1. Spirit Fanfics >
  2. Arte no seu Olhar >
  3. Por você vale a pena derreter (único)

História Arte no seu Olhar - Por você vale a pena derreter (único)


Escrita por: seaguk97

Notas do Autor


Oi, antes de qualquer coisa quero agradecer à maravilhosa Gabrielly por ter tirado quase seu dia inteiro pra revisar essa OS pequenininha.
amo vc gabyzuda


AGORA VAMOS AO QUE INTERESSA
HOJE (13 de novembro) É O DIA DA GI!!!! ESSA GAROTA MARA TÁ FAZENDO SEUS BELOS 18 ANINHOS, MAS É MENOR Q EU ;’)
ENFIM, 100% dedicado à ela, pq né, ela merece <3
Tem textinho nas notas finais Gi, te amo pakas

boa leitura!

Capítulo 1 - Por você vale a pena derreter (único)


Fanfic / Fanfiction Arte no seu Olhar - Por você vale a pena derreter (único)

Os rabiscos no papel de cor branca formavam desenhos aleatórios e muitas vezes sem sentido, mas que na mente de Jeongguk tinham total coerência. De semblante concentrado e coluna extremamente reta, o garotos dos fios acastanhados buscava inspiração em algo para que, enfim, pudesse começar o trabalho proposto há duas semanas na aula de artes; era uma matéria extra, apenas para aqueles que tinham curiosidade ou amor pela arte.

A atividade exigia um certo grau de profissionalismo e exatidão nos traços, pois buscava achar um aluno que pudesse expor para o mundo seu dom para com as pinturas e riscos bonitos, tratando de pôr-lhe em uma faculdade digna assim que terminasse os estudos. Era uma oportunidade e tanto para Jeongguk, entretanto seus pensamentos estavam sem nexo para algum tipo de arte por conta das provas bimestrais de extrema complicação, além dos problemas em casa que não colaboravam com tal; a suposta separação entre seus pais não parecia — e nem era — uma coisa boa ao seu ver.

A única coisa que podia o acalmar era o loirinho, que explicava aos novatos bagunceiros as regras da escola na sala ao lado — mas que pelo tom de voz alto, podia ser ouvido sem muita nitidez de onde o Jeon estava.

Acabou por soltar uma fraca risada ao imaginar a cara de indignação do Kim enquanto repetia pela milésima vez que não era permitido quaisquer tipos de vandalismo pela instituição. Lembrando-se vagamente que em poucos instantes estaria ao lado deste, não conteve a vontade de mordiscar seu lábio inferior em ansiedade; a saudade corria por suas veias como se fizesse parte de seu sangue, fizesse parte de si. E de fato fazia, já que há mais de dias que não conseguia um tempo à sós com aquele que roubava seus pensamentos sempre em horas inadequadas — principalmente durante as aulas mais importantes e que pediam mais de sua atenção.

Retirou-se por completo de sua bolha particular quando o barulho da porta soou alto demais, inundando a sala até então silenciosa com o som da fechadura já velha rangendo. Precisavam trocar aquilo o mais rápido possível; além de ser irritante, era vergonhoso uma escola com aquele patamar sofrer com esse tipo de problema tão mínimo, entretanto ninguém ousara reclamar, pois de fato não se importavam tanto.

Só alguém como Jeongguk que reparava nos mínimos detalhes poderia fazê-lo.

— Atrapalho? — a voz grave saltou pelos lábios avermelhados indo de encontro direto aos ouvidos do Jeon, arrancando-lhe um sorriso instantâneo só de ter a presença daquele ser tão amável ali.

— Você nunca atrapalha. — respondeu-o ainda mostrando seus dentes avantajados. Observou o loiro encostar a porta com suavidade antes de ir até si e apossar-se de uma das diversas cadeiras espalhadas pelo cômodo, puxando-a para que ficasse próximo do mais novo.

Rapidamente Jeongguk olhou para os lados buscando por quaisquer resquícios de alguém além deles dois e assim que constatou que estavam sozinhos, permitiu-se inclinar ligeiramente na direção de Taehyung, encostando seus lábios num rápido selar. Assim que se afastou daquele contato mínimo, — que só o fez querer mais e mais — pôde desfrutar da sensação gostosa de seu coração acelerando demasiadamente enquanto tinha a visão perfeita das bochechas alheias pintadas num tom claro de vermelho.

Um sorriso contido e tímido se formou na boca do Kim, que abaixou a cabeça pelo constrangimento momentâneo; adorava o cheiro doce de Jeongguk e beijos inesperados como aquele apesar de se acanhar; aquecia seu peito de uma forma tão boa que gostaria de ter essa sensação em todos os momentos possíveis. Infelizmente — ou felizmente — só podia os ter ao lado dele.

— O que faz aqui sozinho nesse silêncio absurdo? — Taehyung indagou após voltar a encarar as íris escuras sem brilho.

De fato a falta de som no local incomodava aqueles que se acostumaram com o barulho constante da escola movimentada; o loiro era um desses.

Por ser representante de sua turma e o líder de um dos principais grêmios estava sempre perto de alguma movimentação barulhenta, poucas vezes tendo total sossego. Vezes estas que só conseguia pela ajuda de Jeongguk, que sempre que podia arrastava-o até um lugar secreto entre eles, repleto de árvores e cheirinhos bons onde matavam aulas aleatórias e comiam besteiras pelo resto do dia letivo.

Nunca foram pegos, pois suas artimanhas eram algo sobrenatural ao se tratar de fugir de professores.

— Busco pela inspiração. — Jeongguk respondeu à pergunta anterior, fazendo uma careta automática ao lembrar-se do trabalho que já deveria estar na fase de conclusão. — Não consigo me concentrar no que desenho e nada sai bom. — É frustrante, completou em pensamento. Soltou um breve bufar sem nem mesmo reparar que o fez.

Ainda estava inclinado sobre Taehyung, os rostos próximos e as respirações mescladas; o leve aroma de menta emanado pela boca rosada se misturava com o perfume amadeirado igualmente sutil.

A pele acobreada pedia por algum tipo de contato, e assim fez, tocando a tez macia com carinho, subindo e descendo sem um ritmo certo.

Taehyung sorriu antes de revidar:

— Deveria fugir um pouco da realidade, sabe? Parar de se preocupar tanto com aquilo que só se resolverá com o tempo e curtir o momento.

Enquanto dizia, Jeongguk cogitava a tese de seu namorado ter algum tipo de poder anormal, onde podia ler mentes e desvendar pensamentos confusos.

Por que sempre conseguia falar-lhe palavras tão certeiras e sinceras?

— E o que me sugere? — questionou pendendo a cabeça para o lado e encantando-se ainda mais com a beleza alheia; outra dúvida que rondava em sua mente era como o Kim podia ser tão belo e apaixonante a cada dia que se passava.

Ou talvez fosse ele um idiota apaixonado pela harmonia entre os traços sutis do garoto de olhos brilhantes.

As orbes avelãs demonstravam esconder galáxias infinitas com seu brilho excêntrico, tornando Taehyung um ser misterioso. O nariz perfeitamente declinado possuía uma pequena e adorável pinta em sua ponta, um ponto específico e tão encantador aos olhos de Jeongguk; a boca de formato peculiar se transformava a oitava maravilha ao se modificar num belíssimo sorriso quadrado, podendo ser admirado até mesmo por aqueles que invejavam o dono.

A inveja era algo que rodeava a vida de Taehyung, e ele nunca se importava com aquilo.

Jeongguk poderia fitá-lo pelo resto de sua vida que não conseguiria encontrar algum defeito que o fizesse desistir da beleza única do loiro e sabia que mesmo se o achasse, metamorfosear-se-ia num defeito perfeito, voltando a ser alguém especial e exclusivo com aquele tipo de beldade.

— Uma tarde num parque repleta de sorvete e coisas refrescantes e, hm… A noite inteira ao lado de alguém que você goste enquanto passa Frozen na TV. — propôs com um sorrisinho arteiro nos lábios, rindo baixinho ao ser puxado com certa força para o colo do Jeon.

— Acho que irei precisar de uma companhia… — mordeu levemente o pescoço exposto de Taehyung após dizer, vendo a epiderme se arrepiar diante de seu toque. — Deseja me acompanhar? — olhou-o de baixo. O sorriso dele era tão contagiante que acabou por refletir tal ação, aproveitando a expressão serena que adornou a face alheia ao confirmar diversas vezes com a cabeça; adorável demais, queria mordê-lo. Beijou-lhe o ombro coberto antes de fazer menção de se levantar. — Mas precisa ser Frozen mesmo?

 

 

**

 

 

O sol radiante brilhava no céu azul sem resquícios de nuvens ou derivados. Alguns pássaros cantavam alegremente e pulavam de árvore em árvore, crianças corriam para lá e para cá dando um ar mais contente ao local bonito.

Aquela área era uma das favoritas de Taehyung dentre todo o grande bairro, pois além de conter diversificadas cores pelas barracas com comidas e pelas flores belíssimas, podia voltar a ser uma criança feliz sem se importar com alheios e desfrutar do sentimento bom de não ter problemas, mesmo que por poucos instantes. E mais que isso, passar por ali ao lado daquele que mais amava até então era algo que deixava-o em completo torpor de felicidade.

O sorriso não saiu de seus lábios um segundo sequer, observava cada mínimo detalhe ali, focando-se naquilo que mais o atraía, mas logo mudando para outra coisa que fosse tão bela quanto. E no momento em questão estava admirando a expressão suave e o sorriso fofinho de Jeongguk como se fosse a coisa mais perfeita do mundo.

E de fato era.

Se tivesse as mesmas habilidades artísticas que o outro, pintaria-o do modo como ele se encontrava naquele instante; relaxado, contente e distraído; sem dar a mínima para a sua mente barulhenta e enlouquecedora. Com total certeza daria uma bela obra de arte, ousaria dizer digna de exposição ao museu. Todavia era algo para se pensar depois, visto que o sorvete de chocolate com granulado já derretia em suas mãos.

Apressou os passos até o moreno, sentando-se ao seu lado e obtendo a atenção deste toda para si. Entregou-lhe a casquinha com as três bolas de sorvete achocolatado, sorrindo animadamente antes de abocanhar o de suas mãos; o doce do morango artificial congelado era algo que nunca negaria quando lhe fosse oferecido.

— Aqui é bem legal. — Jeongguk murmurou após dissolver um pouco do sorvete em sua boca, deleitando-se com o gostinho doce de seu sabor favorito. Taehyung sabia como o agradar.

— Uhum. — o loiro murmurou por conter o alimento na boca, seguidamente engolindo para falar normalmente. — Eu sempre venho aqui quando preciso fugir da realidade. — distraidamente proferiu, voltando a chupar o doce.

— É bem sua cara mesmo. — riu travesso, recebendo um leve tapa no ombro como resposta e um sorriso contido de Taehyung.

Permitiram-se ficarem em silêncio e apreciarem a beleza do lugar, esquecendo-se dos problemas familiares e escolares, mesmo que a tentação de se beijarem fosse maior do que simplesmente olhar em volta; ainda estavam em público e apesar de não ligarem para os outros, preferiam não atrair olhares maldosos e invejosos.

Prezavam por um relacionamento sadio e secreto, onde somente eles podiam entender o que se passava.

Era melhor assim; gostavam de terem seu próprio mundinho.

 

 

**

 

 

— Você disse sério sobre o Frozen hein amor… — Jeongguk falou manhoso e levemente emburrado ao que se ajeitava na pequena cama de solteiro.

Agora estavam no quarto do Kim, aproveitando o vento refrescante que o ar-condicionado exalava e levemente apertados ao se deitarem lado a lado.

— Eu falei sério sobre tudo, Gukkie. — selou os lábios cheinhos e arrumou-se melhor contra o peito descoberto do namorado.

Na grande TV iniciava o clássico filme Frozen, o qual Taehyung já havia decorado todas as falas de cor de tanto assistir e aquele que Jeongguk nunca sequer viu o trailer.

O motivo? Ignorância.

Recusava-se a perder seu precioso tempo com um filme tão banal e infantil como aquele, sabendo que não seria diferente das outras animações clichês que já assistiu; sempre teria um casal que enfrentaria problemas até ficarem juntos e, enfim, ficaria tudo bem no final.

Ridículo e totalmente o inverso da realidade.

Perguntava-se por que criavam coisas como aquela, tendo em vista que crianças e adolescentes iriam entrar naquele mundo irreal e procurariam por um príncipe encantado ou por uma princesa perfeita.

Quando entenderiam que nem todos os homens possuem cabelos impecáveis e corpos definidos e nem todas as garotas tem a pele clara, o corpo esbelto e lindos rostos?

Entretanto deixou-se levar pelo momento quando Taehyung lhe pediu carinhosamente que assistisse sem reclamar e que se ainda achasse ruim, deixaria-o quieto com relação a filmes animados.

Deixaria-o com sua mente fechada e monótona; palavras do próprio.

— Quando o Olaf aparecer, você vai o amar. — dizia em meio a sorrisos animados e frases tão alegres quanto, sentia-se imensamente feliz por finalmente convencer o senhor-odeio-animações a ver uma das suas preferidas.

 

 

**

 

 

O cheiro do shampoo que os fios loiros emanavam faziam o Jeon sentir-se tonto e completamente inebriado; a pele quente em contato com a sua arrancava-lhe arrepios, eriçando pelos que sequer sabia da existência. O baixo ressonar indicava que Taehyung já havia adormecido há algum tempo, coisa que Jeongguk agradeceu mentalmente por ter acontecido, já que acabou derramando uma ou duas lágrimas ao longo do filme.

Não deixaria-o saber disso, muito menos faria questão de falar que realmente amou o tal Olaf. Seu orgulho era maior e falava bem mais alto, ainda que tais palavras simplórias — mas de extrema complicação para saírem pelos lábios acerejados — fossem deixar o Kim feliz por um longo tempo.

Fechar-se-ia sobre aquele assunto, mas não ao ponto de não assistir a mais alguns desenhos como o que vira; se Taehyung estivesse consigo, com toda certeza valeria a pena o fazer.

Procurando achar uma posição que favorecesse o corpo tenso do amado, mas que também não complicasse a sua situação, mexeu-se mínima e desastrosamente para não o acordar, tentativa obviamente vã, que somente fez Taehyung soltar um longo suspiro seguido de um baixo murmúrio manhoso.

Havia despertado.

Os olhinhos avelãs o encararam com inocência, a bochecha que estava de encontro ao colchão encontrava-se marcada e levemente corada. Aquela era uma das visões que Jeongguk sempre agradeceria por apenas ele a ter.

Sorriu antes de aproximar seu rosto e tocar os lábios levemente ressecados com seus semelhantes na medida que seus olhos se fechavam automaticamente. Com a pontinha da língua tocou o inferior alheio para aprofundar o toque superficial e ao sentir as mãos quentes irem de encontro ao seu peito nu, permitiu-se enlaçar o músculo úmido de Taehyung com o seu próprio, iniciando enfim a sincronia que somente eles sabiam criar.

Moviam-se com leveza e sutileza, usufruindo de cada mínimo contato possível; as mãos livres passeavam por onde encontravam espaço para adentrar, não avançando ao ponto de se excitarem, mas sim de se sentirem bem, sentirem-se amados um pelo outro.

Ao afastarem para buscar o ar e encostarem as testas da maneira como podiam, Jeongguk viu através das íris brilhantes que por Taehyung valeria a pena derreter.

 

 

**

 

 

Após longos dias trancafiado em seu pequeno estúdio improvisado, finalmente a pintura que seria exibida aos alunos estava completa. Jeongguk se permitiu sentir orgulho de seu trabalho, constatando que atingiu suas expectativas, talvez até mesmo superando-as.

Depois de deixar a tinta secar e ter a certeza de que o pano não borraria nenhum canto sequer, usando esse grande espaço de tempo para respirar ar puro, descansar e comer algumas besteiras, tratou de cobrir a tela com o tecido para que ninguém a visse.

A surpresa seria para todos; sem exceções.

E assim pôs-se a caminhar até seu quarto, rapidamente vasculhando o cômodo com os olhos a procura de algo para fazer. Deitar em sua cama parecia uma boa ideia, considerando seus últimos dias que foram deveras cansativos.

O ruído de algo vibrando atraiu sua atenção para o criado-mudo, onde seu celular demonstrava que alguma notificação havia chego. Tendo-o em mãos, viu ser uma mensagem de Taehyung.

Não conteve o sorriso que despontara em seus lábios.

 

Taehy :

Hey amor, onde vc esteve o dia todo?

Te procurei pelo colégio inteiro, mas a coord disse q vc nem deu as caras por lá

 

Taehy :

Pq vc não me atende?

 

Taehy :

Tô ficando preocupado

Vc tá estranho há dias

 

Taehy :

Aconteceu algo?

 

Jeongguk:

Oi Hyung ♥

Não me mata D:

desculpe te preocupar, mas eu me ocupei

 

Taehy :

GUKIE

VOCÊ APARECEU

AHHHGDFKDL

não me mata assimmnnm

se ocupou o dia todo????

 

Jeongguk:

Sim, o dia todo…

me desculpa ♥

pf ♥

tive motivos ♥

sério ♥

 

Taehy :

Ok ok

Não faz mais isso :(

[áudio] — Eu fiquei realmente preocupado, Guk.

 

Jeongguk:

[áudio] — Me desculpa, de verdade. — pausa. — Eu trabalhei o dia todo, mal tive tempo para comer.

 

Taehy :

[áudio] — Trabalhando? O que você está aprontando Jeon Jeongguk?

[áudio] — Mas agora você já comeu, certo?

 

Jeongguk:

[áudio] — Nada de mais. E sim, comi, mãe. — riu.

 

Taehy :

[áudio] — Ya! Não me chame de mãe. — pausa. — Me chame de daddy.

 

Jeongguk:

AAHDSUJSJEKDX

DADDY

VOCÊ

DFKJMLR

AHAM

 

Taehy :

VOCÊ NÃO FICA RINDO DEBOCHADAMENTE QUANDO EU ESTOU TE FODENDO

FILHO DE UMA BOA MÃE

 

Jeongguk:

Ok, parei

daddy

fyjmrktmjekfmsdkm

 

Taehy :

Criança insolente

Aff

 

Jeongguk:

que você ama <3

 

Taehy :

Talvez um pouco

 

Jeongguk:

<3

 

Jeongguk:

Amor, eu preciso sair

Já estão querendo comer meu útero inexistente aqui, além de q eu tô cansado

 

Taehy :

Tudo bem Gukkie

Boa noite amor, eu amo você

Dorme bem ♥

 

Jeongguk:

Eu amo você também ♥

eu dormiria melhor se você estivesse aqui…

enfim, boa noite! <3

 

Apesar da vontade de ver a resposta ser maior, precisava realmente fechar os olhos e mergulhar no mundo dos sonhos, então, após escovar os dentes e se arrumar devidamente, deitou-se na cama macia e dormiu com a ciência de que sonharia com Taehyung.

Talvez num parque, talvez na praia… Ou talvez na neve.

 

 

**

 

 

Na manhã seguinte e finalmente o grande dia, a pintura estava exatamente do jeito como Jeongguk a deixou; coberta e longe de impurezas. Também estava impecável, coisa que até mesmo o próprio rapaz teve de concordar. Não gostava de ser modesto, sempre achava alguma imperfeição e se julgava mortalmente por aquilo, todavia aquele desenho colorido e de extrema importância para si havia se tornado algo ímpar; único.

Assim como aquele que estava sendo retratado pelos seus mais perfeitos e delicados traços.

Depois de alguns segundos admirando sua obra de arte, cobriu-a novamente e a levou até o carro de sua progenitora para que tivesse a certeza de que não a mancharia ou causasse algum dano.

Apesar da insistência da senhora Jeon o mais novo não permitiu-a ver a pintura, dizendo que quando voltasse a traria de volta para casa e enfim a deixaria ver. A mulher não conteve o pequeno bico em seus lábios e as lamúrias sobre o quão mau seu filho estava sendo. O garoto apenas riu e abraçou a mulher cuidadosamente, despedindo-se sem muita enrolação ao chegarem no primeiro destino que aquele carro faria.

— Boa sorte com seja lá o que for, filho. — ele também quase não havia comentado sobre as chances da faculdade e sequer detalhou, somente jogando no ar ser algo importantíssimo.

— Obrigado, Omma. — sorriu diminuto e pegou o objeto que repousava no banco traseiro com o máximo de cuidado que conseguiu.

Tratou de andar em direção ao local onde a colocaria em um dos diversos cavaletes disponíveis para a pequena exposição, encontrando-se com sua professora assim que colocou os pés dentro da sala tão conhecida por si.

— Oh! Jeongguk-ssi. — a moça de aparência jovial, mas que já pertencia à casa dos trinta, sorriu adoravelmente ao ver seu aluno. Gostava muito do Jeon, tratava-o como um filho e cuidava-o de longe além de sempre conseguir desfrutar dos sentimentos descritos nos rabiscos coloridos que o mais novo fazia. Sabia de seu potêncial em excesso e o admirava por conseguir fazer obras tão belas.

— Olá professora Yoona. — refletiu o sorriso amigável, aproximando-se da mais velha na medida que observava as mais diversas cores presentes nas pinturas dos alunos de sua classe.

Sentiu-se de repente nervoso, pois apesar de estar quase cem por cento confiante com a sua própria obra, a concorrência estava forte. Se fosse para ele escolher, por exemplo, não saberia como o fazer.

— O que trouxe para nós? — questionou lançando um olhar curioso para a tela tapada por um tecido de cor clara, impedindo que visse o desenho nela feito e retirando Jeongguk de seus pensamentos inseguros.

— Ah, algo muito especial, noona. — alargou o sorriso e se direcionou até um dos suportes. — Eu posso deixar coberto até a hora que começarem a expor? — perguntou assim que posicionou correta e cuidadosamente a tela sobre o cavalete de madeira, obtendo como resposta um animado “claro” prosseguido de um “estou curiosa para saber o que é” tão alegre quanto.

Estava satisfeito em deixar as pessoas em expectativa, isso só comprovava que seu trabalho era suficientemente bom para agradar ao público, o que lhe dava certa segurança e confiança.

Precisava apenas achar o representante de turma para que confirmasse sua presença.

Bu!

Saltou minimamente para trás ao sentir mãos firmes em suas costelas e a voz tão conhecida próximo ao seu ouvido, arrepiando-se sem nem mesmo permitir que seu corpo o fizesse; não sabia se o motivo era pelo susto repentino ou pela respiração quente contra seu pescoço. As mesmas mãos de dedos longos enlaçaram sua cintura e o dono delas afundou o nariz na nuca branquinha e com alguns fios escuros, inalando a fragrância gostosa ali presente.

— Marque minha presença. — Jeongguk murmurou enquanto andavam desajeitadamente até o banheiro para terem mais privacidade.

— Já marquei. — o Kim lhe soltou somente quando entraram num dos pequenos cubículos disponíveis para outro uso, completamente diferente do que iriam fazer ali.

Os lábios quentes e levemente úmidos tocaram os do moreno com gentileza, os finos dedos embrenhando em suas madeixas e lhe puxando para mais perto a fim de quebrar qualquer distância que o impediam de se amarem como podiam. As línguas procuravam pela semelhante, atando-se uma a outra ao se encontrarem na medida que a temperatura local e corporal aumentava, assim como o ritmo dos batimentos cardíacos de ambos garotos tornava-se algo gradativamente incomum, porém incrivelmente bom para eles.

Separaram-se apenas para tomar o oxigênio que lhes fazia falta em seus pulmões, ocupando esse intervalo de tempo com uma troca de olhares que apenas eles sabiam o que significava; muito amor e saudades.

Durante toda a semana tiveram pouco tempo para se verem e trocarem algumas carícias necessárias do dia a dia, então, um beijo como aquele num mês conturbado era algo de extrema raridade, mas que quando acontecia, fazia-os se sentirem nas nuvens.

— Bom dia. — Jeongguk, que apertava possessivamente a cintura fina com suas mãos, murmurou contra o pescoço acobreado ao pararem de se encarar, podendo inspirar o cheiro natural mesclado com o perfume caro que Taehyung usava.

Deferiu uma fraca mordida na epiderme tentadora, sorrindo minimamente ao vê-la se arrepiar.

— Bom dia amor. — o Kim respondeu e apertou fracamente os fios negros entre seus dedos.

 

 

**

 

 

— Classe! Foquem aqui um minutinho. — Yoona elevou o tom de voz ligeiramente e os alunos se calaram para ouvir suas palavras. — Mudanças de plano! — a professora exclamou. — Vocês precisarão explicar o porquê de terem feito suas respectivas obras. — uma onda sonora de “ah’s” chateados rondou pela pequena sala repleta de pinturas e seus donos ao lado delas. — Não precisa ser algo ensaiado ou grandioso, apenas exponha seus sentimentos com palavras.

Merda, Jeongguk pensou. Mil vezes merda!

Nunca teve o costume de evidenciar o que sentia com frases monótonas e comuns na frente de alheios; gostava do diferente, explorava o desconhecido e sempre obtia bons resultados, ao menos com Taehyung era assim. E agradecia todos os dias e a cada instante — quando se lembrava — à qualquer divindade suprema por ter alguém compreensivo ao seu lado, que entendia sua timidez e a falta de palavras para mostrar seus sentimentos, entendendo-o como ele era sem questionar ou criticar.

Entretanto a vida parecia querer brincar consigo quando lhe deu uma oportunidade e tanto como aquela; iludiu-o até o último segundo para no fim descobrir que ganhar aquela bolsa não seria algo tão fácil assim.

— Vai dar tudo certo. — novamente as mãos firmes agarraram seu corpo sem seu consentimento, dessa vez massageando seus ombros.

De longe Taehyung notou a tensão preencher o corpo de seu namorado, uma vez que sabia da dificuldade do mais novo em se expor para o mundo. Ajudar-lhe-ia como conseguisse, incentivando-o com palavras carinhosas e carícias discretas para, inicialmente, acalmá-lo.

 

 

**

 

 

A ideia de Yoona consistia em fazer uma pequena roda em volta do aluno que apresentaria sua pintura; a mulher considerou a proporção de pessoas para o fazer, já que somente os estudantes daquela sala, o diretor e os professores poderiam assistir aquela mínima exibição particular.

Internamente Jeongguk gratificou aos céus quando soube disso, afinal, Taehyung era sua força, aquele que segurava sua mão para lhe guiar pelo caminho certo sem erros e sem medos, mesmo que não pudessem manter contato enquanto desenvolveria sua fala já programada na frente de todos.

A última pessoa antes do Jeon havia acabado de terminar seu discurso um tanto cansativo. Naquele momento o garoto teve a certeza de que teria um ataque cardíaco a qualquer instante. Seu coração estava demasiadamente acelerado diante dos diversos pares curiosos que o fitavam enquanto se encaminhava até seu cavalete. Suas mãos tremiam e temia derrubar a pintura por conta disso; o suor escorria por suas têmporas e se questionou o porquê de se sentir tão nervoso com algo que amava presenciar e observar — a arte.

Forçando seus dedos a pararem de tremer — obviamente não obtendo nenhum resultado — retirou delicadamente o tecido branco da tela, revelando enfim sua grandiosa e trabalhosa pintura.

O pequeno coro de “oh’s” que se estendeu pela sala — que por acaso havia se esquentado demais para Jeongguk — invadiu seus ouvidos com brusquidão, retirando-o do pequeno torpor que havia entrado sem sequer notar. A ansiedade tornava-se algo ridiculamente horrível e constrangedor quando sentida em situações como aquela.

Encarou sua obra com satisfação e permitiu-se analisar junto às pessoas aquele pequeno pedaço de papel com cores diversificadas.

Retratava um garoto de madeixas loiras, de perfil e olhando para cima de modo que seus olhos ficassem visíveis, tendo o foco da pintura neles, que eram incomuns; as galáxias arroxeadas e de tons derivados enfeitavam-os adoravelmente. A faceta era conhecida para grande maioria — senão todos — que ali residia, esses que não contiveram a surpresa em suas expressões ao verem tamanha perfeição em forma de arte. Cada mínimo detalhe ali exposto deixou todos presentes boquiabertos; os traços eram precisos e encantadores, a feição descrita na face do jovem beirava o surreal de tão perfeito.

Assim que Jeongguk desviou o olhar para o público, seu sangue gelou e sua garganta se fechou; quis chorar. Esqueceu-se das palavras que gravou antes de se tornar o centro das atenções e se viu numa fria.

O que falaria?

Como explicaria seu desenho significativo?

Encarando as expressões em expectativa — curiosos para saber o que um aluno tão quieto como o Jeon falaria — buscou pelos pares de olhos que o inspiraram fazer aquela obra incrível, achando-os sem dificuldades em meio à multidão. Anotou mentalmente de zoar o Kim por estar com as íris repletas de água, demonstrando sua emoção diante daquela homenagem — nem um pouco — indireta.

Jeongguk pigarreou antes de iniciar seu falatório.

— Muitos aqui devem estar se perguntando o porquê de eu não ter pintado o típico e único sorriso dele. — começou com o que veio em sua mente, suspirando aliviado quando boa parte assentiu; de fato questionaram-se o motivo de não ter desenhado o belo sorriso quadrado. — Bem, a resposta é simples; através dessa pintura eu quis demonstrar sentimentos que somente ele irá entender. Vocês conhecem apenas o Kim Taehyung que sorri para todos e alegra a vida de cada um que tem a sorte de o ter por perto, mas não sabem sua comida favorita, sequer que tipo de meia usa para cada dia da semana. — pausou para rir brevemente e encarar a fileira de dentes que refletiu suas ações. — Não sabem o quanto ele gosta de sorvete de morango e de abraços quentinhos. — não se atreveu desviar o olhar do Kim, pousando seus olhos diretamente nas orbes avelãs antes de terminar seu discurso. — Ouso dizer que ninguém o conhece tão bem ao ponto de decifrar as infinitas galáxias que seu olhar traduz.

A alta sonoridade das palmas soou pela sala antes silenciosa para prestar atenção nas palavras do aluno tímido, arrancando-lhe um sorriso enorme, digno de deixar as bochechas doendo de tão grande, ao saber que agradou a todos e não sofreu nenhuma gafe.

Seguidamente um par de braços quentes o embalou num abraço tão cálido quanto, lábios igualmente aquecidos tocaram seu pescoço assim como pequenas gotas geladinhas de água pingavam em sua pele já arrepiada.

Naquele instante, teve a total certeza de que...

— Por você vale a pena derreter, Taehy.  

 


Notas Finais


Gostaram? aprecio comentários, sim? ♥

~

PARABENS
UHU
PARABENS
UHU
HOJE É O SEU DIA Q DIA MAIS FELIZIZIZIZIZIZ

oi gigica de natal
então, como começar isso? Eu não faço ideia pq minha criatividade tá 0 hoje, mas vamos lá
Há… 3 anos a gente se conheceu e desde então minha vida se tornou uma coisa totalmente diferente do que era antes.
Começou com uma simples mensagem no twitter pedindo para que jogássemos algo e se transformou numa coisa absurdamente grande e muito maior, ultrapassando essa simples distância que nos atrapalha.
Todos os dias a gente se fala e, cara, eu sinceramente não sei como seria minha vida sem tu. É como uma rotina, e eu odeio rotinas. Entretanto para você eu abro essa exceção ♥ [aliás essa era minha ideia inicial, escrever uma fic baseado numa rotina que um deles viveria, sendo que odeia rotinas e enfim]
Eu NUNCA imaginei que poderia sentir algo assim por alguém, sei lá, é um sentimento de dependência bizarro, mas que não me arrependo de tê-lo comigo.
Praticamente não vivo quando passo um dia sem falar com você, e, ah, sei lá, é tão bom ter você comigo que eu só quero te abraçar pra sempre e sfjhnjmkd,l.sdk,kdda a a a a
Eu sei que não estou sendo a melhor amiga do mundo e que às vezes eu pareço não me importar, mas eu me importo sim, tá? Me desculpa por isso.
Me desculpa também por não saber o que fazer ou ao menos tentar fazer algo quando você está em crise, eu só não… Me sinto bem também. Ah, sei lá. Me desculpa, eu posso tentar… melhorar, quem sabe.
ENFIM
O FOCO DO TEXTO N É ESSE NÉ?
eu amo você demais e você é mega especial pra mim, de verdade, curte seu dia q vc merece ♥
no meu coração tem um grande pedaço dominado por você (e que por acaso está com uma placa escrito ‘gigicona no pedaço’), portanto, se algum dia eu morrer de problema no coração, saiba q a culpa será sua, sua boboca (NAO ME CHAMA DE PANACA q me dá fome)
obrigada por me aguentar todo esse tempo
EU AMO VOCÊ DEMAIS
e quero bolo ♥

curte seu dia guria, cê merece tudo de bom!! ♥♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...