de mim eu aceito a carona e entro no Opala preto.

...

Percorremos todo o caminho do salão de festas ao prédio onde moro em um completo silêncio e cá entre nós o caminho é bem longo.

Eu não tenho o que compartilhar com a Kumiko, meus pensamentos são perigosos, temo que no meio da nossa conversa eu diga algo do tipo –sabia Kumiko que eu perdi a minha virgindade com o seu primo e que essa experiência não foi nenhum um pouco prazerosa? O coitado do Sasuke estava tão perdido, que fico surpresa dele ter conseguido enfiar no buraco certo- Meu Deus é imensuravelmente melhor continuar em silêncio!

Kumiko para o carro em frente ao edifico de classe média baixa, eu levo a mão ao pino para destravar a porta do carona, no entanto não consigo o carro possui trava elétrica.

Forço um sorriso e olho para a garota sentada no banco do motorista, curiosamente ela também está me encarando, porém diferente de mim Kumiko não sorri, impulsivamente eu desfaço o meu sorriso.

-Ino isso é uma bosta, mas nós duas precisamos ter uma conversinha... No fundo eu sabia que não deveria ter aceitado a carona. –Eu perderei o meu tempo com essa conversa, porque aparentemente você é importante para o Sasuke, tanto que aposto esse Opala que quando você checar o celular encontrará inúmeras chamadas perdidas do meu primo... Sinto as bochechas quentes, eu deveria ter avisado ao senhor jabuticabas que estava indo embora.

-Eu sei que deveria ter avis... Começo, mas Kumiko não permite.

-Não se preocupe, eu avisei que te deixaria em casa... Ela diz e passa a tamborilar ambos os indicadores no volante. –Enfim, Ino ouça bem o que eu vou te contar, quando o Sasuke era adolescente ele fugiu de casa, foi morar na capital... Assinto, Kumiko ergue uma de suas sobrancelhas, solta o volante e se vira completamente de lado no banco do motorista, suas estreitas jabuticabas –idênticas as do Sasuke- estão fixas em meus sem graça olhos azuis. –Você não me parece surpresa, conhece essa história? Ah merda, eu me esqueço de que as pessoas não sabem que eu li o diário amigo!

-Não, mas porque ele fugiu de casa? Eu me apresso em respondê-la, me esforçando ao máximo para parecer surpresa.

-Sasuke não se dava bem com os pais... Kumiko responde minha pergunta usando o mesmo tom banal, casual. Será que nada abala essa garota? –Enquanto morava na capital Sasuke conheceu uma garota... Engulo em seco. Não foi apenas uma, foram várias. Parece que eu sei mais da história do que a Kumiko. –Não vou detalhar porque não vem ao caso, mas a vadia acabou com ele, depois dela meu primo nunca mais foi o mesmo! Eu me remexo incomodada no banco do carona, pois há grandes possibilidades dessa vadia citada pela Kumiko, ser eu. O que aconteceu porra? –Sasuke nunca mais levou uma garota a serio, o mais próximo de um relacionamento amoroso que ele tem é uma amiga ai, mas essa amiguinha quer muito mais do que apenas amizade, somente o idiota do meu primo não consegue enxergar isso! A forma como a Kumiko se refere à amiga do Sasuke, deixa claro que ela não gosta da tal amiga. Será que a amiguinha é a Karin? Jogo o verde.

-A Karin com certeza quer mais do que amizade com o Sasuke! Comento, Kumiko me parece confusa.

-Karin? Quem é essa?

-Ela é nossa colega de faculdade, Sasuke e ela estavam saindo. Agora eu é que estou confusa e então me lembro do Naruto me contando sobre as outras minas com quem o senhor jabuticabas também tem um lance. Talvez seja uma delas.

-Estavam é? Kumiko pergunta e eu assinto. –Essa é nova, porém não é importante, se fosse o Sasuke teria me contado, em todo caso não é dela que estou falando, a vaca em questão não mora nessa cidade, qual é mesmo o nome dela? Kumiko faz uma pergunta retorica, leva uma de suas mãos ao queixo, franze o cenho, fazendo com que um vinco se forme entre suas sobrancelhas, quase inexistentes. –Que bosta, eu e a minha mania de não me lembrar dos nomes das pessoas que eu não gosto... Kumiko estala a língua e retira a mão do queixo. –É o nome de uma flor, mas eu também não gosto de flores... Kumiko faz uma careta e eu me pergunto o que ela diria se soubesse que eu trabalho em uma floricultura? –A que se dane, o nome dela é o de menos, o que quero dizer Ino é que eu não sei o que está rolando entre você e o meu primo, mas desde que ele te conheceu há alguns meses, que eu só ouço falar de você e particularmente agora eu entendo o porque, é bonita e legal, gostei de você...

Kumiko tenta sorrir, mas falha miseravelmente, o sorriso dela chega a ser pior que o meu sorriso estilo macaco feliz.

 -Eu dividi as minhas catuabas com você, não faça com que eu me arrependa, não imite a garota da capital, não machuque o meu primo!

...

“Não machuque o meu primo.” –Ela disse- Eu não sabia que o Sasuke precisava de uma babá ou no caso -como se trata da Kumiko- uma pinscher 0 como cão de guarda.

Apesar de não ter gostado da intromissão dela, a Kumiko tem razão, eu não posso machucar o Sasuke. Céus tomara que eu não seja a tal vadia de anos atrás.

*

Essa música invade o apartamento, provavelmente os vizinhos de cima estão dando uma festinha. Na ultima reunião do condomínio – na qual eu não compareci- a maioria dos inquilinos concordou que músicas altas são permitidas apenas aos sábados, das 18 às 22 horas e olhem que maravilha, ainda não são 22 horas, por isso não posso reclamar da musiquinha que não está melhorando em nada o meu humor.

“A vadia acabou com ele.” –Ela disse- essa é a segunda vez que eu sinto uma enorme vontade de pegar o senhor jabuticabas no colo e nunca mais soltá-lo, ele é o meu amigo, ele é o meu Sharingan666. Do fundo do meu coração eu espero não ser a vadia que acabou com ele.

Um amigo com quem você perdeu a virgindade! Obrigada vaquinha por me lembrar deste detalhe, cara eu preciso muito conversar sobre isso com o Sasuke, o problema é que eu nem sei por onde começar.

E quanto ao Kiba? Será que na nossa primeira vez ele notou que eu já não era mais virgem? Impossível! A maioria dos caras são leigos quanto à virgindade da mulher, é só dizermos que somos virgem e pronto, acreditam. Claro que há exceções, mas não acho que o Kiba seja uma.

Mas e se ele de alguma forma soube? Estalo a língua, não adianta encher minha cabeça com isso, não é como se eu pudesse chegar no Kiba e dizer – Kiba você se lembra daquela vez em que você achou que estava me desvirginando? Pois é, esqueça, isso não aconteceu, o Sasuke chegou antes e ele é quem me deflorou primeiro.

É melhor deixar as coisas como estão, com o Sasuke pensando que foi o meu primeiro – e ele realmente foi- e com o Kiba também achando que foi o meu primeiro. Como eu pude me esquecer de algo tão importante?

...

Parece que a festinha no AP de cima terminou ou eles simplesmente diminuíram o volume do som.

Sozinha no apartamento, em um absoluto silêncio, eu me sinto mal, normalmente eu gosto de ficar sozinha -por um curto período de tempo- porém agora eu estou sentindo uma necessidade enorme de ver pessoas, de contato humano.

Retiro o meu cel da nécessaire, eu vou ligar para o Deidei e perguntar onde ele está, entretanto Kumiko estava certa, realmente há varias ligações perdidas do senhor jabuticabas.

Sasuke desculpa ter ido embora da festa sem te avisar a sua prima me deu uma carona eu estou bem e segura no AP, depois conversamos. Envio uma mensagem para ele no whats, Sasuke visualiza e me responde com um misero beleza. Ele deve estar chateado comigo.

Antes que eu saísse do whats uma nova mensagem chega e está mensagem faz com o eu abandone o sentimento de culpa e fixo meus pensamentos apenas na mensagem que acabei de receber.

Vamos tomar café? Boquiaberta eu leio a mensagem que o Gaara me enviou, é inacreditável, o cara some por dias e ai do nada me manda uma mensagem, sugerindo sexo casual? E pensar que eu perdi uma noite de sono por causa dele!  O que o senhor hipnotizante olhos verde pensa que eu sou, uma maluca que transou com ele sem ao menos conhecê-lo? E o pior é que eu sou exatamente isso.

Agora? Pergunto á ele e Gaara não demora a me responder.

É. Leio a resposta dele e por mais que o meu lado racional implore para que eu o ignore, é tarde de mais, meus dedos assanhados já digitaram uma resposta e a enviaram.

** Eu sei que quando o celular toca só pode significar uma coisa você precisava do meu “amor” kkkk. Faço uma brincadeira, juntei trechos de uma das músicas preferidas do Darui e enviei.

Nossa porquinha eu apenas te convidei para um inocente café, que tipo de cara você acha que eu sou? Eu sou um moço de família! Leio a mensagem dele e não consigo segurar a risada. Que idiota cara. Rio alto.

Ah me desculpe se eu o interpretei mal, é claro que eu adoraria tomar um café  inocente com você, estou sozinha no AP, você vem pra cá? Envio está mensagem acompanhada do emoticon de sorriso maroto.

Não sei, eu sozinho com uma garota linda no AP dela? Não me parece certo.

Claro que é certo afinal como você mesmo disse é apenas um café inocente. Gaara me responde com vários k e antes que eu lhe envie algo, ele me envia outra mensagem.

Passe o seu endereço? Como assim me passe o endereço?  Gaara já me deixou em casa, ele deveria se lembrar do meu endereço! É melhor ignorar essa parte, envio o endereço para ele.

Ok eu estou a caminho. Ele me responde e eu saio do whats.

Eu me levanto da poltrona e rumo para a cozinha, tenho que coar o café, pois por mais estranho que possa parecer, hoje eu não estou com vontade de dar o meu “amor” para o Gaara.

...

O senhor hipnotizante olhos verde é muito bonito, mesmo depois de vê-lo tantas vezes eu não consigo me acostumar com a beleza peculiar dele. Droga, eu estou parecendo aquelas garotinhas inseguras, se recomponha mulher, ele é bonito, mas você também é, não precisa idolatrá-lo!

-Boa noite. Eu cumprimento o cara ruivo parado do outro lado da porta.

-Boa. Gaara retribui o cumprimento. Caramba a voz dele é muito igual a do Shika!

-Você gostaria de entrar e tomar uma xícara de café? Pergunto brincalhona, ele sorri de lado e eu impeço um estupido suspiro de escapulir pela minha boca.

-Depois de você porquinha! Gaara me responde divertido e entra no AP.

Ao ouvir o meu apelido de infância eu me lembro que aquele ser másculo me enganou e não penso duas vezes para tirar isso a limpo com ele.

-Você sabia Ga... Travo no meio da frase, ele não pode saber que eu já sei o nome dele, se não ele perguntará como eu descobri e eu não quero parecer ridícula por ter perguntado sobre ele para o Shika e se um dia Shikamaru me dedurar eu irei negar até a morte – será a palavra dele contra a minha-. –Você sabia senhor hipnotizante olhos verdes... Recomeço a frase e Gaara solta um riso fraco. –Que porquinha é o meu apelido de infância?

-Sério? Eu não sabia, que coincidência eu ter escolhido como codinome logo o seu apelido de infância! Gaara diz surpreso, de duas uma, ou ele é um ótimo ator ou ele realmente não sabia disso.

-Sim essa realmente é uma coincidência engraçada, mas o que não é engraçado mocinho é você ter dito que eu ronco e por isso o apelido... Ralho com ele e levo ambas as mãos para minha cintura, Gaara leva uma de suas mãos à nuca. –O Deidei garantiu que eu não ronco e se ele disse isso é porque é verdade!

-Culpado... Gaara ergue as mãos acima da cabeça em sinal de rendição. –Mas quem é Deidei?

-Um amigo e essa não é a questão, se eu não ronco por que você escolheu porquinha como o meu codinome, explique-se? Não diga que me conheceu há 6 anos, chega de fantasmas por favor!

Gaara repuxa seus lábios em um singelo sorriso e olha rapidamente para o retrato do casal aleatório sobre a mesinha do telefone, por um momento eu penso que ele perguntará quem é o casal, mas isso não acontece.

-O seu amigo está certo porquinha... Os belos olhos verdes estão fixos nos meus. –Eu menti você não ronca. O sorriso singelo continua a brincar nos rosados lábios dele, eu queria que Gaara me contasse a piada para que eu também pudesse sorrir.

-Então porque você escolheu me chamar de porquinha? Pergunto afoita, sinto uma gotícula de suor na minha testa, a seco com minha mão direita. Não diga que a gente se conheceu há 6 anos.

Eu evito olhar para os cabelos vermelhos do Gaara, cabelos vermelhos me lembram Sasori e vários sentimentos ruins acompanham este nome.

-Você não sabe? Gaara pergunta usando um tom de voz arrastado, sexy, hipnotizada pelos olhos dele eu maneio a cabeça, sorrindo sacana Gaara se aproxima. –Que pena... Eu não consigo me mover um milímetro, as mãos dele me envolvem pela cintura e me puxam, meu corpo se choca com o dele. –Então talvez um dia eu te conte! Ele me beija com voracidade. Filho da puta! Penso enquanto retribuo o beijo e embrenho as mãos nos cabelos macios dele.

...

-Você está linda... Gaara comenta ofegante, quando encerramos o beijo em busca de ar. –Isso tudo é pra mim? Ele me olha da cabeça aos pés.

-Não. Respondo sem hesitar e sorrio de lado, Gaara estreita os olhos.

-Não? Ele solta a minha cintura e se afasta alguns passos. Isso é ciúmes? –E pra quem foi? Cara é ciúmes! Não evito o largo sorriso. Quando foi que nós ficamos tão íntimos?

-Você não sabe? Pergunto provocativa, Gaara revira os olhos e eu me encaminho para a cozinha, rio sapeca ao ouvi-lo arrastar os sapatos no piso atrás de mim. –Você tem os seus segredinhos e eu tenho os meus talvez um dia eu te conte!

-Vai brincando porquinha! Gaara comenta divertido as minhas costas.

...

Eu estou sentada virada em direção a porta de entrada do AP, ficando de frente para o Gaara. Inacreditavelmente nós estamos apenas conversando, tomando um inocente café e essa é uma sensação aconchegante.

-Eu nasci e cresci na cidade da Cachoeira... Parece que a maioria dos caras que eu conheço nasceram na cidade da Cachoeira, Sasuke, Shikamaru e agora o Gaara, cidade da Cachoeira, berço dos homens bonitos! –Sou o caçula de três irmãos, quando mais novo eu era o filhinho da mamãe e por isso pouco amado pelos meus irmãos e meu pai não me dava muita atenção, ele trabalhava muito, minha mãe faleceu quando eu tinha 14 anos e então eu me tornei um adolescente rebelde.

-Sinto muito. Digo timidamente, Gaara assente e continua.

-Há quatro anos eu mudei para a Folha, curso direito e trabalho na oficina do meu cunhado. Igual ao Shikamaru ele também cursa direito? –Sua vez - Gaara diz atrapalhando o meu raciocínio.

-Ok vejamos, eu também não sou da cidade da Folha, nasci e cresci na capital, segundo os meus pais eu sou um acidente, por isso eles não se preocuparam muito com a escolha do meu nome... Eu me aborreço quando Gaara não demonstra curiosidade a cerca do meu nome. –Eu tenho uma irmã mais velha e três sobrinhos, você tem sobrinhos? Pergunto tentando resgatar o interesse dele em mim, em resposta Gaara apenas maneia a cabeça. –Ter sobrinhos é legal, apesar de que eu não conheço os gêmeos, bem ser tia da Aika é legal... Gaara ri e satisfeita eu continuo a falar sobre mim. –Tem 8 meses que eu mudei para a cidade da Folha, curso arquitetura e urbanismo e trabalho em uma floricultura.

-Você trabalha em uma floricultura?

-Sim... Ele abre um sorriso divertido. –Desculpe, mas qual é a graça?

-Um dia eu terei de ir a floricultura e presenciar você sendo gentil com os clientes. Cretino. Emburro a expressão.

-Eu sou uma pessoa muito gentil! Retruco azeda.

-Uhum... Gaara resmunga, ele aproxima a sua face da minha e me dá um selinho, mais um, outro, mais um, outro e então eu perco a conta.

-Pare de me beijar, isso aqui era pra ser um café inocente. Digo divertida entre os encostar de lábios.

-Eu não consigo pensar em nada mais inocente para fazer com você que não sejam esses selinhos. Gaara se afasta e eu sinto minhas bochechas queimando. –Bem se eu não posso te tocar o que você sugere?

-Que continuemos a conversar... Preparo o alicerce e inocentemente Gaara concorda. –O Deidei uma vez me disse que todas as tatuagens legais sempre carregam uma história legal, eu acho a sua tattoo legal e queria muito saber a historia por trás dela. Animada eu levo a xícara a boca e sorvo um pouco do café.

Gaara não parece compartilhar da minha animação, depois do meu pedido o semblante dele fechou, tornou-se carregado.

Eu estava prestes a dizer-lhe para esquecer o que eu disse, quando a voz dele -rouca e áspera- alcança os meus ouvidos.

-A minha mãe era apaixonada pela cultura japonesa e depois que ela morreu eu resolvi homenageá-la fazendo uma tatuagem, por isso eu tatuei esse kanji que significa amor... A medida que Gaara falava eu me sentia sufocada. Eu já ouvi essa história antes, quer dizer eu li essa história antes, eu a li no diário do Sasuke! –Eu particularmente não acho que essa seja uma história legal, mas e você o que achou dela? Também foi no diário amigo que eu li o nome Gaara pela primeira vez!

Ouço um barulho vindo da porta da frente do AP, desvio os meus olhos do senhor hipnotizante olhos verde e fito a porta de madeira envernizada.

Ele e o Sasuke são amigos? A porta abre e por ela passam a Karui e o Deidei, eles estão sorridentes e tagarelam em voz alta, provavelmente ingeriram bebida alcoólica.

-Atrapalhamos algo? Karui pergunta ao perceber que eu estou acompanhada, Gaara vira a cabeça e também fita os recém-chegados.

-Não, nós estamos apenas tomando um inocente café. Gaara a responde, ele torna a me fitar e pisca marotamente um dos seus olhos verdes.

-Oh santa Cher, você deve ser o senhor hipnotizante olhos verdes, prazer eu sou o Deidei... Maneio a cabeça o Deidei é muito oferecido, ele se aproxima, senta na mesinha de centro e estende a mão na direção do Gaara que a aceita e os dois se cumprimentam brevemente. –Nós ouvimos muito ao seu respeito.

-É mesmo? Gaara deixa de fitar o Deidei e me olha, há um sorrisinho maroto brincando nos lábios dele, novamente maneio a cabeça. O senhor jabuticabas e o senhor hipnotizante olhos verdes se conhecem. –Que bom saber disso Deidei. Maldito Deidara!

-Olá, eu sou a Karui. Karui também estende a mão na direção do Gaara e os dois se cumprimentam. –Nos desculpe por ter atrapalhado o inocente café de vocês, mas é que nós não sabíamos que você viria pra cá. Se eu não estivesse tão chocada com a possibilidade do Gaara e do Sasuke serem amigos, eu teria ficado puta com o tom malicioso usado pela Karui.

-Não tem problema... Gaara se levanta do sofá. –Na verdade esta um pouco tarde e é melhor eu ir embora.

Agindo automaticamente, como uma boa anfitriã faria, eu me levanto do sofá e acompanho o Gaara até a porta do AP.

-Gostei do nosso café inocente, deveríamos repetir. Você é amigo do Sasuke?

-Claro... Forço um sorriso. –A proposito eu gostei da historia da sua tatto.

Pegando-me de surpresa Gaara me beija mais uma vez, eu queria que esse beijo durasse para sempre, para que eu não precisasse encarar a dura realidade.

No entanto nós infelizmente necessitamos de ar e por isso encerramos o beijo.

Gaara me entrega a xícara, me dá um selinho de despedida e eu fecho a porta do AP com o pé direito.

Giro nos calcanhares e me deparo com meus dois amigos, eles sorriem maliciosamente.

-Para a maioria das pessoas a noite sempre termina em pizza, mas para a Ino a noite sempre termina em Gaara. Deidei diz brincalhão.

-Quem é Gaara, o que foi que eu perdi? Esse é o nome do ruivo gostoso? Karui pergunta, eu assinto, deixo as duas xicaras sobre a mesinha de canto, apanho o meu celular sobre a mesinha de centro e entro no aplicativo do face.

-Caramba Ino o Gaara é muito gato! Deidei comenta encantado.

-É, é. Faço pouco caso, no perfil do Sasuke eu clico em amigos, escrevo Gaara e lá esta ele o perfil que eu tanto ansiava encontrar, o perfil do senhor hipnotizante olhos verdes.

-A minha vida é uma grande bosta! Reclamo em voz alta.

-O que foi criatura? Deidei pergunta.

-O Gaara e o Sasuke são amigos.

-Oh minha santa Cher!

-E o que você vai fazer? Karui pergunta.

-Eu vou deixar com que o Gaara também saiba que nós temos o Sasuke como amigo em comum.

Sem hesitar eu envio uma solicitação de amizade para o senhor hipnotizante olhos verdes.

 


Notas Finais


*Avril Lavigne - Anything But Ordinary
**Drake - Hotline Bling
Galera eu tenho a leve impressão de que o próximo capitulo demorará, vou fazer o possível para que não e eu simplesmente me esqueci das outras coisas que falaria aqui nas notas finais hehe acontece nas melhores famílias ne non?
Enfim espero que tenham gostado, beijinhos e até a próxima :*


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