Calleb não havia dormido a noite inteira, ficará planejando o assalto a um banco internacional no centro da cidade, que ficava a quilômetros de onde estavam - então ele estava basicamente cansado, estressado, e completamente sem paciência.
- Bom dia, flor do meu lindo jardim! - disse Toby surgindo por trás de Calleb com um sorriso de orelha a orelha.
- Ótimo dia, meu anão que completa o jardim. - disse Calleb mal humorado e sério.
- Até parece, eu sou maior que você querido. Eu vou acordar as meninas, tá? Elas devem estar com fome. - disse Toby sorrindo e saltitando pelo corredor até o lugar onde as meninas se encontravam.
Dentro do quarto, as quatro meninas estavam dormindo. Spencer suava loucamente, assim como as outras meninas. Toby havia entrado no quarto de madrugada e colocado quilos de cobertor em cima delas.
- Bom dia, meninas lindas do meu coração! - disse Toby entrando no quarto todo sorridente. - Dormiram bem?
- É... sim, claro - disse Emilly esfregando os olhos.
- Que booooom lindinha! - disse Toby sorridente. - Estão com fome?
As meninas se entreolharam, pensando na pior das hipóteses sobre o que eles poderiam dar para elas comerem.
- Não, não, não estamos não. - disse Hanna, seguido de um ronco de seu estômago.
Toby fez cara de poucos amigos e sorriu logo em seguida.
- Sigam-me, crianças! - ele disse marchando.
As meninas tentaram se arrumar o máximo que puderam e seguiram-no, observando o lugar onde estavam. Era grande, muito grande, poderiam se perder lá facilmente, mas viam que em cada canto havia uma câmera, e o medo de serem massacradas por Calleb era bem, mas bem maior!
- Call, temos visita para o café. - disse Toby sentando em uma cadeira que dava para a mesa logo atrás dos sete monitores de computador que Calleb utilizava.
- Uhum. - ele disse prestando atenção ao que estava fazendo no computador.
- Ele não dorme não? - perguntou Aria, sentando e apontando para Calleb de costas.
- Sabe o que é? Ele se dedica muito às coisas, isso é bom no Call, porque a gente sempre se sai bem, hehe. - disse Toby olhando para as meninas e olhando para Calleb.
Hanna ficou observando Calleb de costas e o quanto ele se concentrava naquilo, e o pior, ela não entendia absolutamente nada de computador!
- Call, vem comer. - disse Toby um pouco sério.
- Não. - respondeu Calleb digitando rápido e analisando algumas imagens.
- Calleb não vou falar de novo! - disse Toby em tom de bravo e sério ao mesmo tempo. - Você tem que comer, senão além de ser um ignorante vai ser um desnutrido e morto de fome.
Calleb olhou para trás com uma cara de sério, via-se claramente suas olheiras e como seu rosto estava pálido.
- Tá. - ele respondeu simplesmente, levantando de sua cadeira e sentando-se à mesa junto a todos. Ele sentou e acendeu um cigarro olhando fixo para o nada.
- Ótimo, eu vou pegar as coisas. - Toby levantou sorrindo e saindo de vista das meninas. O medo delas havia aumentado, afinal, Calleb era um monstro comparado a Toby, e dele ninguém sabia o que esperar.
- Então, dormiram bem? - Calleb tentou ser amigável, mas ainda não encarava ninguém e falava friamente.
- Uhum. - respondeu Spencer - Só que ele veio cobrir a gente de noite e a gente acordou alagada, e estamos fedendo mais do que ontem depois do show.- Spencer disse colocando o cabelo pra trás da orelha, tentando parecer mais apresentável.
Calleb riu, é, ele riu, coisa que não fazia diariamente.
- É isso é bem a cara do Toby, ele é assim mesmo, se preocupa demais com as pessoas, às vezes até com quem não merece. - disse Calleb, ficando sério logo em seguida.
As meninas engoliram a seco. Será que ele estava falando delas?
- A gente não merece a preocupação dele? - disse Spencer agora com um olhar triste.
Calleb olhou para ela e percebeu o quanto ela se importaria com a resposta, mas a verdade é que Calleb não estava nem aí para aquelas meninas, elas eram incógnitas para ele, e não mudariam nada na vida dele.
- Na realidade, sou eu que não mereço. - ele disse levantando e saindo da sala, encontrando com Toby na porta com sacos na mão.
- Aonde você vai? - Toby perguntou sério.
- Não estou com fome. - Calleb disse passando reto por Toby e dando passos firmes.
Toby ficou parado na porta, fechou os olhos e respirou fundo, abriu-os novamente e sorriu.
- Bom, vamos comer lindinhas? - ele disse, sentando e colocando as coisas em cima da mesa.
Toby comeu em silêncio e as meninas perceberam que algo estava errado.
Calleb andou a fábrica inteira até chegar ao último andar, onde se dirigiu ao topo do prédio onde pousavam helicópteros. Sentou-se lá e ficou pensando, pensando no seu passado, no que tinha se transformado hoje, e o que seria amanhã, mas isso ninguém poderia dizer, apenas ele.
- Então, vocês querem tomar banho, algo assim? - Toby perguntou ainda um pouco chateado.
- Ah eu... - Spencer ia falar quando foi interrompida por Emilly.
- Não, obrigado. - disse Emilly séria.
- Sabe, ele não tá fazendo isso por mal, é que a gente precisa do dinheiro meninas. - Toby disse olhando para baixo, as meninas estranharam vê-lo daquela forma.
- O motivo pra quê precisamos do dinheiro não é importante, Toby. - disse Calleb surgindo de repente. Ele sentou-se à mesa e pegou uma maçã.
- Agora você come, não é seu idiota? - disse Toby sorrindo.
- Eu fiquei com fome seu bestão. - Calleb disse sério.
As meninas observaram os dois, as expressões e o quanto eles eram diferentes um do outro, surgiam dúvidas na cabeça delas; por que eles foram presos, por que em um presídio de segurança máxima, por que eles eram daquele modo? Mas essas perguntas só seriam respondidas depois.
O telefone de Hanna tocou e um clima tenso se instalou no local.
- Me dá o telefone gatinha. - Calleb pediu o telefone seriamente.
Hanna não hesitou, entregou o telefone a Calleb de imediato.
- Alô. - disse Calleb calmamente olhando para as meninas.
- Alô, Hanna?! Hanna, é você?! - dizia alguém desesperado do outro lado da linha.
- Não, querido, quem tá falando? - perguntou Calleb.
- Quem tá falando? Como assim? Eu que pergunto! - a pessoa do outro lado da linha começava a se estressar. - Deixa eu falar com a minha namorada! - disse o menino dando um ataque histérico do outro lado da linha.
- Resposta errada meu caro imbecil. - disse Calleb se levantando.
- Calleb, pega leve. - disse Toby assistindo a cena.
- Com certeza. - Calleb colocou o telefone na boca de Hanna e apertou o pescoço da mesma com força, arrancando um grito de dor dela.
- HANNA! AMOR! O QUE TÃO FAZENDO COM VOCÊ? - perguntou o menino gritando desesperado do outro lado da linha.
- Amor, calma, tá tudo bem, eles seqüestraram a gente... - Calleb deu um peteleco na cabeça de Hanna, arrancando outro grito dela.
- AMOR MEU DEUS! - gritou o menino do outro lado da linha.
Calleb encostou sua boca na orelha de Hanna, fazendo-a se arrepiar toda.
- Fala que você ama ele, e que você quer que entreguem dois milhões em dinheiro em um lugar que eu irei definir logo mais. - ele dizia tudo bem baixinho no ouvido de Hanna, que fechou os olhos e começou a falar calmamente.
- Amor, escuta, eles querem que vocês entreguem dois milhões em dinheiro, ele vai entrar em contato pra falar o local. - Hanna disse mordendo a boca de dor pelo fato de Calleb ter apertado novamente seu pescoço.
- DOIS MILHÕES?! - gritou o menino.
- É, dois milhões. - Hanna dizia calmamente.
Emilly estava furiosa por ver Calleb machucar sua amiga, mas Toby fez questão de acalmá-la.
- Tudo bem, eu vou chamar a polícia, eu vou! - dizia o menino do outro lado da linha.
- A gente vai ter que desligar agora! - disse Hanna sentindo a respiração de Calleb em seu ouvido.
- O QUE? NÃO! - o menino berrava igual um louco, tentando evitar o fim da chamada.
- Tchau, amor... - Hanna disse e Calleb apertou seu ombro com força bem no osso da clavícula - ...ée, eu te amo! - ela disse por fim arrancando um sorriso de Calleb.
Ele desligou o telefone sorrindo e se dirigiu ao computador. Toby olhava com cara de mal para Calleb, assim como Aria, Emilly e Spencer.
- Poxa, Call, não dava pra pegar leve? - perguntou Toby.
- É, não dava pra pegar leve? - perguntou Emilly furiosa.
- Se eu pegasse leve, não teria sido um bom sequestro. - Calleb disse ainda sorrindo, olhando para o computador. - E afinal, que diferença faz? - disse o garoto, pegando um cigarro e acendendo. Virou sua cadeira para os cinco. - Ela não ama ele mesmo. - disse, sem deixar de sorrir.
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