História Armadilhas do Amor - Acabou

Sasuke nos olha confuso, ele não colocou em palavras, mas tenho certeza que o seu pensamento é. “O que o Gaara está fazendo aqui?”

O senhor hipnotizante olhos verdes e eu trocamos olhares nervosos, não sabemos como começar.

- Damas primeiro – Gaara diz, com falso cavalheirismo.

Eu lhe lanço um olhar cortante – o olhar que pretendo dar ao meu filho, quando ele fizer pirraça comigo na rua – O meu futuro garotinho ou garotinha está ferrado, pois diante o meu olhar, Gaara encara o Sasuke e inicia o que eu imagino que será uma das piores conversas que terei na vida.

- Sasuke você lembra-se da mina do Bar do Killer, de quem eu vivia comentando? – Gaara pergunta.

A princípio o senhor jabuticabas aparenta estar perdido, mas logo ele retoma a expressão impassível.

- Ah! Sim! A loura alegre? – Gaara confirma.

Hã? Loura alegre? O que esse ruivo está aprontando, pensei que ele fosse falar de nós?

- Ué foi por causa dela que você terminou com a Matsuri e então deu certo? – Gaara nega – Eu te avisei cara, mesmo antes de trocarem uma palavra você já estava todo xonado pela loura do bar, não tinha como dar certo!

- Eu não estava xonado, eu estava a fim e por isso terminei com a Matsuri, para não magoá-la, por que sei que faria merda! – Gaara se defende – Enfim, um tempo atrás eu encontrei a mina do bar em uma ponte...

- É eu sei vocês tiveram uma aventura de uma noite – A minha boca abre minimamente. Eu sou a tal loura alegre, a mina do Bar do Killer! – Mas pelo o que me contou vocês nem sabem o nome um do outro. – Gaara pigarreia, Sasuke se cala.

- Acontece que por coincidência ou sei lá o que, nós acabamos nos reencontrando nos lugares mais inusitados, continuamos a ficar até o momento em que eu decidi pedi-la em namoro e ela se afastou – a tristeza do Gaara me atinge, sinto o peito doer – Você sabe cara que quando estamos a fim de alguém, agimos como idiotas, eu não aceitei o fato dela ter se afastado, não era possível que somente eu tivesse me envolvido nesse lance, então eu recorri à única pessoa que poderia me dar notícias de seu paradeiro – Ele faz uma pausa dramática – Você!

Sasuke franze o cenho, encontra-se pensativo. Provavelmente analisando todas as vezes que o Gaara foi a sua procura para conversar sobre mulheres. De repente um brilho de entendimento transpassa em teus olhos. Os seus punhos cerrados sobre a mesa e o seu olhar desacreditado, fazem com que eu sue frio e com que meus olhos fiquem marejados.

- A mina do Bar do Killer, a qual eu pediria em namoro, é a ex e no momento atual namorada do meu melhor amigo! – Gaara conclui.

...

- Isso é verdade Ino? – Sasuke pergunta usando um tom de voz controlado. Eu faço que sim com a cabeça. Ele solta um risinho debochado – Deixe-me adivinhar, marcaram esse encontro para a Ino dizer que escolheu você, que sentem muito, mas se amam e estão juntos?

- Claro que não, eu escolhi você! – Digo sem pensar e logo eu me arrependo. No ápice do meu egoísmo eu coloquei de lado os sentimentos do Gaara e tudo o que ele havia dito. Caralho ele terminou o namoro por minha causa! Eu sou uma grande vaca!

- Por que se você estava transando com o meu melhor amigo? – O ódio destila de cada palavra pronunciada por ele.

Porque eu te amo! – A resposta alcança os meus lábios, entretanto, eu não permito com que ela escape.

Primeiro eu estou surpresa com essa conclusão. Segundo não é o momento, Sasuke não acreditaria em mim. Terceiro “Transando com o meu amigo?” Que frase estúpida.

- Ah foda-se, vocês são dois babacas e já que está tudo explicado, cada um segue a sua vida e ponto! – Transbordando raiva eu levanto-me da mesa.

- Não adianta ficar estressadinha Ino, eu não disse nenhuma mentira, apenas quero saber o por quê? – O senhor jabuticabas também se levanta.

- PORQUE ELA TE AMA SEU IMBECIL!– Gaara grita, trazendo a atenção de todos que estão na confeitaria a nossa mesa.

Eu engulo em seco. Sinto-me péssima ao notar a amargura na voz do Gaara. Ele também se levanta da cadeira.

...

Sasuke me olha, em busca de uma confirmação, eu sustento o seu olhar.

- Quando foi que vocês descobriram toda essa merda? – Sasuke pergunta.

- Há alguns dias – Digo, secamente.

- E depois que descobriram, continuaram se encontrando? – Cerro os punhos, para não lhe dar uma bofetada. Gaara produz um som estranho com a garganta, claramente irritado com tal insinuação.

- Essa pergunta é um absurdo você nos conhece sabe que não seriamos capaz! – Digo rude.

Ficamos em silêncio, sabemos que uma única e simples vírgula usada de maneira errônea, pode desencadear uma discussão desnecessária.

...

- Vocês me desculpem, mas eu preciso ir! – Gaara quebra o silêncio sem pudor algum.

Ele passa por mim, antes de afastar-se completamente, porém, Sasuke lhe faz uma pergunta.

- Você gosta dela Gaara?

Um frio percorre todo o meu corpo. Ele gira nos calcanhares e nada responde, no entanto, o seu olhar o delata. Sim o Gaara gosta de mim.

- E quanto a você Ino, também gosta dele? – O senhor jabuticabas indaga.

Sim. Mais uma vez a resposta alcança os meus lábios e outra vez eu a intercepto.

Porém, algo em minha expressão me denúncia. O olhar decepcionado do Sasuke é de dilacerar o coração.

- Não dá, eu não consigo, não posso, acabou... – Aparentemente Sasuke está jogando palavras ao vento, mas eu compreendo o significado de cada uma delas.

- Você não consegue aceitar que transei com o seu melhor amigo, mesmo que eu nem soubesse desse detalhe? – Sasuke desvia os olhos dos meus – Não seja hipócrita, você transou com metade da universidade, com a Karin, que de certa forma era o mais próximo do que eu tinha de uma amiga na facul e isso não te impediu não é? Eu nunca me importei de fato, porque éramos solteiros, como eu poderia saber Sasuke que vocês eram amigos?

- Mesmo assim Ino, eu não posso! – A dor do Sasuke, a dor do Gaara, são grandes, mas a minha indignação consegue ser maior. O meu orgulho consegue ser ainda maior do que a dor que nós três estamos sentindo.

- Não! Eu é que não posso Sasuke. Você tem razão, acabou! Eu não quero nenhum dos dois na minha vida! – Passo pelo Gaara e saio da confeitaria se sequer dar uma olhadela para trás.

Espero que as facetas se pronunciem, mas mesmo elas estão de luto.

Acabou! – Na segurança do ônibus – já que não passei nenhuma maquiagem, porque previ que isso aconteceria- eu permito que as lágrimas passeiem por minha face.

...

Está acontecendo uma pequena comemoração no Ap. Karui conseguiu o emprego, ela não será a chefe de cozinha e sim a auxiliar, mas já é uma vitória.

- Fico muito feliz por você Karui! – Eu tento forçar um sorriso, mas ao invés de sorrir eu choro. Corro para o quarto e me jogo de bruços em uma das camas.

- O que deu nela? – Ouço a Karui perguntar.

- Deixem a gatinha respirar! – Deidei responde.

Deidei sabe o que fui fazer naquela confeitaria, ele até se ofereceu para ir comigo. Entretanto, eu lhe agradeci e disse que precisava encarar essa sozinha.

...

A minha mãe não demora a aparecer. Em silêncio ela senta-se na cama. Deito a cabeça em teu colo e continuo a chorar. - Acabou mãe – Eu Fungo – Dessa vez eu perdi os dois, acabou, acabou, acabou!

- Xiii – Mamãe sussurra e acaricia os meus cabelos dourados. – Vai ficar tudo bem querida, eu estou aqui.

E ainda bem. Porque se a minha mãe estivesse na Capital, eu não teria forças para suportar toda essa situação.