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História Armadilhas do Amor - Não é real, é gratidão


Escrita por: NessaFN

Notas do Autor


Boa leitura <3
¹ It's My Life - Bon Jovi
² Vermilion Part 2 - Slipknot
³ Face The Sun - James Blunt

Capítulo 60 - Não é real, é gratidão


Fanfic / Fanfiction Armadilhas do Amor - Não é real, é gratidão

Mudo os meus planos, ao invés de ir à casa dos pais do Lee, eu estou estacionada em frente ao Pet Shop Inuzuka.

“- Não é justo que ele continue a correr atrás de você, uma garota mimada, que não sabe o que quer!” – As palavras da Sakura obrigaram-me a pensar sobre. Ela tem razão, realmente não é justo eu querer tudo e prender todos.

Porém, mesmo sabendo o que tenho que fazer, o meu corpo não move-se. Ainda sinto um pouco de medo de deixar para trás, o que um dia foi importante!

Leves batidas na janela do carona tiram-me dos meus devaneios. Olho para a janela fechada, os olhos âmbar fazem com que eu me lembre da Karui, esses olhos âmbar, no entanto, são mais sérios e charmosos. Abro a porta do carro e apinhada de sacolas a Konan ocupa o banco ao lado do meu.

- Quanto tempo Ino, é muito bom te ver! – A mulher diz animada.

Konan é relativamente alta, possui cabelo azul curto, em linha reta, olhos âmbar e um piercing preto em baixo da boca. Os cílios de Konan são uma linha diagonal no canto inferior de seus olhos. Sua expressão facial é geralmente neutra. Ela é uma mulher bonita, muito bonita.

Nos conhecemos no meu primeiro ano do colegial. Ela era a melhor amiga do Kiba e eu a namorada. No início houve a típica rivalidade – Konan pensou que eu seria a vaca que tomaria o seu amigo e eu pensei que ela era a vaca que fingia-se de amiga para roubar o meu boy – Felizmente não existia uma vaca na história e com o passar do tempo – depois do Kiba insistir pra caralho que teríamos que nos dar bem – nós nos tornamos amigas.

Na época Konan namorava o Yahiko – quando fui embora, eles estavam noivos, mas não sei se casaram – eles eram muito complicados, sempre envolvidos em rachas, confrontos com as autoridades, dívidas de drogas, disputas de territórios entre gangues e coisas do tipo – o casal arrastava com eles Nagato, o melhor amigo do Yahiko e se eu não existisse, também levariam o bobo do Kiba.

Não me entendam mal queridos leitores, estou feliz em rever a Konan, mas sinto um medinho por estar na presença dela, vai que a mulher está escondendo-se no carro da minha mãe – Fugindo da polícia ou pior fugindo de alguma gangue? –

- Eu estava com saudades – Digo recíproca. Enfio o medo no cú e ignorando as sacolas, nós nos abraçamos.

Desfizemos o abraço e Konan olha além dos meus ombros, imagino que para a entrada do Pet Shop.

- Como foi o reencontro? – A ansiedade dela me sufoca.

- Er... – Bufo frustrada e evito olhar para a entrada do estabelecimento do Kiba – Eu não consegui sair do carro – Admito envergonhada.

- Por quê? Se estiver com medo do Kiba estar nervoso por você ter transado com o Sora, desencana. O Kiba mudou Ino e desde que voltou da Folha, só tem falado em você – Rio sem humor – Acho que ele se apaixonou de novo!

- Você quer uma carona Konan? – Mudo de assunto, não quero lidar com isto agora, a mulher entende o recado e aceita a carona.

...

Konan mudou-se da casa dos pais, ela mora em uma bela casa, com uma cerca branca.

- Vamos entrar? Eu vou preparar uma receita nova de chá de camomila – Se havia alguma intenção de minha parte de recusar o convite ela se esvai no momento em que ouço chá de camomila.

Sentado no sofá, jogando vídeo game está o Nagato. Um homem de pele clara, com cabelo ruivo - o comprimento até o queixo – Os olhos azuis e os lábios finos. Nagato é alto e magro.

Ao olhar para o seu cabelo ruivo, eu sinto um pouco de medo, diferente dos cabelos do Gaara, este tom de vermelho é mais semelhante ao tom de vermelho do cabelo de Sasori – pelo menos nas minhas lembranças assemelha-se mais.

Ele levanta-se do sofá e apanha as sacolas de nossas mãos. O legal é que os dois continuam com a amizade do colegi... O meu pensamento morre, no momento em que Nagato deposita um carinhoso selinho nos lábios da Konan. Hã? E o Yahiko gente?

- Você demorou amor – Nagato comenta. Nós o seguimos até a cozinha.

- Não é somente entrar no primeiro supermercado e comprar. As coisas estão difíceis, temos que pesquisar! – Konan defende-se.

- É... Tá... – Nagato dá de ombros e coloca as sacolas sobre a mesa. Ele gira nos calcanhares e me encara – Continua linda Ino, já se encontrou com o Kiba? – Maneio a cabeça, a expectativa que os dois estão depositando neste reencontro, me assusta. – Bem... É muito bom rever você!

Nagato me abraça, no primeiro momento eu quero distanciar-me – por causa da cor de seus cabelos - porém, eu nunca conheci alguém que abraçasse tão bem quanto ele. Esse é aquele tipo de abraço que alegra o dia de qualquer pessoa.

- É muito bom ver você também – Desfazemos o abraço.

 

Nagato pede licença e retorna para a sala, disse que precisava executar um finish. O que é finish? Eu não tenho ideia, provavelmente algo ligado ao vídeo game.

Assim que o barulho da TV alcança os meus ouvidos eu pergunto a Konan.

- Nagato? Como isto aconteceu? – Gesticulo as mãos, como se os meus dedos estivessem se beijando.

- Ainda pergunta? Ino ele acabou de te abraçar – Ela diz divertida.

- Faz sentido – Concordo com ela, acordar com um abraço do Nagato deve ser ótimo – Mas e o Yahiko, vocês eram perfeitos juntos – Dois encrenqueiros fodidos completavam-se! A vaca consegue ser tão maldosa – Lembro-me de sair da cidade e deixá-los noivos?

- Então – Konan cora e antes que conclua a frase, somos interrompidas pelo próprio Yahiko, que aparece na cozinha, enrolado por uma toalha da cintura para baixo.

- Querida você viu o meu shampoo? – Ele pergunta.

Yahiko tem o cabelo vermelho - que eu diria ser laranja - espetado e curto, olhos azuis e nariz pontiagudo, há seis piercings visíveis - três pregos para cada lado da parte superior de seu nariz, um parafuso pontudo que prende cada extremidade dos seus lábios inferiores e uma barra de metal no meio de cada orelha.

Outra vez o cabelo vermelho me incomoda um pouco, evito olhar para o topo da cabeça do Yahiko.

 

- Ino? – Yahiko assusta-se em me ver. Em um rompante ele vira-se de costas e retorna pelo corredor – Vou terminar o banho e já volto meninas.

- Ele sempre foi muito tímido – Konan comenta babona.

As minhas pernas vacilam. Sento-me à mesa. É difícil entender se o que eu entendi é realmente o que entendi.

- Vocês três estão juntos? – Pergunto chocada, vivemos em uma sociedade monogâmica. Hipócrita!  As três facetas dizem, mesmo a bitch, presa na gaiola. Konan aquiesce, timidamente – Como isso aconteceu?

Ela senta-se à minha frente.

- O Yahiko e eu somos um casal desde o fundamental e como você mesma disse, somos perfeitos juntos, entretanto, um pouco depois de você se mudar, o Yahiko foi morar no exterior, ele passou um ano lá e nós decidimos terminar.  Durante este tempo que ele esteve fora, Nagato e eu nos aproximamos e sinceramente, eu não sei como, ele era o melhor amigo do meu ex e eu não me orgulho disto, mas aconteceu – Konan olha para o chão, extremamente envergonhada. Sinto-me solicita, porque eu entendo a puta sacanagem que é apaixonar-se por um cara tão próximo do outro cara por quem você também tem sentimentos. Ok o número de homens no mercado é inferior ao número de mulheres, mas precisávamos nos interessar pelo melhor amigo do ex? – Quando o Yahiko decidiu voltar, ele também decidiu que me queria de volta e eu estava com o Nagato, criamos um sentimento muito forte, mas eu ainda gostava do Yahiko e não consegui escolher um dos dois. Decidi me afastar, porque se não era para ter os dois, eu não queria nenhum.

Mordo o lábio inferior, Konan tomou a mesma decisão que eu, mas agora uma pergunta que não quer calar, como ela conseguiu ficar com os dois? Eu quero!

- Eu precisava dos dois Ino, não era justo fazer com que eu escolhesse. Então quando eu decidi mudar de cidade, nós três não conseguimos ficar afastados e eles me propuseram um acordo, que eu aceitei apenas, para tê-los, nem que fosse por um pequeno período. Eles propuseram que durante seis meses eu tivesse encontros com os dois, em dias distintos e que passado esse tempo eu me decidisse. O tempo passou e nada, continuei confusa e novamente dei o fora nos dois. Estava decidida a mudar de cidade e acho que isto os motivou a enfiarem o orgulho no cú e me propor outro acordo – Konan entrelaça as mãos, nervosa – Que trabalhássemos 12 por 36. Por exemplo, se na segunda eu era a namorada do Nagato, na terça eu era a namorada do Yahiko e assim consecutivamente. Eu gostei da ideia e acho que teria dado certo, se quanto eu estivesse com o Nagato o Yahiko não sabotasse o nosso encontro e vice-versa. Um dia eu cansada de toda essa situação, dei o fora neles outra vez e depois de um tempo conheci um cara novo, estava disposta a investir na relação com o Pietro, porém, Nagato e Yahiko entraram em um acordo e decidiram aceitar a minha proposta de morarmos os três, juntos. Não me pergunte o que eles conversaram ou como chegaram a um acordo, eu não sei, eles não contam, mas suspeito que o medo de me perder tenha falado mais alto e desde então, estamos vivendo abertamente um triângulo amoroso!

Basicamente a chave para conseguir ficar com os dois é dispensá-los? Acho que consigo fazer isso!

Eu tenho tantas perguntas para fazer a Konan. Quero saber como é a vida dos três sob o mesmo teto, se dormem juntos, se transam juntos, se pensam em filhos. Quero saber como eles lidam com os julgamentos das pessoas, enfim, quero saber muitas coisas.

No entanto, antes que eu abra a minha boca, eu me lembro de algo que no capítulo anterior, eu esqueci. Igual a Sakura, Konan também é amiga de um dos meus ex, não posso entregar para ela, que estou dividida.

 - Ino como você se sente depois de ouvir tudo isso? – Konan ergue a face timidamente e crava os olhos nos meus.

Suspiro audível.

- Um pouco surpresa, porque eu não sei se no seu lugar eu aguentaria a pressão de assumir essa relação fora do padrão, mas também estou feliz. – Konan ergue uma de suas sobrancelhas – Vocês são meus amigos e eu fico feliz por vê-los felizes! – Explico-me, ela sorri.

- O kiba tem razão, você está muito diferente Ino– Faço beicinho. Diferente como colega? – E isso foi um elogio, eu é que estou feliz por você estar aqui!

Konan levanta-se da cadeira e vasculha as sacolas de compras sobre a mesa.

- Vamos sair hoje, estou precisando de uma companhia feminina, depois que assumi estar com os dois ao mesmo tempo, as girls da cidade me veem como a promíscua da Capital. A mulher insaciável que roubará os seus cônjuges!

- Cuidado com ela, Konan a perigosa! – Caçoo de um assunto delicado e obtenho o almejado, arrancar um riso verdadeiro da mulher.

...

Coço os olhos, sonolenta. Os abro lentamente e deparo-me com a bonita face da Konan. De olhos fechados, a mulher respira pesado. Aparentemente em um sono profundo. Estou deitada ao seu lado, no chão da sala.

Eu não sei como chegamos a esta situação. Lembro-me de que estávamos os quatro na cozinha experimentando a nova receita do chá de camomila e agora estamos aqui, esparramados no chão da sala. Apagamos?

A pouca claridade no cômodo, indica que o dia tornou-se noite. Ao menos não estamos pelados! Levanto-me do chão. A louca da Konan deve ter exagerado no novo ingrediente! Não creio que me drogaram! Pelo menos eu não tive o pesadelo do cemitério.

Sorrateira eu caminho até a porta da sala. Com sorte eles estão tão chapados que duvidarão de si mesmos; Será que a Ino esteve aqui ou estamos com tanta saudade que imaginamos que ela esteve aqui?

Eu não estou a fim de sair com a Konan, Sakura estragou a minha viagem, jogando as verdades na minha cara. Entretanto, ao rodar a maçaneta da porta, eu ouço a Konan dizer grogue.

- Às 20 horas eu passo na casa dos seus pais Ino!

Droga!

- Ok – Respondo desanimada e saio da casa.

...

Outra vez algo de errado não está certo. Chego a casa e meus pais não perguntam onde eu estive o dia inteiro. Eles nem notaram que eu saí.

- O que houve com vocês? – Pergunto indignada, eu sou o bebê deles, por favor, preciso de muito amor, carinho, cuidados e preocupação.

- Desculpe querida, mas já são quase três anos que estamos sozinhos, nos esquecemos de como nos comportamos quando vocês somem! - A forma maliciosa que mamãe pronuncia a palavra sozinhos me embrulha o estômago. Às vezes eu queria ter a mente pura, para não entender certas coisas.

E eu pensando que estivesse em casa, aqui não é mais o meu lar!

- Daqui à pouco eu vou sair e não tenho hora para voltar, não que vocês se importem! – Aviso com raiva.

- Entendido aspirante a oficial – O meu pai diz desinteressado.

Mas que porra!  Chateada com o descaso deles, eu vou para o meu quarto.

...

Às 20 horas ouvimos a buzina do lado de fora da casa.

- Deve ser a Konan – Dirijo-me ao pequeno corredor, que liga a sala de visitas a entrada da casa – Como já disse eu não tenho hora para voltar – Olhem eu aqui, sou um bebê, prestem atenção em mim!

- As portas estarão destrancadas até às 2 horas aspirante a oficial, depois deste horário terá que acampar! – O meu pai até tenta, mas a ameaça não surte efeito algum sem o seu olhar sisudo, para ele as chamas na lareira são mais interessantes do que eu.

- O que houve com vocês? – Bufo frustrada – Tchau – Despeço-me deles.

- Estamos sozinhos – Ouço mamãe comemorar. Com o estômago embrulhando, aumento o ritmo dos passos em direção ao carro da Konan.

...

- Onde estamos indo? – Pergunto para a mulher atrás do volante.

- A um barzinho – Konan responde animada.

- Você não vai me deixar chapada de novo, não é? – Konan sorri de lábios fechados.

- O que aconteceu hoje a tarde não foi intencional, me desculpe exagerei na erva – Ela justifica-se – Fique tranquila, hoje à noite eu espero que você mantenha-se bem sóbria.

- Por quê? – Indago.

- Surpresa – Ela diz misteriosa, fazendo com que eu fique nervosa e tamborile os dedos da mão esquerda na coxa.

O que está aprontando mulher?

...

Ocupamos uma mesa próxima ao pequeno palco do bar. Quando o gerente do estabelecimento anuncia o nome da banda cover do Bon Jovi – Os Atormentados – eu tarde demais descubro o que Konan está aprontando. É com um nó no estômago que vejo Kiba e amigos, subirem no palco.

Aparentemente o homem está muito melhor que Shizune, nenhum pouco abatido, continua gato. Os seus olhos escuros vasculham o pub e parecem encontrar o que tanto procuravam ao pousarem nos meus. O meu coração falha uma batida, tamanho o nervosismo em observar o seu sorriso maroto.

Olho com raiva para a mulher sentada ao meu lado, ela sorri sem graça.

- Surpresa! – Konan diz contente com a sujeira armada por ela. Esse reencontro sem o meu consentimento foi uma grande sujeira.

¹ - Esta não é uma canção para os de coração partido. Não é uma oração silenciosa para os que perderam a fé. Eu não serei apenas um rosto na multidão. Vocês vão ouvir minha voz. Quando eu gritar isso bem alto. É a minha vida. É agora ou nunca. Eu não vou viver para sempre – Eles iniciam a apresentação com uma música famosa.

Tudo está indo bem – dentro do possível – Kiba continua gato e afinado – eu obtenho bons resultados em não retribuir os seus olhares significativos. Konan e eu nos divertimos – bebemos socialmente, pedimos por uma tábua de fritas média, comemos e fazemos coro aos refrãos das músicas.

Porém quando Livin' On A Prayer chega ao fim, Kiba anuncia a próxima música, acabando com o meu clima neutro.

- Essa é uma composição original – A plateia bate palmas, animadas - Que comecei a escrever há dois anos, mas no meio do caminho eu passei por um momento de bloqueio criativo. Felizmente recentemente eu reencontrei a minha inspiração – Ele olha diretamente em minha direção, arrancando um riso bobo de Konan e um tom escarlate em minhas bochechas. Céus porque isto está acontecendo? – Sendo assim essa música vai para uma pessoa que eu amo muito e espero que ela goste!

Um lento e ouso dizer mórbido dedilhar de guitarra é iniciado.

²- Ela apareceu vestida toda para mim. Constrangia-se através da minha vergonha. Todo o tormento e dor. Vazaram e me cobriam. – A voz do Kiba preenche os meus ouvidos e me encanta - Eu faria qualquer coisa para tê-la para mim. Só para tê-la para mim – Sinto-me mal com este trecho.

Está atrasado 2 anos Kiba!

- Agora eu não sei o que fazer. Eu não sei o que fazer. Quando ela me faz triste. Ela é tudo para mim. Um sonho não correspondido. Uma canção que ninguém canta. O inatingível. Ela é um mito que eu tenho que acreditar. Tudo o que necessito para fazer isso real é mais uma razão. Eu não sei o que fazer. Eu não sei o que fazer. Quando ela me faz triste – Eu quero chorar, mas as lágrimas não saem. A música é perfeitamente triste e eu não sei o que sentir, não sei se gosto ou desgosto de ter servido como inspiração para ela.

- Mas eu não vou deixar isso crescer dentro de mim. Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim. Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim. Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim. Uma captura em minha garganta, sufoco. Rasgo em pedaços. Eu não quero, não!

Eu entendo o seu medo de me amar!

– Mas eu não vou deixar isso crescer dentro de mim. (Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim). Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim. Não vou deixar isso crescer dentro de mim. Ela não é real. (Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim). Eu não posso fazê-la real. (Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim).

- Eu sou real, mas... Uma lágrima escapa.

- Eu não posso fazê-la real. (Eu não vou deixar isso crescer dentro de mim).

A música termina.

- Nossa que linda, embora triste! – Konan diz exatamente o que eu iria dizer.

- Verdade – Eu concordo com ela.

...

Após o fim da apresentação e de ajudar a guardar os instrumentos musicais, Kiba junta-se a nós.

- Oi – Ele nos cumprimenta com dois beijinhos nas bochechas. Com nosso consentimento – até porque ficaria um climão se eu dissesse não – Kiba senta-se a nossa mesa. – Desta vez veio para ficar Ino? – Maneio a cabeça, ele faz beicinho.

- Volto para a Folha na segunda-feira – Respondo.

- E o que a trouxe à Capital? – O tom de voz esperançoso do Kiba, me sufoca.

- Fiquei com saudade de casa – Não é uma completa mentira, eu estava mesmo com saudade da cidade, antes de perceber que ela não é mais o meu lar – Mas agora estando aqui, eu me sinto meio deslocada – Conto a eles o estranho comportamento dos meus pais, o descaso deles para comigo. Konan e Kiba acham graça.

- Olha se estender a visita, descobrirá que algumas coisas não mudaram! – Kiba insinua-se, engulo em seco.

Como eu já sabia, a Konan é amiga do Kiba e não minha, por isso ela abruptamente levanta-se da cadeira e arranja uma desculpa fajuta, com o intuito de nos deixar sozinhos.

- Gente já é tarde assim? – Ela diz olhando para um de seus pulsos – detalhe, ela não está usando um relógio de pulso – Cretina! – Os meninos devem estar loucos de saudade, foi um prazer estar com vocês, mas já vou ind... Antes que ela termine a frase eu também levanto-me da mesa.

- Meu Deus está tarde mesmo! – Também finjo checar as horas em um relógio imaginário. Vale tudo, desde que eu não fique a sós com o Inuzuka – Combinei de ir com a minha mãe amanhã de manhã na igreja – A minha desculpa consegue ser pior que a da Konan, mas foda-se depois coloco a culpa no álcool.

- Eu acho que ainda está cedo, mas sem problemas, eu deixo vocês em casa – Kiba oferece uma carona e sem me consultar a cretina da Konan aceita.

...

Deixamos a Konan em casa e em silêncio rumamos para a casa dos meus pais.

Ele para o carro em frente à modesta construção. Agradeço a carona e saio do veículo. É claro que com a minha falta de sorte, o Kiba, não irá acelerar e simplesmente partir. É óbvio que ele também desce do carro e faz a tal da pergunta complicada.

- O que achou da música? – Kiba pergunta.

³ O que eu achei da música? Eu gostei, mas gostaria mais se eu não tivesse sido a inspiração. Porque a música é muito triste.

- Amei, ela com certeza entrou no meu top 10 – O olho nos olhos – Sabe, é bom saber que de maneiras diferentes, chegamos à mesma decisão, de que nós... – Empolgado demais, o Kiba me interrompe.

- Então você também acha que merecemos uma segunda chance?

- O que? – Indago confusa, a animação do Kiba diminui – Não entendo Kiba, na música você disse que não deixaria que o sentimento crescesse, disse que eu não era real, que não queria que eu fosse real! – Agora eu sei o que sinto em relação a esta música. Estou magoada, não é possível que seja tão ruim assim me amar ou é?

- Ino – Ele aproxima-se alguns passos, leva a mão a minha face e acaricia a minha bochecha – Por mais que eu não queira, para mim você é real, mas parece que o sentimento não é recíproco. Eu entendi tudo errado Ino? Não vamos reatar é isso? – Delicadamente eu retiro a sua mão da minha bochecha.

Crispo os lábios. Os poucos minutos de silêncio, na minha cabeça equivalem a anos.

Eu sou grata ao Kiba por ter ficado ao meu lado em um momento muito difícil da minha vida, porém, quando penso na forma que ele terminou comigo, por mensagem, usando aquela desculpa ridícula. Eu coloco tudo em uma balança e esse seu erro sobrepõe-se aos momentos felizes. Lembro-me do quanto fiquei mal com o término. Eu não posso simplesmente esquecer, eu não posso trair a Ino de 2 anos atrás! Até porque eu amo outra pessoa. Kiba demorou demais para perceber que quem ama cuida e não deixa o outro ir!

- Por que você terminou comigo Kiba e eu quero saber o verdadeiro motivo!?  - Ele hesita por alguns segundos.

- A minha resposta irá interferir na sua decisão? – Ele usa uma pergunta para desviar-se da minha. Maneio a cabeça.

- Você sempre será importante pra mim, eu gosto de você, mas não da forma que você quer. Amor eu sinto por outra pessoa. Não sei se o tempo foi o culpado ou à distância a responsável por enterrar o amor que eu sentia, mas acontece que eu não posso ficar. Desculpa!

Antes que eu esboce alguma reação o Kiba me abraça. Encaro este gesto como um ato desesperado, de alguém emocionalmente fragilizado. Apesar de não ser visível, Kiba deve estar mal com o fim do noivado.

- Eu fui um burro Ino, eu sei disso... Mas me dê uma chance de transformar esse gostar em amor de novo? – Ele desfaz o abraço lentamente e cola as nossas testas.

Tenho a impressão de que Kiba vai me beijar. Ele aproxima a face da minha e quando os nossos lábios estão a milímetros, eu outra vez abaixo a cabeça.

- Não é real, não mais – Ele diz mórbido.

Fico com raiva de mim mesma, por sentir pena dele, A pena é um dos piores sentimentos que podemos ter por nossos semelhantes.

Torno a abraçá-lo e afundo a cabeça em seu peitoral másculo.

Não é real Kiba, é gratidão!

As minhas lágrimas molham a sua camisa de algodão. Ele me envolve em seus braços e me aperta com carinho.

- Eu te deixei ir, eu sou tão burro... O pior erro da minha vida! – Ele lamenta, Kiba inspira no meu pescoço – Você tem um cheiro de canela tão gostoso.

 

 

 

Afasto-me abruptamente do Kiba ao ouvir o som de palmas as nossas costas. Giro nos calcanhares, temerosa, espero que seja a minha mãe e não o meu pai.

No entanto, se eu voltasse no tempo desejaria que fosse o meu pai o telespectador da cena, porque não sei como reagir diante o olhar de ódio da Sakura.

As palmas cessam e cautelosamente Sakura aproxima-se. A expressão de poucos amigos da testuda combina com o meu atual estado de espírito – raiva – Eu nunca quis sentir pena do Kiba ou de qualquer outra pessoa.

- Eu sou mesmo uma boba, vim aqui com a finalidade de fazermos as pazes. O Sasuke não merece isso Ino. Ser trocado por esse babaca! – Sakura olha para o Kiba como se ele fosse um nada. – Imagino que ele não contou porque terminou com você anos atrás!?

Sinto-me ainda pior.

- Na verdade ele contou – Sakura aparenta surpresa – Ele disse que éramos muito novos para nos prendermos e que deveríamos conhecer outras pessoas – É humilhante admitir que eu não fosse suficiente.

Sakura gargalha cinicamente.

- Foi isso o que esse idiota te disse? – Qual é a da Sakura? Já disse que sim! Confirmo – Ele mentiu...

- Isso não é da sua conta, cala essa boca! – Kiba desespera-se e a interrompe – Ino me desculpe eu era um moleque, eu... eu não pensei direito, eu era muito novo, mas não sabe como me arrependo da escolha que fiz! – Tenta justificar-se.

Estou tão confusa e ao mesmo tempo curiosa.

- Independente da idade nós sempre temos que arca com as consequências de nossas escolhas. Diga o que sabe Sakura – A minha frieza me assusta.

- Quando vocês ainda namoravam o Kiba contou vantagem, ele disse para todo mundo que a namorada dele era virgem e que ele seria o primeiro a te comer – Sakura cora, eu cerro os punhos, a minha raiva aumenta – Eu fiquei com tanta raiva dele estar dizendo essas coisas idiotas pelas suas costas, que joguei na cara dele que você perdeu a virgindade com o Sasuke – Oh man! – Kiba duvidou de mim e resolveu tirar a prova, suponho que ele confirmou que eu estava dizendo a verdade e por você não ser mais virgem, ele sentiu-se menos macho ou sei lá o que e terminou o namoro!

Espero nunca tomar uma facada de verdade, porque se doer como essa facada figurativa, eu não irei sobreviver.

- Foi por isso que terminou comigo Kiba? – Acho que nunca antes eu senti tanta raiva.

Ele desvia o olhar do meu e afasta-se alguns passos.

- Sim... Mas me deixa explicar... – Kiba inicia.

Plaft! Não penso, apenas ajo e acerto um forte tapa em sua face morena.

Por anos eu me coloquei no papel da vilã. Por anos eu me culpei pelo fim do relacionamento e as feridas deixaram marcas profundas e dolorosas, transformaram-me em uma Ino que não mais acredita ou se importa com o amor.

A culpa não era minha, nunca foi!

- Eu odeio você! – Digo convicta, olhando fundo nos olhos escuros do Kiba e sem dirigir um olhar a Sakura, corro para o interior da propriedade dos meus pais.


Notas Finais


Gente a última parte desse capítulo aconteceria mais pra frente na história, mas enquanto eu escrevia o capítulo ( o que foi feito em passos de tartaruga) eu resolvi colocar de uma vez e encerrar essa parte. Não sei se ficou corrido, não estou em condições de julgar, GOT tem tirado toda a minha paciência (Cara o que estão fazendo com minha série favorita? ç.ç)
Quanto a música cantada pelo Kiba, eu precisava de uma música foda e a primeira que veio em minha cabeça era Snuff também no Slipknot, mas ela é meu xodozinho, não divido rsrs por isso escolhi Vermelion part 2 que também não deixa de ser foda <3
Espero que tenham gostado, obrigada por ler e inté :*


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