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História Armadilhas do Amor - Colo de mãe


Escrita por: NessaFN

Notas do Autor


Olá Buenas noches *---*
Boa leitura xD

Capítulo 48 - Colo de mãe


Fanfic / Fanfiction Armadilhas do Amor - Colo de mãe

Eu sou a única pessoa acordada na casa do Deidei – também são 8 horas de um domingo – ontem eu não estava no clima de festas, dormi cedo e consequentemente acordei cedo.

O chá de camomila desce forçadamente por minha garganta, a bebida não está ruim, eu é que me sinto miserável.

O prazo esgotou-se, terei que contar ao Sasuke que transei com o seu melhor amigo – não uma ou duas vezes, mas pelas minhas contas quatro ou cinco vezes – que gostei e me apaixonei. Ele não precisa saber desses detalhes! – A vaca me aconselha.

Por enquanto eu dou de ombros, não tenho ideia de como será essa conversa ou de como será a reação do senhor jabuticabas, mas de algo eu tenho certeza, ele terminará comigo, dessa vez eu realmente perderei os dois.

...

Na volta ao Ap, a minha mãe e Karui conversam, animadamente. Elas assistem ao mesmo programa de TV, um programa culinário.

Eu me abstenho do assunto, não tenho nada de relevante a acrescentar, Aika também não se pronuncia, ela prefere passar a viajem inteira trocando mensagens com o Konohamaru.

Chegando ao apartamento, mamãe e Karui se enfiam na cozinha, ouvi por alto, que elas irão testar uma receita de torta de limão, que viram no tal programa de TV, Aika continua vidrada no celular e eu me refugio no quarto.

Checo todas as minhas redes sociais, Gaara postou em seu face uma foto, que foi tirada ontem, na casa do Kankuro. Muitos rostos ali eu desconheço, mas não me importo. Sem que eu possa controlar eu me visualizo na foto, eu estou entre o senhor jabuticabas e o senhor hipnotizante olhos verdes, sorrindo bobamente para a foto. Na minha fantasia as pessoas que olhariam essa fotografia perguntariam-se de quem a moça loira é namorada? E se eu tivesse a oportunidade de respondê-los eu diria que namoro os dois.

Mamãe abre a porta do quarto e coloca a cabeça em seu interior.

- Ino será que você pode provar a cobertura da torta? – Ela pergunta.

- Ah mãe, pede a Aika. – Digo, desanimada.

Sem pedir licença a minha mãe entra no quarto, fecha a porta às suas costas e senta-se à beira da minha cama. O seu olhar analítico, faz com que eu deixe o celular de lado. Eu me sento de pernas cruzadas e também a encaro.

- Ino me conte como você e o Sasuke se reencontraram? – Ela pede, intrigando-me.

- Na faculdade, fazemos o mesmo curso e somos da mesma turma. – Eu digo.

- Nossa isso é o que eu chamaria de obra do destino! – Ela solta um risinho seco. – E assim que o viu, as lembranças retornaram? – Maneio a cabeça.

- Na verdade... – Conto sobre o rapaz ruivo com quem trombei em uma ponte, obviamente eu não menciono as partes para maiores de 18, mamãe ficaria horrorizada, mesmo eu agora analisando tudo, estou horrorizada. Com o Gaara eu apenas me protegi de uma possível gravidez, se ele tiver DSTS, estou muito ferrada!

Enfim, a minha mãe apenas sabe que eu conheci um cara, que tem o kanji que significa amor tatuado e que foi essa tattoo, que desencadeou o retorno das minhas lembranças.

- Ah! Sim! E como você e o Sasuke voltaram a namorar? Você gostou dele de primeira? Como foi o pedido de namoro? – Mamãe pergunta com uma estranha animação.

- No início o Sasuke era só mais um carinha que ficava correndo atrás de mim e eu continuaria a deixá-lo na reserva, apenas para aumentar o meu ego. – Mamãe sorri, compreensiva – Porém havia um diferencial, Sasuke era sempre muito gentil, ele sempre perguntava como foi o meu final de semana e notava com facilidade quando eu não estava bem, criamos intimidade e nos tornamos amigos, mas nunca deixamos de lado o joguinho de sedução, parecia que a qualquer momento nós ficaríamos, eu até sentia ciúmes dele e aí quando eu comecei a me lembrar do que houve há 6 anos, tudo ficou ainda mais confuso, uma mistura de sentimentos, que eu não consigo lidar. Primeiro senti raiva, carinho e gratidão, tudo ao mesmo tempo, o tempo passou, outras lembranças voltaram e se encaixaram, a raiva foi desaparecendo até restar somente sentimentos bons – Dou uma pausa e recupero o ar – Quando eu contei ao Sasuke que eu me lembrava dele, de nós, ele me disse que nunca terminamos o namoro, então não houve um pedido oficial, eu apenas aceitei que sou uma mulher comprometida.

- Ah, tá! – Mamãe tenta ser gentil, mas sem sucesso – Então você não gosta dele? – Sorrio de lábios fechados.

- Não sei, eu acho que sim, mas é tudo tão confuso mãe, Eu estava certa de que gostava, mas quando o Sasuke disse que me amava, eu não consegui respondê-lo, fiquei em silêncio e por isso ele me pediu um tempo e também há o Gaara! 

– Você pode estar se sentindo mal agora, mas esse tempo foi a melhor coisa que lhe aconteceu, eu acho que primeiramente o que você sente pelo Sasuke é culpa, por ter ficado com o amigo dele, você tem medo de seguir em frente Ino e por isso se prende ao passado porque é mais fácil, sabe medo de dar o próximo passo e errar novamente? – Aquiesço – Eu que estou de fora consigo ver as coisas com clareza Ino, estás presa no passado querida, se martirizando por coisas que poderia ter vivido se não tivesse perdido a memória, tentando enlouquecidamente recuperar o tempo perdido, querendo consertar tudo e se esquecendo do essencial – A minha velha faz uma pausa dramática – O tempo passou, não dá para voltar atrás e temer o futuro não te levará a lugar algum, negligenciar o que realmente sente, temendo magoar as pessoas nunca é uma boa escolha, eu não estou dizendo que você não gosta do Sasuke, mas não fique se matirizando,  viva minha filha, sem medo de errar, até porque você sempre vai errar, todos erramos, somos humanos afinal!

- A senhora poderia facilitar a minha vida e dizer de quem eu gosto né? – Ela faz uma careta – Não?

- Como eu posso dizer isso, quem sabe é você, eu só trabalho com intuição de mãe! – Ela ri e eu também.

- Mãe uma coisa que eu quero muito te perguntar é porque a senhora e o papai eram contra o meu namoro com o Sasuke?

- O problema não era o Sasuke, é que seu pai e eu erramos com a Samui, ela se perdeu cedo e não queríamos que o mesmo acontecesse com o nosso bebê! – Faço cara de tacho, mamãe me abraça e me enche de beijinhos. Iludida! Se soubesse que me perdi aos 14, a deixa ela pensar que foi aos 18!

...

Eu não sei se vocês se lembram, mas há alguns capítulos a Hina disse que pretende se mudar para um apartamento maior e como agora só me resta um mês para sair do Apto da Karui, Hinata e eu conversamos e decidimos dividir um apartamento.

Rumamos ao centro da cidade, o Ap que a Kumiko me indicou fica próximo a universidade, a casa do Deidei e a floricultura – localização ideal.

Estou animada, a Hina no volante também parece estar, no meio do trajeto, porém, eu recebo uma mensagem que muda os meus planos.

Ino a sua mãe vai encontrar o Sasuke no Shopping Folha Center!!! – Leio a mensagem da Karui.

Por quê?

Mostro a mensagem a Hinata, ela me olha confusa.

- Hina, por favor, vamos stalkear-los?– Peço – A minha mãe não me disse que iria encontrá-lo, eu quero saber o que estão aprontando. – Os meus olhos pidões a convence, mudamos o nosso destino do Ap para o Shopping Folha Center.

...

Procuramos por eles em todo primeiro piso e nada. O que mamãe quer com o Sasuke? Por que ela não me disse que o encontraria?

- Se soubesse que iríamos stalkear eu teria trago os binóculos! – Hina diz, animada. Eu faço cara de tacho. Essa mina não é normal.

No entanto, o entusiasmo da Hina não demora a desaparecer. Os dois adolescentes que estão no degrau acima do nosso, nos olham como se fossemos dois pedaços de contra filés. Eu não gosto desse olhar, sinto-me desrespeitada, diferente do olhar admirado, esse olhar de cachorro no cio, dá a impressão de que somos apenas carne, prontas para ser devoradas.

Hina se desespera e “atropela” a todos que estão na sua frente enquanto sobe correndo a escada rolante, obrigando-me a ir atrás dela.

Os garotos riem muito, um deles diz.

- Não precisam correr docinhos, a gente não morde, a não ser que vocês queiram!

...

Encontramos a minha mãe sentada em um dos bancos, próximos a bilheteria do cinema. Mantemos uma distância segura, eu coloco o capuz da blusa e viro-me de costas pra ela, Hinata de frente pra ela, fica incumbida de me atualizar.

- O Sasuke já chegou? – Pergunto, impaciente.

Hina faz que não com a cabeça, de repente os seus olhos incomuns, se arregalam.

- A sua mãe se levantou e está vindo pra cá! – Hina diz, alarmada. – Acho que ela está vindo na nossa direção! Merda.

- Ino? – Mamãe me chama. Eu deveria saber que ela não se deixaria enganar, por um capuz! – Ino? Mamãe torna a me chamar e eu a ignoro.

- E agora Ino? – Hinata pergunta, entre dentes.

Sinto a mão da minha mãe em um de meus ombros. Agindo por impulso eu aproximo a minha face da face da Hina e encosto os nossos lábios.

No mesmo instante a minha mãe afasta a mão.

- Me desculpem moças, eu pensei que fosse a minha filha, mas ela com certeza não beijaria outra moça. – Ouço a minha mãe dizer. Puta merda, essa foi por pouco!

Um celular começa a tocar, a música é uma da Tina Turner e por isso eu sei que é o celular da minha mãe.

- Alô Sasuke, onde você está? – Mamãe pergunta. – E onde fica essa tal lanchonete Lanches Folha Center? Ah, tá, uma rua abaixo do Shopping, ok estou indo! – Mamãe novamente se desculpa. – Perdão pelo engano moças. – Hina e eu nada dizemos, continuamos com os lábios grudados.

Ouço a minha velha se afastar, imediatamente desgrudo os lábios dos da Hina.

- Desculpa – Eu digo após recuperar o fôlego. Estou me esforçando ao máximo para não vomitar.

- Esse foi o meu primeiro beijo Ino! – Hina extremamente corada, beira as lágrimas. Coitada e eu nem a beijei direito!

- Desculpa, Hina, desculpa, desculpa... – Digo repetidamente.

...

A Lanches Folha Center é a lanchonete que fica próxima a casa do Deidei, na qual uma vez eu fui com o Kiba e encontrei o senhor hipnotizante olhos verdes e olha que infeliz coincidência, a primeira pessoa com quem eu me deparo ao entrar na lanchonete é o Gaara. O que me leva a concluir que ele trabalha aqui perto, Gaara está ocupando uma das mesas próximas à entrada do local.

Os seus olhos também encontram os meus, mas Gaara não me cumprimenta, ele finge que não me viu. Aproveitando que a Hinata não reparou na sua presença, eu faço o mesmo que ele, finjo que não o vi.

Nós nos sentamos à duas mesas de distância da mesa que mamãe e Sasuke estão ocupando. Ainda de capuz eu me sento de costas para eles, Hina novamente fica incumbida de me atualizar.

Entretanto muda a Hina apenas me encara, deve estar remoendo o que aconteceu, o nosso encostar de lábios, só de pensar nisso eu tenho vontade de correr até o banheiro e vomitar.

- Hina foi apenas um selinho, nem se pode contar como um beijo, algumas amigas se cumprimentam assim! – Tento amenizar a situação, acho que deu certo, pois Hina suaviza a expressão. – Agora foco, o que a minha mãe e o Sasuke estão fazendo?

- Eles estão rindo. – Hinata responde.

Rindo? Menos mal.

- Uma garçonete se aproximou da mesa deles – Enquanto a Hina me deixa atualizada, uma outra garçonete também se aproxima da nossa mesa, ela pergunta  se vamos fazer os pedidos.

- Ainda estamos escolhendo – Digo, gentil – A moça aquiesce e se afasta.

- E agora o que está acontecendo? – Torno a perguntar.

- Eles continuam rindo.

Do que tanto riem? Espero não ser o motivo!

Gaara levanta-se da mesa, sinto-me aliviada por ele ter terminado o lanche e ir embora, o que menos quero é que ele continue ali e também acabe conhecendo a Hana Yamanaka, no entanto, ao invés de dirigir-se a saída do estabelecimento o Gaara caminha até a mesa que a Hina e eu estamos ocupando.

- INO? QUE BOM VER VOCÊ! – O filho da puta diz alto, toda a lanchonete com certeza ouviu.

Gaara olha em direção a mesa da minha mãe e do Sasuke, o sorriso cretino em teus lábios indica que ele conseguiu o que queria, me delatar.

Ouço passos as minhas costas, imediatamente eu retiro o capuz da cabeça, viro-me na cadeira e vejo mamãe se aproximar.

- Querida o que está fazendo aqui? – Ela pergunta, constrangida.

- Eu poderia fazer a mesma pergunta, não é senhora Hana? – A minha mãe ri sem graça.

...

Igual a um bichinho acuado, Hina senta-se entre a mamãe e eu, me obrigando a sentar de frente para o Gaara e ao lado do Sasuke.

- Ino querida, hoje no Shopping eu vi uma moça muito parecida com você. – Eu engasgo e a Hina também – Pra falar a verdade a outra jovem que estava com ela, também lembra bastante essa sua amiga – Mamãe olha a Hinata, que coloca todo o cabelo para frente, tampando um pouco o seu rosto – Mas então ao vê-las se beijando eu me dei conta de que vocês não eram tão semelhantes assim! – Evito olhar para a Hinata, isso nos entregaria.

- Realmente nenhum pouco semelhante! – Digo o mais natural possível. – Mas mãe a pergunta que não quer calar é, o que a senhora e o Sasuke estão aprontando, por que estão se encontrando as minhas costas?

- Não estamos aprontando nada Ino, eu apenas queria encontrar o Sasuke e conversar, você sabe que temos assuntos que por enquanto não podem ser discutidos na sua presença! – Mamãe diz ríspida. Ah claro, estavam conversando sobre episódios da minha vida, dos quais eu não me lembro! – Emburro a expressão.

...
- Quando a Ino era pequena ela queria ser uma fada, ela inventava de dormir na casinha da árvore e de pular de alturas consideráveis, o que me deixava de cabelos em pé, sempre um tornozelo torcido, um pé ou perna quebrada sem falar quando ela aparecia toda brilhante, porque tacou glitter no corpo, ela queria brilhar igual a fadinha do Peter Pan, qual é o nome dela querida?

- Sininho. – Respondo mal-humorada. A maioria de vocês devem conhecê-la como Tinker bell, mas na minha infância era Sininho e apenas Sininho.

- Aposto que na adolescência a Ino queria ser uma vampira em Crepúsculo, para continuar brilhando! – Gaara caçoa, todos riem menos eu.

- Não zoe o Edward! – Digo séria e depois também  me junto aos risos, apenas para que não percebam que o Gaara acertou, eu realmente sonhava em ser uma integrante da família Cullen.

...

- A Ino chupou bico até os 10 anos – A minha mãe continua a me constranger e não há nada que eu possa fazer a não ser fingir que está tudo bem. Chega mãe, o momento deixar a filha com vergonha, deveria ter acabado com a Sininho! – O melhor vocês não sabem, aos 14 anos a Ino ainda pedia para dormir comigo e com o pai, então imaginem a nossa cara quando ela nos disse que estava namorando? Rimos muito, até descobrirmos que era verdade!

- Ok mãe, todo mundo já entendeu que eu sou super dependente, mimada, uma verdadeira filhinha da mamãe e do papai! – Digo, incomodada.

- Você era, agora não é mais, agradeça ao Sasuke por isso, depois de conhecê-lo, você saiu de debaixo das minhas asas, às vezes eu tenho vontade de te matar, sabia? Era muito fácil ser a mãe da Ino, até você aparecer! – Mamãe diz, Sasuke faz uma careta engraçada.

- Foi mal. – Ele diz sem graça, rimos do seu constrangimento.

 - Que isso meu filho, não se desculpe, você fez bem a minha filha! – Envergonhado o senhor jabuticabas muda de assunto.

- Que tal pedirmos?

Gaara faz sinal para um dos garçons, um rapaz moreno se aproxime da nossa mesa.

- Por favor, um suco de laranja – Sasuke diz e me olha.

- Para mim um chá de? – Início e espero que o senhor jabuticabas termine.

- Camomila sem açúcar. – Eu aquiesço ele sorri vitorioso.

- Uma vitamina de morango – Gaara faz o seu pedido.

- Eu quero um omelete de claras. – Mamãe também faz o seu pedido e agora só falta a Hinata, que com o rosto extremamente vermelho, maneia a cabeça, um sinal mudo de que não deseja nada.

Após anotar os nossos pedidos o garçom se afasta.

Inconscientemente os meus olhos encontram com os do Gaara, ele me olha com curiosidade, como sempre eu nunca sei o que ele tanto procura, o que de fato me irrita, porém, é a certeza de que apesar da raiva eu não o odeio e que essa raiva que eu estou sentindo é algo passageiro – ofício da paixão – desvio os olhos do senhor hipnotizante olhos verdes e encaro o senhor jabuticabas e lá está ele, o brilho indecifrável, em minhas jabuticabas favoritas.

Sasuke pisca marotamente um de seus olhos, me fazendo arfar.

- Qual é o seu nome? – Mamãe pergunta a Hinata, atrapalhando o meu momento triângulo amoroso.

Olho a Hina, a sua face parece um pimentão de tão vermelha.

- O nome dela é Hinata mãe. – Eu respondo por ela, porque sei que na frente do Sasuke e do Gaara, a Hina dificilmente dirá algo.

- Ah, entendi! Sabia que eu deveria ter prestado atenção nas aulas de libras do colégio católico! Oh céus! Mamãe acha que a Hina é surda-muda!

Eu poderia dizer que ela se enganou, mas ao invés disso digo.

- Não se preocupe mãe, a Hina é ótima em ler lábios.

...

Na volta eu assumo o volante, sentada no banco do carona, Hina envia mensagens atrás de mensagens, enquanto a minha mãe mantêm-se muda no banco de trás.

- Desnecessário em mãe, contar que chupei bico até os 10 anos e que pedia para dormir com vocês! – Digo, irritada.

- O que tem Ino? Eu não fiz nada demais! – Mamãe diz, sem graça.

- Óbvio que não, fizestes o seu trabalho de me constranger direitinho!

- Ino consegui remarcar a visita ao apartamento para amanhã. – Hinata comenta, timidamente.

- Você fala? Ela fala? – Mamãe pergunta.

- Sim mãe parabéns, a senhora descobriu que ela fala, pode se comparar a Américo Vespúcio! – Digo, debochada.

- Eu também considero que foi o Américo Vespúcio, quem descobriu América. – Hinata comenta. Reviro os meus olhos. Ah Cristo!

...

O programa de culinária termina. Karui nos deseja boa noite e se tranca no quarto, Aika já deve estar no quinto sono, espero que mamãe faça o mesmo, assim liberando o sofá.

Entretanto, ela desliga a TV e fixa os seus olhos na minha face. Eu conheço esse olhar, é repreenda. O que fiz agora?

- Eu adorei os rapazes, tanto o Gaara quanto o Sasuke me pareceram ser ótimas pessoas. – Dou de ombros.

- É eles são. – Digo, desinteressada, não quero conversar sobre eles com a minha mãe.

- E você já escolheu um dos dois? – Mamãe pergunta me deixando em choque.

- Eu... eu.... – Solto um riso mordaz.

- Reparei na troca de olhares, os dois estão interessados e você também está! – Ela continua, engulo em seco.

- Eu escolhi o Sasuke.

- Imaginei que sim, é mais fácil não é mesmo? – Arqueio uma de minhas sobrancelhas -  Escolher o Sasuke ao invés do Gaara, da mesma forma que é mais fácil não aceitar o que sente pelo Sasuke, para não admitir que gosta dos dois!

- A senhora não está ajudando! – Digo entre dentes e ritmado.

- Eles sabem um do outro? – A minha mãe não dá uma trégua e continua o questionário.

- O Gaara sabe o Sasuke ainda não, mas eu vou contar. – Engraçado, eu consigo mentir pra todo mundo, até pra mim mesma, exceto para essa mulher de quem eu puxei os olhos.

- Assim espero Ino, porque eu sempre te ensinei a não brincar com os sentimentos alheios! – Diz ácida – Agora me conte querida, como você se enfiou nessa “sinuca de bico” que é um triângulo amoroso?

Conto toda a verdade a mamãe, desde o dia em que esbarrei no Gaara em uma ponte até os dias de hoje, dessa vez nos mínimos detalhes, sem excluir as partes para maiores de 18 anos. Quando acabo, a minha velha me abraça e isso era tudo o que eu queria o carinho da mulher que mais amo nesse mundo.

...

“ Saio do curso de informática e vou direto a casa  da Chiyo baa, Sasuke tem estado estranho nesses últimos dias, mais reservado que o normal.

Quem atende a porta é o Hidan, ele é uma espécime peculiar, que não se desgruda do igualmente peculiar Sasori.

- O Sasuke está? – Pergunto, hesitante, a minha vontade é de dar meia volta e ir pra casa.

- Quem é? – Sasori grita, deve estar na cozinha.

- A loirinha do Sasuke! – Hidan diz, eu odeio esse apelido, engulo em seco ao notar o seu tom malicioso. – O pirralho está no quarto.

Não peço licença e entro na casa, passo rápido pela sala, sem olhar para os lados. Odeio a forma que o Sasori me olha, como se eu fosse um contra filé e eu acho esse olhar muito desrespeitoso.

Sasuke divide o quarto com o Sasori, entro no cômodo e o encontro deitado na cama, de barriga para cima e com fones nos ouvidos, provavelmente ele está ouvindo soundtracks de seus animes preferidos.

Eu me sento de pernas cruzadas no colchão, Sasuke retira os fones dos ouvidos e senta-se de joelhos dobrados.

- Oi – Digo.

- Oi – Sasuke retribui o cumprimento – O que está fazendo aqui pensei que nos veríamos somente amanhã?

- É que eu fiquei preocupada, então resolvi passar aqui, para saber como você está.

- Eu estou bem, não se preocupe – Sasuke mente me irritando.

- Sério Sasuke? Eu pensei que nós tivéssemos combinado de um nunca mentir para o outro! – Ele faz a careta dos lábios tortos.

- É que amanhã a minha sobrinha fará um ano e eu queria muito estar lá – Ele diz cabisbaixo.

- Mas você pode estar – Sasuke me olha confuso – Pela força do pensamento! – Digo, Sasuke maneia a cabeça.

- Cala a boca Coala e vem cá. – Ele aproxima as nossas faces e me beija de língua, porque agora a gente se beija de língua.”

...

Acordo assustada. Abro os olhos, já é manhã, ouço a Karui resmungar e andar de um lado a outro pelo cômodo. Ela está nervosa, pois após tanto procurar eu lhe consegui uma entrevista. Convenci o Sasuke a pedir o Chouji para dar uma chance a ela.

Quando a ruiva passa na minha frente, eu volto a fechar os olhos, finjo estar dormindo, não estou no clima de responder perguntas do tipo “Ah Ino essa roupa está boa?” Tenho mais com o que me preocupar.

Eu pensei que nós tivéssemos combinado de um nunca mentir para o outro! – Essa frase não me sai da cabeça. Merda!

...

Eu achei essa confeitaria em uma publicação do Izuna no facebook, não quis marcar esse encontro em um local que eu provavelmente voltarei a visitar, não é bom associar o lugar com lembranças ruins.

Sasuke é o primeiro a chegar, eu escolhi uma mesa próxima à entrada da confeitaria, por isso assim que adentrou o local ele me viu.

O senhor jabuticabas senta-se à minha frente.

- Bom dia. Bom só pra você! Penso, infeliz.

- Bom dia – Respondo, educadamente.

- Já pediu? – Ele pergunta olhando o cardápio.

- Eu não estou com fome. – Sasuke me olha intrigado, imagino que queira dizer “ Então porque marcou o encontro em uma confeitaria?”

Antes que ele diga algo, no entanto, Gaara entra no estabelecimento.

Ao nos ver o senhor hipnotizante olhos verdes percebe o que está prestes a acontecer, na mensagem que eu enviei aos dois, eu não entrei em detalhes, apenas pedi para que me encontrassem nessa confeitaria às 9 horas.

Por um momento eu penso que Gaara dará meia volta e fugirá, porém, como reparamos em sua presença, ele não tem escolha e se senta do meu lado.

Inspiro e expiro devagar, mentalmente conto até cinco, tudo para tentar manter a calma.

Agora não há mais volta, pelo menos no fim do dia, eu terei o colo da minha mãe! – Penso enquanto intercalo o olhar entre o Sasuke e o Gaara.


Notas Finais


E é isso amores, espero que tenham gostado.
Obrigada por ler, até a próxima.
besos <3


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